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็”ฑ mariadudols

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๐‹๐ฎ๐ญ๐ž ๐œ๐จ๐ง๐ญ๐ซ๐š ๐ฌ๐ž๐ฎ๐ฌ ๐ฆ๐ž๐๐จ๐ฌ
Prรณlogo
Onde Comeรงa minha histรณria
O retorno
Novo dia, nova escola
3, 2, 1... fighting!
O Pedido
Problemas
Os poderes de Luna
Se prepare para a festa
Reuniรฃo dos Herรณis
Especial: ร‰ Ano Novo, Baby!
Agindo como uma heroรญna
A festa do pijama
Perigo Iminente
Me conte como se sente
Renovada
Isso nรฃo รฉ um encontro!
Operaรงรฃo: Cupido!
As chamas que crepitam dentro de si
Prove a sua forรงa
Uma surpresa inesperada
๐’๐จ๐ฆ๐›๐ซ๐š๐ฌ ๐๐จ ๐ฉ๐ซ๐ž๐ฌ๐ž๐ง๐ญ๐ž
A Viagem Para Hokkaido
Face Oculta
Arauto de Guerra
Estilhaรงos
A Guerra de Tomura
Uma Fagulha de Poder
Sombras do Passado
O Festival das Escolas Irmรฃs
Uma Prova de Heroรญsmo
Noite a Dentro
O mal sempre prevalece
Resistir
Destruรญda
Reconstruida
Nรฃo Perca o Controle
๐„๐ซ๐ ๐š-๐ฌ๐ž ๐๐ข๐š๐ง๐ญ๐ž ๐๐จ ๐ฆ๐š๐ฅ
Desperte, Luna!
(Re)tome o Controle
Vida Antiga
Suspeitas
Infiltrados
Divergรชncias
Perigo a Deriva
Sรณ para registrar...
Perguntas Sem Respostas
Uma Histรณria Para Luna
Nรฃo Brinque com Fogo
Uma Prova de Amor
Uma รšltima Fagulha de Amor
Uma conversa rรกpida
Prelรบdio do Caos
Perdendo o Controle
Crepรบsculo

Pesadelo Acordado

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็”ฑ mariadudols

N/A: Meu Deus, depois de séculos consegui voltar a postar! Muitíssimo obrigada pelos mais de 200k de visualizações e 17k de curtidas! Isso me motiva tanto a escrever e mostra o carinho que vocês tem pela história. Vou tentar  voltar aos poucos agora que estão vindo as férias, mas por hora fiquem com o capítulo de hoje...

══════ •『 ♡ 』• ══════

LUNA TOGATA

• • •

Tudo estava escuro. Eu não sentia meu corpo, não conseguia sentir nada ao meu redor. Era como se meu corpo estivesse flutuando no ar. De repente, vozes começaram a ecoar ao meu redor; fracas mas audíveis. Procurei ao meu redor, até que uma luz forte brilhou na minha frente e as vozes foram se aproximando de mim. Até que eu ouvi meu nome ser chamado por um conjunto de vozes, todas em sintonia, formando um coro harmônico entre elas.

-- Luna Togata!- eu não conseguia ver nada, além da luz que brilhava na minha frente. -- Você corre um perigo mortal pela frente.

-- Um perigo?- indaguei, sem saber do que as vozes estavam dizendo, ou se passava por sonho estranho.

-- Prepare-se para uma guerra inevitável que está por vir e se proteja.- as vozes disseram de forma passiva, soando mais como um conselho do que um alerta.

-- Uma guerra? Como assim?

-- Não podemos dizer mais nada. O curso da sua jornada deve correr assim como o destino prevê.

Jornada? Destino? O que diabos aquilo significava? As vozes me deram um aviso vazio e apenas fizeram minha mente fervilhar de perguntas que provavelmente ficariam sem resposta. Olhei de volta para a luz, que começava a ficar mais fraca a cada segundo. O silêncio parecia ter voltado, até que em um sibilo final, as vozes disseram:

-- Proteja-se, e acima de tudo: não enfrente Akantha!

E então eu mergulhei de volta para a escuridão.

• • •

Acordei sobressaltada com o som do meu despertador. O sonho - se é que eu podia considerar o aviso das vozes como um sonho - ainda estava fresco na minha mente. As palavras das Vozes fez meu corpo estremecer, enquanto pensava na parte mais que me causou medo no aviso: "Proteja-se, e acima de tudo: não enfrente Akantha!". Se o aviso for realmente real, Akantha estava se preparando para atacar. Lady Shadow, a vilã que em nome de Akantha atacou minha casa na noite anterior, devia ser o aviso dela; o aviso de que ela estava vindo.

Deixei as cobertas de lado e me levantei. De repente, o barulho do toque do meu celular preencheu o ambiente silencioso do quarto. Peguei o telefone e no visor estava o número da minha mãe. Atendi o telefone, esperando que ela fosse falar sobre o que aconteceu ontem ou então sobre a nossa conversa.

-- Luna, está me ouvindo?- o tom da minha estava diferente, ela parecia estar... nervosa. Tem algo de errado.

Ao fundo, pude perceber que ela estava na Agência, e que ia para uma missão. Uma voz fazia uma última chamada do nome dos heróis que faltavam para que a missão iniciasse.

-- Você tá bem? Você parece estar preocupada.- ouvi um suspiro do outro lado da linha, sem saber se era dela ou de outra pessoa que a acompanhava.

-- Preste atenção: não saia da Yueei em hipótese nenhuma. Sua avó veio até o Japão portando más notícias. Akantha está a sua procura e não vai descansar até por as mãos em você. A vilã que foi enviada para a casa do seu pai tinha a missão de capturá-la. Não sabemos se tem mais algum vilão a mando dela a sua procura. Então até eu ache a Akantha, você não saí. Nem para missões ou estágios.

-- Não vou sair da academia, mas proteja meu pai, Naomi e o Mirio. Se ela por as mãos em um deles e machucá-los...- um calafrio desceu pela minha espinha. Só de pensar nessa possibilidade as batidas do meu coração erravam o compasso.

-- Eu já providenciei alguém para ficar de olho neles. Não precisa se preocupar, eles estão em boas mãos.- me perguntei se ela estava se referindo ao Iron Death. Minha mãe pareceu ter um interesse no herói, mas me questionava se ela ainda amava meu pai, assim como ele ainda a amava.

-- Obrigada, mãe!- minha mãe só se despediu e desligou a ligação.

Deixei o telefone na cama e fui para o banheiro. Mesmo sendo sábado as turmas A e B teriam aula, no entanto não seria uma aula normal. De acordo com os professores, a aula seria apenas simulações de resgate e missões para nos ajudar nas residências, que voltaram nessa temporada. Além disso, o treino serviria de demonstração das nossas novas habilidades e progressos que tivemos durante as férias para os professores e os demais. O que por sinal foi um estímulo para todos participarem da aula com mais afinco num dia de descanso.

Saí do banheiro com o uniforme de ginástica e o cabelo preso em um rabo de cavalo, e parei sob o meu reflexo no espelho. As Vozes ainda sussurravam em minha mente enquanto meu coração matelava contra o peito. Fechei meus olhos e respirei fundo. Ela não pode te assustar, não aqui. Vai ficar tudo bem! Foi o que disse a mim mesma, mas lá no fundo eu sabia que estava mentindo para mim mesma. A sombra de Akantha parecia pairar em todos os lugares, se esgueirando pelas escuridão, apenas esperando o momento exato para para dar o bote... como uma cobra espera para capturar a sua presa.

Deixei o quarto e fui a cozinha, onde todos estavam reunidos e tomando café. Olhares amigos, sorrisos e acenos de cabeça me recepcionaram quando entrei através da porta e o meu medo desapareceu, dando lugar para uma sentimento de carinho, no qual eu só tinha sentido com eles. Mesmo estando há pouco tempo com aquela turma, eu me sentia pertencer a aquele grupo como nunca me senti durante a minha vida inteira. Era como se eles fossem... família.

-- Luna, senta aqui com a gente!- Yaoyorozu acenou para mim, me chamando para sentar com ela e as outras.

Peguei o meu café da manhã e me sentei ao lado de Mina, que estava contando o seu último sonho, que tinha algo relacionado a aliens e a ela salvando o mundo. De repente, sinto alguém me cutucar. Olhei na direção do cutucão e vi Uraraka me encarar com as sobrancelhas arqueadas e as meninas com uma expressão de preocupação.

-- O que houve?- perguntei para a morena, que me franziu mais sua sobrancelha.

-- Você não ouviu a gente te chamar, tipo, nenhuma vez?- foi Tsuyu que dirigiu a pergunta a mim.

-- Espera, a Mina não estava falando sobre o sonho dela?

-- Ah, eu terminei de contar meu sonho já tem um tempinho, mas eu posso contar de novo.

-- Luna, cê tá bem? Você parecia meio distante.- Jirou ignorou as palavras de Mina e se aproximou da minha cadeira. Ela não disse mais nada, mas o seu olhar dizia por si: eu podia contar qualquer coisa, que Jirou iria ouvir e me entenderia, assim como todas as outras meninas ali reunidas.

Mesmo estando receosa, contei a elas sobre meu sonho e as Vozes, além da ligação da minha mãe. O aviso sobre um possível esquema de Akantha para me capturar e o medo me acerca do que ocorreu na noite anterior se repetir cada vez mais. Quando terminei de falar, olhei para as meninas, mas ninguém disse nada. No entanto, um ato que não esperava ocorreu: as meninas se aproximaram de mim e me abraçaram.

-- Pode ficar tranquila, a Akantha não pode te capturar aqui.- ouvi a voz de Uraraka próxima ao meu ouvido.

-- E se ela aparecer, a gente mete um chute na bunda dela e manda essa put...- antes de Mina terminar a frase, Momo a repreendeu com um pigarro e todas nós rimos.

-- O que a Mina quis dizer foi que Akantha não vai pegá-la porque vamos protegê-la, independente do que acontecer. Porque você é nossa amiga, e é isso que amigos fazer uns pelos outros: dão suas vidas pelo outro.

Um sentimento quente aqueceu meu coração enquanto algumas lágrimas caíam no meu rosto. É assim que é ter uma amizade de verdade? Ter pessoas que você sabe que dariam as suas vidas para te proteger, te apoiar ou o auxiliar independentemente do que seja. Um sentimento puro e novo, mas que me fazia sentir segura ao lado de pessoas, nas quais eu jamais pensei que iria criar um laço tão forte e único quanto aquele.

Desfizemos o abraço e eu afastei para secar as lágrimas que ainda ameaçavam a cair. Nós voltamos a conversas sobre coisas levianas, até que às portas do elevador se abriram, revelando um All Might animado e com um sorriso cativante no rosto, junto com o professor Aizawa, que estava atrás dele. Os professores vieram ao nosso encontro, ficando no meio da cozinha.

-- Bom dia, jovens! Como já estão cientes, o dia de hoje será destinado para treinamentos de resgate e missões, para ajudá-los nas residências de vocês.- o olhar de All Might passou por todos nós antes de passar a palavra para o colega de trabalho. Eu conseguia sentir a animação dele de longe, e olhei para Midoriya que também estava igual ao herói aposentado.

Desde que descobri sobre o poder do One For All, tenho participado de alguns treinos de Izuku, e alí, percebi o quão ele e All Might são ligados. Era mais de uma ligação entre aluno e professor. Parecia que algo maior os unia: o poder que compartilhavam. E aquela energia cativante entre eles era um indicativo de que Midoriya conseguiu dominar a sua mais nova técnica, na qual já estava trabalhando há algum tempo e que se assemelhava a um antigo golpe do próprio professor.

-- Primeiramente, vamos revisar as bases dos primeros-socorros e dos resgate, e para isso vocês vão se dividir em trios que eu mesmo pré-selecionei, combinados três caraterísticas de cada elemento do grupo. Os grupos são...- Aizawa começou montar os grupos, até dizer em qual grupo eu pertencia. -- Grupo 5: Luna, Kirishima e Bakugou.

"Que maravilha!" Foi a primeira frase que veio na minha cabeça. Revirei os olhos só de pensar em ter que aturar a temosia natural de Katsuki e seu péssimo ânimo por salvamentos. Pelo menos eu não estava sozinha nessa, já que Kirishima é do grupo.

All Might deu um mapa do campo de resgate, com explicações sobre o incidente no rodapé da folha e o número de vítimas do acidente. Estudamos as informações, assim como pontos estratégicos para a retirada dos civis em segurança e a área como um todo, para evitar de nos perder ou confundir algum caminho.

-- Certo! Agora que já estudaram o mapa e vocês conhecem a área, vamos para o campo de treino.- Aizawa e All Might nos levaram até o local onde aconteceria o treino.

Havia boatos se espalhando pelos corredores de que o campo usado no treino foi criado do zero pelo professor Cementss com ajuda do diretor Nezu e que era algo que nenhum de nós já tínhamos visto anteriormente. Quando chegamos na frente do campo, a turma B já estava lá.

-- Ah, não! Ele veio também.- ouvi Mina resmungar com Kaminari, e me virei para ela.

-- Ele?

De repente, um garoto de cabelos loiros saiu do grupinho de alunos da sua turma e sorriu ao nos ver, principalmente quando seu olhar se encontrou com o meu. O rapaz veio na nossa direção, o que fez a carranca que Bakugou segurava tempo transparecer, enquanto os outros soltaram o ar devagar.

-- Prontos para perder para nós, turma A? Hein?- o rapaz gritava, fazendo um grande espetáculo e fazia a maioria da turma revirar os olhos, enquanto a turma B já parecia acostumada com o comportamento dele. -- Dessa vez nós vamos mostrar o quão superiores nós somos de vocês, e vamos deixá-los para trás!

-- Ah, dá um tempo Monoma!- Kirishima pronunciou e cruzou os braços.

Já estou começando a entender o porquê de todos não suportarem esse tal de Monoma.

-- Ah, então...- de repente, o loiro voltou-se para mim, como se não tivesse notado a minha presença até o momento. -- Essa é a tão famigerada Luna Togata, quem venceu os jogos da escolas amigas e que devia ter ido parar na nossa turma desde o início.

Ouvi um pigarro vindo de trás da multidão da turma B. Era Shinso. Acenei para ele, que me retribuiu com um sorrisinho discreto. Nos tornamos amigos na viagem para Rishiri, mas ficamos próximos depois que Shinso passou a sentar conosco no almoço.

-- Sem ofensas, Shinso!- o garoto de cabelos roxos apenas revirou os olhos, o que me arrancou um risinho. Desde a viagem para Hokkaido, passei a ter algumas interações com Shinso, principalmente porque Izuku sempre o convidava para almoçar conosco. -- É uma pena que o professor Vlad perdeu a disputa entre qual turma o diretor a colocaria. Até porque a sua mãe queria que o nosso professor fosse o seu mentor no início.

-- Como você sabe sobre isso?- foi Shoto que perguntou. Virei para o lado e ele estava ali. Mesmo sem saber se aquelas informações eram verdadeiras, eu acreditei. Até porque, se tratando da minha mãe, tudo é possível.

-- Vai saber!- Monoma deu de ombros e sorriu cínico.

Fuzilei o garoto com o olhar, mas antes que Monoma pudesse falar algo mais, uma garota de cabelos ruivos acertou um golpe na nuca dele. O loiro desmaiou no chão, e a menina o pegou pelo colarinho.

-- Perdão pelo Monoma. Ele pode ser bem inconveniente quando o convém.- a ruiva desviou o olhar para Monoma, que continuava a dormir. -- Meu nome é Kendo. É um prazer conhecê-la, Togata.

Era a primeira vez que vi Kendo, mas ela já sabia quem eu era e o meu nome.

-- Igualmente. E eu acho que não preciso me apresentar, mas pode me chamar somente de Luna.- Kendo sorriu e assentiu. Depois disso, a ruiva pediu licença e foi para junto da sua turma.

Quando o professor da turma B, Vlad, chegou no campo, Aizawa passou os últimos detalhes para nós, fomos liberados para iniciar os treinos. Os trios se espalharam pelo campo, iniciando assim o treinamento. Nós decidimos ir para o lado sul, já que as equipes se dividiram entre norte e leste.

A área sul possuia um aspecto mais destruído do que o resto, e conforme adentravamos a área, a destruição parecia piorar. Prédios estavam no chão, hidrantes jorrando água sem parar, ruas rachadas... Era assustador. Não ouvimos nenhum barulho, seja de civis ou de qualquer outra coisa.

-- Parece até uma cena de filme.- Kirishima comentou. Seu corpo estava retraído e ele olhava para todas as direções.

-- Você sabe qual é a coisa mais estranha nisso tudo?- indaguei, mas o ruivo não soube responder. -- É saber que, em algum momento das nossas carreiras, nós vamos ter que lidar com uma situação parecida com essa.

-- Mirtilo, use o seu poder para rastrear os civis.- Bakugou mandou enquanto observava o nosso redor. Robôs de treino que simulariam os vilões poderiam estar a espreita.

Coloquei minhas mãos no chão e liberei uma ondas que reverberou por uma curta distância. A idéia era a onda ir e ricochetear pelos obstáculos que estavam abaixo de nós, e dependendo da intensidade do choque, eu saberia distinguir objetos de pessoas e saber as suas localizações exatas. É foi assim que aconteceu: a onda ricocheteou nos robôs de treino e voltaram de volta para mim.

-- São cinco civis no total!- avisei a Bakugou, que estava distraído por um instante. Seu olhar sagaz ia de um ponto ao outro em instantes.

Kirishima ativou seu poder, em posição de combate. De repente, senti um frio descer por minha coluna espinhal, sentindo uma sensação estranha, como se algo estivesse nos observando. O robô. Em questão de segundo, senti um vento passar por trás de mim, e se aproximar. Só ouvi o grito de Bakugou; me virei e acima de mim, pronto para atacar, estava o vilão. Concentrei o ar ao meu redor e lancei-o com a maior força que pude, arremessando-o para o longe daquela área. No entanto, aquele ataque não era necessário para parar o robô.

-- Vamos parar o robô, você pega os civis.- assenti com a cabeça e eles avançaram na direção do robô.

Voltei as mãos para o chão, agora erguendo os escombros e desobstruindo o caminho. Peguei os civis com cuidado usando meu controle de ar e os levei até a superfície. Bakugou e Kirishina continuavam a lutar, só que agora contra uma horda de robôs. Olhei para os civis e depois para a dupla. Mesmo parecendo que estavam no controle da situação, a quantidade de robôs facilmente iria mudar o cenário ao favor deles. A recomendação do resgate era de priorizar os civis, deixando-os no posto médico. Alcei vôo, procurando por algum dos postos médicos espalhados pelo campo de treino.

Quando avistei o primeiro posto, pousei, deixei os civis na tenda e voltei para o céu. Chegando até a área onde efetivamos a atividade, os menino foram encurralado. Os robôs se aproximavam cada vez mais, até reduzir o espaço de ação deles. Mesmo que Bakugou ainda pudesse atirar explosões, poderia atingir Kirishima. Eles foram detidos. Cerrei o punho direito e me lancei em direção aos robôs. Quando estava próxima do ponto de impacto, ativei o controle de terra e preparei meu ataque.

-- Punho convergente!- o chão estremeceu e os robôs voaram para longe com o impacto.

Devido ao impacto, a maioria dos robôs não sobreviveram, mas um número considerável se ergueu e veio na nossa direção.

-- Deixa comigo!- Bakugou pulou na frente, atirando múltiplas explosões nos robôs, deixando-os em pedaços.

Alguns dos robôs vieram por trás, surpreendendo tanto a Kirishima quanto a mim. Entretanto, agimos mais rápido do que eles imaginam. O ruivo partiu para cima dos aspirantes a vilões, enquanto eu atirei projéteis dos escombros do cenário. Em poucos minutos, nós já tínhamos acabado com todos os robôs da área.

-- Podem vir, suas latas-velhas! Eu posso acabar com vocês o dia todo!- o loiro chutou a cabeça de um dos robôs para longe da pilha que o mesmo havia montado.

-- Esse exercício só fez os ânimos dele aumentarem.- Kirishima riu enquanto olhava para o loiro sob sua pilha de robôs.

Soltei uma risadinha complice ao ruivo e olhei para o horizonte. De repente, o céu escureceu como se fosse chover a qualquer momento. Não estava marcando chuva e a poucos segundos o dia estava ensolarado. Kirishima parou de rir e olhou para mim, confuso.

-- Por que você mexendo com o tempo.- Bakugou virou-se para mim, enquanto o seu semblante mostrava-se preocupado

-- Não sou eu quem está fazendo isso.

O vento ficou violento, como um prelúdio de uma tempestade e o som de um trovão ecoou através do campo. Em seguida, um raio cortou os céus, atingindo o chão, no meio da ala de treinamento. Após o relâmpago desaparecer, o temporal se dispersou e o sol voltou a aparecer. O que acabou de acontecer?, eu me questionei. Eu não havia perdido o controle dos meus poderes, nem ao menos eu pensei em criar uma tempestade.

-- O que acabou de acontecer?- Kirishima pergunta assustado. Bakugou olhava para a área que o raio caiu desconfiado de algo.

-- Eu não sei, mas precisamos descobrir o que quer que seja.

Eu e Bakugou levantamos vôo, - e levando Kirishima juntos - fomos até o ponto onde o raio caiu, mas pousamos um pouco antes. Antes de irmos para a área, meu celular tocou. Era Izuku.

-- É o... Midoriya? Por que ele tá ligando no meio do treino?- atendi o garoto, mas o sinal estava fraco e a ligação ruidosa.

-- Luna... v-você... sair... está?- não consegui entender nada, apenas palavras soltas e sem nexo.

-- O que o Deku queria?- Bakugou perguntou, enquanto olhava ao nosso redor.

-- Eu não consegui entender nada, o sinal está péssimo.

-- Que estranho! Vocês repararam que não vimos ninguém desde do momento em que aterrissamos?- Kirishima comentou e ele estava certo. Não vimos ninguém desde que a atividade começou.

De repente, várias fitas brancas envolveram nossos corpos e nos puxaram até um beco sem saída. Antes que eu pudesse reagir, eu ouvi a voz de Midoriya e olhei o redor. Toda a turma estava ali, inclusive a turma B. Entretanto, muitos estavam machucados ou desacordados. Momo ajudava a enfaixar os ferimentos de alguns alunos, enquanto Todoroki e um grupo cuidava dos mais feridos.

Quando o bicolor me viu, veio ao meu encontro e me abraçou.

-- Que bom que você está aqui!- o tom de voz de Shoto era de alívio. -- Eu achei que você tinha sido ferida ou pior...

-- Do que você está falando?- eu não fazia ideia do que estava acontecendo ou o que tinha feito tudo aquilo, deixando os alunos feridos.

-- Onde você está... Luna Togata?

Um calafrio desceu pelo corpo. Aquela voz... não podia ser. Ela não podia estar aqui, isso não é possível! Akantha não pode ter entrado na escola... De repente, meu sonho veio a minha mente enquanto eu podia ouvir o som das vozes sussurrando baixo.

"Proteja-se, e acima de tudo: não enfrente Akantha!"

Espiei pelo beco e vi a figura de imponente Akantha, junto com outras quatro pessoas: Scarlett, Toga, Twice e Spinner. Tudo na frente deles - desde carros até a um robô de treino - foi destruído, enquanto eles caminhavam em busca de algo... ou melhor de alguém. Eu. Akantha observava todos os detalhes com precisão, como se quisesse fazer uma nota mental para si mesma; um lembrete de algum detalhe que pudesse ajudá-la a criar uma estratégia.

-- O que ela quer com a Togata?- Iida veio ao nosso encontro. Ele estava com o rosto meio ralado, mas sem nenhum machucado grave.

-- Akantha quer o meu poder ou alguma coisa relacionado a ele.- Iida se assustou ao ouvir minha voz, que saiu em um sibilo. Meu corpo retesou por inteiro com o choque. Aquilo não podia estar acontecendo...

Ergui o olhar e vi Midoriya me encarar, e eu sabia o que o seu olhar queria dizer.

-- Vocês não vai lutar sozinha!- o esverdeado protestou. Bakugou, Iida e Shoto nos encararam sem entender do que nós estávamos falando.

-- Akantha é muito forte! No dia do parque, vocês quase não conseguiram lutar contra ela. O que faz pensar que agora vai ser diferente?

-- E o que faz você pensar que sozinha vai conseguir pará-la?- Midoriya rebateu, cerrando os punhos e se pondo na frente da saída do beco. -- Você não vai lutar nessa sozinha!

Algumas faíscas do One For All percorreram o corpo de Izuku, indicando que ele havia ativado sua individualidade.

-- Acalmem-se, vocês dois!- Iida mandou, mas nenhum dos dois obedeceu. Meu poder se ativou, envolvendo meu corpo em um brilho azul.

-- Luna...- Shoto me repreendeu, mas eu ignorei.

-- Midoriya, saí da minha frente!- ordenei entredente, porém ele se manteve no mesmo lugar.

-- Somos seus amigos e queremos lutar ao seu lado... Por que você não quer que a gente te ajude?- o peso daquelas palavras criou um nó na minha garganta.

-- Porque... eu não quero ver a Akantha machucar vocês! Não quero que ela machuque vocês, porque me importo com todos vocês!- soltei tudo de uma vez.

Eu tenho medo que Akantha possa subjugar todos nós, como tinha feito comigo na noite anterior e machucá-los ou fazer algo pior. Eu não me importo que ela me machuque, mas a ideia de ver meus amigos machucados por Akantha, as primeiras pessoas que mostraram se importar comigo além do Mirio e meu pai, pessoas nas quais eu sei que daria a vida por elas, eu não suportaria...

-- Luna...- de repente, um abraço gentil envolveu meu corpo e me apertou firmemente.

-- Vocês são as primeiras pessoas com quem eu me importo, desde muito tempo. Eu só não quero... não quero perder isso: o sentimento de saber que tem pessoas que sem importam e me ama aqui fora.

De repente, senti meu ser envolto por mais abraços gentis.

-- Nós também gostamos de você, Luna! Por isso que nós queremos lutar por você, porque a amamos e queremos o seu bem.- foi a voz de Uraraka que disse enquanto senti o abraço aumentar.

-- Deixa a gente lutar por você?- todas as vozes se uniram em um coro e indagaram. Desfazendo o abraço, eu assenti com a cabeça.

-- Eu também posso ajudar.- Shinso se levantou meio cambaleante. Seu braço estava queimado - parecia queimadura de raio -, mas parecia conseguir se manter de pé numa luta. -- Meu poder pode desarmar Akantha. Eu não consegui usar o meu poder porque eu estava sozinho na hora, mas junto com vocês talvez tenhamos alguma chance.

Midoriya sorriu aliviado e após alguns minutos criou um plano.

-- Vamos fazer o seguinte: já que o sistema de segurança só pode ser acionado pela sala de comando e os professores estão inacessíveis, vamos criar uma distração. Iida, Tsuyu, Uraraka, Shoji, Kirishima e Ojiro vamos cuidar dos membros da liga que se aliaram a Akantha.

-- Espera, a Liga de Vilões está aliada a Akantha? Quando foi que isso aconteceu?- Kirishima indagou, mas só disse que era uma longa história.

-- Todoroki, Tokoyami, Kaminari, Jirou, Momo e Shinso vão imobizar a vilã, enquanto Bakugou vai ficar com a responsabilidade de tirar a Luna do campo, passando por cima do muro de ferro. Vocês vão atrás de algum herói e voltar com o suporte.

-- Por que eu vou lutar contra a vilã piradona, hein?- Kaminari indagou, mas Bakugou apenas mandou o loiro calar a boca.

-- Eu não vou fugir e deixar vocês lutando por mim!- eu não ia fugir de forma covarde e deixar que os meus amigos lutem uma luta que não é deles.

-- Sei que não é o que você quer, mas é o melhor a se fazer agora! Não podemos arriscar com você aqui.- Midoriya colocou a mão no meu ombro, como se dissesse que não era para me preocupar. Mas como ficar tranquila em uma situação como essa?

*•*•*•*

Após todos estavam em suas posições, Midoriya deu o sinal e o plano deu início. O primeiro grupo focou nos vilões que acompanhavam Akantha, e que estavam espalhados pelo campo. Já o segundo grupo focou direto na vilã, pegando-a de surpresa. Nesse momento, eu e Bakugou saímos correndo do beco, em direção ao portão do campo de treinamento. Olhei para trás e Akantha tinha dificuldade em lutar contra o Dark Shadow do Tokoyami e desviar dos raios de Kaminari. Shinso estava se esgueirando pelos pontos cegos da vilã, esperando o momento certo para subjugar a vilã com sua individualidade.

O plano ia dar certo.

Chegando próximo ao portão do campo, me preparei para alçar vôo, mas minha individualidade não se ativou. Tentei novamente, mas nada aconteceu. Olhei com descrença para as minhas mãos. Eu estava usando meus poderes não tinha muito tempo atrás e agora não funcionam mais...

-- O que houve? Por que você não ativou a sua individualidade?- Bakugou perguntou, pronto para alçar vôo.

-- Eu não consigo ativar meu poder!

-- O quê? Merda!- Bakugou parou por um segundo e se agachou. -- Vai, sobe nas minhas costas! Nós não temos muito tempo. Rápido!

Sem protestar, subi nas costas do loiro e ele ativou seu poder. Após isso, Bakugou alçou vôo, indo em direção ao portão. Quando nós já estávamos para atravessar pelo portão, olhei para trás para ver o que estava acontecendo. Os meus olhos se arregalaram enquanto a descrença escancarava em meu rosto: Akantha havia subjugado a maioria daqueles que lutavam contra ela.

Shoto lançou uma onda de gelo, que Akantha destruiu com uma rajada potente de ar, o lançando para longe, junto a Midoriya que se aproximava para nocauteá-la. Em seguida, a vilã prendê-os em um ciclone e os jogou contra o chão. Em uma última tentativa, Tokoyami lançou o Dark Shadow contra a Akantha, mas a vilã só disparou uma pequena carga de energia nele que o fez retrair a sombra e fazer seu portador desmaiar.

Com todos derrotados, Akantha voltou-se para mim. Um sorriso nasceu em seus lábios, e após o ato, a vilã ergueu os braço para controlar o tempo. O céu ficou negro e trovões ecoavam como gritos pelo céu, enquanto raios cortavam o ar. Katsuki falou um palavrão e aumentou as suas explosões. Quando finalmente iríamos escapar, um raio desceu pelos céus em nossa direção. Não ia dar para escapar, estávamos na mira.

De repente, Katuski inverteu as posições, me envolvendo com o seu corpo, e sussurou em meu ouvido: "se for para lutar, então acabe com a raça dela!" E então tudo foi um borrão. O raio nos acertou e caímos. Quando abri meus olhos, olhei ao redor e só encontrei o corpo esfalecido de Bakugou só a alguns metros de onde eu caí.

-- Katsuki!- corri até o corpo dele para conferir se não estava com algum tipo de ferimento grave.

Quando cheguei ao veredito de que Bakugou estava bem, olhei para a direção, onde uma capa vermelha sacolejava junto com o ar. Akantha. Estava na hora de acabar de uma vez com aquela história. Fechei os meus olhos, enquanto buscava pela força do meu poder. Ele não podia ter me abandonado no momento em que eu mais precisava dele.

Fuja!
Você não pode lutar contra ela!
Fuja!
Fuja...

Eu ouvi as vozes novamente em minha cabeça, mais altas do que nos meus sonhos. No entanto, eu não posso fugir e deixar aqueles que amo para trás, porque se eu fizer isso Akantha vai feri-los só para ter o que quer. Não vou me render, e nem fugir. Se Akantha vai me capturar, que eu lute por minha liberdade e por todos que tentaram me proteger.

Não vou fugir!
Se ela quiser me pegar, então vai ter que passar por mim primeiro...

E então a força me preencheu de novo, devolvendo o meu poder.
Entretanto, dessa vez eu não estarei no controle. Porque pela primeira vez não quero estar no controle dos meus poderes por  escolha própria. E serei consumida pela chama que arde dentro de mim...

Continua...

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