Green Day

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Ally POV -

- Atrás de você, Jacob! - Meu pai exclamou. Porém, a luta já estava perdida. Chutei as costas de Jacob com força. Ele caiu de cara na areia da praia. O que fez Claire rir um pouco. Era nessas horas que ela se mostrava filha da Clarisse.

- Boa, Ally! - Thomas elogiou.

Estávamos treinando espadas e em questão de horas já havíamos aprendido dicas que em anos eu não teria percebido. Não era pra menos que meu pai era muito famoso no mundo dos semideuses quando se falava de espadas.

- Vocês podem descansar um pouco agora. - Percy disse.

Automaticamente todo mundo se jogou no chão, suados e exaustos.

- Eu preciso sair um momento. - Falei.

- Onde...? - Meu pai iniciou, mas não deixei ele terminar. Meu olhar já mostrava que eu não queria dar explicações.

Desarmei minha espada e dei às costas.

- Ally. - Senti Jacob tocar meu ombro.

Virei.

- Quer que eu vá com você? - Ele falou.

Ele parecia preocupado comigo. Então, assenti confirmando.

Então, Jacob me acompanhou.

Andei devagar até um lugar que eu precisava voltar pra colocar as coisas em ordem na minha cabeça. Jacob permaneceu calado. Ele realmente só estava oferecendo companhia.

Entrei na enfermaria em silêncio, com Jacob em meu encalço. Quase ao mesmo tempo, Will estava entrando.

- Olá. - Ele disse.

- Desculpa... Eu vim ver meu irmão. - Falei baixo.

- Bom, eu já o mediquei. Boa parte do veneno foi expulso do seu organismo... graças às filhas de Hécate e de Deméter, que me ajudaram.

- Você disse "boa parte"? - Jacob perguntou atrás de mim. - E a outra parte?

Will suspirou.

- A outra parte só depende dele. Mas, eu sinto que ele está lutando pra sair dessa.

Assenti.

- E Thalia e Grover?

- Eles estão bem. Thalia só estava desidratada e faminta com certeza. Ela estava a pelo menos dois dias sem comer. Já o Grover perdeu muito sangue. Os dois estão apagados. Bom, na verdade, os três. - Will apontou para Peter, ao dizer a última frase.

Suspirei e me aproximei da cama dele, me sentando na beirada.

- Bom, eu vou ver se consigo mais algum tipo de planta medicinal  no chalé de Deméter pra tentar limpar mais o organismo do Peter. Demorem o tempo que precisarem. Qualquer coisa pode chamar minha irmã. Ela está cuidando de alguns feridos na outra sala. Eu volto logo. - Então, Will saiu.

Toquei no rosto do meu irmão. Estava quente. Toquei em sua testa.

- Ele tá suando. - Falei.

- O corpo dele está passando por muitos problemas, Ally... O veneno daquele monstro não é nada fácil de suportar. Ele só está vivo agora porque o socorremos rápido. E temos o Will, o melhor médico semideus, do nosso lado.

- É verdade. - Confirmei.

Flashback ON -

- Ai! - Gritei e chorei. Chorei como se o mundo não houvesse amanhã.

Eu tinha 6 anos. E meu irmão, 7. Estávamos brincando de bicicleta no Central Park. Nossa mãe estava trabalhando nesse dia e nosso pai estava fazendo o que qualquer pai faria. Estava distraído com as músicas do celular e um pouco distante. No meio a tantas crianças brincando, ele não tinha visto minha queda.

Mas, na época eu era criança e nem havia reparado nisso. Só estava sentindo dor e assustada com o meu joelho todo ralado.

Berrei mais.

Algumas crianças pararam pra olhar e outras até riram.

Peter parou com a bicicleta dele na minha frente. Ele desceu dela e olhou feio pras crianças que riam, que logo se calaram.

Ele se ajoelhou e tocou na minha perna.

- Ei, Ally. Para de chorar, vai. - Ele deu um sorriso amigável.

Continuei chorando.

- Ei, não pensa na dor. Não pensa neles rindo não. Vamos brincar. - Ele falou. Parei para o observar. E ele percebeu isso. - Vamos pedir um sorvete pro papai?

Sorri. Seu carinho, sua simpatia me faziam bem. Desde sempre.

Confirmei com a cabeça.

- Obrigada, Peter. - Falei, tentando enxugar as lágrimas dos olhos.

Ele sorriu, amavelmente.

- Eu sempre vou estar com você. - Ele falou.

Flashback OFF -

- Eu também sempre vou estar com você, Peter. - Sussurrei. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. - E eu vou ser forte. Eu vou ser uma das melhores semideusas. Como nossa mãe. Como nossos pais são.

Senti mãos nos meus ombros.

- Com certeza você vai. - Jacob falou, atrás de mim.

Me levantei e me virei. Olhei seus olhos preocupados. Ele não era um idiota, afinal. Não era aquele idiota com ciúme do Andrew. Não era aquele cara ignorante. Não era aquele idiota bêbado que me beijou à força.

Pelo contrário. Ele ainda era o cara maravilhoso de sempre. Atencioso, educado, preocupado. E lindo, com aqueles cabelos loiros e os olhos azuis eletrizantes.

Quando me dei conta, já estava beijando seus lábios. Jacob se surpreendeu, mas quase que imediatamente já estava retribuindo o beijo e abraçando minha cintura. Puxei seu rosto pra mais próximo de mim e o beijei mais intensamente. Acabamos nos afastando depois por falta de ar.

- Hum... Nossa. - Jacob tentou falar.

- Eu te amo. - Falei. Pareceu algo meio precipitado e desesperador, mas não hesitei em falar. Eu já guardava aquilo há muito tempo pra esconder mais.

Ele não pareceu assustado. Pareceu aliviado. E sorriu.

- Eu também te amo. - Ele sussurrou.

Nos beijamos de novo, como se eu não houvesse amanhã.

- Sobrinho. - Dei um pulo e afastei meus lábios dos de Jacob imediatamente. - Os jovens de hoje em dia não perdem tempo hein?

Corei. Nos afastamos um pouco, sem jeito.

- Você acordou! - Falei, contente.

- Tia, dá um tempo. - Jacob falou.

Sorri.

Thalia Grace havia acordado.






Percabeth: Peter Jackson e o LegadoWhere stories live. Discover now