Capítulo Doze;

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PASSADO

Ele pensou em maneiras de fugir daquela situação. Agora em sua casa, tendo acesso a outros cômodos e a diarista, tentou se comunicar com a mulher, dizer que Jungkook e sua mãe havia atentado contra o Sr. Min e que agora ele estava sendo mantido como prisioneiro, mas a mulher simplesmente não acreditava e foi aí que Yoongi entendeu: já haviam falado para todos da casa sobre sua condição mental.

Tentou elaborar outras estratégias. Resolveu fingir estar com apendicite por causa das suas dores por causa da fome e pediu para Jungkook que o levasse ao hospital, onde imaginou que encontraria alguém que o ouvisse. Quando Jeon o levou aquela mísera de comida, já de noite e Yoongi havia ficado mais de quarenta e oito horas sem comer. Ficou feliz por ser pouca comida, porque ele não sabia se conseguiria comer pouco se fosse muito.

Levou a mão até a barriga.

- Estou com dor, Jungkook - choramingou, feliz por está com cãibra e ela tornar seu relato mais verdadeiro.

Jungkook estava comendo frango frito e bebendo vinho. Estavam tendo um pequeno jantar romântico à luz de velas na sala de jantar da casa Min. Ele abaixou a taça e olhou para o pálido do outro lado da mesa e suas expressões de desconforto.

- Onde dói? - perguntou, limpando a boca com o guardanapo e se levantando, indo até o pequeno.

Yoongi mostrou onde doía ainda choramingando e aceitou a aspirina que Jungkook lhe ofereceu. No dia seguinte, quando ele viu Yoon todo encolhido, se contorcendo de dor, resolveu chamar um médico. Assim que ele saiu para chamar um médico, Yoongi começou a planejar meticulosamente o que diria, lembrando-se que, pela sua experiência no restaurante, não poderia parecer histérico.

Não passou pela sua cabeça que Jungkook fosse ficar do seu lado durante os exames. Fingiu sentir dor quando sua barriga era tocada enquanto seus pensamentos estavam acelerados. Se ele perdesse aquela oportunidade não saberia se teria outra. Falou ao médico se poderia conversar com ele particularmente, alegando que o problema poderia ser ginecológico, se sentiu vitorioso quando viu Jungkook se retirar do quarto.

Yoongi não se importou com o fato de Jungkook sair do quarto sem mais e nem menos, como se não ligasse para a conversa com o médico. O sorriso complacente do homem quando ele o contou, desesperado, que estava sendo mantido como prisioneiro tampouco o fez desconfiar. Só foi entender quando o médico começou a fazer perguntas sobre a tentativa de suídio e o histórico de depressão. Jungkook havia completado as lacunas da história antes do homem subir para o ver. Chocado, Min suplicou para que acreditasse que Jungkook não era quem dizia ser e repetiu a história dele, que espancou o garoto que criou uma obsessão até a morte e depois matou seu pai e colocou a culpa do crime na mãe do garoto e que agora estava obcecado por ele, o torturando e trancando em salas com cadáveres. Mas, enquanto falava, conseguia notar sua narrativa inverossímil. Quando o médico prescreveu Prozac na receita, Yoongi ficou tão histérico que acabou fundamentando a conversa entre ele e Jungkook, de que ele era bipolar e louco por atenção. Havia documentos que comprovavam: uma cópia da ficha médica da sua overdose e uma carta do gerente do restaurante detalhando o seu comportamento.

Devastado com seu fracasso em fazer o médico acreditar que estava dizendo a verdade, Yoongi se deitou na cama chorando por perder as esperanças. Se não conseguia fazer com que um profissional me ouvisse, como seria capaz de fazer qualquer outra pessoa perceber minha situação? E uma questão ainda mais pertinente: como conseguiria conversar abertamente com alguém, já que Jungkook não permitia que eu falasse com ninguém, a não ser que ele já tivesse manipulado a pessoa?

Quando Jungkook retornou ao quarto, estava tão irritado que arremessou um enfeite no espelho, quebrando-o e depois subiu em cima de Yoongi, apertando seu pescoço com força realmente com o objetivo de matá-lo.

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