Capítulo Dez;

675 103 69
                                    

PASSADO

A semana seguinte foi uma tortura.  

Jungkook o deixava o dia inteiro trancado dentro do quarto quando estava fora. Sem acesso a internet, ou  televisão. Ele ficava encarando o teto.

Por mais ruim que fosse, Yoongi tinha que agradecer: Jungkook deixava o rádio ligado tocando a música que eles dançaram no dia que se conheceram em volume auto, e Yoongi sabia que isso era para que ninguém escutasse os pedidos de socorro de alguma forma. Ele nunca ficava  trancado por mais de quatro horas, mas o tempo passava de maneira excruciantemente lenta. Quando tudo — a solidão, o tédio, o medo, o desespero — era demais para suportar, ele fechava os olhos e pensava em Namjoon, que já devia estar o procurando. 

Ainda que ele ficasse ansioso para sair do quarto, quando Jungkook decidia o libertar, ficava feliz por ver alguém e ter com quem conversar. Algumas vezes Seokjin aparecia, mas Jungkook o levava para o quarto.

— Temos que resolver uns negócios importantes — falava enquanto colocava o pequeno na cama. Depois fechava a cadeira de rodas para caso ele conseguisse fugir não ir longe, e saia do quarto. 

Teve uma noite, que Jungkook preparou uma noite de filmes para eles maratona Vingadores, um dia antes da estreia do Ultimato. Teve outra vez que ele preparou um jantar maravilhoso, que milagrosamente ele deixou Yoongi tomar uma taça de vinho e comer uma refeição correta.

Era terrível que de vez em quando ele sentisse esperança, pois Jungkook voltava a ser o homem por quem havia se apaixonado, era atento e carinhoso. Tinha vezes que Min esquecia quem ele era. Talvez, se sua companhia não fosse tão agradável, fosse mais fácil lembrar. Mas, mesmo quando ele lembrava, era tão complicado comparar o homem que o olhava com ternura  ao homem que o mantinha preso, que Yoongi quase acreditava se tratar de uma fantasia.

Na noite daquele jantar, Jungkook estava dizendo animadamente sobre uma possível lua de mel na Tailândia. 

— Olha — ele se aproximou e abaixou ao lado de Yoongi com uma caixa de veludo vermelha. 

Min abriu a caixa. Não a pegou, apenas abriu entre os dedos porque não queria de fato a olhar. Ele se encolheu um pouco, o anel é mediano e tem um rubi medio no centro. 

Era horrível. Eu vou ter mesmo que usar isso? 

Aquilo era mais uma prova que Jungkook não conhecia Yoongi nenhum pouco. Ele balançou um pouquinho a caixa, como se fingisse que a observava sob a luz. Nunca imaginei que o inferno brilhasse tanto. 

— É linda. 

Jungkook sorriu e fechou a caixa. 

— Vai ser sua — contou enquanto passava os dedos pela franja macia de Yoongi. — Vamos nos casar quando eu confiar em você.

Quando Jungkook ia se levantar, a campainha tocou e Yoongi quebrou a garrafa de vinho na cabeça do loiro, com a esperança de atordoá-lo enquanto se arrastava até a porta para pedir ajuda. Gritou uma vez e a voz de Namjoon ecoou pela casa, seguida de batidas mais agressivas na porta. Sentia-se esperançoso, sabia que Namjoon iria o procurar e não acreditaria na história da instabilidade mental de Yoongi e que ele passaria um tempo em um hospital psiquiátrico, por isso não iria mais trabalhar. 

Respirou fundo, querendo pegar o máximo  de ar que conseguia, para gritar pleno pulmões e pedir para chamar a polícia, mas Jungkook subiu em cima dele, tampando sua boca e abafando o grito. 

— Jungkook — Namjoon diz, parando de socar a porta e suspirando cansado. — Vamos negociar. Você devolve  o Yoongi e eu não chamo a polícia.  — Um silêncio longo. — Jungkook? 

Perfect Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon