— Já sim – respondo e me levanto, colocando a mochila nas costas. — E preciso correr para pegar o ônibus das 12:30 – digo olhando para a hora no celular.
Faltam menos de 5 minutos.
— A gente te leva em casa – Diogo diz, também se levantando.
— Não precisa se incomodar, de verdade – dispenso, mesmo querendo a carona.
— Não é incômodo nenhum! A gente te leva – Alex insiste, e não volto a dispensar. Ser poupada do tumulto do transporte público é bom demais para se recusar, nem que seja por apenas um único dia.
Caminhamos em direção ao seu carro, estacionado do outro lado da rua, e Diogo abre a porta para mim. Ele senta ao lado do tio na frente e eu me aconchego em um dos bancos de trás, colocando o cinto. Em pouco tempo estamos pelas ruas de São Paulo.
•••
Porque ele me contou sobre sua mãe?
Essa pergunta não saiu da minha cabeça durante toda a viagem para casa. E continuo pensando nisso enquanto subo as escadas para o segundo andar.
Tudo que eu mais quero é encontrar o Diogo e perguntar tudo, mas acho que esse é o tipo de coisa que a própria pessoa decide dizer ou não.
Nós dois nem temos tanta intimidade assim. Foram só algumas aulas – que agora nem vão mais acontecer – e aquela tarde no shopping. Tenho certeza que ele só me contou sobre a mãe por precisar desabafar e eu ser a única por perto.
Abro a porta e entro em casa, encontrando vô Carlos na sua poltrona e tia Lúcia e vó Rute no sofá.
Os três estão vendo TV, mas assim que percebem minha presença desviam os olhos para mim e me encaram sem nem piscar. Eu franzo as sobrancelhas sem entender o motivo. Até olho para trás para conferir se não tem nenhuma assombração atrás de mim.
— O que foi? – pergunto aos três.
— Como assim o que foi? – tia Lúcia fala, levemente irritada. – Quanto você tirou na prova? A gente esperou a manhã toda para saber!
— Ah! – com a revelação do Diogo, acabei até me esquecendo da nota. Pego a prova na mochila e mostro para eles. — Tirei nove – conto, com um sorriso no rosto.
— Eu sabia que você conseguiria! – tia Lucia diz, contente, e se levanta para me abraçar.
Meus avós a seguem logo depois, e também me parabenizam depois de me soltarem de um abraço apertado.
— Precisamos comemorar! – vó Rute declara quando volta para o sofá.
— Não precisa, vó. É só uma nota. Vou precisar fazer muitas outras provas bem mais importantes e ainda mais difíceis que essa no futuro
— Mas é claro que precisa! – Claro que ela não iria desistir. — Vou fazer um almoço no sábado, com as comidas que você mais gosta. – Sorrio, começando a me animar com a ideia. — E você pode chamar o Diogo para vir tambem.
Franzo a testa.
— Chamar o Diogo? – pergunto, sem entender o motivo.
— Ele te ajudou, não é? – Concordo com a cabeça. — Então nada mais justo do que chamar ele para um almoço em agradecimento.
— O almoço não era em comemoração a minha nota?
— Vai ser para as duas coisas, Heloísa! – diz, com uma cara enfezada que me faz dar risada. — Manda uma mensagem para ele e o convide.
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Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01
Teen FictionO que você faria se um estranho descobrisse um segredo seu? Heloísa nutre um amor platônico pelo mesmo garoto há quase três anos. Ela nunca criou coragem para declarar seus sentimentos para Paulo, nem para contar sobre isso a ninguém. Mas ela não...
Capítulo 25 - Isso significa o que eu estou pensando?
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