Depois que passou a jornada de entrevistas, minhas férias realmente começariam e eu estou muito feliz em poder dormir o dia todo e usar somente camiseta e shorts.
Todos os meus amigos e familiares ja foram embora e eu e o Marcus vamos somente amanhã de manhã, dia 22 de dezembro, embarcar para o Brasil e descansar um pouco.
Agora eu estou saindo no prédio da Vogue e indo para casa para poder arrumar minhas malas, eu não vou levar muita coisa mas meu irmão pediu vários brinquedos de presente e eu tenho que dar um jeito de levar sem parecer que eu estou traficando brinquedos.
Eu sempre que posso vou de trem para casa, os táxis daqui pegam muito trânsito e eu quero mesmo dar uma passeada maior pela cidade, não que minha casa seja muito longe da Vogue, são duas estações de distância mas hoje decidi ir ao SoHo e ao Brooklin comprar algumas coisas.
Sempre que eu entro no trem alguma pessoa me reconhecem ou está usando alguma peça minha com a adidas, é muito legal ver como as pessoas realmente usam minhas roupas e como elas combinam com outras cores e peças que eu nem imaginaria.
Assim que eu sai da estação no Brooklin meu celular toca tirando toda a vibe do podcast que eu estava ouvindo.
"Oi meu amor"-a voz grossa do Marcus ecoou, nossa eu nunca vou me cansar de ouvir essa voz.
"Oi, você já chegou?"-perguntei.
"Estou no seu apartamento já, onde você está?"-ele respondeu.
"Acabei de chegar no Brooklin, vem me encontrar aqui? Nós podemos jantar em algum lugar legal"- por mais que nós tenhamos nos resolvido naquele dia, ainda estamos meio balançados.
"Vai estar na mesma loja de sempre?"- ele perguntou rindo.
"Você me conhece muito bem"-respondi.
"Tô indo"-ele respondeu e deu uma pausa "Ana eu te amo"- nessa meu coração derreteu todinho e foi embora com a neve derretida no chão.
"Eu também te amo".
[...]
Eu já estava 15 minutos vasculhando o brechó que eu sempre venho quando o menino alto e de sorriso grande entrou na loja.
-Eu estava com tanta saudades de você- ele me abraçou e me levantou do chão.
-Aí nem me fala- eu dei um beijo na bochecha dele e ele encaixou o rosto no meu pescoço.
A loja estava bem quentinha mas parecia que o calor do corpo do Marcus era o que eu precisava para me esquentar.
-Como foi a viagem?-perguntei me soltando dos braços dele-Como estão seus pais? E sua irmã?
-Estão todos bem e com saudades de você-ele respondeu sorrindo.
-Seus pais ainda estou bravos comigo?-por mais que ele diga que não, eu sei que eles não gostaram nada de ele ter entrado naquela briga.
-Eu já te disse que eles não ficaram bravos com você, se eles tinham alguma duvida do quanto você se importa comigo naquele dia ela foi embora-ele acariciou a minha bochecha com o polegar.
-Eu fiquei preocupada porque a cara deles não estava nada boa naquele dia.
-Assim como a sua não estava-ele riu- Athena fala até hoje que nunca viu você tão brava e sabe o que a minha mãe fala?
-O que ?-perguntei já gelando dos pés a cabeça.
-Você é como ela-eu respirei aliviada- Mas ela teria batido em mim, pelo susto e por ter feito ela pegar um avião até a minha casa-a risada dele preencheu todo o lugar.