E o céu de Miramar?

3 | Déjame vivir _ Shaila Dúrcal

"Procura-se mulher com idade entre

30 a 40 anos, de boa aparência,

para trabalhar em um novo ramo

de atividades econômicas.

Ótimo salário. 54 2291 83-09XXX."

Amaya, ao ler esse anúncio, fez um círculo em volta. Estava buscando novas possibilidades de trabalho e já havia circulado cerca de três. No entanto, aquela era a mais sedutora. Estava disposta a ligar e se informar melhor, tudo que ela queria era um ótimo salário. Acordara bem cedo e folheava o jornal, buscando ali, avidamente, um recomeço brilhante. Sonhava em ser uma pessoa notória e importante, queria fazer parte daquelas revistas que sempre lia. Iria se tornar uma pessoa badalada. Ah, sim, iria.

Os demais residentes da casa ainda não haviam despertado. O dia era convidativo para mudanças, porém somente Amaya desfrutava da delícia daquela manhã nublada. Amaya antes das oito já estava na rua, pois precisava urgentemente de umas roupas elegantes. Gastaria as últimas economias que eram para as despesas da clínica. E sem hesitação entrou numa loja de enorme vitrine, repleta de manequins esguios e bem trajados.

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Na casa, Solano despertou atordoado. Podia sentir que estava atrasado, ao seu lado só o vazio deixado por Amaya. Levantou-se rapidamente ao olhar para o relógio que lhe obrigava a correr bastante para não se atrasar ainda mais. Não iria tomar banho. Havia clientes esperando e precisava fechar um negócio urgente com aqueles que já o aguardavam em frente ao escritório.

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Piro se remexia na cama. Estava na hora de acordar. Passou todo o domingo sem ligar para Mika e ela também não ligou. Tinha de fazer algumas coisas pela manhã e à tarde iria para universidade. Não se apressou em levantar. O dia de temperatura fria fazia com que a cama fosse uma ótima companhia.

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Clara, até aquele momento, dormia tranquilamente. Já havia passado do horário de ir para o colégio. Nem mesmo iria. Passaria o dia todo fazendo umas pesquisas pessoais na internet, ela queria sua chance ao sol. Maio já se aproximava do fim. O período de frio estava apenas no início e acamparia naquela cidade por mais alguns meses.

Quase na hora do almoço e alguns já começavam a subir a escada do sucesso.

Amaya comprou araras de roupas. Solano conseguiu fechar o contrato, mesmo chegando atrasado. Piro teve uma ideia brilhante que colocaria em prática em suas férias e Clara conseguiu nortear sua vida.

Era inegável que o cãozinho havia deixado para trás uma enorme onda de determinação.

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Amaya esperou ansiosamente passar a hora do almoço para ligar ao anunciante daquele emprego. Chegou à sua casa e foi direto para o quarto experimentar com calma as roupas que comprara. Imaginava que não havia ninguém em casa e, por isso, não se preocupou em fazer o almoço. Comeria algumas empanadas mais tarde.

Às catorze horas em ponto estava completando a ligação e do outro lado soou uma voz feminina e suave atendendo.

— Boa tarde, é referente ao anúncio — informou Amaya.

— Ah, sim, claro. Boa tarde. É para você mesma?

— Sim.

— Tem o perfil citado no anúncio?