Dancing with the Devil

By larrysindromw

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É 1967 e Harry está cansado de ser o menininho religioso que todo mundo tira sarro. Cansado de Deus fingindo... More

Prólogo
Prólogo II
I. "Invocação"
II. "Deus te abençoe"
III. "O mal em pessoa"
IV. "Menino favorito"
V. "Ataque do Coração"
V. "Ataque do coração II"
VI. "Os Castrati"
VI. "Os Castrati II"
VII. "Língua afiada"
VII. "Sharp Tongue II"
VIII. "Dançando com o Diabo I / II"
VIII. "Dançando com o Diabo II / II"
X. "Amar o Diabo dói"
XI. "Halloween"
XII. "Confissões da meia-noite"
XIII. "Fogo Interno"
XIV. "O Príncipe do Inferno"
XV. "Puro mas Culpado"
XVI. "Destruidor de corações"
XVII. "Na hora da minha morte"
XVIII. "Lá em baixo"
XIX. "Lar, não tão doce, lar"
XX. "A promessa do diabo"
XXI. "Pelos bons tempos"
XXI. "Pelos bons tempos II"

IX. "Troca de almas"

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By larrysindromw


N/a: gente eu errei socorrkkkkkkkk era hoje att não quinta mds enfim comentemmm amo que amo ler oq vcs escrevem

**

Honestamente, Harry pensou que não seria capaz de dormir naquela noite. Depois de fazer amor, ele sentiu como se não pudesse dormir nem por um segundo. O diabo havia dito que ele seria o humano mais amado do mundo... Mas "hoje". Só por hoje.

E isso não tinha saído de sua cabeça. No entanto, os braços quentes e confortáveis ​​de Louis envolveram seu corpo de uma maneira que o fez se sentir protegido. Ele estava com mais sono do que nunca, e mesmo que Louis pudesse estar brincando com ele, ele estava cansado demais para começar a chorar ou se despedir adequadamente do - até então- amor de sua vida, mesmo que ele também fosse o único que acabaria o matando.

O mais velho passou as pontas dos dedos quentes pelo braço pálido e macio do garoto, que estremeceu com o toque enquanto sua visão ficava cada vez mais nublada. Quando percebeu, ele havia adormecido.

E ele acordou no dia seguinte

A dor que ele sentia em seus músculos era inexplicável, o peso que estava sentindo em seu corpo e a inquietação em seu peito o tornavam pior. Os cobertores cobriam sua figura e a da pessoa que o abraçava por trás, o que tornava tudo mais quente. Tirando o desconforto que ele carregava, ele estava realmente feliz. Ele havia beijado pela primeira vez, havia feito amor pela primeira vez, e tudo com Louis. Com o diabo.

Nada poderia dar errado mais.

Ele se mexeu um pouco quando sentiu a mão do diabo acariciando sua barriga. Claramente ele estava acordado... Ele sequer dormiu?

Ele ainda estava vivo ou tudo isso era uma ilusão?

"Mh.." Louis solta um som depois de cheirar os cachos de Harry. "Você cheira como meu. Eu te fiz meu" Ele diz.

Ele puxa o corpo do garoto encaracolado, que começa a se virar até encarar o corpo nu do homem mais velho. Seu ouvido não produz mais esse som estranho, e agora ele pode olhar nos olhos do mais velho quantas vezes quiser. No entanto, ele se sente muito envergonhado para fazer isso, mas ele continua olhando para seus lábios. Louis toma isso como um sinal e não se recusa a deixar um beijo suave nos lábios de seu garoto favorito, que parecia um pouco perdido em pensamentos. O diabo se afastou um pouco para observá-lo, esperando que ele falasse.

"Eu ainda estou vivo..."  disse o encaracolado, piscando devagar e timidamente, passando os braços em volta do pescoço do diabo assim que ele se aproximou e começou a deixar beijos quentes na pele do pescoço do menino.

"Sim."

"N-nada aconteceu comigo." ele gaguejou. Ele ainda sentia medo, e era como se Louis pudesse sentir quando ele abraçou sua cintura melhor. Ele afastou o rosto do pescoço do garoto e eles se entreolharam pela primeira vez no dia. "Por quê?"

Novamente eles continuaram a observar os olhos um do outro por alguns segundos. O Diabo suspirou, sorrindo com uma lentidão delirante antes de virar um pouco o corpo do garoto, deixando-o de costas na cama e se deitando em cima. Ele acariciou sua coxa com cuidado, acariciando o membro de Harry sob os lençóis. O menino olhou timidamente, mordendo o lábio inferior para não suspirar como um bobo.

O rosto de Louis desce lentamente até a orelha, mordendo suavemente o lóbulo do adolescente. "Porque eu quero assim e eu posso." ele simplesmente respondeu.

Em parte, Harry tem medo disso. Ele acha que poderia morrer a qualquer momento, sem uma justificativa válida, apenas um "porque eu quero e eu posso".

"Oh "ele diz, agarrando-se ao pescoço de Louis quando ele se afastou um pouco apenas para olhar em seus olhos. Harry se atreveu a erguer o olhar, cruzando o olhar com o do Diabo

"E eu vou aproveitar você um pouco mais... Porque eu quero e eu posso." Sem mais delongas, ele pega os lábios do garoto entre os seus, beijando-o lenta e profundamente.

Harry suspirou, seguindo o ritmo muito melhor do que antes. Menos nervoso, mais relaxado, protegido entre os braços daquele que causava os seus maus sentimentos, mas o fazia sentir muito bem também.

Suas línguas se acariciaram entre pequenos sons que Harry soltava, ambos com os corpos pressionados um contra o outro, com Louis esfregando suavemente seu membro com o do seu garoto, amando o jeito que ele parecia tão pequeno e delicado sob seu corpo, entre seus braços.

"Oh, porra" ele  xingou, virando-se e colocando uma carranca em seu rosto. Harry olhou para ele com medo, temendo que tivesse feito algo errado, mas as batidas na porta não lhe deram tempo para perguntar.

"Harry! Você está acordado?" A voz de sua mãe se fez presente.

Harry olhou para o diabo, que beijou os lábios do garoto novamente, sinalizando para ele ficar quieto. O encaracolado obedeceu e continuou o beijo, amando a sensação das borboletas na barriga.

A maçaneta da porta gira de repente, sem sucesso. A porta ainda não se abre e tudo graças à fechadura que Louis trancou em sua mente durante o sexo... isso era estranho de dizer.  "Harry! Você está acordado?"

Eles continuaram se beijando. Harry sabe que Louis acha que ela vai desistir, mas ele conhece sua mãe, e ela não vai embora até receber uma resposta. No entanto, ele continua sendo obediente e não recusa os beijos que o diabo lhe dá.

"Filho? Harry!"

Louis se afasta com um rosto sombrio. "Responda." Ele comanda em um tom frio de voz. A pele da criança fica arrepiada e o diabo parece notar.

Ele limpa a garganta antes de responder. "Estou indo mamãe."

"Abra a porta, querido." pergunta Anne, girando a maçaneta inutilmente algumas vezes.

"Hum... Minha cabeça dói um pouco." Ele mente, e o diabo sorri de lado, encantado. "Posso dormir por mais vinte minutos?" Louis levanta as duas sobrancelhas, como se perguntasse se ele realmente quis dizer isso. Isso não seria suficiente para tudo o que o diabo queria fazer com o menino. "Trinta?" Harry oferece hesitante, inocentemente.

O mais velho revira os olhos e coloca um rosto sombrio antes de deixar beijos suaves nos lábios do sua menino favorito. Oh, foda-se. Ele iria brincar com esse tempo, não queria desperdiçar o menino mais puro do mundo, nu, que estava em seus braços.

"Doce, temos que ir à igreja." Sua mãe insiste em um tom doce.

"Eu sei, mamãe. Só um pouquinho, posso?" Harry quase implora contra os lábios do diabo, que empurra seus quadris contra os do garoto, tirando um suspiro dele.

"...OK." Anne concorda. Louis imediatamente começa a beijar o garoto. "Só um pouco. Trago o café da manhã em meia hora. Mas nós vamos à igreja, você me ouviu, Harry? Nós iremos."

Ele ignora a ordem de sua mãe porque está muito perdido nas carícias que o diabo dá em seus lábios e na maneira como os dedos dele se movem em direção a sua entrada, acariciando-a.

"Lou." ele solta, seus olhinhos se fechando assim que dois dedos entram nele, começando a se mover, lenta e delirantemente.

Pequenos gemidos escapam de seus lábios, abrindo mais as pernas e sentindo uma leve camada de suor cobrir seu pequeno corpo, enquanto o diabo continua a beijar seus lábios e tocar seu ponto doce com a ponta dos dedos. Ele sentiu Louis afastar o rosto um pouco, como se o estivesse observando. Então, carinho em seus cachos e suspiros profundos do mais velho estavam presentes.

"Você parece tão... corrompido por mim." O Diabo diz, descendo para beijar os lábios de seu garoto favorito quando ele começa a esfregar seu quadril, o menino está cego pelas ondas de prazer que o invadem com uma lentidão delirante.

Minutos depois, ele chega ao clímax pela segunda vez em sua vida. Ele gostaria de sentir essa sensação deliciosa pelo resto de seus dias, ele se tornou viciado nela.

Harry é puxado para o peito de Louis, e ainda não consegue acreditar na situação em que se encontra. Ele nunca imaginou que invocaria o Diabo, que lhe venderia sua alma, sem mencionar que muito menos imaginaria que ficaria tão loucamente apaixonado.

O medo de que Louis não o amasse tinha sumido do seu peito, ele tinha que parar de pensar nisso, ou então ele enlouqueceria com o passar dos dias. "Vai acontecer o que tiver de acontecer" e ele tentaria esperar pacientemente.

Aproveite o que está tendo.

O mais velho acariciou a bochecha vermelhinha do menino, fazendo com que o garoto levantasse o rosto e os dois se entreolharam por alguns segundos. O diabo deu um suspiro profundo antes de balançar a cabeça negativamente.

"O que foi?" Harry não pôde deixar de mostrar sua preocupação, corando e inclinando um pouco a cabeça.

O silêncio se torna presente por apenas alguns segundos antes de Louis decidir contar a ele.  "Sua família suspeita."

É como se o ar na sala estivesse desaparecendo lentamente, e a cabeça de Harry - que estava doendo desde que ele acordou - estava prestes a explodir. Ele se viu tremendo como uma folha segundos depois de ouvir isso, e o Diabo não demorou em puxa-lo para mais perto, começando a beijar seu pescoço.

"...O-o que?"

"Eles suspeitam que tenha algo de errado com você." Ele disse com os lábios colados na pele do garoto. "Eles não sabem o quê, mas sabem que há algo. E eles vão ficar ainda mais desconfiados agora, porque você está horrível."

A garganta de Harry pareceu se fechar quando seu corpo congelou e milhares de inseguranças pairaram sobre sua cabeça; Inseguranças sobre ele, seu corpo, sua personalidade, sua inocência e seu jeito desajeitado que ele odiava tanto.

No ensino médio, ele quase sempre ouvia que ele não era bonito, ou riam dele por ser o menino de dezesseis anos mais baixo da turma, ele tentava não ligar muito. Mas, Louis dizer a ele que ele parecia horrível, foi um golpe muito baixo.

Louis levanta o queixo de Harry com a mão enquanto vê as lágrimas se formando nos seus  olhos verdes. Ele não pode deixar de sorrir de lado. "Meu garoto favorito está duvidando da sua beleza?"  Ele não pôde evitar. Ele se aproximou lentamente e beijou uma lágrima, saboreando a tristeza do encaracolado. "Só por causa do que eu disse?"

"S-sim."

O sorriso de Louis desaparece lentamente quando ele conecta seu olhar ao de Harry. E o mais novo percebe que o Diabo está prestes a dizer algo que deveria ter ficado em sua cabeça. Ele parecia ofendido e indignado, por algum motivo.

"Que essa seja a última vez que você pense que eu te ache algo ao menos perto de desagradável. Você é a coisa mais preciosa e pura que meus olhos já testemunharam."

As bochechas de Harry parecem prestes a explodir de tão vermelhas quando ele rapidamente enxuga as lágrimas e timidamente desvia o olhar. Por alguma razão, Louis falando com ele dessa maneira o faz lembrar que ele está exposto, nu contra seu corpo, e sente que está se afogando em vergonha, embora ele também não planeje se mover.

"D-desculpa"

Louis solta o seu queixo e o abraça mais contra ele depois do pedido de desculpas. Por alguma razão, ele parece que o perdoou. Esse homem precioso era realmente o diabo?

"Você está horrível só porque estou aqui há muito tempo. Estávamos mais perto do que deveríamos estar e eu entrei na sua cabeça. Você parece muito doente." Ele diz, observando em detalhes o rosto do garoto. Pálido, de olhos vazios, mais magro, com olheiras. Fraco.

"Você entrou na minha cabeça?" Surpreso e incapaz de entender a referência, ele apenas pisca lentamente e olha para Louis, que fica olhando fixamente para ele nos olhos. "Como?"

O sorriso malicioso do diabo o faz suspirar quando ele se aproxima da sua orelha esquerda, beijando-a. É um verdadeiro alívio poder ouvir uma voz tão bonita sem o bipe.

"Você realmente acha que sua primeira vez não iria doer?" Ele não pode deixar de lamber atrás da orelha, o que faz todo o corpo do garoto estremecer. "Eu fiz você olhar nos meus olhos para entrar na sua cabeça para que você não sentisse dor."

Oh

Foi meio esmagador. Era como se estivesse sido possuído.

"Ah... uau." O diabo se afasta e olha nos olhos dele. Harry está imerso em seus pensamentos enquanto abaixa o olhar para o tronco do mais velho, cheio de tatuagens. Ele continua acariciando com a ponta do dedinho indicador, a mão descansando no estômago do diabo. Ele finalmente suspira. Ele não para de pensar. "Lou... O que vamos fazer? Como eu vou à igreja? Assim que entro, começo a vomitar ou sufocar. Não quero sentir isso de novo."

"Você não vai" Ele o acalma imediatamente, fazendo-o fechar os olhos e suspirar de alívio. Um problema a menos. "Eu vou embora."

Seus olhos se abrem imediatamente e suas mãos automaticamente vão para os bíceps de Louis, segurando-os e rapidamente balançando a cabeça.

"O que? Não não não. Fique, fique comigo."

"Garoto, acredite, eu adoraria ficar e ver o rosto de todos se soubessem que eu sou real, mas não é assim tão fácil."

Não desde que você finalmente é meu, e eles podem te machucar.

Harry está prestes a começar a chorar. "Não quero que você vá embora... A última vez foi horrível."  Sua voz treme e seus olhos se enchem de lágrimas. Louis olha para ele de uma maneira neutra, querendo que ele continue dizendo como foi  ficar sem ele. Ele precisava saber. O caçula engole com força e abaixa o olhar. O nó na garganta não desaparece. "Quero dizer, fiquei aliviado por não sentir o mal-estar ou o bipe constante no meu ouvido. Mas o vazio que senti no meu peito... foi insuportável."

Ele parece não perceber como os músculos do diabo se contraíram, ou como ele pareceu ficar congelado, imóvel. Ele até parece perdido em seus pensamentos, como se soubesse de algo ou estivesse tramando alguma coisa. Harry se assusta quando sente o frio o atingir. Louis parou de abraçá-lo e saiu da cama. Ele se veste com tanta rapidez que Harry fica impressionado, fechando os olhos quando sente uma forte tontura e os abrindo novamente.

"Você está indo embora?" ele pergunta com uma voz rouca enquanto esfrega o corpo com cobertores. Ele se vê tremendo e não sabe se é o frio ou o medo do vazio que sentiria.

"Sim"

Ele parece sério, frio, enquanto vira as costas e abotoa a camisa até o fim, arrumando a gola.

"Eu disse algo errado? Eu exagerei, não foi? Me desculpa. E-eu não quis ser desrespeitoso."

Quando Louis se vira e observa seu garoto favorito, tão pequeno e frágil, com o corpo dentro dos cobertores, as bochechas coradinhas, os olhos cheios de lágrimas e os cabelos encaracolados bagunçados, ele não pode deixar de caminhar em sua direção para se inclinar e começar a beijá-lo.

Ele o beija lenta e profundamente, enfiando a língua e segurando o seu rosto veemente. Harry imediatamente se agarra ao seu pescoço, precisando de mais. Louis não pode deixar de mimar seu garoto favorito

Eles permanecem se beijando por um longo tempo, perdidos nos lábios um do outro, nas carícias que davam um ao outro. Finalmente, Louis morde o lábio inferior do garoto, que abre os olhos devagar e parece confuso, quente e com lábios vermelhos.

"Volto em um dia" ele diz, sorrindo de lado.

Ele não pode deixar de soltar um gemido quase inaudível. "Tudo bem." Ele finalmente concorda, embora ainda discorde.

Louis deixa um último beijo em seus lábios e se afasta, caminhando para um canto da sala e ficando lá, observando seu menino. Harry continua fazendo beicinho, tentando não chorar.

"Volto mais cedo do que você pensa"

Ele assente lentamente antes de piscar, e finalmente Louis não está mais lá. Seu primeiro suspiro se torna estranho, e novamente há aquele vazio que não o deixa em paz.

Mas um pouco mais forte.


A mãozinha de Harry bate rápida e silenciosamente na porta, apressando-se e olhando paranoicamente ao redor, com medo de se cruzar com sua mãe ou pai, embora ele provavelmente o ignorasse.

A porta finalmente se abre, revelando sua irmã, Gemma. "Harry, o que...? Oh meu Deus. Você está horrível!"

"Shh!"

Ele rapidamente entra no quarto sem sequer pedir permissão. É bonito, rosa, cheira bem e há maquiagem na cama. Perfeito! Ele está prestes a ir pegar , mas sua irmã puxa seu braço depois de fechar a porta e colocá-lo na frente dela, segurando-o pelas bochechas com cuidado.

"Hazzie. O que está acontecendo? Você está..."  Sua voz balança um pouco, balançando a cabeça. "...Você não estava assim ontem. Você não fica assim há semanas e agora está ainda pior."

"Eu sei eu sei." Ele tenta tranquilizá-la, tocando nas mãos da irmã, mas elas estão congelantes e ela fica ainda mais horrorizada. "Eu só não dormi bem. Com toda essa coisa de Brad, meu apetite se foi e eu estou tentando usar roupas largas para não preocupar a mamãe." Que bom mentiroso. Se eu gostasse de mentir, estaria orgulhoso de mim. "Eu também passei maquiagem."

Gemma, agora mais calma, não pôde deixar de rir baixinho, encarando o irmão com uma leve carranca. "Você é uma mulher ou um homossexual? Você não pode usar maquiagem."

Ele não culpou sua irmã. Embora ele nunca tivesse seguido a opinião de sua família sobre homens que gostavam de homens, ou homens que usavam maquiagem e supostas roupas femininas, Gemma seguia. Muitas crianças e adolescentes pensavam o mesmo que ela, e tudo por causa de seus pais.

Harry deu um exemplo para si mesmo: sua mãe havia lhe ensinado que, quando ele acordava, ele precisava tomar banho, mas muitas pessoas não faziam isso. É assim que todos criam seus filhos, mas, honestamente, ele espera que o que Fionn disse sobre as coisas mudando no mundo se torne realidade.

Que os homens usariam maquiagem e não seriam taxados de homossexuais por causa disso, ou que a homossexualidade não seria considerada um pecado mais. Que não haverá roupas com gênero, mas sim simplesmente roupas.

"Eu sei, Gemms." Ele sorri falsamente, fingindo concordar. Gemma vai para a cama e se senta, observando o irmão. "Mas se eu não usar, mamãe vai se assustar."

"A mãe já está assustada. Senta." ela diz enquanto procurava na maquiagem algo que funcionasse para o irmão.

Harry senta na frente de sua irmã mais velha, observando enquanto ela pega algo como um batom, de cor clara, e começa a fazer linhas no seu rosto, segurando-o pelo queixo.

"Por que a mamãe está assustada?"

"...Você promete não dizer nada? " O nervosismo se estabeleceu no estômago do menino ao mesmo tempo em que ele assentiu. Enquanto isso, sua irmã esfregou o dedo indicador por todo o seu rosto. "Ontem fomos à reunião em família. Deveríamos conversar sobre assuntos da igreja, e a tia e tio conversariam sobre Brad." Ela diz e Harry fecha os olhos enquanto Gemma passa o dedo pelas pálpebras dele. "Não foi o que aconteceu. Mamãe e papai comentaram sobre o quão estranho você está, em como os médicos dizem que você não tem nada e em como você parece muito doente e está agindo diferente. Eles dizem que você está com algo ruim."

Harry abre os olhos novamente quando sua irmã se afasta, mostrando um pouco de medo.

"Algo... ruim?"

"Sim. Que você tem algo ruim e que eles precisam tirar isso de você."

De alguma forma, a raiva começa a surgir de seu corpo a tal ponto que ele sente que está começando a suar. Milhares de imagens de alguém - qualquer um - levando Louis do seu lado o invadem, fazendo com que ele sacuda a cabeça com raiva. "Isso é... idiotice." Ele cuspiu.

Sua irmã o olha seriamente por um tempo antes de se levantar. Logo houve batidas na porta. "Crianças, café da manhã. Venham."

Harry está prestes a se levantar, mas é abruptamente empurrado de volta para a cama, pego de surpresa e olhando um pouco assustado para sua irmã. A irmã dele aponta o dedo indicador para ele enquanto olha nos olhos dele. "É melhor você saber no que está se metendo."

Ele pisca lentamente, surpreso. "...O que?"

"Meu irmão teria começado a chorar, com medo de que realmente houvesse algo de errado com ele." Ambos se entreolham por alguns segundos enquanto os olhos de Harry ficam lacrimejantes. Ele abaixa o olhar rapidamente. "Não estou dizendo para não fazer o que você quer, estou dizendo para saber no que você está se metendo. Porque eu... eu não tenho medo de você."

"Gems..."

"E eu não vou te apoiar, Harry. Seja o que for, sendo algo errado, eu não apoio." Finalmente, ela começa a juntar a maquiagem e Harry usa a deixa para sair do quarto rapidamente antes que ele comece a chorar.

O café da manhã foi estranho, pois Gemma não tirou os olhos do irmão nem por um segundo enquanto tomavam chá e comiam. Sua mãe parecia radiante, feliz por Harry não ter o rosto de um monstro - embora ela não soubesse que ele tinha e só o escondeu-o sob uma camada de maquiagem - e não estava possuído o suficiente pelo Diabo. (quando ele realmente estava possuído pelo Diabo de todas as maneiras que você poderia imaginar) para não ir à igreja.

Eles finalmente foram à igreja. Seu pai se recusou a levá-lo a princípio; isso foi algo que deixou Harry triste. Anne o convenceu com um sussurro no ouvido e eles foram silenciosamente em direção à casa do Senhor. Sem música, sem Dominique. Apenas um silêncio desconfortável, e Harry sabia que era ele que tornava a situação desconfortável.

A missa estava quieta. O tio, a tia e os primos de Harry estavam lá, olhando pelo canto do olho para o garoto.

Eventualmente, todos começaram a ir para a saída quando acabou, mas Anne levou Harry para conversar com o padre e havia mais uma razão para nomear esse dia: "Eu minto e faço isso muito bem"

"Harry Styles." Ele chama a criança com olhos acusadores. Não, talvez ele só esteja muito paranóico. "É um prazer tê-lo de volta à casa do Senhor. Quais foram as razões da sua ausência?"

A boca de Harry se abre para responder, mas sua mãe decide fazer isso por ele:

"Harry não estava se sentindo muito bem atualmente.." Havia angústia e um vazio em seu peito. Louis, volte .  "Acho que ele poderia fazer uma confissão. O que você acha Harry?"

Não não não não. Não!

"Eu não sei, eu ..." Ele ri baixinho, tentando encontrar uma maneira de sair dessa situação sem ter que sair correndo ou algo assim.

"Eu tenho tempo. Harry, venha comigo, por favor." O padre diz rapidamente, acenando para aquele "armário" (Harry o chamava assim) onde as pessoas confessavam.

Ambos entram depois que Anne segue a sua família para o lado de fora. Não resta mais ninguém na igreja, apenas um profundo silêncio e o eco da voz do padre quando ele começa a falar.

"Vamos orar primeiro."

O homem mais velho começa a orar em voz alta, e Harry finge segui-lo. Ele não pode, simplesmente não é certo. No final, o silêncio está presente novamente, e Harry decide quebrá-lo e tenta não parecer suspeito.

"...Padre? O que faço se não tiver nada ... nada a dizer?" ele gagueja um pouco enquanto mexe nervosamente nos seus suspensórios pretos.

"Você não quer confessar nada?"

"Não." Ele responde rapidamente.

"Sua mãe disse que você está angustiado." Harry encolhe os ombros. "Você tem alguma coisa para confessar?"

"Hm...Sim, mas todos temos segredos." Ele diz, tentando provar que não era necessário revelá-los. Era verdade. Todo mundo tinha segredos e também tinha o direito de não querer dizer.

"Está tudo bem, Harry. Você pode me dizer. Você fez algo errado? " O padre usa seu tom de bondade, mas é falso. Não porque o homem não é gentil, mas ele simplesmente não acredita no padre.

"Não"

"Você tem certeza?"

Não

"Sim"

"Tudo bem". Harry observa de lado como o homem se acomoda em seu lugar. Um suspiro sai de seus lábios. "Algo que você se arrepende?"

Eu matei meu primo, matei duas pessoas que não sabiam o que estavam fazendo, dei um ataque cardíaco no meu pai e agora ele me odeia. Minha irmã não confia mais em mim, minha família fala pelas minhas costas. Maquiagem é para mulheres, homossexualidade é errado. Não deveria estar fazendo isso.

"Não"

"Harry ... para confessar que você deve dizer a verdade."

Ele fica tão nervoso que suas mãos começam a tremer. Ele precisa de proteção, ele não quer se sentir assim.

"Eu estou dizendo." Ele tenta parecer honesto, mas não consegue.

"Eu sei o que você tem. Eu vi." Seus olhos começam a se encher de lágrimas. Como ele pode estar tentando disfarçar isso? "Eu vejo isso em você."

"Eu não tenho nada, senhor." Sua voz se eleva um pouco, em pânico.

"Não ouse mentir na casa do Senhor." Ele começa a soluçar quando a voz do padre também aumenta."Confesse"

"Eu não-"

"Confesse agora."

Ele está prestes a começar a chorar muito e realmente confessar. No entanto, um vento forte sopra dentro da igreja e todas as velas se apagam. Eles são deixados no escuro, exceto pelas janelas próximas ao teto. O frio começa a se fazer presente, os pelos de seu pescoço se arrepiam.

Harry aproxima o rosto da porta e fica surpreso ao ver uma figura alta coberta com uma capa preta no banco onde ele estava sentado durante a missa. Suas costas atingem o armário e ele começa a respirar rápido.

"O que? O que está acontecendo?"

"Fique aqui e não saia até eu mandar."

"O que? Não. Não é possível. Esta casa é abençoada." Ele balança a cabeça rapidamente, também grudando no armário.

"P-por favor, fique aqui."

Harry abre a porta lentamente ouvindo como chia. Ele treme como uma folha ao vento, sem tirar os enormes olhos verdes da figura alta e aterrorizante que permanece como se fosse uma estátua. Ele não para de se aproximar, e é aí que a suposta Morte se levanta, fazendo com que ele pare. Seu coração bate muito rápido, sua cabeça dói.

"Você veio atrás de mim?" A figura nega lentamente antes de levantar o braço exageradamente longo, apontando um indicador fino e pálido para o armário. O frio aumenta em seu corpo. "Por quê? " A coisa não responde. Harry balança a cabeça em negação. "Se você o levar... tudo ficará óbvio demais."

A morte continua em silêncio, e o garoto encaracolado se assusta ao que a figura aponta para o armário novamente, apenas mais abruptamente, impaciente para pegar o que lhe pertence.

"Eles vão pensar que eu o matei, e tudo vai piorar. Você quer que Louis fique bravo?" Finalmente, a morte abaixa o braço, permanece imóvel por alguns segundos e caminha inesperadamente em direção ao confessionário. Harry rapidamente fica na frente, morrendo de medo. "Não! Você vai não vai levar ele." E firme, ele decidiu fazer algo que não achava que se arrependeria. "Não vou permitir. Eu não vou deixar você fazer isso."

É quando as mãos dessa coisa sobem para o capuz da capa e o abaixa lentamente. Um homem careca e esquelético olha para ele. A coisa mais intrigante e bizarra é que tem os olhos de Harry. Quando seus olhos encontram os falsos, a adrenalina viaja através de seu corpo. Imagens estão presentes em sua cabeça, momentos felizes, momentos de dor. Eles são poucos, mas são importantes. Ele sente como se seu coração fosse levado com um punho e apertado com força. Ele não consegue respirar e sente a cabeça voando em mil pedaços.

Ele pisca e as velas acendem novamente. Não há nada na frente dele, apenas fumaça escura e quando ele respira de repente, ele balança e cai para trás. Ele não desmaia, mas está quase.

Ele não é  mais o mesmo.

O padre deixa o confessionário rapidamente e não se importa com as ordens da criança. Ele se aproxima do último e se ajoelha, sacudindo-o.

"Harry?" Quando ele o vê tão perdido, ele o sacode novamente, desesperado, aterrorizado. Ele ainda não conseguia acreditar que o que viu era real. "Harry! Eu vou buscar seus pais. Sim, eu vou." O homem está prestes a se levantar, mas Harry puxa o braço rápida e abruptamente. "Harry?"

Ele se senta lentamente com a ajuda do padre, que permanece em choque. Suas mãos estão formigando, o desconforto está mais presente do que nunca e ele sente ... ele sente ....

Nada.

"Estou ... " Sua voz treme, seus olhos estão cheios de lágrimas, mas não importa o quanto ele tente, ele não consegue chorar. Ele olha para os olhos do homem mais velho. "...Estou bem. Eu estou bem."

"Deixe-me buscar seus pais" Ele implora.

"Por favor, não diga nada a ninguém" Eles estão se encarando novamente e Harry está franzindo a testa um pouco, sem saber como reagir. O que acabou de acontecer? -"Você me deve uma, você me deve. Você sabe."

Ele balança a cabeça lentamente. "Não posso dizer às pessoas que algo...algo que não é de Deus veio aqui. Isso ... Isso nunca aconteceu, ok?"

Harry assente lentamente, concordando enquanto leva a mão ao peito. Seu batimento cardíaco é lento, ele sente que algo está faltando dentro dele e ele não tem certeza se pode se levantar, mas ele sabe que não pode se levantar sozinho.

"Eu preciso..." Ele soluça, mas não o alivia. O que está acontecendo?.." ".. alguém para me levantar. Você pode me ajudar?"

"Sim. Sim, claro." O homem mais velho se levanta rapidamente, se inclina e pega Harry por trás, debaixo dos braços. Não é difícil para ele levantá-lo, pois o menino é muito leve e pequeno. "Você consegue andar?"

"Sim."

Harry começa a andar em um ritmo lento e, com o olhar fixamente na frente, ouvindo um "Se cuide" da pessoa cuja vida ele salvou.

Não havia lugar para cuidar de si mesmo, não havia salvação e...

Porra, Louis ficaria com tanta raiva quando o visse.

**

mds a casa caiu

eu não dividi esse cap, tá com 5 mil palavras, vcs preferem assim?

até quintaaaa, votem mt mt beijosssss

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