24 | Cometas por el cielo

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24 | Cometas por el cielo – La Oreja de Van Gogh

 

Caminhavam na direção que Zeca havia indicado. Tinham bebido já um pouco da água da botija, pareciam estarem livres dos efeitos de Isaac. A floresta se abriu, parecia uma estrada, mas não havia sinais de trânsito por ali. Mas resolveram caminhar por aquela extensão, que provavelmente levaria a algum lugar relevante.

— Estão cansados? – Perguntou Piro, andando no meio daqueles dois.

— Estou bem, Piro! Espero que não passemos o dia andando. Eu ainda me sinto confusa!

— Também estou confuso, Alana. É como se eu estivesse dormido por muito tempo, mas acordasse ainda com sono. – Martin comentou o que sentia.

— Logo chegaremos... – Piro não sabia onde, mas tentava acalmar aqueles dois. – Vejam lá frente. – Correram até o ponto onde iniciava os trilhos de ferro e madeira.

            — Aqui passa trem?

— Pelo que eu sei não existe trem na Amazônia. É muito estranho isso. Vamos seguir! Quem sabe mais a frente possamos encontrar algum vilarejo e alguém que possa nos falar algo.

Caminharam por poucos minutos e deparam por uma imagem surreal. Uma velha estação de trem desativada com algumas pessoas.

— Esperem! Realmente estão vendo aquilo? – Piro quis se certificar de que não estava vendo uma miragem.

— Sim! É uma estação. Vamos lá falar com eles? – Pronunciou-se Martin.

— Estou achando estranho tudo isso. Não me lembro de nada sobre trem no mapa.

— Piro, talvez estejamos fora do Brasil.            

— Não sei, Alana. Mas vamos tentar falar com eles e descobrir esse mistério.

Aproximaram-se daquela cobertura enferrujada, haviam algumas pessoas sentadas. Piro pediu para os dois aguardarem um pouco distante para ele ir averiguar do que se tratava. Ao subir àquela estação pôde ver os rostos sem expressão de índios e índias, mas a frente em outro banco estava algumas pessoas que remetiam totalmente o semblante daqueles zumbis. Piro percorria toda aquela extensão, havia alguns quiosques fechados. Como se houvesse realmente atividade ali. Aproximou-se de uma daquelas figuras indígenas e atreveu-se a tocar e percebeu quão duro era. Aquilo lhe arrepiava. Ao olhar para trás estava sendo seguido por Alana e Martin.

— Eu não disse para vocês ficarem lá? – Repreendeu em tom baixo.

— Estava demorando muito e como não vimos eles se movimentarem resolvemos vir.

— Piro, o que significa isso?

— Olha, Alana, boa pergunta. Não sei o que pode ser. Mas acredito que eles foram empalhados e postos aqui, como se fosse um museu de cera. Isso é muito bizarro.

— O último quiosque está aberto. – Afirmou Martin olhando para o final da estação.

— Cuidado! Vamos até lá, mas se mantenham um pouco afastado de mim. OK?

Ouviu um falso sim e caminharam até aquele ponto. Piro averiguou superficialmente que não havia ninguém ali. Tinha algumas coisas velhas nas prateleiras, uns instrumentos cirúrgicos sobre a bancada. Piro colocou a botija sobre o balcão e percebeu um velho mapa preso na parede.

— Vou tentar pegar aquele mapa. – Disse entrando naquele habitáculo de ferro.

Cuidadosamente retirou aquele papel da parede e logo estavam relaxados estudando o mapa, sobre o balcão. Estava muito desatualizado, mas serviria de base para se localizarem.

E o céu de Miramar?Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt