Ao fundo, escuto a música "Perfect" do "Ed Sheeran" começar a tocar no ginásio, onde a festa está rolando. Finalmente trocaram aqueles "tum-tum-tum" barulhentos e colocaram uma música realmente boa. 

— Acho que não foi uma boa ideia seguir o conselho da sua amiga – ele volta a falar.

— Diogo, você não está falando coisa com coisa. Sabe disso, não é?

— Eu sei. – Ele sorri, parecendo receoso. — Só estou meio nervoso. – Se aproxima e segura minhas mãos, ficando de frente para mim. — Heloísa – começa a dizer, me encarando nos olhos. — Decidi vir até aqui, porque... Bom, na verdade, a ideia do lugar foi sugerido pela Cristine...

Levanto as sobrancelhas, totalmente confusa. Do que esse garoto tá falando? Ao ver minha expressão, ele logo volta a falar:

— Bom... O que eu queria perguntar é... – seus olhos castanhos, que eu quase não enxergo nesse breu do corredor, me fitam intensamente. — Quer namorar comigo? 

Por alguns segundos apenas o encaro, em êxtase, para logo depois dizer, totalmente feliz:

— Sim! Claro que eu quero!

Sua boca não demora a encontrar a minha. Meus olhos se fecham, e, de repente, a única coisa que existe sou eu, Diogo, e a letra da música tocando ao fundo:

But darling, just kiss me slow, your heart is all I own
(Mas querida, apenas me beije devagar, seu coração é tudo que eu possuo)

And in your eyes, you're holding mine
(E em seus olhos, você está segurando os meus)

Baby, I'm dancing in the dark with you between my arms
(Baby, estou dançando no escuro com você entre meus braços)

Nos afastamos, com as respirações entrecortadas, e eu apoio minha cabeça em seu ombro.

— Eu te amo – ele sussurra no meu ouvido.

— Também te amo – respondo, e, mesmo sem olhar, sei que ele está sorrindo. 

Diogo já tinha dito isso há mais de um mês atrás, no aeroporto. Essa é a segunda vez que ele fala, mas para mim é a primeira. E é tão bom botar o que a gente sente em palavras. É surpreendente como tudo se torna mais fácil quando é com alguém que você realmente ama.

Uma sensação boa toma posse do meu peito, e até sinto meu coração quentinho.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas absorvendo o momento, até que eu pergunto:

— Tá, mas... por que tivemos que vir até aqui para você fazer o pedido? – Ainda não entendi essa parte.

— A Cristine disse que seria romântico fazer o pedido no lugar onde nos conhecemos. – Ele dá de ombros, parecendo sem graça.

Eu apenas sorrio. Isso é bem a cara da Cristine. Um pedido épico (como ela mesma chamaria).

— Isso foi fofo – digo e ele sorri, ainda constrangido. — Que tal a gente voltar antes que alguém apareça? – dou a ideia. — Estou morrendo de medo que algum professor encontre a gente aqui, sozinhos. Sabe que eu sou uma aluna exemplar, não é? 

Ele ri.

— Tá bom. Vamos – fala, mas não me solta. 

— Quando você pretende me deixar ir?

— Nunca! – ele diz isso com tanta convicção que não posso deixar de dar risada.

— Estou falando sério, Diogo. 

— Tá bom. Mas que tal me dar outro beijo antes disso? – ele pergunta e eu sorrio. 

— Essa é uma ótima ideia.

Ele me abraça mais forte e, em seguida, me beija mais uma vez. 

Suspiro, satisfeita.

Vovó Rute tinha razão. O amor é feito das coisas mais imprevisíveis. 

 

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Sim, chegamos ao fim da história

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Sim, chegamos ao fim da história... Mas não precisa ficar triste! Meu plano, desde o começo, foi fazer um livro para a Heloísa, um para a Cristine e outro para a Alice. E o próximo livro já está em andamento! Alguém já tem palpites de quem será a protagonista?

Beijinhos e até o próximo livro ♡

31/03/2021

02/06/2022

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Where stories live. Discover now