15 | Pierdo el tiempo

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15 | Pierdo el tiempo - Nena Daconte

 

Solano olhou para o relógio, mais um dia de trabalho chegava ao seu fim. E já poderia ir embora. Por sorte e empenho tinha conseguido vender quase todas as frações do shopping no tempo estabelecido pelo chefe. Para cumprir a meta, trabalhou exaustivamente. Às vezes lhe percorria ondas de responsabilidade, às vezes não e se fazia de rogado e navegava no puro ócio injustificável. Saiu do escritório. Precisava ir à sua casa pegar algumas peças de roupas, pois as que tinha já estavam um tanto conhecidas. 

O avião tinha apresentando problemas e pousaria em Mar Del Plata. Ornella ansiava chegar logo em Miramar. Havia passado três corridos dias em Buenos Aires, cuidando de encontrar o terreno para fazer as medidas e as fotos que Bridget solicitou. Agora mais algumas horas de ônibus e poderia entregar o fruto da sua viagem e descansar um pouco. Iria direto para a casa de Bridget.

— Bridget, espero que as fotos estejam de acordo com suas necessidades, pois fiz diversos cliques e até consegui uma foto aérea do terreno. Consegui contratar um topógrafo ótimo. Ele me ajudou bastante a me localizar na capital e conseguiu o helicóptero para a foto aérea. Posso dizer que o terreno é maravilhoso e tem uma vista para o mar, apesar da distância. Acredito que será um empreendimento esplêndido.

— Sem dúvidas, Ornella. Estou dedicando todo o meu talento para esse projeto. Trabalharemos com valores surreais. Teremos muitas responsabilidades daqui para frente. É provável que após esse trabalho eu pare de trabalhar!

— Sério? – Ornella não se sentiu muito confortável com o comentário.

— Sim! Ganharemos tanto dinheiro que não precisaremos mais levantar uma caneta. Mas temos um longo tempo de árduo trabalho até esse momento mágico.

— Pois bem, tratarei de descansar a partir de agora então.  – Sorriram. Ornella fez menção de levantar-se. – Ah! Antes que eu me vá, já tem algo definido para mim nessa semana?

— Estou analisando alguns projetos e decidindo para quem vou entregar, possivelmente te passo amanhã.

— Perfeitamente. Agora vou para meu hotel pegar uma hidromassagem, estou muito necessitada. – Mais uma vez sorriram descontraidamente.

Despediram-se.

Solano estacionou o carro em frente a sua residência oficial, como se fosse um visitante. Não quis fazer uso de sua vaga na garagem. Ao sair do carro já pôde perceber o velho freezer ao lado do carro de Piro. Não quis pensar naquilo, só veio até ali somente para pegar umas roupas. Destrancou a porta e foi recebido por uma massa de ar quente saindo daquela casa. Esperou o ar circular um pouco por aquele cômodo e entrou, mas ainda sentia o ar saturado da sua inabitada casa. Subiu diretamente para o seu quarto. Ao passar por frente à porta do quarto de Clara, parou para ver a bagunça sobre a cama da moça, ali pôde pensar, “tenho uma filha”. Resolveu adentrar e averiguar o que se passava, já há algum tempo não a via.

Algumas peças de roupas no chão, cobertas reviradas e notou uma porta do closet aberto, aquele cenário denunciava alguma coisa, foi quando concluiu que a filha não habitava mais aquela casa. Passou a mão pelo cabelo e saiu do quarto, sem esboçar nenhuma emoção.

Entrou em seu quarto e foi direto ao closet ver se Amaya também tinha partido. Mas para sua surpresa tudo dela ainda se encontrava ali. Tratou de achar uma mala e recolher as suas vestes mais novas.

Ornella, ao se direcionar para o hotel, sentiu uma necessidade de passar em casa. Portanto, mudou a direção do volante e como um imã foi atraída até lá. Logo entrou na rua que sempre daria na sua casa. De longe avistou um carro estranho estacionado a sua porta. A curiosidade lhe percorreu instantaneamente. Subiu com seu jaguar sobre a ressecada grama e parou atravessada sobre a faixa de pedras que ligava a rua a garagem. Saiu bem depressa do carro e direcionou-se para a porta. Já com as chaves na mão notou que a porta estava apenas encostada. Entrou mencionado o nome de Clara com a voz suave.

E o céu de Miramar?On viuen les histories. Descobreix ara