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Draco tinha passado sua vida toda ao lado de Aurora, já ouviu ela falando língua das cobras milhares e milhares de vezes pelos anos que se passaram, ele era familiarizado com aquilo. Não leve para o lado errado, ele nunca fazia ideia do que estavam falando e também não tinha jeito de descobrir se Aurora não o contasse, mesmo assim, se ouvisse o som ele poderia saber se era ou não era língua das cobras.

Snape é claro sabia disso, tinha certeza que Draco tinha prestado atenção em Aurora enquanto ela falava aquela língua estranha, e tinha acertado. Confiando nisso, Draco foi capaz de sair da Câmara Secreta, ir até a sala de Snape, pegou a maleta preta, e voltar para a Câmara. Como Draco tinha observado muito a ofidioglota ao seu lado, ele improvisou uma lingua das cobras ali mesmo.

Não fazia ideia do que raios ele tinha falado, podia ser abra, podia ser oi, podia ter xingado alguém sem querer. De qualquer modo, era algo, e tinha dado certo, a porta se abriu.

Correu apressado pra dentro da Câmara, subiu a escada e foi direto para o quarto aonde Aurora estava. Quando entrou, todos estavam ali, Aurora ainda estava deitada na cama, um paninho molhado em sua testa, Snape ainda murmurava coisas, enquanto os amigos estavam todos no canto, juntinhos e de rostos tensos.

- Você trouxe? - Snape pediu.

- Sim senhor. - Estendeu a maleta. - Está aqui.

- Abra e pegue poção para dormir, o corpo dela precisa de descanso.

Draco abriu rapidamente e passou pelas poções, havia pequenos papéis grudados nas rolhas fechando os potinhos, neles havia escrito o que cada um era. Draco sabia bem o que Snape estava procurando, algo para dormir, mas não por muito tempo ou iriam dar falta deles por aí. Pegou uma poção pequena, de aparência rosada bem claro, então a abriu e foi pra perto da cama.

- Somente um pouco. - Snape diz.

Draco concordou. Aurora estava bem quietinha, seus olhos estavam fechados mas ela estava acordada, só na tinha energia o suficiente para falar algo. Estava ouvindo tudo, e sentiu quando Draco chegou perto de sua cama, abriu a boca levemente, esperando a poção. Ele derramou um pouquinho do líquido rosado pra dentro da boca de Aurora, e ela engoliu, fechando a boca de novo. Draco fechou a poção e olhou para Snape:

- E agora?

- Esperamos. - Guardou a varinha. - Vamos deixar ela descansar um pouco, quando acordar vamos dar um tônico pra se sentir melhor. Por hora, vamo deixá-la quieta.

- Podemos esperar na biblioteca. - Blasio diz. - Tem sofás por lá, podemos esperar enquanto ela está dormindo.

- Ótimo.

Snape virou as costas para sair, os outros foram logo atrás dele, mas Draco não se deu ao trabalho. Deu a volta na cama e se sentou ao lado de Aurora. Pansy olhou para trás antes de sair:

- Vai ficar com ela?

- Claro que vou.

- Avise quando ela acordar. - Pediu, então conseguiu dar um sorrisinho. - E se for chorar de nervoso, faça em silêncio.

Draco sorriu pra amiga, uma risadinha leve. Pansy saiu do lugar, deixando Aurora já adormecida, e um Draco muito tenso.

Draco ficou em silêncio olhando Aurora ali ao seu lado, não se moveu muito, não disse nada, só ficou ali, a observando, com medo de a acordar sem querer. Deu um suspiro leve e baixinho, sem querer a acordar, pensou se realmente não tinha mais nada que ele pudesse fazer. No final das contas, não tinha.

Ficou quietinho em silencio por um bom tempo, esperando Aurora acordar, gastou seu tempo lendo um livro que ele tinha pego da biblioteca particular de Salazar, e já tinha lido uma boa parte dele quando Aurora começou a mostrar os primeiros sinais de que estava despertando.

Slytherin Heir - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora