Capítulo 10

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Quando a porta da cafeteria se abriu e Meryl apareceu em seu campo de visão, Lauren precisou usar todo o seu autocontrole para não pular por cima do balcão e colocá-la para fora.

— O que está fazendo aqui? — indagou Lauren. — Pode dar o fora agora mesmo — exigiu ela.

— Nossa. Que belo modo de receber os clientes — disse ela, enfatizando a última palavra numa tentativa clara de relembrar o passado.

— Você não é bem-vinda aqui, porra — Emma interveio.

— Não se meta onde não foi chamada — seus olhos abandonaram as faces coradas de Emma e se voltaram para Lauren. — Quero falar com você.

— Vai continuar querendo porque eu não tenho nada para falar com você.

— Sendo assim, terei que falar com a minha querida enteada.

— Fique longe de Camila — alertou Lauren, incapaz de conter o tom possessivo e irado na voz.

Jurou para si mesma que estava apenas preocupada com o coração dela, e não com o seu.

— Tudo só depende de você.

— Você não vai conseguir tirá-la de mim, se é esse o seu plano — aquela possibilidade provocou um aperto em seu peito. Meryl deu uma risada, em seguida deu dois passos ameaçadores para frente.

— Quanto tempo você acha que vai levar até ela perceber que você não é nada daquilo que afirma ser?

Meryl estava trazendo à tona todas as suas inseguranças, abrindo feridas que Lauren tentava cicatrizar havia muito tempo.

— Nada disso é da sua conta.

— Aí é que você se engana — ela deu um sorriso desdenhoso e fez menção de dizer algo mais, contudo, o rumor provocado pela porta se abrindo atraiu sua atenção.

Ao se virar, Meryl deu de cara com Regina. Com os olhos estreitos e inquisitivos, Regina as observou por um instante e depois fechou a porta. Atravessando o salão com passos firmes, porém, lentos, ela parou bem diante delas.

— O que é que você está fazendo aqui?

— Imagino que o mesmo que você. Ou seja, parei para tomar um café. Foi isso o que você veio fazer aqui, não foi? — seu tom foi cordial, mas qualquer um que tivesse visto o olhar de desprezo , que ela lançou para a enteada, teria compreendido porque Regina a detestava.

— Meu pai estava feito um louco procurando por você.

— Oh, coitadinho. Ele não consegue viver sem mim, não é? — ela sorriu, e em seguida arrumou a bolsa no ombro. — Bem, é melhor ir. Tenham um ótimo dia, meninas.

Regina acompanhou os passos de Meryl com o olhar até ela desaparecer atrás da porta. Virando-se, seu olhar desconfiado se fixou em Lauren.

— O que ela estava fazendo aqui?

— Ela não te disse? — respondeu Lauren.

— Não pense, nem por um segundo, que eu acreditei no que ela disse. Então responde de uma vez o que droga ela estava fazendo aqui.

— Acho melhor você ir cuidar da sua vida — ela disse isso e saiu batendo a porta que levava aos fundos do local.

Regina olhou em sua volta, confusa. Em seguida olhou para Emma que tentava abafar uma risada. Ela estudou o rosto atraente. Os lindos olhos que ora pareciam verdes, ora pareciam azuis, estavam contornados por olheiras, como se ela não tivesse dormido o suficiente. Mesmo exausta, Emma continuava linda.

Mentiras de PrimaveraWhere stories live. Discover now