MELISSA:
Levantei por volta das 08:30 da manhã, arrumei a cama de Ana, depois tomei um bom banho para despertar e em seguida preparei um café rápido para mim.
Fiquei um tempo assistindo TV na sala de Ana, pois eu não tinha muito o que fazer. Depois de assistir um filme inteiro, olhei no relógio e já eram mais de 10:50 da manhã. O tempo passou voando.
Levantei para pegar um copo de água e observo um post-it verde em cima da mesa. É um bilhete de Ana:
"Lave a louça. Você não tem empregada!"
É muito cachorra! Olho para a pia e vejo o porquê ela deixou para mim. Toda a louça que usamos ontem pra fazer e comer a macarronada está aí. Não tinha o que fazer, fui lavar a bendita louça de Ana.
Quando acabei de lavar, secar e guardar tudo já eram 11:30. Então cuidei em tomar um banho rápido para ir pra mansão, pois da casa de Ana pra lá é o dobro da viagem, e precisava sair pelo menos 12:00hrs para não chegar atrasada como ontem.
Então peguei uma roupa de Ana emprestada, já que não havia trazido roupas. Vesti uma calça legging na cor preta, uma blusa jeans social e as minhas sapatilhas. Prendi o cabelo num rabo de cavalo e fui trancar a casa de Ana. Fechei tudo e coloquei as chaves no porta cartas. Entrei no carro e antes sair mandei uma mensagem para ela:
"Coloquei as chaves no lugar de sempre.
P.S.: lavei a louça, mas peguei sua legging preferida emprestada. Nada melhor que uma troca de favores, né. Bjs"
Sei que ela vai me xingar muito quando ver essa mensagem. Quem mandou me colocar pra lavar louça?! Agora aguenta!
Então saí da casa de Ana e segui direto para a mansão. Cheguei lá 12:50 e fiquei contente por não estar atrasada. Estacionei o carro na garagem e fui para a ala dos funcionários deixar minha bolsa. Quando entro no quarto reservado para mim dou de cara com uma sacola que tem meu nome gravado. Abro e vejo que é o tal uniforme que Selena mandou fazer.
Troco de roupa e visto o uniforme que se ajustou muito bem ao meu corpo, só é um pouco curto demais, mas fazer o que né.
Pego o cronograma e vejo que hoje é dia de limpar a área da piscina. Falo com Cida, que me informa que os materiais de limpeza de lá ficam num depósito depois da churrasqueira.
Então faço o meu caminho atravessando a casa em direção a porta de entrada principal, que é o percurso mais curto para chegar até lá.
Quando chego na porta e abro para que possa sair, dou de cara com o senhor encrenca do outro lado, que provavelmente estava prestes a abrir a porta pelo lado de fora e ficou olhando-me dos pés a cabeça. Não consegui controlar minha reação de susto ao ao abrir a porta e vê-lo tão próximo.
-Assustada Melissa? - pergunta ele sério
-Não, senhor Apolo. - digo e dessa vez foi totalmente involuntário o "senhor".
-O que eu faço com você, Melissa? - falou olhando para mim sério. Ele quis se referir ao "senhor" que eu repeti mais uma vez, mas senti um toque de malícia na sua fala.
-Desculpe-me, Apolo. Preciso limpar a área da piscina, com licença. - falei na intenção de que ele saísse da minha frente.
Ao invés disso ele deu mais um passo em minha direção e ficou bem próximo a mim e disse:
-Você não respondeu minha pergunta, Melissa. - falou olhando-me intensamente e eu não sabia se corria ou se passava por cima daquele homem para ir fazer meu serviço de uma vez. Tentei pensar em alguma coisa para respondê-lo, mas não tinha resposta para aquilo. - Ficou muda por acaso, Melissa? - perguntou novamente.
-Eu não tenho uma resposta para a sua pergunta, Apolo. - falei encarando-o
Então ele deu um sorriso de canto que me fez parar de respirar por alguns segundos. O homem conseguiu ficar ainda mais bonito e perigoso. Quando eu pensei que ele não pudesse aproximar-se mais de mim ele consegue e fica com sua perna quase entre as minhas, abaixa a cabeça até chegar bem próximo do meu ouvido e diz.
-Logo você terá! - falou e em seguida colocou uma mão em minha cintura de modo firme e movimentou-me para o lado, para que ele tivesse passagem. Então ele saiu e subiu as escadas para o primeiro andar. E eu fiquei lá, praticamente anestesiada com o que tinha acabado de acontecer.
Se fosse qualquer outra pessoa, teria sido uma situação normal. Mas com esse homem, qualquer coisa é intensa. Fiquei com seu olhar gravado na memória e a droga do "Logo você terá" martelando na minha cabeça. O que ele quis dizer com isso?
Decidi focar no meu serviço e fui ao trabalho. Comecei limpando a parte que ficam os pequenos freezers e depois fui limpar as mesas, cadeiras e espreguiçadeiras. Passei todo o tempo do meu trabalho sentindo-me observada. As vezes eu dava uma olhada pros lados, mas só via os seguranças fazendo a vigília da casa. Por fim, passei a peneira na piscina para remover as folhas e alguns resíduos da água. Guardei os materiais de limpeza na dispensa e fui olhar o cronograma novamente.
A próxima parte era a limpeza das salas da academia. Cida explicou-me como devo limpar e quais materiais usar. Também foi bem específica quando disse que não posso entrar calçada nas salas de lutas, para não danificar o tatame.
Então segui para a ala que fica nos fundos da mansão, a qual dá acesso para a academia. Quando entrei escutei um barulho de música vindo da outra a sala, que era uma das salas de lutas. Deve ter alguém lá. Apenas ignorei minha curiosidade e comecei a higienizar todos os aparelhos, em seguida limpei as vidraças e espelhos espalhados por lá e por fim coloquei um aromatizante no local.
Peguei os materiais de limpeza e segui para a outra sala. Lembrei de tirar os sapatos, como Cida recomendou e abri a porta. A música que tocava era Sexy Back - Justin Timberlake e estava muito alta, mas nada que se comparasse ao que eu estava vendo.
Apolo estava de costas para mim, socando um saco de pancadas com uma agressividade fora do normal. Ele estava sem camisa, dando uma boa visão de suas costas e da tatuagem com o sobrenome da sua família e um símbolo que não conheço ao lado. Ele também tem uma tatuagem tribal que fecha um braço inteiro, a qual eu nunca tinha visto por quê ele sempre está com roupas que cobrem.
O homem é um perigo. Ele usava apenas um calção preto de treino, que deixava suas coxas bem expostas, e luvas boxe. Eu estava tão distraída com a cena que deixei os materiais caírem da minha mão o que causou um estrondo que nem a música alta conseguiu disfarçar. Droga! Droga! Droga!
Rapidamente abaixo-me para recolher os materiais. Observo que a música foi pausada e sinto a aproximação dele. Quando termino de pegar tudo levanto meu olhar e vejo que estou de frente para aquelas coxas e de cara com o volume do homem. Passei alguns segundos avaliando tudo, embasbacada. Depois levantei-me rápido, tentando tornar tudo menos constrangedor. Ele apenas acompanhava cada movimento meu.
-O que deseja, Melissa? - perguntou e eu percebi um duplo sentido na frase.
-Preciso limpar essa sala. - falei evitando encará-lo, por causa do meu constrangimento.
-Pode começar por aquela outra sala - falou e apontou para uma porta que havia dentro da sala que ele estava. - eu ainda estou acabando aqui.
-É claro. - falei e peguei os materiais. - Com licença - pedi na intenção de que ele saísse da minha frente. Ele passou alguns segundos parado lá, então eu o encarei e já estava prestes a pedir que ele saísse, mas ele ele movimentou-se para o lado e ficou me encarando. Ele deu passagem, mas não o suficiente para que eu passasse de frente. Então passei lateralmente e sendo obrigada a literalmente esfregar-me nele para conseguir passar. Enquanto eu passava ele me encarava firme, então decidi que não iria mais recuar o olhar, encarei aquele homem até conseguir passar totalmente pela porta.
Em seguida dei as costas e fui em direção a outra porta que ele indicou. Entrei e quase não acreditei no que vi. Eles têm um octógono em casa. Um octógono enorme! Cada dia uma surpresa diferente nessa mansão!
Fui ao trabalho e comecei a limpar todo o local e a música da sala ao lado voltou a tocar. Depois que terminei de limpar ao redor do octógono, entrei nele e comecei a higienizá-lo por dentro. Estava limpando cada lateral dele quando vejo Apolo parado observando-me trabalhar. Dei um pequeno sobressalto de susto, pois a música da outra sala ainda estava tocando e eu não esperava que ele viesse aqui.
-Nervosa Melissa? - perguntou ele entrando no octógono.
-O senhor me assustou. - falei e fechei os olhos em negação a mim mesma por ter vacilado na droga do "senhor" novamente.
-Qual o seu problema com porra desse "senhor"? - perguntou sério e aproximando-se de mim.
-Olha, desculpa, mas você tem que se decidir. Você gosta de ser autoritário, direto e de ordenar as coisas, então automaticamente as pessoas vão tratá-lo como "senhor". "Você" ou o "senhor" tem que saber o quer. - falei encarando ele que continuava andando na minha direção até ficar bem próximo a mim.
-Eu sei o que eu quero, Melissa. - falou e apoiou os dois braços na lateral do octógono que estava atrás de mim, deixando-me presa alí. - E você, o que você quer? - perguntou.
-Tenho que terminar o meu serviço - respondi, ficando nervosa com a aproximação daquele homem. Ele estava tão perto que podia sentir sua respiração em mim.
-Isso é o que você deve fazer. Eu perguntei o que você quer. - falou abaixando levemente a cabeça e ficando cara a cara comigo.
-Eu não quero nada. - respondi por impulso. Eu estava embriagada com o cheiro, com a presença, com o calor e com a intensidade daquele homem tão próximo de mim que não fazia nem ideia do que falar.
Então ele levou uma de suas mãos até o meu rosto e acariciou com as costas da mão minha bochecha, como se quisesse sentir a minha pele, em seguida levou o seu polegar até o meu queixo e o pressionou para baixo, forçando a abertura dos meu lábios. Ele aproximou o seu rosto do meu quase tocando os nosso lábios e depois senti sua outra mão apertar-me pela cintura, fazendo com que os nosso corpos ficassem colados.
-Vou perguntar novamente. O que você quer, Melissa? - perguntou ainda naquela posição. Tão próximo, tão quente e duro. O homem estava duro como uma rocha.
-Na...Nada - falei com o coração a mil e a minha cabeça parece que tinha parado de funcionar. Eu continuava encarando aquele homem firme, era a única coisa que eu conseguia fazer.
Então ele deu aquele maldito sorriso de canto, que quase me causou um infarto de tão próximo que ele estava e disse:
-Seu corpo me diz que você quer muitas coisas, Melissa. - falou ele pressionando ainda mais a sua mão que estava na minha cintura e esfregando sua ereção em mim. Acho que minha alma saiu do corpo naquele instante!
-Eu preciso fazer o meu trabalho. - consegui falar, juntando todas as minhas forças para não cair na tentação daquele senhor encrenca.
-E você vai fazer. Mas só depois que eu conseguir o que eu quero. - falou e deslizou o seu polegar que estava no meu queixo até a minha boca e a contornou com seu dedo. Eu estava totalmente perdida naquele momento.
-E o que você quer? - perguntei quase como um sussurro, pois a minha voz já tinha sumido.
Ele não perdeu tempo e invadiu minha boca com tudo. No início tentei resistir ao beijo, mas não consegui, larguei o vidro de álcool, que ainda estava na minha mão esse tempo todo, e comecei a deslizar minhas mãos por suas costas. Enquanto isso ele deixava uma mão na minha nuca, fazendo com que eu ficasse presa ao seu ataque, e a outra apertando minha cintura.
O beijo de Apolo era totalmente invasivo, quente e com pressa. A sua língua invadia a minha boca com urgência. Eu estava totalmente perdida e quente. Em seguida ele tirou sua mão da minha cintura e me empurrou até ficar totalmente encostada em uma das laterais do octógono. Depois colou seu corpo pesado no meu e levantou minha perna até a sua cintura para que pudesse encaixar perfeitamente a sua ereção entre as minhas pernas. Apolo esfregava-se em mim descaradamente enquanto me beijava, e eu já estava totalmente enlouquecida com aquele homem, até que ao invés de esfregar-se ele fez pressão num ponto perfeito entre minhas pernas e eu não respondia mais por mim.
Comecei a retribuir toda a intensidade do seu beijo com vontade e arranhei suas costas. Em seguida Apolo começou a fazer pressão mais forte e eu deixei escapar um gemido enquanto o beijava. Isso o atiçou ainda mais que começou a apertar a minha coxa com vontade enquanto a sua outra mão percorria a lateral do meu copo, então ele parou em um de meus seios e ficou apertando forte e o estimulando por cima da roupa.
Estava totalmente perdida, quando Apolo para de me beijar e fica observando-me enquanto faz pressão entre minhas pernas e estimula meu seio. O seu olhar cor de mel estava escuro, o seu semblante era de desejo puro. Não aguentei deixar que ele ficasse apenas me observando e o puxei para outro beijo quente.
Continuamos naquele ritmo até que Apolo para de me beijar e dá apenas uma pequena mordida no meu lábio inferior. Em seguida ele tira minha perna da sua cintura e para de me tocar com sua outra mão. Ele se afasta um pouco e deixa o meu corpo sentindo a falta dos seus ataques. Olhei para ele confusa. Então ele disse:
-Pronto, já consegui em parte o que eu queria. Pode voltar a fazer o seu trabalho, Melissa.
Fiquei totalmente frustrada e com raiva daquele homem. Ele conseguiu o que queria comigo e pronto, já basta. Olhei para ele com ódio e disse:
-O quê??? - falei, mas não obtive uma resposta. - Esquece! faz o favor de sair daqui. Preciso trabalhar. - disse ajeitando a droga do uniforme e tentando me recompor.
Ele deu as costas e saiu do octógono, mas continuou na sala. Sentou num banco de frente para mim e colocou suas luvas de boxe, que eu nem tinha visto que estavam alí, nas suas coxas.
-Vai ficar aí? - perguntei
-Eu vou sim! - respondeu ele e a arrogância estava lá novamente.
-Com que intenção? Quer dificultar o meu trabalho, é isso? - perguntei irritada
-Eu avisei que se continuasse aqui dificultaria a sua vida, Melissa. - falou encarando-me e eu fiquei mais irritada ainda.
Eu fiquei com tanta raiva de mim por ter permitido que esse homem encostasse em mim daquela maneira. Eu estava com a respiração ofegante, o corpo quente, a calcinha encharcada e morrendo de ódio. Mas, como não tinha outra escolha, peguei o álcool que tinha largado no chão e voltei a limpar a droga do octógono. Apenas ignorei a presença dele alí me olhando trabalhar e continuei com a limpeza.
-A droga desse uniforme é curto! - falou ele depois algum tempo, apenas o encarei indiferente e voltei a fazer o meu serviço. - Não que eu esteja reclamando da vista, ela é ótima. Estou preocupado com quem mais possa vir a apreciá-la. - falou novamente e a minha vontade de mandar ele ir pra velha "puta que pariu" só aumentava, mas me mantive em silêncio ignorando-o totalmente.
-Vai ser assim agora? Vai continuar em silêncio? - perguntou ele
-Olha, você já conseguiu o que você queria, como bem disse, então porque não pega a porra das suas luvas e sai daqui. Eu quero trabalhar em paz. - falei irritada.
-Eu disse que consegui EM PARTE o que eu queria. Não vou continuar com o que eu quero aqui e agora. Tenho planos melhores. - falou levantando-se e aproximando-se de mim.
-Então pega os seus planos e vai para o inferno com eles, porque isso aqui não vai mais continuar. Você não vai mais encostar um dedo sequer em mim. - falei com raiva.
-Isso é o que veremos, Melissa! - falou em tom firme, deu-me as costas e foi embora.
Que homem mais impossível é esse?
Que ódio!
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CONTINUA...
Sexta-feira, 10•01•20.
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Eu não digo nada...🤫