Separado

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Nós trouxemos o nosso saque pela passagem sul, embora isso significasse que o jipe teria de ser removido antes do amanhecer. Minha maior preocupação quanto a usar a entrada principal era que a Buscadora ouviria a comoção que a nossa chegada seguramente causaria.

Eu não tinha certeza se ela tinha alguma ideia do que eu ia fazer e
não queria lhe dar nenhuma razão para matar sua hospedeira e a si mesma. A história que Bob tinha contado sobre um dos seus prisioneiros — o homem que havia apenas
desmaiado, sem dar nenhum indício externo da devastação desencadeada dentro do seu crânio — assustava meus pensamentos.

O hospital não estava vazio. Quando me espremi pela última e apertada bolha de espaço para chegar à sala principal, encontrei Doc se preparando para a operação. Sua escrivaninha estava arrumada; sobre ela, um lampião a propano — a melhor iluminação que tínhamos à disposição — esperava para ser aceso. Os bisturis brilhavam à luz azulada mais fraca da lâmpada solar.

Eu sabia que Doc concordaria com meus termos, mas vê-lo ocupado desencadeou em mim uma onda de náusea nervosa. Ou talvez fosse só a lembrança de ter ficado enjoado naquele outro dia, o dia em que eu o pegara com sangue nas mãos.

— Você voltou — disse ele, aliviado. Percebi que havia se preocupado conosco,exatamente do mesmo modo que todos se preocupavam quando alguém deixava a segurança das cavernas.

— Nós lhe trouxemos um presente — disse Sam, forçando caminho atrás de mim.

Ele se endireitou e apanhou uma caixa às suas costas. Com um floreio, ergueu-a,exibindo a etiqueta na lateral.

— Curar! — gritou Doc de alegria. — Quanto vocês conseguiram?

— Duas caixas. E descobrimos uma maneira muito melhor de renovar nossos estoques do que fazendo o Cas se esfaquear.

Doc não riu da piada de Sam. Em vez disso, virou-se para me encarar
penetrantemente. Nós dois devemos ter pensado a mesma coisa: Conveniente, já que ele não vai estar mais aqui.

— Vocês arranjaram os criotanques? — perguntou ele, mais tranquilo.

Sam notou a expressão e a tensão. Ele me deu uma olhada, o rosto impossível de ser lido.

— Sim — respondi. — Dez deles. Tudo o que cabia no carro.

Enquanto eu falava, Sam deu um puxão na corda atrás de si. Com um ruído de
pedra solta, a segunda caixa de Curar, seguida pelos tanques, se agitaram no chão atrás dele. Os tanques fizeram um ruído metálico, embora fossem feitos de um elemento que não existia neste planeta. Eu lhe dissera que não tinha importância tratar os criotanques vazios rudemente; eram construídos para suportar excessos muito piores
do que ser rebocado por um canal de pedra. Eles cintilavam no chão agora, parecendo lisos e imaculados.

Doc pegou um, soltando-o da corda, e revirou-o nas mãos.

— Dez? — O número pareceu surpreendê-lo. Será que achou que era demais? Ou pouco? — É difícil de usar?

— Não. Extremamente fácil. Eu vou lhe mostrar.

Doc acenou com a cabeça, seus olhos examinando a estrutura alienígena. Eu podia sentir Sam me observando, mas mantive os olhos em Doc.

— O que Victor, Benny e Bob disseram? — perguntei.

Doc levantou a cabeça, olhando-me nos olhos.

— Ele estão... de acordo com os seus termos.

Eu concordei com um sinal de cabeça, sem estar convencido.

— Eu só vou lhe mostrar se acreditar nisso.

— É correto.

Sam olhava fixamente para nós, confuso e frustrado.

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