20 | La belleza

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20 | La belleza - Marta Sánchez

 

Retomaram a caminhada de sempre no meio da floresta fechada. Estavam bastante animados e dispostos, depois de uma noite revigorante de sono. Alana seguia na frente com um comprido graveto na mão, Piro e Martin um pouco afastados a passo lento conversavam. Estava uma manhã levemente fria, o clima naquela floresta oscilava muito e por sorte o dia estava muito agradável para caminhar longas distâncias.

Alana por estar muito a frente pôde ouvir o suave som de água e direcionou-se para tal rumo. Apressou o passo e logo pôde avistar a água cristalina correndo sobre as pequenas pedras brancas e amarelas, mas em segundos Alana deparou-se com algo assustador que lhe fez ficar estática. Apenas conseguia mexer os olhos e os rapazes ainda estavam distantes e não a viam naquele momento de suplício. Somente ela via claramente aquele pequeno corpo entroncado. Depois de muito tentar, conseguiu mover os pés e dá alguns passos para trás.

Piro, ao perceber Alana andando de costas, correu ao encontro dela e também pôde visualizar o que os olhos aterrorizados dela assistiam. Assustados se agacharam perto de um pequeno arbusto. Estavam atônitos observando aquele ser a margem da água colhendo umas folhas. Rapidamente a pequena planta foi desfolhada, não sobrou uma folha naqueles finos galhos. O pequeno homenzinho não percebeu a presença deles, por estar de costas. A pequena estatura remetia a uma criança de 5 anos, porém seus traços denunciavam uma velhice precoce. Não parecia um anão porque tinha o corpo bem formado, retilíneos como de um adulto. Aquela cena para os três era um tanto quanto assustadora. O pequeno após colher suas folhas abandonou o local a passos rápidos. Instintivamente Piro tomou a frente e logo eles estavam o seguindo. Davam passos cautelosos para não chamar a atenção daquele pequeno humano. Entre tantas árvores grandes e pequenas, o pequenino ser quase se perdia de vista. Ele estava voltando para sua casa, deduzia Piro. A perseguição durou pouco, logo à frente a mata se abriu e o pequeno homem chegou a sua casa, que era um buraco no chão onde ele rapidamente entrou. Piro limitou-se a ficar abrigado na segurança da floresta e não invadiu o terreno daquele estranho.

— Meu Deus! O que era aquilo? – Balbuciou Alana, ainda aterrorizada.

— Não sei. Mas parecia um anão... Apesar de que tinha o corpo diferente...

— Piro, olhe! Tem mais deles saindo do buraco.

Uma onda fria de medo e aflição bateu em seus corpos como a maré violenta do mar em dias de ressaca. Perceberam que aqueles pequeninos olhavam na direção deles, como se os vissem claramente ali escondidos entre as árvores.

— Eles nos viram! Vamos correr. – Disse Piro pegando embalo.

Correram desesperadamente, quebrando os pequenos galhos com os seus corpos. Pulavam os troncos como numa corrida de obstáculos. Só pararam quando tiveram a certeza de que não estavam sendo seguidos.

— Que medo! – Confessou Alana recuperando o fôlego.

— Estão todos bem? – Perguntou Piro, averiguando os braços arranhados deles.

— Piro e agora o que faremos se eles vierem atrás de nós? – Martin logo percebeu a falta de algo. – Que buludo que soy! Eu deixei cair os sacos de dormir...

— Não se preocupe Martin, você não é um tonto! Buscaremos os sacos e correremos deles, com aquela estatura não podem nos alcançar! Mas devemos tomar cuidado não sabemos o que eles são. – Ainda continuavam com os corações acelerados, estavam sentados no chão a fim de se recompor.

De entre as árvores surgiu novamente à menina, que veio na direção deles.

— O que você quer menina? – Perguntou Martin levantando-se.

E o céu de Miramar?Where stories live. Discover now