Mariana não é aquela garota que precisa de um príncipe para se sentir amada. Ela mesma faz esse trabalho. Além de se vestir bem, usa e abusa de sua beleza para conquistar os rapazes e não se importa em cumprir horários. Quem não gosta nada disso é o...
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— E então, há quanto tempo estão namorando? Se chama Ana Júlia, não é isso? É que suas amigas sempre te chamam de Juju — pergunto para a namorada do meu irmão. Preciso urgentemente de uma distração. Embora a picanha esteja deliciosa, não é suficiente para tirar o foco da ruiva gostosa ao meu lado e sua insistência em pousar a mão na minha perna durante todo o jantar. Nem sei porque essa garota me causa tanto alvoroço se nos conhecemos há tão pouco tempo.
— Por que quer saber sobre a minha namorada? — Vini ergue o rosto com raiva.
— Bom... só... só pra saber mesmo.
— Você que não se atreva a se aproximar dela.
— Calma, cara. Só quero saber o nome dela.
— Eu duvido. Você disse que veio para Brasília com o propósito de conseguir um emprego, mas acho que é tudo mentira.
— Amor, se acalme. Ele só quer saber meu nome. É Ana Júlia, tá?
— Quer saber? Isso não vai dar certo. É melhor a gente ir embora, Ana — meu irmão afasta a cadeira e se levanta. Nós passamos o jantar inteiro sem nos falar, apenas dirigindo olhares estranhos um ao outro. Eu não deveria ter perguntado nada sobre a namorada dele. Obviamente ele ainda sente muito rancor por eu tê-lo traído com a Raíssa. Eu deveria ter puxado outro assunto, como por exemplo o noivado da minha irmã. Mas foi uma coisa meio aleatória, eu só queria mesmo uma distração.
— Meu amor... não faz assim. Olha, que tal a gente ir dançar um pouco? — A namorada o enlaça pelo pescoço.
— Acho que é melhor a gente ir embora.
— Mas a noite está tão agradável. Eu não queria ir embora agora. Vamos ficar. Só mais um pouquinho, vai... — ela aplica beijinhos em seu queixo e é claro que meu irmão acaba cedendo.
— Está bem, Ana — diz soltando um suspiro. — Vamos dançar. Mas vou fazer isso só porque está me pedindo — ele diz puxando a namorada para a pista de dança.
— Você e o seu irmão parecem não se dar muito bem — a ruiva diz ao meu lado.
— Não muito.
— E por quê? O que aconteceu pra vocês dois brigarem tanto?
— É uma longa história. Mas se você não se importar, prefiro não falar disso.
— Tudo bem.
— Acho que já vou gente. A Isa apagou e acho que também estou quase apagando — diz Vanessa, a garota de cabelos negros que segura a sua bebezinha dormindo no colo.
— Imagino que ser mãe solteira de uma bebezinha não deve ser nada fácil, né? — Digo a ela.
— Nenhum um pouco. São noites e mais noites sem dormir e no outro dia ainda tenho que levantar cedo para dar conta de sustentar minha menina. Mas, sabe, ser mãe é a coisa mais incrível do mundo. É algo que te transforma. Ser mãe é amar alguém mais do que a si mesmo.