Capítulo 25 - Isso significa o que eu estou pensando?

Start from the beginning
                                    

— Já sim – respondo e me levanto, colocando a mochila nas costas. — E preciso correr para pegar o ônibus das 12:30 – digo olhando para a hora no celular.

Faltam menos de 5 minutos.

— A gente te leva em casa – Diogo diz, também se levantando.

— Não precisa se incomodar, de verdade – dispenso, mesmo querendo a carona. 

— Não é incômodo nenhum! A gente te leva – Alex insiste, e não volto a dispensar. Ser poupada do tumulto do transporte público é bom demais para se recusar, nem que seja por apenas um único dia.

Caminhamos em direção ao seu carro, estacionado do outro lado da rua, e Diogo abre a porta para mim. Ele senta ao lado do tio na frente e eu me aconchego em um dos bancos de trás, colocando o cinto. Em pouco tempo estamos pelas ruas de São Paulo. 

•••

Porque ele me contou sobre sua mãe? 

Essa pergunta não saiu da minha cabeça durante toda a viagem para casa. E continuo pensando nisso enquanto subo as escadas para o segundo andar.

Tudo que eu mais quero é encontrar o Diogo e perguntar tudo, mas acho que esse é o tipo de coisa que a própria pessoa decide dizer ou não. 

Nós dois nem temos tanta intimidade assim. Foram só algumas aulas – que agora nem vão mais acontecer – e aquela tarde no shopping. Tenho certeza que ele só me contou sobre a mãe por precisar desabafar e eu ser a única por perto.

Abro a porta e entro em casa, encontrando vô Carlos na sua poltrona e tia Lúcia e vó Rute no sofá. 

Os três estão vendo TV, mas assim que percebem minha presença desviam os olhos para mim e me encaram sem nem piscar. Eu franzo as sobrancelhas sem entender o motivo. Até olho para trás para conferir se não tem nenhuma assombração atrás de mim. 

— O que foi? – pergunto aos três. 

— Como assim o que foi? – tia Lúcia fala, levemente irritada. – Quanto você tirou na prova? A gente esperou a manhã toda para saber! 

— Ah! – com a revelação do Diogo, acabei até me esquecendo da nota. Pego a prova na mochila e mostro para eles. — Tirei nove – conto, com um sorriso no rosto.

— Eu sabia que você conseguiria! – tia Lucia diz, contente, e se levanta para me abraçar. 

Meus avós a seguem logo depois, e também me parabenizam depois de me soltarem de um abraço apertado.

— Precisamos comemorar! – vó Rute declara quando volta para o sofá. 

— Não precisa, vó. É só uma nota. Vou precisar fazer muitas outras provas bem mais importantes e ainda mais difíceis que essa no futuro

— Mas é claro que precisa! – Claro que ela não iria desistir. — Vou fazer um almoço no sábado, com as comidas que você mais gosta. – Sorrio, começando a me animar com a ideia. — E você pode chamar o Diogo para vir tambem.

Franzo a testa.

— Chamar o Diogo? – pergunto, sem entender o motivo.

— Ele te ajudou, não é? – Concordo com a cabeça. — Então nada mais justo do que chamar ele para um almoço em agradecimento.

— O almoço não era em comemoração a minha nota? 

— Vai ser para as duas coisas, Heloísa! – diz, com uma cara enfezada que me faz dar risada. — Manda uma mensagem para ele e o convide.

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Where stories live. Discover now