Traumas são dificilmente esquecidos ou superados.
Elizabeth Foster, passou por muitos deles. Entretanto, ela não perdeu sua essência de garota doce, o passado lhe mostrou quanto o mundo pode ser cruel e ser quieta era uma das melhores alternativas...
Não, dessa vez não. Eu que vou dar o segundo golpe e com ele derrubar de uma vez por todas o adversário.
Certo.
Envio a mensagem com os batimentos cardíacos acelerados. Tenho que passar no banco mais cedo.
Levanto o meu olhar, nem percebo que já estou no corredor da escola. No final dele está Ryan me encarando, sorrio sacana para o mesmo que retribui com um sorriso arrogante. Nem parece que estava implorando para mim ontem.
Desvio do seu olhar quando ele sai do meu campo de vista, e fito Ben caminhando em minha direção. Arregalo os olhos olhando ao redor por uma escapatória, vejo os olhos que me atormentam todas as noites.
Derek está apoiado no armário, me fitando cautelosamente. Meu corpo reage, um tremor rasteja pelas minhas costas. Ele ergue uma sobrancelha e pisca como se tivesse saído de uma bolha, assim, ele bate o armário suas feições ficando frias.
Corro para a sala de aula e fico pensando se Derek vai me perdoar e se eu tenho mais uma chance com ele. Ou se arruinei tudo.
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As aulas foram tranquilas, tirando as partes em que eu corria de Ben e sempre virava um corredor quando via Derek. Fiquei na biblioteca a maior parte do tempo, esperando o treino de futebol acabar para eu me encontrar com Ryan.
Assim que dá o horário, vou para o estacionamento e relaxo contra o capô do carro. Fecho os olhos aproveitando o pouco do sol que está tendo hoje, mas vejo a figura de Ben parada em minha frente. Com os braços cruzados e uma carranca.
— Nossa, oi! Como você está? Eu estou muito bem também, obrigado por perguntar. — ele ironiza.
— Oi, Ben.
— "Oi, Ben" é isso que tem a me dizer? Depois de fugir de mim no ano novo, não responder as minhas mensagens, não me atender na porta de sua casa, e ah! Olha? Correr de mim hoje. "Oi Ben" tá de sacanagem?
— Eu... hm — engasgo com as falas — Desculpe. Eu não estive muito bem nesses dias.
Seus olhos vacilam.
— Eu percebi. Mas porra! — ele joga os braços pro ar — Sou seu amigo, sabia? Poderia me dizer o que está acontecendo. Eu... — ele grunhi — te daria sorvete, iria falar mal do Derek, limparia suas lágrimas e compraria vodka. — meu coração erra uma batida. — Eu estaria ao seu lado assim como Emi...
— Sei que sim — me apresso a dizer — Não tenho dúvidas sobre isso, mas eu não estava muito sociável. Estava triste, estou, na verdade, e queria ficar sozinha.
— Emi ligou assim como eu, a gente ficou preocupado. — pigarreio olhando para baixo — Que tal sairmos hoje a noite? Você me conta o que aconteceu ou eu posso ir para a sua casa mais tarde...oito?
