Mal tinham voltado para a festa e encontraram seus amigos, e Draco já estava de volta com eles. Quando elas chegaram os olhos do menino brilharam e ele deu um suspiro aliviado:
- Que bom que chegaram! Esta na hora da dança, Aurora, você vem dançar comigo né?
- Claro. - Ela concordou, passando sua taça para Pansy. - Vamos nessa.
- Vem, meus pais querem nos falar algo antes. - Ele ofereceu o braço.
Aurora enlaçou o braço no de Draco, e enquanto andavam, ela olhou para trás e deu um sorrisão para Pansy, fazendo a menina dar risada.
- O que aconteceu com ela? - Blasio pergunta.
- Aurora? Ela esta bêbada.
- E esta indo dançar uma valsa? - Oliver arregala os olhos.
- Ah ela não sabe dançar nem sóbria, o que tem de surpresa? - Da de ombros. - E outra, sobre Draco Malfoy, ela agora esta deixando rolar.
Os dois olharam para a menina, vendo que ela mesma não estava lá tão certa.
- Foi você que disse isso pra ela né? - Blasio pergunta, mesmo sabendo a resposta.
- Com toda a certeza. - Garantiu, orgulhosa, então sorriu para eles. - Ótimo não é?
- Você acha que mandar Aurora toda cheia de confiança e bêbada para cima do Draco no meio de uma dança na frente de toda essa gente é ótimo? - Oliver pergunta, baixinho. - Sabe quem tem duas opções aqui, né? Ou isso vai dar muito certo, ou muito errado.
Pansy somente cruzou os dedos, sorrindo animada, torcendo muito para dar certo.
Enquanto isso, Draco e Aurora andavam juntos até ao lado da banda, aonde Lucio e Narcisa estavam esperando. Sorriram quando os dois chegaram.
- Ótimo. - Lucio diz. - A dança vai começar logo.
- Quero vocês logo atrás da gente, lembrem, é um evento na base de classe e elegância, então por favor, mantenham isso em mente. - Narcisa pede. - O baile será lá fora, venham, atrás de nós.
Eles foram apressados para trás do casal, Aurora segurou um pouco do vestido para o lado, o outro braço no de Draco. A musica parou, o maestro pegou a varinha, encostando no pescoço, fazendo sua voz se espalhar pelo lugar:
- Senhoras e senhores, agora iremos para o baile anual. Por favor, todos sigam a família da casa, os Malfoy, acompanhados por Aurora Slytherin.
A musica começou a tocar levemente, mas não era deles, vinha de lá de fora.
Aurora e Draco começaram a andar, seguindo cada passo de Narcisa e Lucio a frente deles. Abriram caminho entre os convidados lentamente, os rostos firmes para frente, e quando chegaram la fora, Aurora pode ver a decoração melhor.
Havia o chafariz da mansão, no centro do campo de grama extremamente bem aparada, e ao redor, uma grande porção vazia, dando lugar para dançar, rodeada de mesinhas e cadeiras. No ar, flutuando delicadamente, havia luzinhas douradas iluminando o lugar, como as nuvens sempre cobriam aquela parte do lugar, as luzes agora pareciam estrelas no céu.
Uma banda estava ali fora, tocando, e assim que os dois casais se posicionaram pelo lugar, um casal de cada lado, o segundo maestro ergueu a banda, fazendo o som crescer, dando começo a dança.
Draco fez a reverencia, então, uma de suas mãos segurou uma de Aurora, a outra segurando a cintura da menina, o pano fino fazia possível sentir sua pele quente por detrás. Aurora descansou a mão livre no ombro de Draco, e assim, eles começaram a se movimentar.
- Quer tentar guiar dessa vez também? - Draco pergunta, lembrando do ano passado.
- Seus pés não aguentariam mais um round de eu te pisoteando. - Ela sorri, divertida. - Uma vez foi o bastante, e acho que seus pais iriam matar a gente se ousessemos fazer isso.
- Provável. - Ele da um passo para trás, fazendo Aurora girar, a trazendo para perto de si em um puxão firme, voltando a dança. - Mas não pode negar que foi divertido.
A mão de Draco tinha voltado para a cintura de Aurora, e ela sentia os dedos longos firmes em seu vestido, podia sentir o calor dele em sua pele, o que fez a menina errar uma respiração, ficando entrecortada. Olhou para o garoto, seu rosto era firme, suas feições para ela, a todo caso, eram relaxadas e com um sorrisinho tranquilo, que fazia Aurora sentir suas pernas tremerem.
- É sempre divertido dançar com você. - Ela confessa, fazendo o menino sorrir mais ainda.
- Eu te digo o mesmo.
- Até mesmo com eu pisando nos seus pés?
- É o charme. - Ele da risada, concordando.
A menina sorri mais ainda para ele, podia ver as luzinhas refletindo nos olhos de tempestade, brilhando para ela. Talvez seja o vinho falando, mas ela sentiu uma vontade imensa de simplesmente se jogar nos braços dele, ainda mais do que já estava.
- Ta me encarando. - Ele avisa.
- Não posso mais? - Levantou uma sobrancelha.
- Muito pelo contrário, pode sim. - Sorri. - Mas me deixa sem jeito.
- Por que? - Se interessa.
- Por que... - Suspirou, o vinho que tinha tomado ajudava as coisas a serem ditas, e ele gostou disso. - Você é linda de mais, e quando me olha assim eu fico... Nervoso, sobre o que eu estou fazendo, ou o que eu estou falando. Mas você já sabia disso.
- Não. - Ela nega, encantada com cada palavra. - Eu não sabia.
O garoto da de ombros, se esforçando muito para falar e continuar guiando a dança, sentia que todos os olhos estavam neles, mas ao mesmo tempo ele não ligava para isso. Poderiam estar com milhões de pessoas os olhando, estava tão focado nos olhos de Aurora, que era como se estivessem sozinhos. So eles e a musica.
- Acho que sempre foi assim, de algum jeito. - Ele diz. - Começou comigo querendo te impressionar, você sempre foi difícil de impressionar, eu queria ser o melhor em tudo, e você sempre era a melhor. - Deu uma risadinha. - Não se impressionava nem um pouco comigo! Era um desafio, e eu adorava cada detalhe disso. E então, você virou minha melhor amiga... A melhor pessoa do mundo pra mim, e eu adoro falar sobre qualquer coisa com você, mas cada vez que ficávamos mais próximos, algo diferente aparecia para mim. Você é uma caixinha de surpresas pra mim, eu sempre acho algo novo, e de algum jeito, eu amo cada coisa que eu encontro no caminho.
Aurora tinha um sorrisinho persistente, suas pernas ainda estavam trêmulas, e sentia que as borboletas em seu estômago tinham acordado. Estava focada nos olhos de Draco, agarrada ali ela podia sentir que conseguia continuar dançando e falando.
- Acha que ainda pode amar mais coisas? - Aurora pergunta. - Por que eu tenho descoberto coisas diferentes em mim, sobre o que eu sinto, sobre você... É confuso.
- É confuso. - Ele concorda, sabendo exatamente do que ela estava falando. - Acho que nós não somos as pessoas mais fáceis do mundo, é bem confuso, tudo isso novo em mim.
- Mas tem como fazermos ficar menos confuso? Tem como a gente se acertar juntos nisso?
O garoto sorriu mais ainda, os olhos brilhando para Aurora, não precisava mais das luzes do lugar para estar brilhando.
- Tem todo o jeito do mundo da gente se acertar juntos nisso.
Aurora sorriu, as borboletas subindo por todo o canto de seu corpo, o cérebro leve, seu corpo quase flutuando do lugar. Seu rosto estava próximo do de Draco, mesmo que ele fosse mais alto do que ela, e o garoto parecia estar na mesma pagina que ela, os olhos brilhantes, podia sentir todo o corpo esquentar.
As pessoas olhavam para os dois casais, eles sabiam disso, tinham que dançar no tom da musica e estavam muito fora de ritmo, mas essas informações pareciam tão pequenas e tão longe dali, tão insignificante.
Seus olhos estavam grudados um no outro, presos em um mundinho so deles. Era um mundo cheio de borboletas dentro deles, com mentes tão leves quanto balões, e luzinhas douradas que faziam seus olhos brilharem. Era Paraíso, com toda a certeza.
A musica parou do nada e uma explosão de aplausos apareceu, os tirando com força do Paraíso. Deram um passo para trás, se separando, cortando contato. Mesmo assim sorriram um para o outro, parecendo felizes e satisfeitos, com os corpos quentes e as mentes avoadas.
Ah, o que um pouco de álcool não fazia.
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