Capítulo 25: Klaus

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Eu voei com a moto.

Estava morto de preocupação com Diego, mas estava três vezes mais com Lorena. Ela simplesmente não falou nada depois que eu disse que o irmão estava no hospital. Levantou e se vestiu às pressas. Saímos da cabana tão rápido que eu esqueci até de fechar a porta. Achei estranho ela não ter me perguntado o que exatamente Adônis tinha dito ao telefone, o que foi bom, já que Adônis tinha sido bem evasivo quanto a isso. Lorena entrou em choque desde a ligação dele, e ainda nem sabíamos de fato o que havia acontecido.

Diego tinha sido levado ao hospital de Burguesa, e isso em si já era preocupante, visto que para Burguesa só ia o que o hospital de Esperança não podia lidar.

Meia hora de estrada e paramos em frente ao Hospital Memorial Arthur Azevedo. Lorena pulou da moto e jogou o capacete em cima de mim sem nem me olhar. Eu não queria parar para prendê-los no elástico, então sai arrastando os dois de qualquer jeito. Corri para alcança-la, e quando ela parou na recepção eu deslizei no chão liso.

— Diego Sanchez. — Ela disse o nome à recepcionista, que teclou alguma coisa no computador e levantou a cabeça sorridente.

— Ele está em cirurgia no momento, mas a família está na sala de espera no segundo andar, corredor sete.

Ouvi a respiração de Lorena sair forçada, e pedi a todos os santos que o sorriso da atendente sumisse. Como alguém colocava uma mulher sorrindo para informar sobree um paciente em cirurgia?

— Eu sou a única família dele.

Lorena fuzilou a mulher, que pareceu murchar instantaneamente, e saiu pisando forte pelos corredores, procurando o elevador entre as placas. Eu queria que ela parasse um momento para respirar, mas ela não parecia estar disposta a isso. E quando achou a porta do elevador, ficou apertando o botão impacientemente. Segurei sua mão com delicadeza, mas ela a puxou de mim sem me encarar.

Quando o elevador chegou, nós subimos ainda em silêncio. Eu sentindo toda a tensão dela através dos seus poros. Querendo abraça-la e dizer que tudo iria ficar bem. Mas Lorena não é dessas que recebem abraços para se convencer de que as coisas ficariam bem. Era dessas que explodiam, e esse era o meu medo.

O que diabos havia acontecido com Diego?

Chegamos o corredor sete e a sala de espera logo em seguida. Por um momento pensei em encontrar os pais deles por lá, mas só Adônis e Marcos ocupavam o lugar. Ambos levantaram quando nos viram, e Marcos desatou a chorar. Nada bom. Isso não iria ajudar Lorena a se concentrar.

Ela deu a volta na mesa de centro e pegou Marcos pelos ombros, o sacudindo.

— O que foi que aconteceu?

O rosto de homem estava manchado pelas lágrimas. O casaco sujo e o rosto ferido e arranhado eram provas de que algo tinha acontecido a ele também.

Lorena esperou, mas Marcos não parava de chorar tempo suficiente para conseguir formular uma frase com sentido. Então ela explodiu.

— Fala, porra! — Ela gritou e uma enfermeira que estava passando pelo corredor parou para ver se estava tudo bem.

Eu me adiantei e puxei Lorena de cima de Marcos, que soluçava mais a cada minuto. Ela se desvencilhou de mim, de novo, e colocou a mão na cabeça, andando de um lado para o outro.

— Ele não vai conseguir falar se não estiver calmo, Lorena. — Falei firme, pegando um copo de plástico de um suporte e enchendo com água do filtro que estava no corredor.

Entreguei na mão de Marcos, que ainda chorava e tremia. Adônis me lançou um olhar nervoso, algo raro vindo dele, e foi quando me perguntei como ele tinha ido parar ali. Gravei na memória para perguntar depois.

A Mais Bela MelodiaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon