Pronto

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Era um tribunal pequeno desta vez, não como o julgamento em que estivera em jogo a vida de Adam. Dean só trouxe Bob, Doc e Sam. Ele sabia sem ninguém ter de dizer que Jack não podia ser tolerado em parte alguma perto desses procedimentos. 

Gabriel teria que dar esse adeus por mim. Eu não poderia enfrentar aquilo, não com Jack. Pouco me importava que isso fosse covardia de minha parte. Não o faria.
Apenas uma lâmpada azul, um círculo baço de luz sobre o chão de pedra. Nós nos sentamos na orla do círculo de luz; eu estava só, os quatro homens diante de mim. Bob tinha até trazido a arma — como se fosse o martelo do juiz e tornasse a reunião mais
oficial. 

O odor de enxofre trouxe de volta os dias dolorosos do meu luto; havia certas lembranças que eu não lamentaria perder quando partisse. 

— Como está ela? — perguntei a Doc quando eles se instalaram, antes que
pudessem começar. Aquele tribunal era um desperdício da minha pequena reserva de tempo. Eu estava preocupado com coisas mais importantes. 

— Qual delas? — respondeu ele numa voz cansada. 

Eu o encarei uns segundos, e meus olhos se arregalaram. 

— A Sunny partiu? Já? 

— Adam achou que era cruel fazê-la sofrer ainda mais. Ela estava... infeliz. 

— Eu queria ter podido me despedir — murmurei comigo mesmo. — Desejar boa sorte. Como está Sarah? 

— Não reagiu ainda. 

— E o corpo da Curandeira? 

— A Laila a levou. Acho que foram pegar alguma coisa para ela comer. Elas estão tentando encontrar um nome provisório de que ela goste, para que a gente possa
chamá-la de alguma coisa a não ser o corpo. — Ele sorriu fatigado. 

— Ela vai ficar bem. Tenho certeza de que sim — disse eu, tentando acreditar nas minhas palavras. — E Sarah também. Tudo vai se arranjar. — Ninguém pediu que eu
explicasse minhas mentiras. Eles sabiam que eu estava dizendo aquilo para mim mesmo. 

Doc deu um suspiro. 

— Eu não quero ficar longe de Sarah muito tempo. Ela pode precisar de alguma coisa. 

— Certo — concordei. — Vamos acabar logo com isso. — Quanto mais rápido,
melhor. Porque não interessava o que fosse dito ali; Doc tinha concordado com os meus termos. E, ainda assim, havia alguma tola parte de mim que tinha esperança...
esperança de que houvesse uma solução que tornasse tudo perfeito e me deixasse ficar com Dean, Gabriel e Sam de um modo que absolutamente ninguém sofresse. Melhor acabar
com essa esperança de uma vez. 

— Certo — disse Bob. — Cas, qual é a sua posição? 

— Vou devolver Gabriel. — Firme, breve; nenhum motivo para argumentar contra. 

— Dean, e a sua? 

— Nós precisamos de Cas aqui. 

Firme, breve; ele estava me copiando. 

Bob aquiesceu para si mesmo. 

— Eis uma questão complicada. Cas, diga por que eu deveria concordar com você? 

— Se fosse com você, iria querer seu corpo de volta. Você não pode negar isso Gabriel. 

— Dean? — perguntou Bob. 

— Nós temos de pensar no bem maior, Bob. Cas já nos trouxe mais saúde e
segurança do que jamais tivemos. Ela é vital para a sobrevivência da nossa
comunidade... de toda a raça humana. Uma pessoa não pode ficar à frente disso. 

A Hospedeira/DestielWhere stories live. Discover now