(s/n) acabara de fugir de mais uma festa dos empreendedores locais, onde disputavam quem tinha mais grana no bolso. A jovem não suportava mais as pessoas falando de terras, imoveis e bem adquiridos.
Ela caminhava lentamente pela praia com uma garrafa de champanhe na mão e na outra sua tiara de perolas, a barra do seu vestido bege, longo e bordado a mão, arrastava no chão levando consigo uma grande quantidade areia, o vento frio e refrescante batia nos seus cabelos negros deixando todo desgranhado, o local estava em silêncio e era possível apenas ouvir as ondas do mar se quebrando.
Ela parou e fechou os olhos para sentir o som do mar, e estranhamente ouviu o barulho de alguém chorando, e então ela o procurou. Era um garoto loiro que estava setado no lado de trás de uma árvore com a cabeça entre as pernas. Ela simplesmente foi até lá e sentou ao seu lado.
— Oi - Disse ela se direcionando a ele.
Ele levantou o rosto e era possível ver que seu olhos eram claros e havia uma hematoma em um deles.
— Oi - Disse ele calmamente, e enxugando suas lagrimas do seu rosto.
— O que aconteceu? - Disse soltando o que havia em suas mãos e se virando para ele.
— Uma briga. - Disse ele encostando a cabeça na árvore.
— Espero que você tenha ganhado! - Disse ela rindo e lhe oferecendo a garrafa de champanhe, que ele aceita.
— É difícil ganhar, quando se tem medo. - Diz ele dando um gole na bebida.
Ela o observou por uns segundos, e então ela colocou sua tiara no cabelo e segurou na mão dele. — Vem, vamos nadar - Disse ela o arrastando dali, e ele apenas a seguiu.
Os dois foram em direção ao píer, mas que depressa. Haviam algumas pessoas por lá e logo ela parou na beirada do píer e ele parou ofegante atrás dela.
— Vamos? - Disse ele enquanto tentava controlar a respiração.
Ela assentiu com a cabeça e sorriu de maneira encantadora, como uma criança ganhando o que mais desejava. Ela então tirou sua tiara, e logo depois seu vestido e ele apenas ficou com a sua roupa de baixo, ele permaneceu olhando pra ela, e (s/n) então pulou e afundou rapidamente.
Ele tirou a camisa e esperou uns minutos até pular esperando ela retornar. Quando estava prestes a pular, ela retornou, sem folego, mas sorridente, e então ele pulou.
Os dois ficaram na água tempo mergulhando, boiando e observando a sua volta. A água estava gelada, mas o tempo estava quente. (s/n) se aproximou dele, e colocou seus braços em volta no pescoço dele.
— Conte o que aconteceu? - Disse ela.
— É estranho conversar sobre isso com uma estranha. - Disse ele rindo meio sem graça.
— Eu não sou desconhecida, estamos em uma situação mais íntima do muitas outras pessoas já chegaram de estar comigo.- Ela se aproximou mais dele. — Me chamo (s/n), e moro do outro lado da ilha. - Disse ela se apresentando.
— Uma Kook? - Disse ele com um sorriso debochado, ela apenas fez cara de deboche de volta. — Imaginei, pelo suas roupas e essa be...
— Essa o que? - Disse ela. — Beleza! - Completou ele.
— Você não disse seu nome ainda, "Pogue"? - Disse ironicamente.
Ele ri. Ela não parecia ser do tipo que zombava dos outros pela sua classe social, mas estava tentando por pura ironia, ela não ficaria por baixo naquela situação.
— As pessoas me chamam de JJ! - Disse ele.
— Como tem passado JJ? - Disse ela sorrindo por agora saber seu nome.
— Às vezes bem, mas vezes nem tanto.
— Tem a ver com seu olho roxo? - Disse ela passando a mão entre seus cabelos loiros e meio compridos.
— É - Disse ela abaixando a cabeça.
— Quem foi JJ? - Disse calmamente tentando ajudar ele de alguma maneira.
— Meu pai - Disse ele olhando nos olhos dela enquanto seus olhos enchiam de lagrimas.
— Ai meu deus - Disse ela o abraçando, e ele apenas a retribuiu com um abraço apertado e contável, capaz de confortar qualquer tristeza ou dor. O pequeno gesto de futuro romance pode mudar o dia de alguém, ou talvez não futuro romance, mas uma amizade simples e sincera.