Capítulo 112

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Anely James Jackson
Mari'Angel, Los Angeles
29 de janeiro de 2009
17:59

 Entre soluços espero aqui sentadinha na minha cadeira. Nunca pensei que o tempo passasse tão devagar. Eu estou morta de preocupação. Eu quero saber do meu filho. E não sei bem o que estou sentindo agora. Eu estou aqui. Sentada há horas e eu só consigo pensar no meu filho e na dor que ele esta passando. Que tipo de mãe eu sou? Como deixei isso acontecer?

 Nunca me arrependo nada do que faço, mas, hoje estou completamente arrependida de ter praticamente confiado meus filhos a outra pessoa... MEUS FILHOS! Meu Deus Amy esta sozinha com aquela mulher

 Michael pelo amor de Deus onde você esta? Minhas mãos tremem. Levanto-me. Ando de um lado a outro na sala de espera. Meu choro se intensifica. Eu odeio chorar. Odeio. Paro. Coloco às duas mãos em meu rosto e tento segurar as lagrimas

 Eu estou fazendo isso desde a hora que encontrei Leonel. Eu estou tentando ser forte e paciente, mas é tão difícil. Não sou alguém emocional. Ganhei esse presente, ou maldição quando me casei. Não é fácil se casar com um homem como Michael e continuar egoísta. É quase impossível

 Abro meus olhos. Respiro profundamente. Recomponho-me. Chorar não vai me ajudar em nada. Eu devo estar com a cara toda vermelha e inchada de tanto chorar. Já faz duas horas desde que liguei para Michael e desde então minhas lágrimas não param

 E eu estou recebendo um tratamento de merda aqui porque todos pensam que espanquei meu filho. Ninguém olha diretamente para mim e quando por acaso olham, me fazem cara feia. Eu estou farta!

 Volto para as cadeiras e me sento onde eu estava. Uma mulher alta de olhos verdes, cabelos loiros com cachos nas pontas, passa por mim. Ela da uma rápida olhada na minha direção e para. Ela anda até mim e me da um enorme sorriso

– Anely não é? – ela diz com seu sorriso acolhedor. Todos literalmente param o que estão fazendo para a olhar. Aceno positivamente para ela que me estende a mão. Aperto – O que esta acontecendo? Quem esta aqui para você estar assim tão tristinha?

– Perdão. Mas, eu conheço você? – pergunto a ela enquanto passo às duas mãos em baixo dos meus olhos. Minha cabeça parece que vai explodir, esta doendo tanto

– Que falta de educação a minha. Me chamo Mariangel! Eu estava no seu casamento! Vocês estavam tão felizes. Eu não pude ficar muito, mas, o pouco tempo que passei por lá eu notei o quão apaixonados são! – ela diz enquanto se senta na cadeira ao meu lado direito

– Ah você é dona desse hospital? Devia prestar atenção em que tipo de pessoa você contrata para cuidar da pediatria – digo a ela sem rodeios. Mariangel sem mudar sua feição me escuta atentamente. Contei tudo, tudo mesmo. E pelo jeito para ela não é novidade porque ela apenas coça a cabeça quando termino de falar

– Terei uma reunião com todos os médicos e vamos decidir o que faremos com Cristóvão – ela diz baixinho

 Olho para o outro lado. Realmente espero que ela resolva isso porque, mal consigo imaginar quantas mães já passaram por isso. Eu sei que pode ser exagero meu mas, eu estou me sentindo tão humilhada

 Uma mulher com roupa de enfermeira está vindo na minha direção mas para. Fixa seu olhar para o corredor

 Michael finalmente está aqui. Ele está acompanhado de River e Daniel. Daniel está usando seu terno preto de sempre. River está usando um vestido florido. Michael literalmente a tirou de seu descanso

 Em passos largos e com seu andar todo confiante ele anda na minha direção. Está usando um sobretudo preto, terno e calças da mesma cor. Seus cabelos estão presos em um rabo de cavalo rente ao pescoço. Alguns fios de seus cachos estão em frente ao seu rosto. Seus óculos escuros esconde a raiva avassaladora que ele está sentindo

 Eu sei que ele está com raiva. Embora seus lábios estejam mostrando um sorriso para as pessoas que o cumprimentam enquanto ele cruza o corredor. Sei que por dentro ele está furioso

– Minha rainha – ele diz enquanto se senta ao meu lado e me abraça com carinho. O choro que eu estava tentando em vão prender é liberado. Choro como nunca antes

 Eu estou me sentindo impotente. Não gosto nada dessa sensação de não poder fazer algo. Isso tem que mudar! Eu tenho que ser mais poderosa que isso! Se todos soubessem quem realmente sou. Que não sou uma simples oportunista, talvez me respeitariam. Acho que está na hora de aceitar a entrevista que Michael sempre quis fazer ao meu lado e bancar a esposinha apaixonada, bem, é o que sou mas, serei ao extremo

– Fique tranquila meu amor – murmura enquanto massageia meus cabelos – Eu estou aqui – beija minha cabeça – Vai pra casa meu amor, eu resolvo isso aqui. Quando chegar em casa e estiver com Amy me liga – meu coração se acelera... AMY!

– Tudo bem meu amor – sussurro enquanto me afasto devagar. Dou um beijinho em seus lábios tão lindos. Ele me puxa para mais um abraço. Esse é bem mais apertado

– Eu te amo. Quando eu chegar em casa vou mimar você e te lembrar porque é uma rainha – ele me diz cheio de orgulho. Mas ainda consigo escutar bem seu tom carregado. Ele está fervendo de raiva. Por mais que eu adore o ver bravo, não vou poder ficar. Tenho que voltar para Amy.

18:32

 Aqui fora do hospital está um completo caos. Daqui da porta escuto jornalistas falando sobre Michael ter trazido Daniel até aqui e sobre River ter vindo pessoalmente com ele. Muitas vezes me esqueço o quão poderosos eles são. Dan é tão simples e River apesar do jeitão dela, ela é uma pessoa simples

 E eu faço parte dessa enorme bolha poderosa. Eu sou poderosa. Anely você é uma deusa incomparável. Você não pode ficar pra baixo só porque um homem te julgou por sua roupa! Você sempre foi uma rainha! E agora o seu reino tem um rei, simples

– Vamos senhora! – Warren diz calmamente. Meus seguranças fizeram uma espécie de corredor de segurança. Eles estão fazendo um enorme esforço para conter a imprensa e aos fãs

 Eu não me importaria de conversar com os fãs dele mas, a imprensa não me desce desde o caso de 2003. Acompanho Warren pelo estreito corredor em direção ao SUV que já está com a porta aberta esperando por mim

– Senhora Jackson porque Jacko foi chamado ao hospital? Aconteceu algo com ele? – uma jornalista diz entre a multidão. Paro. Olho ao redor e procuro pela autora da pergunta

– Quem perguntou sobre Jacko? – pergunto calmamente e Wayne repete exatamente o que eu disse porque ele sabe bem o que vem. Uma mulher loira dos amendoados se manifesta – JACKO É O TEU PAI AQUELE CORNO! O NOME DO MEU MARIDO É JACKSON! ANOTA AÍ NO SEU CADERNINHO PRA VOCÊ NÃO ESQUECER SUA BURRA! – digo aos berros. Ela não podia escolher melhor dia para me abordar. Ando em direção ao carro e entro. Wayne da a volta e entra pelo lado do motorista.

Altivez | Michael JacksonWhere stories live. Discover now