Capítulo 16

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Chris

Como alguém pode ser tão linda? Olho pra pequena encrenqueira na minha frente e em seguida olho pra sua boca que toda vez que a vejo tenho vontade de beijar. E quando estamos a centímetros de nos beijarmos, quando algum filho da puta grita.

- É assim que vão limpar essa sujeira? - fala a diretora. Oh mulherzinha demoníaca, tinha que aparecer logo agora.

- Foi ele que tentou me agarrar diretora, não posso ficar aqui sozinha com ele. - fala se fingindo de inocente, olho pra ela e sorrio, eu também sei brincar ruivinha.

- Eu te agarrei? Você que se jogou em cima de mim garota. - falo indignado, além de cantar super bem também sou um ótimo ator, ou melhor, sou ótimo em tudo o que eu faço. - Você sabe né diretora ela não é a primeira que tenta fazer isso. - me refero a briga que teve entre duas garotas por minha causa um tempo atrás, uma delas era a louca da Bella. A ruivinha mostra o dedo do meio pra mim e eu solto um beijo no ar pra ela.

- Vocês dois irão limpar isso o mais rápido possivel e eu vou ficar por aqui pra garantir que ninguém agarre ninguém. - não falei que essa mulher é demoníaca? Pena que tem um pequeno demônio ao meu lado também.

- Se é pra ficar aqui, pode tratar de ir  pegando uma vassoura e ir limpar o chão. Ninguém vai ficar sem trabalhar. - um demônio adorável.

- Eu sou a diretora dessa escola eu não vou receber ordens de uma aluna. - responde a diretora furiosa já, a ruivinha não tem medo de ser expulsa, eu acho.

- Então também não vai ficar aqui atrapalhando nosso serviço, que inclui se agarrar também. - tenho que segurar o riso, essa menina é maluca. - Você escolhe, ou fica e ajuda ou pode cair fora.

- Você não pode falar assim comigo, tá querendo ser expulsa mocinha? - agora a coisa vai ficar séria. Resolvo me intrometer.

- A ruiv... Mia tá certa se você ficar aqui vai atrapalhar, peça a um dos empregados pra nos supervisionar. Garanto que não vamos nos agarrar. - falo antes que aconteça uma briga entre as duas.

- Eu tenho trabalho a fazer por isso eu vou. Mas estou de olho em vocês. - fala e vai embora.

- Por que você tem que ser tão teimosa? Quer ir expulsa sua louca?

- Porque eu nasci assim e não posso mudar, e se eu for expulsa é bom que eu posso voltar para o Brasil. - quando ela falou isso eu congelei, ela não pode voltar para o Brasil, só faz uns dias que a conheço mas só de pensar que nunca mais irei vê-la algo em mim se entristece e não gosta nem de pensar nessa ideia.

- Você não pode voltar pra casa. - falei mais pra mim do que pra ela.

- E por que não? - pergunta erguendo o queixo e é impossivel não sorrir, ela é tão marrenta e isso me encanta. Tô parecendo um gay falando essas bobagens, prometo que vou parar.

- Porque aqui você tem o amigo mais lindo e divertido que poderia ter. - respondo sorrindo.

- E quem disse que eu não tenho amigos lindos e divertidos no Brasil?

- Você não faz o tipo que é amiga das pessoas, é quase impossível alguém te suportar por muito tempo. - menti só pra ver ela com raiva, adoro irritá-la, só que ao invés dela me bater ou me xingar como sempre faz ela fecha a cara e fala com frieza.

- Sabe também é impossível te suportar, então me deixa em paz. - pega uma vassoura e vai esfregar o chão, acho que ela se irritou pra valer dessa vez.

- Ruivinha. - chamo e ela não respondeu. - Me desculpa. - continuou calada, acho que a magoeei e agora me sinto o maior idiota na face da terra por ter feito isso.
- Ei eu tava brincando, você é a garota mais incrível que já conheci. - ela continuou me ignorando. Resolvi deixar ela pensando e peguei uma esponja e fui lavar as mesas. Depois de horas sem falar nada, terminamos de limpar tudo, vou até ela novamente. Estamos todos molhados, com os cabelos bagunçados, a roupa suja e  mesmo assim ela continua linda.

- Vamos, eu vou te deixar em casa.

- Não precisa eu tenho pernas. - respondeu grossa como sempre, mas dessa vez tinha uma frieza na sua voz.

- Ei me desculpa, eu só falei aquilo pra te irritar. É impossivel alguém não gostar de você. - me aproximo dela e coloco uma mecha do seu cabelo bagunçado atrás da orelha.

- Não, você está certo, eu não tinha amigos lá e nem queria ter amigos aqui. Eu sou a anti-social que não gosta de ninguém e que ninguém gosta de mim. Só que você e os outros idiotas não largam do meu pé. - falou com uma voz fraca, acho que é a primeira vez que a vejo assim tão frágil.

- Nós gostamos de você, até demais, não vamos te largar. Me perdoa por eu ter falado essa besteira. Agora vamos que eu vou te deixar em casa. - termino de falar e ouço um barulho estranho, acho que foi um trovão.

- Não podemos ir agora, eu tô com fome. Ouviu minha barriga? - fala rindo de se própria.

- Esse barulho foi sua barriga? - pergunto assustado o barulho foi muito alto.

- Não foi uma escola de samba que acabou de passar em frente a escola. - revirou os olhos, enfim ela voltou ao normal. - Faz horas que estou sem comer. - tiro o celular do bolso da calça e tinha várias mensagens dos meninos perguntando onde eu estava ou se eu tinha levado alguma suspensão, não respondi nenhuma. Quando olhei a hora já eram 2:20 da tarde, as aulas acabam ao meio dia demoramos demais por aqui.

- A cantina já está fechada, vamos pra alguma lanchonete.

- Você vai me deixar em casa aí a gente pede umas quatro pizzas e come por lá. - sorrio.

- E ainda reclama quando eu te chamo de gorda. - ela mostra o dedo do meio e murmura um 'imbecil', passo o braço pelo seu ombro e saímos da escola vazia, onde só restava nós e o porteiro.

E assim fomos pra casa dela, só que o único problema é que também é a casa da louca da Bella.

Apenas Uma Garota DiferenteWhere stories live. Discover now