Cap. 3 - Dançamos de Novo Mais Tarde?

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Pov Camila Cabello

Uma equipe estava trabalhando na futura noiva ao som das ondas de Jack Johnson. A enorme suíte estava cheirando a lilases – fragrância preferida da Dinah. Toda vez que passava pela rua das floriculturas em Nova York, na primavera, eu esperava encontrá-la na próxima esquina.

Quando Dinah me viu entrar, ergueu a taça de champanhe para o reflexo no espelho.

– Puta que pariu, eu vou me casar!

Em geral, qualquer coisa relacionada a casamento fazia emergir o meu lado mais amargo e pessimista, mas, pela Dinah, reprimi esses sentimentos. Peguei a taça da mão dela e sorri de volta.

– Puta que pariu, você vai se casar!

O cabeleireiro sorriu ironicamente e balançou a cabeça.

– Somos muito refinadas, sabe? – brinquei.

Dali a duas horas, minha melhor amiga estaria se casando com um cara rico, bonito, jovem, especializado em tecnologia e que beijava o chão que ela pisava. Estava muito longe de ser aquele meu embuste de casamento.

– Vi a Lauren seguindo você ontem – Dinah comentou. – Do jeito que ela estava em cima, a coitada da Cassie não tinha nem como competir.

Eu precisava beber uma mimosa para conseguir falar daquela mulher. Bebi
o drinque da Dinah e fui até o bar para encher a taça dela e pegar uma para mim.

– Você se lembra de quando eu tinha dezessete anos e fiquei a fim do Sr. Westbrook, o professor substituto de inglês?

– Como eu poderia esquecer? Ele tinha vinte e três anos e era maravilhoso.

– A Lauren... Bem, não sei o que pensar dela, pra ser honesta. Ela é safada, direta, insistente... e muito sexy.

– E linda, financeiramente resolvida, segura e MUITO sexy – Dinah acrescentou.

Suspirei.

– Sim. Tudo isso. Mas tem algo nela... algo que não consigo dizer o que é... que a faz ser tão proibida quanto o Sr. Westbrook era.

Os olhos de Dinah se dirigiram ao meu reflexo no espelho.

– Sério?

– Por que tá sorrindo, bobona?

– Ela é proibida porque te deu frio na barriga.

– Não deu, não – menti.

Nem sabia por que estava mentindo. Além do mais, o frio que ela me deu não era do tipo que costumava passar pela minha barriga... Esse frio eu senti um pouco mais embaixo.

– Deu, sim.

– Não deu, não.

– Então por que não ceder? Você acabou de dizer que a acha sexy. Você estava pensando em dormir com o Adam e ele não é nem de longe sexy como a Lauren.

Eu me lembrei das mãos dela no meu quadril na noite anterior e o frio começou a descer de novo. A sensação, somada aos argumentos da Dinah, provava uma coisa que eu não queria aceitar.

– Eu a acho metida demais.

– Você gosta disso. Aliás, todos as pessoas com as quais você saiu eram metidas.

– Exatamente. Chega de metidos.

Dinah deu um sorriso sapeca e falou para o cabeleireiro:

– Certeza que ela vai dar pra ela.

Ele olhou para mim, depois para a Dinah.

– Ô se vai.

Derek e Dinah casaram-se sobre uma falésia com vista para o mar. Apesar do meu desdém pelo casamento enquanto instituição, chorei lágrimas de alegria. Notei mais de um padrinho/madrinha com lágrimas nos olhos também. Uma delas, em especial, prendeu a minha atenção. Depois da segunda vez que
Lauren me pegou medindo o quanto ela estava linda, consegui evitar contato visual pelo resto da cerimônia e durante a primeira hora da festa. Não foi fácil, considerando que estávamos próximas por sermos, as duas, madrinhas do casamento. Mas consegui.
Até o momento em que estava dançando uma música lenta com o pai da Dinah.

– Posso interromper? – Lauren deu um tapinha no ombro do Mark. – Você está monopolizando a convidada mais linda.

O pai da Dinah sorriu e apontou o dedo para o Lauren.

– Sorte a sua ter dito "convidada", pois hoje é a noiva, minha filha, a mais linda de todas.

Os dois trocaram tapinhas nas costas e acabei nos braços de Lauren. Diferentemente do Mark, que manteve o corpo a uma distância
educada do meu durante a dança, Lauren usou uma das mãos para pegar a minha, enquanto deslizou a outra pelas minhas costas e puxou o meu corpo para junto do dela.

Droga, que sensação boa!

– Você está me apertando um pouco.

– É pra você não fugir de novo.

Joguei a cabeça um pouco para trás.

– De novo? Nunca fugi de você.

– Chame do que quiser, mas você tem me evitado como se eu tivesse algo contagioso.

Eu gaguejei:

– Você deve ter algo contagioso mesmo.

Ela me ignorou.

– Você está linda hoje. Gosto do seu cabelo preso.

– Obrigada.

Ela me puxou para mais perto ainda, o que me forçou a apoiar a cabeça no ombro dela, depois se inclinou para sussurrar no meu ouvido:

– Mal posso esperar para soltá-lo.

A mulher tinha "colhões", viu.

E por que, meu Deus, eu queria que ela realmente soltasse o meu cabelo?

– Você está doida. Desde que fomos apresentadas, tudo o que você me disse foi inconveniente.

– Então só você pode falar dos seus planos de transar com alguém? Eu não posso?

– Eu não falei dos meus planos de transar com ninguém.

– Você estava falando para a Dinah sobre dormir com o Adam quando nos conhecemos.

– Aquela era uma conversa particular.

Ela deu de ombros.

– Esta também é.

– Mas... – Fiquei perdida, em parte porque ela estava meio certa. Na minha cabeça, falar sobre dormir com alguém para uma terceira pessoa não tinha problema, mas era errado da parte dela falar de maneira tão direta para a pessoa com quem ela queria dormir. Não fazia muito sentido, mas me apeguei à seguinte lógica: – Você está sendo grosseira. Eu não fui explícita.
Não é o que você diz que é ofensivo, mas a maneira como diz.

– Então não gosta de falar sacanagem? Talvez você nunca tenha ouvido uma boa sacanagem.

– Já ouvi ótima sacanagem.

– Então você gosta?

A mulher era impossível. Felizmente para a minha sanidade mental, e também para a minha resistência, a música que estávamos dançando terminou e o DJ anunciou a hora do jantar. Mas Lauren não me soltou.

– A música acabou. Pode me soltar.

– Dançamos de novo mais tarde?

Dei um sorrisão.

– Sem chance.

É claro que Lauren gostou da minha resposta. Ela riu e beijou minha testa.

– Aposto que você é um vulcão na cama. Tô ansiosa para ver.

– Aproveite a festa, Srta. Jauregui.

Senti os olhos dela na minha bunda a cada passo que dei para sair da pista de dança.

*

CAMREN: Amigas Com Benefícios (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora