Catra suspirou pesadamente, tentando controlar as borboletas que agora faziam uma festa própria em seu estômago. Era difícil de acreditar que alguém como Adora realmente existia, e que estava agora se declarando pra ela.

Seu raciocínio estava lento, não apenas pelas doses de bebida que já havia tomado na noite, mas embriagada com as sensações que a loira despertava nela. Demorou alguns segundos para pensar sobre o que ela havia dito. Estava tão cansada de não tê-la, de esconder o que sentia e de fugir de algo que repetidamente se mostrava inevitável.

Já não fazia sentido fugir dela, não quando havia acabado de ter a confirmação de que não era a única a se sentir assim. Seus sentimentos de culpa, suas inseguranças... tudo parecia tão pequeno perto do sentimento arrebatador que sentia por Adora.

Ela vinha trabalhando tão duro para ser melhor, e quem sabe merecê-la... No fundo tinha convicção de que não faria mais mal pra ela, e que mesmo ainda não tendo alcançado esse lugar de merecimento, ela poderia algum dia, se continuasse se esforçando.

Mas tinha uma vida inteira para isso, e não queria passar mais tempo dessa vida sofrendo por não estar com ela.

A resposta era simples e instintiva.

Ela engoliu o choro emocionado, e balançou com a cabeça. Decidindo e confessando:

- Eu não vou! Não vou fugir. - Respondeu, firme, em seguida, amoleceu - Adora, eu gosto tanto de você que às vezes tenho vontade de te socar por me fazer sentir assim...

Adora abriu um sorriso largo, e disse:

- Ah é? E eu gosto tanto de você que tenho vontade de te beijar sem parar por horas, dias, meses...

Catra inclinou seu rosto mais pra frente para ficar mais perto do dela. Seus corações quase saltando pra fora do peito.

Ela envolveu Adora pelo pescoço e encarou seus lábios, sem se preocupar em disfarçar.

Não precisava mais. Não queria mais fugir.

Nunca mais.

- Eu aposto que você não conseguiria... - Provocou, sussurrando.

- Aposta aceita. - Adora sussurrou de volta.

Elas riram e Adora tomou seus lábios mais uma vez. Dessa vez, puxou-a pela cintura também, a trazendo pra mais perto. Catra colocou uma perna de cada lado de Adora, sentando-se em suas coxas e ficando na altura certinha de sua boca. Abraçada em seu pescoço, colou seus corpos enquanto se beijavam.

Aquilo era definitivamente muito real.

[...]

Alguns bons minutos se passaram, e quanto mais elas se beijavam, menos vontade sentiam de se separar, algo que ocasionalmente teria que acontecer, já que a qualquer momento alguém poderia entrar no quarto para pegar algum pertence.

Catra ainda permanecia sentada no colo de Adora, de frente para ela, enquanto a loira apoiava as costas na madeira da cama, sentada no chão. Trocavam selinhos enquanto aguardavam a respiração voltar ao normal.

Adora inclinou a cabeça um pouco para trás pra ter uma melhor visualização de seu rosto, e perguntou, com o olhar apaixonado, mas com um tom exibindo um pouco de preocupação:

- Você quer falar sobre o que aconteceu lá embaixo? Sobre o que disse pra Glimmer?

- Eu acho que não importa mais. - Catra foi sincera.

- Hmmm, porque eu sou tudo que você precisava pra ficar bem, né? - Adora provocou, brincando.

- Aff, lá vem. - Catra revirou os olhos, bem humorada.

It's MY dream! • CatradoraWhere stories live. Discover now