16 | ¿Qué será de ti?

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16 | ¿Qué será de ti? - Melina León

 

Miranda despertou do seu sono revigorante. Levantou-se e foi preparar algo para comer. Algumas mangas estavam maduras; o animal encontrava-se coberto por uma manta, iria prepará-lo para comerem no almoço. Desembrulho o bicho e pegou na pata dele que se mexeu, abafou o grito de susto. Ele estava de olhos abertos, aquele olhar parecia transmitir alguma mensagem, mas aparentemente Miranda não compreendeu. Segurou o bicho pela pata, realmente estava morto. Averiguou que todos ainda dormiam e subiu na direção que Piro chegou pela noite e trazendo consigo a caça.

Transcorrido meia hora, Alana levantou-se, acordando os demais, e viu que a mãe não se encontrava na base. A princípio acreditaram que ela devia ter descido ao riacho. Comeram biscoitos e fatias de mangas. Piro não demorou muito para sentir a falta do bicho, mas não comentou com os meninos. Miranda não tardou a aparecer, vinha descendo trazendo lindos pedaços de madeiras cortados simetricamente.

— Olha o que eu achei! Lenha de primeira linha. – Gritou ainda distante.

Ao aproximar-se dela, Piro constatou o que havia presumido:

— Miranda isso é coisa de madeireiro. Onde achou isso?

— Estavam abandonadas lá em cima, só eram essas mesmo!

— Ah sim! Mas me diga uma coisa, você viu o animal que eu trouxe?

— Sim. – Ela jogou as madeiras no chão e limpou as mãos em seu jeans. – Eu o devolvi para a floresta.

— Como assim? Era nossa refeição!

— Depois do que eu vi você não iria querer comer a carne dele.

— O que viu?

— Ele deveria estar morto, porém seu olhar pedia clemência, como se estivesse vivo, fiquei aterrorizada com aquele olhar. Fica decidido que não comeremos carne por esse período. Pois até os olhos dos animais dizem algo.

— Miranda, não pode ser tão radical assim. Essa é a nossa base alimentar. Tudo bem de não caçarmos mais.

Conversaram por alguns minutos e decidiram partir outra vez em busca dos seus objetivos; munidos de água e lanches. Trocaram as últimas palavras:

— Piro, por favor, não demore a voltar hoje!

Quédate tranquila, quem canta? – Sorriu

— Essa é fácil você ama o trabalho deles: La Fábrica de Tangos!

— Curto muito. Então, não se preocupe, hoje voltarei cedo. Não  pretendo ir tão longe.

— Mãe, deixa ir com o Piro? – Perguntou Martin.      

— Você vai atrapalhá-lo!

— A senhora me trata como criança. Eu tenho 16 anos. Procurarei por suas formigas por lá. – O filho tentava convencer a mãe.

— Deixe, Miranda! O bom é que sua pesquisa será por duas rotas distintas.

— Agora vai ser o grupo dos meninos e das meninas?

— Vamos competir? – Disse Alana, bem animada. – Quem trouxer mais frutas ganha!

— Garota! Não viemos aqui para devastar a Amazônia!

— Bem falado, Miranda. Então ganha quem achar algo mais diferente que já viram, OK? – Propôs Piro.

— Eu topo! – Disse Alana, iniciando a competição olhando para seu irmão.

E o céu de Miramar?Where stories live. Discover now