Cap. 42 - Não Posso Estar Doente

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Pov Camila Cabello

Izzy pegou uma gripe e demorou mais de uma semana para se recuperar. Então, os planos feitos com Lauren, de aproveitarmos a última semana e meia juntas, tornaram-se visitas dela para ver TV no sofá enquanto a Izzy me chamava no quarto dela a cada quinze minutos.

A noite em questão seria o nosso primeiro encontro depois daquela fase.

Izzy ia dormir na casa de uma amiga que estava fazendo aniversário, então teríamos a noite inteira juntas. Infelizmente, nem mesmo essa perspectiva excitante conseguiu me arrancar da cama naquela manhã.

Todos os ossos do meu corpo estavam doloridos. Eu estava me sentindo tão mal que tive que usar o meu celular para ligar para a Izzy do meu quarto para que ela se aprontasse para a escola.  Só a ideia de me levantar e ir até o quarto dela já me deixava exausta.

Ainda em negação quanto a ter pegado a gripe da minha enteada, cancelei as minhas consultas da manhã e voltei a dormir por algumas horas. A minha esperança renovou-se por volta de meio-dia, quando acordei e consegui ir ao banheiro, onde medi a temperatura. Estava com trinta e nove graus.

Não posso estar doente.

Tenho um encontro hoje e a Lauren vai embora daqui a três dias.

Uma onda de calafrios pareceu responder àquele pensamento – não o tipo de calafrio que eu sentia quando pensava na Lauren.

O meu cérebro queria se frustrar, mas nem energia para isso eu tinha. Só consegui engolir dois comprimidos de paracetamol e voltar para a cama.

Não tive forças para cancelar oficialmente o meu encontro com Lauren, até que ela me escreveu mais tarde.

Lauren: Use vermelho hoje.

A decepção se instalou. Era assim que as coisas acabariam entre nós. Não conseguiríamos nem nos despedir. Até a pele dos meus dedos doeu quando digitei a resposta.

Camila: O único vermelho que vou usar hoje é o da febre. Desculpe. Acho que peguei a gripe da Izzy.

Lauren: Que merda! Sinto muito. Precisa de algo?

Camila: Você tem uma pílula mágica para me curar?

Lauren: Vou me controlar e não dizer que tenho algo para você engolir que pode fazê-la se sentir muito melhor.

Sorri e balancei a cabeça.

Camila: Que bom que você não disse.

Lauren parou de escrever depois disso. Em qualquer outro dia, eu provavelmente passaria duas horas analisando cada detalhe das mensagens. Por sorte, eu estava sem energia para isso. A febre me derrubou e voltei a dormir mais algumas horas até o interfone me acordar.

Eu me arrastei até a porta, embrulhada no cobertor.

– Oi?

– Sou eu. – Era a voz da Lauren. – Trouxe uma canja para você.

Minha parte menininha queria correr para um espelho, lavar o rosto e limpar qualquer restinho de maquiagem. Mas minha parte doente mandou a parte menininha para aquele lugar.

Abri a porta e me encostei na parede, esperando o elevador chegar.

Mesmo doente daquele jeito, ver Lauren vindo na direção do meu apartamento acordou os meus sentidos. Ela estava de calça jeans e camisa com as mangas arregaçadas. E estava usando as botas que eu amava. Também estava carregando sacolas nos dois braços.

– Você está vindo direto da obra? – eu disse, olhando as botas.

– Não. Fiz uma reunião com o cliente, depois outra reunião com o departamento de construção. Estou de bota porque você gosta.

CAMREN: Amigas Com Benefícios (G!P)Where stories live. Discover now