Capítulo Quatro;

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PASSADO

O apartamento de Jungkook ficava no edifício mais caro da Coreia do Sul.  Era de se esperar de alguém como ele, com tanto dinheiro para gastar. As portas duplas do elevador abriram no último andar e estavam em um vestíbulo totalmente branco. No meio havia uma mesa redonda de madeira escura com um enorme buquê de flores brancas. As paredes estavam cheias de quadros. Jungkook abriu uma porta dupla, e o branco se prolongou por um amplo corredor que os levou até a entrada de uma sala palaciana. É o salão principal, de teto muito alto. Qualificá-lo de "enorme" seria pouco. A parede do fundo era de cristal e dava em uma sacada com uma magnífica vista da cidade.

À direita havia um imponente sofá em forma de “U” que permitiam sentar-se comodamente dez pessoas. Frente a ele, uma lareira ultramoderna de aço inoxidável... ou, possivelmente, de platina. O fogo aceso iluminava brandamente. À esquerda, junto à entrada, estava a área da cozinha. Toda branca, com as bancadas de madeira escura e um bar em que podiam sentar-se seis pessoas.

Junto à área da cozinha, em frente à parede de cristal, havia uma mesa de jantar rodeada de dezesseis cadeiras. E no fundo havia um enorme piano negro e resplandecente. Claro... certamente Jungkook também tocava piano. Em todas as paredes havia quadros de todo tipo e tamanho. Na realidade, o apartamento parecia mais uma galeria que uma moradia.

— Dê-me a jaqueta? — Jeon perguntou.

Yoongi negou com a cabeça, abraçando o próprio corpo, estava tão frio ali dentro. 

— Dê-me a jaqueta — pediu com um pouco mais de autorismo, mas acrescentou quando Yoongi o olhou sem reação por aquela atitude. —  Eu vou ligar o ar condicionado.

Min concordou com a cabeça e permitiu que Jungkook tirasse sua jaqueta preta. 

— Quer tomar uma taça? — perguntou, após guardar seu casaco e a jaqueta de Yoongi no armário de casacos. E ajustava agora o ar condicionado. — Vou tomar uma taça de vinho branco, me acompanha?

— Sim, obrigado. — Murmurou. 

Ele estava se sentindo incomodado naquele enorme salão. Aproximou-se da parede de cristal e deu conta de que na parte inferior do painel se abria a sacada em forma de acordeão. Abaixo se via Seoul, iluminada e animada. Voltou para a área da sala, demorou  uns segundos, porque estava muito longe da parede de cristal, onde Jungkook abria um vinho na mesinha de centro. Afrouxou a gravata e sentou no sofá, enchendo as taças.

— Acha que está bem um Pouily Fumei?

— Não tenho a menor ideia sobre vinhos, Jungkook. Estou certo de que será perfeito.

Falou em voz baixa e entrecortada. Seu coração batia muito depressa. Queria sair correndo. Aquilo era luxo de verdade, de uma riqueza exagerada, tipo Bill Gates. O que eu estou fazendo com um homem que não sabe mais onde guardar dinheiro?

— Toma — disse ao estender a taça de vinho para Yoongi. 

Até a taça era luxuosa, de cristais grossos e muito modernos. Tomou um gole. O vinho era ligeiro, fresco e delicioso. 

— Você está muito quieto, querido — comenta Jeon. — Não está corado e está mais pálido que normal. Está com medo?

Estou intimidado. 

— É que a casa é tão grande. 

— Grande?

— Grande. 

— É grande — admitiu com divertimento. 

— Sabe tocar? — Indicou o piano. 

— Sei. 

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