Altivez | Michael Jackson

Capítulo 142

James Barkoff
Portland, Oregon
1 setembro de 1989 | 03:06

 Frio. Muito frio. Uma pressão em meu pescoço. Tento respirar. Não consigo. Abro meus olhos devagar. Petra esta abraçada a Daniel, ela está... chorando? Quê? Daniel abre seus olhos e me olha. Seus olhos se arregalam assim que ele me vê... tudo escurece gradativamente...

08:52

 Abro meus olhos lentamente. A sensação de alívio que estou sentindo é, de outro mundo. Não sentir dor depois de horas sofrendo é, maravilhoso. Olho ao redor. Estou no quarto de Petra. É todo branco e tem fotos das crianças e de Michael em todos os cantos

 Sento-me na cama. Estou completamente pelado... eu espero que Daniel que tenha tirado minhas roupas, sinceramente. Petra é como se fosse uma irmã para mim e só a ideia de ela ter me visto pelado me assusta um pouquinho

– Oi delícia! – Dan diz enquanto entra no quarto. Ele está segurando uma AK 47. Ótimo vamos ter festinha

– Oi meu dengo – digo enquanto tento me levantar, o que não da muito certo porque meu corpo ainda não esta 100%. Sento-me novamente – Eu espero ser curado pelo We are the world porque olha, ta foda! – passo as mãos pelo meu cabelo

 – Já acordou foi maldito! Agora me diz por que você foi mexer com a máfia russa SEU INFELIZ! – Petra joga uma série de documentos em mim

– O quê? – nem ferrando que jogaram isso pra cima de mim – Tudo que eu tenho feito nos últimos dias e levar Anely para a escola e fazer compras no mercadinho! – faço uma careta para Petra que muda seu semblante em instantes

– Então, por que quando fui falar com o chefe da máfia russa que você estava morto, ele me disse que foi ele quem mandou? – ela pergunta, mas em seguida revira os olhos – Joana... ela fez isso. Não tem como alguém da máfia fazer um trabalho mal feito desse, quem fez queria que você vivesse, a única pessoa ligada a máfia russa é ela – nossa quanta consideração daquela cachorra

– Me matava logo – cruzo meus braços e faço um bico. É melhor que escutar a Petra tendo razão – Mas por que esses malditos queriam me matar? Eu sou tão legal – faço um biquinho para ela que fecha o semblante para mim

– Você matou 90 membros da máfia russa no mês passado! As contas chegam James, as contas chegam! E advinha quem paga? Eu! – ela diz baixinho. Ela fica tão assustadora falando tão baixo assim 

– Prefiro quando você esta gritando comigo – digo enquanto puxo um pouco mais o lençol – Dan, você sabe que foi necessário! Não podíamos sair do navio sem terminar o serviço! – Dan faz uma careta para mim e olha para Petra que o encara furiosa

– P, estávamos lá, tinha umas bombinhas e a gente pensou... Por que não trazer o ano novo mais cedo? Olhei pro James, ele olhou pra mim! Aí a gente se lembrou da nossa lua de mel e a gente decidiu que sim, seria romântico e muito bonito! – Petra com os olhos estreitos apenas olha para os lençóis

– Tudo bem, se foi algo que os dois fizeram juntos – murmura enquanto se senta na cama – Se a máfia descobrir que você esta vivo, vão ir atrás da Joana e nós não podemos colocar a vida da Anely em risco, ela só tem 9 anos – ela olha diretamente para mim

– Você vai ter que sumir James, pela segurança da Anely porque eu ignoro Joana, por mim ela pode morrer! – não eu, não posso deixar a minha filha, de jeito nenhum!

– Não tem nenhuma maneira de eu levar Anely comigo? – Petra suspira, acena negativamente para mim. Dan vem até mim e se senta ao meu lado na cama

– Eu sei que é terrível, mas, isso é pela segurança dela. James, pense nela – meus olhos se enchem e sinto um aperto no peito – Se a Anely ainda esta viva mesmo tendo a mãe que tem é porque ela é dura na queda! – Dan diz em um tom engraçado me fazendo rir

– Eu quero ver a minha filha, pela última vez. Petra, por favor – sussurro para ela que se levanta e vai até o cofre que fique aqui em seu quarto. Ela o abre e tira de lá um saco branco

 Ela vem até a cama e me entrega. O abro. São documentos. Um diploma... Médico geral? Eu sou neurologista e não geral! Olho feio para ela e coloco o documento ao lado do meu rosto

– Tenho cara de geral? Tenho mesmo? – ela cruza os braços e move a cabeça de um lado a outro – Obrigado P – respiro fundo e olho para cima. Que Deus cuide da minha filha porque se depender da Joana.

11 de janeiro de 2010
Afeganistão | 06:53

– Eu estava vivendo minha vida tão tranquilo na Grécia. Era um médico tão brilhante, e então, decido vir atrás de você e me lasco. Quem diria que estaríamos na merda juntos – murmuro para Petra que apenas geme de dor ao tentar rir

– Não me faz rir seu maldito – ela diz em um tom manhoso – James, diz para o Dan que eu amo ele, não do jeito romântico pelo amor de Deus. Manda ele continuar protegendo o Michael com a vida dele! Quando você se encontrar com Anely, pede perdão pra ela por favor. Se você tivesse a levado, ela não teria passado por tanta coisa... – ela chora doloridamente. Tento me mexer, mas, as algemas não deixam

– Você não vai morrer – murmuro. Estou no quarto ao lado do de Petra. Estamos em uma casa de três cômodos. Osama estava escondido aqui, depois de nos torturar ele decidiu ir embora e nos deixar aqui para morrer. Petra acha que o Daniel vai nos achar, eu duvido muito 

– Se eu morrer, diz para o Michael que fiz tudo por ele, todas as pessoas que morreram por minhas mãos tentaram causar algum mal a ele – ela murmura bem lentamente

– P, você não vai morrer! Aguenta firme! Você passou a noite toda dizendo que Daniel iria nos salvar, Dan vai nos salvar! Vamos continuar confiando! Não desiste por favor! – tento parecer o mais otimista possível. Um silêncio insuportável esta instalado entre nós nesse momento – Petra! – chamo por ela que não me responde

 Respiro fundo e tento me manter calmo. Tudo vai ficar bem, ela está exausta, apenas dormiu, apenas. Que Deus nos ajude porque, eu não sei por quanto tempo eu vou aguentar ficar deitado nessa coisa e por quanto tempo irei suportar tanta dor. Mas, eu preciso suportar, preciso. Vi no jornal que a minha filha tem dois filhos. Quero ver a minha princesinha de novo e conhecer meus netos. Eu preciso aguentar firme.