Ilusões

By Porzzinsk

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Amizades, romances, brigas e problemas. Todas essas coisas fazem parte da vida de Bruno. More

o quarto
Manhã
Surpresas
Café
Impulso
Após a tormenta
Conforto
Silêncio
A Festa
Escalada amorosa
A hora da verdade
Passado e Futuro
Descidas, comidas e brigas

Amor e raiva

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By Porzzinsk

Resumindo em poucas palavras, o resto do meu dia foi: cansativo, esgotante e triste. Cansativo, pois eu estava desacostumado com a minha vida acadêmia- vocês não fazem ideia de como uma semana sem fazer, absolutamente, nada( a não ser existir) pode te desacostumar com a vida. São nesses momentos que eu paro e penso naquelas pessoas que quebram as pernas, coluna ou tem que fazer algum tipo de cirurgia que demanda uma quantidade boa de repouso. Imagina que péssimo você ter que mudar toda a sua vida, toda a sua rotina por uma coisa tão imbecil como cair da escada e quebrar as pernas. Quando você acha que o pior foi ter caído e sentido a dor, é nisso que você se engana. É necessário o repouso. Imagino que pelo menos um mês, até os ossos se recuperarem um pouco. Gosto nem de pensar em mudanças tão radicais. Não sei se sou capas de lidar com isso. Imagina não poder sair mais com os amigos. Imagina não poder mais sair de casa para dar uma volta na rua, no parque, no centro ou em qualquer outro lugar. Imagina não poder ser capaz de se sentir capaz de fazer as próprias ações sem a ajuda de alguém.

O dia foi esgotante pelo simples fato de eu não estar sabendo lidar com os meus sentimentos e pelo trabalho em grupo que a Fabíula passou para fazer durante a aula.

" você poderia ter contato para ele. O Junior teria entendido"

" Mas imagina se ele deixasse de conversar com você. Passasse a sentir nojo. Errado ele não vai estar."

"por outro lado, ele é melhor do que isso. Ele não perderia tempo me julgando. Ele só tentaria me ajudar."

"Será mesmo? Será que você conhece ele tão bem assim?"

" Ele é legal."

"Ele é humano. Pode te decepcionar."

" Ele sempre procura o meu bem."

"Pierre também procurava, e olha só no que deu."

" O Junior não faria isso comigo. Nunca!"

"Então conta para ele. Simples assim"

'Não posso. Tenho medo."

"Pelo visto ele estava certo. Você, realmente não é tão sincero com ele, quanto ele é com você."

Esse é o tipo de pensamento que eu estava tendo durante a aula. Era para eu estar pensando nas espécies de obrigação que existem, e não nos meus problemas. Mas só quem sabe como as dúvidas podem te destruir de dentro para fora, entende o quão difícil é conseguir focar em algo.

Comecei a ler as perguntas e não entendia nada. Ainda bem que no meu grupo tinha um pessoal que entendia bem das coisas, se não meu zero estaria garantido.

OK! Preciso começar a ajudar. Eu não sou essa pessoa. Eu estudei a matéria faz pouco tempo. É impossível eu não saber nada. Será mesmo impossível? Nunca duvide da capacidade do ser humano de ser burro.

"Foco! Leia as questões de forma mais lenta."- eu dizia na minha cabeça.

"Como que eu vou ler, se eu estou com sede?"

Foi naquele instante que eu percebi que eu não trouxe minha garrafa de água. Na verdade, meu copo. Evito usar garrafas de plástico. Tento ser um pouco consciente com o planeta.

Eu preciso beber água. Estou com muita sede. Por isso não consigo pensar em nada. Tudo isso é mentira. Eu não consigo focar por que eu só penso nos problemas e nas mentiras que eu estou criando cada vez mais. Uma coisa pequena tem se transformado em uma coisa cada vez maior. A famosa bola de neve. Começa pequena descendo a montanha, e quando você menos espera, está gigante. Destruindo tudo pela frente.

Sai da sala e fui beber água. O bebedouro é perto, mas decidi ir beber em um longe. Eu precisava dar uma andada. Tomar um ar. Segui o corredor até o final. Passei por várias coisas. Vi casais se beijando. Vi gente colando panfletos nos murais do corredor. Vi gente matando aula. Comecei a parar de reparar nas pessoas e passei a ver as plantas. O prédio 12 tinha uma variedade de plantas muito grande. Tinha coqueiro, cacto, orquídeas e outras. Mas o que mais me chamou a atenção foi uma orquídea amarela. Daqueles amarelos bem vivos, que exala vida, felicidade. Foi ali que eu percebi do por que o meu dia estar sendo não só cansativo e esgotante, mas também triste. Faltava algo tão vivo na minha vida, como aquela orquídea. Pode parecer um pouco falso, mas a partir do momento que eu menti para os meus amigos sobre a morte do meu tio, eu menti para mim mesmo. Eu quebrei uma ponte dentro de mim. A ponte que autoriza a sinceridade com os meus amigos. Entretanto, não adianta ficar remoendo sobre isso. Eu fiz o que eu tinha que fazer.

Bebi minha água, voltei para a sala e por fim isolei meus pensamentos em algum lugar da minha cabeça. Consegui ser produtivo.

Entregamos o trabalho no final da aula. Sai da sala e fui direto para o prédio 6, que fica do outro lado do campus. Sim, tive que correr um pouco. No caminho encontrei a Mariana. Ela estava indo para a aula também. A gente nem conversou. Não dava tempo. Já vai começar a minha próxima aula.

**

A minha segunda e terceira aula foram boas. Cansativas, porém boas.

O relógio marcou seis e quinze, e foi nesse momento que minha professora de Italiano liberou a gente. Sai da sala e fui direto para o ponto de ônibus. Não tinha mais a Loren para me dar carona.

Esperei em torno de dez minutos para o ônibus chegar. Quando ele chegou, para o meu azar, estava lotado. Me espremi entre o pessoal e achei um lugar para ficar em pé. Não sei como, mas estava vindo uma corrente bem gelada no meu rosto. Consigo sentir o gelo do ar relando nas minhas bochechas e entrando pelas minha narinas. Gosto muito dessa sensação.

Cheguei em casa quase sete horas da noite. Tinha muita trânsito nas ruas da cidade, então atrasei um pouco.

Desci do ônibus e fui em direção à minha casa. Eu estava andando tranquilamente quando escuto:

" Ou, acho que já está na hora de bater em 'bixinha', você não acha?"

Olhei para trás um pouco assustado e vi três homens. Eu nunca tinha escutado isso na minha vida. Não é possível que eu iria apanhar ali. Na minha rua.

Os homens se aproximavam cada vez mais e eu só paralisei. Não conseguia me mexer. Virei uma estátua. Como pode né? Naquele momento eu tinha é que estar correndo muito. A adrenalina tinha que estar a mil no meu corpo. Mas não, eu só conseguia ficar parado ali, feito um bobo de pedra.

"vou morrer"- foi a única coisa que passou na minha cabeça. Depois disso só ficou um vazio. Meu cérebro estava mudo. Não conseguia pensar em nada.

Os homens estavam quase na minha frente, e foi nesse piscar de olhos que meu corpo reagiu. Comecei a correr muito. Muito mesmo. Estava quase um maratonista. Eu só corria. Nem me dava ao trabalho de olhar para trás.

Corri por uns dois minutos sem parar. Não sei exatamente. Só parei quando cheguei no quarteirão do meu prédio.

Você deve estar pensando: "Mas não tinha ninguém na rua?"

E na verdade tinha gente sim. Perto de onde eu estava tinha duas mulheres. Mas é perigoso sobrar para elas, caso elas fossem me ajudar. E posso dizer que tinham carros passando normal na rua. Mas isso não pareceu ameaças os três homens que estavam vindo na minha direção. Então é isso! Tive sorte, muita sorte.

Continuei andando até chegar na porta do meu prédio. Abri o portão e subi. Quando cheguei no meu apartamento me deparei com o Paulo no sofá( ele mora comigo). O Renan( namorado do Paulo)estava no chão junto com o Junior. Eles estavam jogando algum jogo envolvendo cartas.

Eu deveria estar bem pálido, pois no momento que eu entrei o Paulo disse:

"Bruno, você está bem? Que que aconteceu?"

Nisso, o Renan também disse:

"Garoto do céu, o que te aconteceu? Parece que viu algum fantasma"

O Junior não disse nada. Ele só ficou olhando.

Eu contei o que aconteceu. Paulo e Renan demonstraram raiva e tristeza na hora.

" Não temos mais paz nem na rua de casa"- paulo disse

" Vontade de sumir com esse tipo de gente do mundo. Agora não pode nem mais ser gay em paz."- renan disse.

Junior decidiu falar. Abriu a boca e disse as seguintes palavras:

"Será que é verdade mesmo, ou só mais uma de suas mentiras."

Cada palavra me acertou como uma faca. Fiquei meio sem saber o que responder. Só olhei para ele. Não é possível que ele disse aquilo. Eu não conseguia acreditar. Eu não consigo acreditar que aquilo era verdade. O Junior não seria capaz de falar aquilo. Mas ele falou. E isso doía muito.

Só dei uma risadinha junto de um sorriso meio torto, e fui para o meu quarto.

Deitei na minha cama e chorei muito.

"como alguém poderia pensar que eu estaria brincando com algo tão sério assim?"- eu pensei

**

Depois de umas duas horas de tudo isso que tinha acontecido, mandei uma mensagem para a Loren.

" Preciso te contar uma coisa."- eu mandei.

Ela respondeu quase no mesmo minuto as seguintes palavras:

" o que foi mor?"

Contei para ela tudo que tinha acontecido, menos a parte que mais me chateou, que foi o que Junior disse.

Por fim ela me ligou e ficamos falando no telefone.

**

Eu já estava melhor. Só precisava desabafar um pouco com alguém.

Estava no meio de uma frase, quando ouvi duas batidas na minha porta, seguidas de:

- Posso entrar?

Eu reconheci a voz. Era o Junior.

- Espera um minuto.

Falei para a Lorena que eu precisava desligar.

Desliguei e disse:

- Entra agora.

Ele entrou. O rosto estava com uma cara de piedade.- como eu odeio essa cara!- Os ombros estavam encolhidos, o que ele faz quando está com vergonha ou arrependido.

Eu nunca descrevi ele. Vou fazer isso. Ele é alto e magro. Não é forte, mas tem os braços e costas largos. O cabelo é meio marrom claro, e não é nem grande nem curto. Não sei definir muito bem. A boca é bonita. Os lábios são simétricos e bem avermelhados. Ele tem a pele bronzeada.

-Precisamos conversar- ele disse olhando agora para mim.

Eu estava sentado na cama. Olhei para ele e disse:

-Agora que você percebeu? Depois de ter sido um puta babaca comigo lá na sala

Eu estou com raiva dele, mas não quero perder a cabeça. Vou tomar cuidado com as palavras que eu disser.

- Por isso mesmo vim aqui. Não foi justo o que eu disse. Eu não deveria ter dito aquilo. Mesmo eu estando bravo com você, não deveria ter sido um idiota- Junior disse.

-BRAVO COMIGO?- Eu disse gritando.

- Como você pode estar bravo comigo, eu não te fiz nada- eu disse novamente.

Eu sabia que eu tinha mentido. E eu sabia que ele tinha conhecimento da minha mentira, mas eu estava nervoso. Ou seja, poderia sair muita coisa ruim da minha boca. Lá se vai meu pensamento de não perder a cabeça.

- Você sabe muito bem o que fez. E eu não estou falando disso. Vim te pedir desculpas pelo que eu fiz agora e não por antes. Não me sinto culpado por antes. Eu diria tudo de novo agora aqui na sua frente.- Junior disse.

Olhei um pouco espantado e disse com os olhos cheios de lágrima:

- Eu sei que você está falando de agora. Eu sei disso. E para ser sincero, doeu "ta" bom? Não esperava isso de você!"

- Eu sei- ele disse com os olhos marejando.

- Me desculpa- Junior disse, só que agora uma lágrima escorria pelo seu rosto.

Não respondi nada. Só abaixei a cabeça e deixei as lágrimas tomarem conta do meu rosto.

- Eu não sei o que se passa nessa sua cabecinha linda que você tem ai. Mas eu respeito a sua privacidade, só queria que você tivesse me falado que você não queria comentar sobre o assunto e não, simplesmente, me excluir e fingir que nada estava acontecendo. Eu tenho sentimentos. Eu gosto muito de você. Não só como amigo. Mas como pessoa. Você é especial para mim. Eu confio em você. Queria que você fizesse a mesma coisa comigo. Confiar em mim.- Junior disse enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

- Se eu te contar o que se passa na minha cabeça, eu vou te perder. Eu não posso me dar ao luxo de fazer isso. Eu tenho nojo de mim pelas coisas que eu já fiz. Você sentiria nojo-Eu disse no meu mar de lágrima e soluços.

- EU NUNCA SENTIRIA NOJO DE VOCÊ- Junior gritou, e em seguida começou a soluçar.

- É porque você não sabe do que eu estou falando- respondi

- Só você não vê que eu nunca te julgaria. CARALHO. Eu só quero o seu bem. Como você não percebe isso?- Junior disse.

Eu não tinha mais nada para responder. Não sabia nem o que responder.

Começamos a nos olhar.

Junior veio na minha direção e sentou do meu lado.

Virei meu rosto de frente para o dele. Ele me puxou e me deu um beijo. Mas não foi qualquer beijo. Não era como os que a gente dava antes. Nesse eu pude sentir sentimentos. Senti amor. Senti verdade.

Subiu um calor dentro de mim que eu não consigo explicar. É como aquele alivio de quando você vai bem em uma prova muito difícil, misturado com a emoção de quando você faz alguma coisa radical.

O beijo estava muito bom. O prazer veio surgindo.

Coloquei minhas mãos em volta do pescoço dele. Eu acariciava devagar o seus cabelos da nuca.

Estávamos ofegantes. Dava para ouvir as respirações um do outro.

A mão dele veio para as minhas costas. Ela subia e descia.

Comecei a beijar o pescoço dele. Consegui ouvir ele dando um gemido de prazer.

Logo em seguida, ele começou a beijar o meu pescoço. Não consegui esconder o prazer, e puxei o cabelo dele. A cabeça inclinou para trás. Paramos de nos beijar naquela hora. Olhei nos olhos dele. Eu conseguia ver o desejo. A vontade de me beijar.

Voltei a beijar ele, mas agora com mais vontade.

Subi no colo dele e comecei a fazer o movimento de sobe e desce.

Senti pela minha calça que ele estava excitado. Eu também estava.

O volume das nossas calças estavam subindo juntos.

Continuamos a nos beijar. Eu queria explodir de prazer. Aquela sensação podia me dominar. Me sinto poderoso. Desejado. Invencível.

Até assustei quando isso aconteceu, mas Junior me levantou e depois me deitou na cama. Ele estava por cima. Me olhava atentamente, até que começou a me beijar novamente.

Comecei a desabotoar a minha calça. Ele percebeu, e começou a fazer o mesmo.

Ele tirou a camisa, e depois puxou a minha de forma delicada. Me deitou de novo e começou a beijar meu peitoral.

A gente nunca tinha feito nada desse tipo. O máximo foi um beijo com uma mão aqui e a outra ali. Aquilo era novidade para nós dois.

Ele começou a dar beijos sentido minha virilha.

A sensação é indescritível.

Ele subiu de novo e foi até o meu ouvido e disse bem ofegante:

- Você quer fazer isso?

Eu sem pensar duas vezes disse:

- Sim

Ele desceu e começou a me chupar. O desejo era recíproco. Logo que ele parou, comecei a chupar ele.

As coisas estavam cada vez mais quentes.

Por fim ele colocou o pênis dele dentro de mim de forma muito delicada. Ele estava sendo gentil o tempo todo.

Começamos o movimento de vai e vem. Sobe e desce.

Nós dois gemiamos muito. Eu gostava de ouvir ele fazendo os sons. Eu sentia prazer naquilo.

Ele me pegou e colocou no colo dele.

Enquanto ele colocava e tirava o pau de dentro de mim, ele disse bem baixinho:

- "ta" afim de trocar?

Eu disse que não precisava. Eu não estava afim de meter. Daquele jeito estava perfeito. Eu estava transando pela primeira vez depois de tanto tempo. E eu sentia amor naquilo.

Por fim chegamos no ápice do orgasmo e gozamos. Ele primeiro e depois eu.

Ficamos ali deitados na cama. Ele com o braço em baixo do meu pescoço, e a cada cinco minutos ele me dava um beijo na bochecha ou pescoço.

Eu adormeci, mas sabia que ele estava ali do meu lado. Conseguia sentir o calor do seu corpo junto ao meu.

Apesar de meu dia ter sido cansativo, esgotante e triste; esse final de noite valeu qualquer raiva que eu tenha sentido.

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