A sociedade Beaumont

By AutoraBeaLourenco

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PLÁGIO É CRIME! (Art. 184 - Código Penal) CONTÉM CONTEÚDO ADULTO [+18] (Cenas de sexo explícito... More

*Nota da Autora*
Capítulo 1 : Ligeiramente nostálgico
Capítulo 2: Preocupação nunca é demais
Capítulo 3: Melancolia Constante
Capítulo 4: Virtude Inata
Capítulo 5: Todo tempo do mundo
Capítulo 6: Walking on Sunshine
Capítulo 7: Noite no sofá
Capítulo 8: Efeito Eloise
Capítulo 9: Como o diabo foge da cruz
Capítulo 10: Flashes e Nostalgia
Capítulo 11: A que horas devo ir?
Capítulo 12: Regra de Ouro
Capítulo 13: Inquebrável
Capítulo 14: Maturidade
Capítulo 15: Ardendo em Chamas
Capítulo 16: Um bom vinho e uma boa amizade
Capítulo 17: Montanha-russa
Capítulo 18: Vulnerável
Capítulo 19: O Ranking
Capítulo 20: Absurda e Assustadora
Capítulo 21: Siga o roteiro
Capítulo 22: Cama de Solteiro
Capítulo 23: Terceira Roda
Capítulo 24: Efetivado
Capítulo 26: Querer não é poder
Capítulo 27: Gélido Como Lume
Capítulo 28: M U L H E R
Capítulo 29: Agora você me vê, agora não vê mais
Capítulo 30: Tempos de Diamante
Capítulo 31: Fenomenal Viúva Negra
Capítulo 32: Vinte Minutos
Epílogo | Capítulo 33

Capítulo 25: Um, dois... TRÊS?

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By AutoraBeaLourenco


Eu mal conseguia engolir a saliva. Meu estômago doía como se nele houvesse um buraco profundo. Eloise dirigia aflita, embora calma, e eu só conseguia pensar em um único provável motivo pelo qual Susan dissera tudo aquilo no escritório.

— Você precisa de ar – abriu todas as janelas enquanto me olhava pelo retrovisor.

— Eu vou ficar bem, só preciso ir para casa – repetia mentalmente exercícios de respiração na tentativa de relaxar.

Mas eu não conseguia. Eu dediquei duzentos porcento de mim naquele trabalho. Eu estava confiante de que conseguiria um emprego antes mesmo de concluir a faculdade, não por causa da Eloise, mas porque eu acreditei em mim, eu acreditei no meu potencial... mas tudo que eu consegui foi um belo de um chute na bunda.

— Vai, desce do carro – Eloise parou no acostamento de uma das milhares de estradas arborizadas da Califórnia. Eu nem fazia ideia de onde estávamos.

— O que vai fazer? – Olhei atentamente para os lados ao descer do carro.

— Eu disse que você precisa de ar – ela fez o mesmo e ficou encostada na lateral, braços cruzados, encarando as árvores altas. – O que esperando? Respira!

— Olha, eu acho que não parei de respirar desde que nasci – revirei os olhos.

— Você entendeu, engraçadinho – Eloise se aproximou e segurou meu rosto entre as duas mãos. – Adam, presta bastante atenção no que eu vou te dizer agora – dessa vez eu não estava vidrado no seu olhar, nem no seu toque, mas assenti. – Nunca deixe uma experiência ruim definir quem você é e o que você merece. Você precisa enrijecer, a menos que queira ser engolido. Infelizmente, no nosso mundo, isso é necessário.

— Eloise, você não vai me entender...

— O que eu não vou entender? – Desceu as mãos pelos meus braços. – Acha que por ter vindo de uma família boa as coisas foram sempre perfeitas pra mim? Adam, estamos entre os grandes lobos, os gênios da probabilidade, da estatística, da ciência exata, e você está se esquecendo que eu sou uma mulher. Se eu perdesse as esperanças por cada babaca que dizia que eu deveria estar em casa limpando, que eu não era capaz, e cada situação como essa, eu não teria chegado onde cheguei.

— Eu esperava um discurso motivacional mais sensível – dei um meio sorriso enquanto voltava meu olhar para as árvores.

— Sensibilidade não é o meu forte – arqueou a sobrancelha e bateu na minha bunda.

— Mesmo assim, obrigado – respirei fundo, finalmente deixando que o ar puro entrasse em meus pulmões. – Nós já podemos ir.

Eloise deu um meio sorriso com uma das sobrancelhas arqueadas, eu não entendi direito, confesso. Em seguida, ela enroscou os braços ao redor do meu pescoço e de forma lenta aproximou seus lábios dos meus. Ao passo que meus olhos fechavam automaticamente, eu sentia o aroma doce de seu hálito preencher minhas narinas e chegar aos meus pulmões, causando uma sensação de alívio e êxtase extremos.

— Não antes de me contar o que houve lá dentro – Eloise parou. Tirou o blazer, pegou um pacote retangular no bolso e o atirou dentro do carro pela janela.

— Por que faz isso comigo? – Sussurrei ainda de olhos fechados. Eloise simplesmente sorriu e continuou me olhando. Respirei fundo para começar a contar. – Digamos que se eu fosse muito idiota, nesse exato momento, estaria culpando você pela minha não efetivação – escorado na porta, deslizei até me sentar no chão, ela fez o mesmo logo depois.

— Vou precisar de mais detalhes – então, ela acendeu um cigarro preto que tinha um cheiro estranho de menta.

— Susan me ofereceu um cargo de CEO, – ela franziu a testa e me olhou imediatamente – em troca, eu deveria parar de ver você.

— Parar de me ver? – Eloise riu. – Ela queria que você ficasse cego?

— Acho que ela quis dizer, parar de "dormir" com você – dei de ombros enquanto catava pedrinhas para jogar. Eloise engasgou com a fumaça e começou a tossir, o que a fez apagar o cigarro imediatamente.

— POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO ME DISSE ISSO QUANDO ESTÁVAMOS LÁ?

— Eu não achei que fosse importante assim – recuei pela sua reação.

Não me lembro de ter visto a face dela tão odiosa como naquele dia. Seu olhar não era mais amigável, protetivo ou sequer sutilmente doce.

— Eu preciso te levar pra casa agora, Adam – levantou em dois segundos e estendeu a mão para mim.

— Pensei que passaríamos mais um tempo juntos – me pus de pé novamente, estapeando a calça e retirando a sujeira.

— Outra hora, talvez – entrou no carro às pressas. Dei a volta e dessa vez me sentei ao seu lado. – Eu preciso resolver um assunto.

— Você não vai brigar com ela por causa de mim, não é!? – Encarei Eloise enquanto ela dirigia velozmente.

— Não por você, – revirou os olhos – por mim.

— Por você? – Franzi a testa.

— Você é bastante inteligente, Adam – ela não tirava os olhos da estrada, e as mãos estavam fincadas no volante como duas garras de águia em uma presa. – Não consegue pensar em um motivo para Susan querer que você não transe mais comigo?

— Então, Campbell na sua lista é a Susan – ergui as sobrancelhas, mesmo não estando muito surpreso.

— Correção, era a Susan – afirmou enfática.

— Isso é uma quebra de contrato?

— Absolutamente – ergueu os ombros como se fosse óbvio. – Ela tentou interferir na minha vida pessoal, embora eu não tenha a mínima ideia de como ela descobriu que você também é um.

— Acho que tenho uma ideia – fiz uma careta. Paramos no semáforo.

— Adam, por favor, me diz que você não disse nada sobre nós.

— Eu não disse – ela fechou os olhos aliviada. – Mas ela disse que viu.

— Como assim? – Demonstrou confusão.

— Na sala dela, Susan me disse ter visto algo nosso pelas câmeras de segurança minutos antes de entrarmos na sala dela.

— Adam, isso foi um blefe – Eloise revirou os olhos. – Eu já passei bastante tempo dentro daquela sala e sei que o computador dela não recebe acesso direto das informações das câmeras de segurança.

— Ok... – aquilo foi informação demais para mim. – E agora?

— Um a menos para me preocupar – deu de ombros.

Apesar de a situação parecer favorável para mim, não me sentia feliz ou aliviado, mas incomodado. Como ela conseguia agir com tanta frieza assim com uma pessoa que aparentemente esteve ao lado dela por tanto tempo – e de maneira íntima? Eu só conseguia imaginar como eu reagiria se ela fizesse isso comigo. Arrepios e calafrios.

— Eu volto mais tarde pra ficar com você – Eloise nem desceu do carro. Apenas me deu um beijo breve através da janela e partiu.

Nada mais a fazer. Ocupei minha mente com minhas obrigações domésticas. Depois disso, tomei um banho e me joguei na cama a fim de tirar um cochilo até que Eloise chegasse – certamente ela iria querer transar e eu não pretendia fracassar nisso também.

Sem saber ao certo se estava dormindo ou acordado, senti o celular vibrar embaixo do meu travesseiro. Não era Eloise como eu esperava, mas era Sam. Ela enviou uma mensagem, convidando para assistir uns filmes em seu apartamento. Educadamente recusei. Ainda estava à espera de Eloise. Mas as horas foram passando entre cochilos e despertares assustados. Mais de de onze da noite. Comecei a me preocupar, ainda pensava sobre a vez na qual ela fora seguida até aqui. Quis ligar, mas eu não podia fazer isso. Era contra as regras, e eu não queria ser o próximo na sua lista de contratos cancelados.

Deixei a cama e preparei um café, o mais forte possível. Pensei que ela poderia estar atrasada por algum motivo, ou até mesmo que poderia chegar mesmo que de madrugada. Sentei no sofá e esperei por notícias suas. Até meu celular começou a vibrar constantemente, era uma solicitação para uma chamada de vídeo.

— Eloise! – esfreguei os olhos enquanto a imagem carregava. – Fiquei tão preocupado com você...

— Não precisa – a primeira coisa que vi foi Christopher sorrindo, e estranhamente sem camisa. – Eloise está em ótimas mãos.

— Ela... – tentei ignorar aquele cara – está bem? Por que você está usando o telefone dela?

— Porque nesse exto momento ela está dormindo, e nós não queremos acordá-la – a imagem antes estática começou a tremular enquanto Christopher se movia pelo quarto.

Se eu tivesse alguma ideia do que estaria por vir, juro que teria arremessado meu celular contra a parede. A sequência seguinte de imagens embrulhou meu estomago de tal maneira que nunca acontecera antes. Um ciúme louco e odioso invadiu meu corpo ao ver Eloise adormecida e nua nos braços da Susan.

— Ok – respirei fundo tentando pateticamente fingir que não me importava. – O que você está fazendo aí, cara? Não deveria filmar isso.

— Bem... – seu sorriso arrogante invadiu o rosto - digamos que eu participei um pouco da brincadeira hoje – ele sentou na beira da cama e acariciou a perna de Susan. – Eloise chegou em casa bem brava, pediu que eu ligasse para Susan e a convidasse para o jantar. Mas, antes que Susan chegasse, tentei acalmá-la um pouco como nos velhos tempos. Fumamos um baseado, Eloise acabou ficando relaxada demais, então Susan chegou na melhor parte, estávamos dando uns amassos no sofá e Eloise a convidou para um ménage – suspirou. – Olha, fazia um tempo que não rolavam festinhas como essa aqui. Você até poderia ter participado, se não fosse tão careta.

Então, Christopher começou a me mostrar a bagunça no quarto: lingeries e camisinhas usadas espalhadas por todo canto. Tive vontade de vomitar. Nenhuma reação me pareceu mais plausível que desligar o telefone na cara dele.

Definitivamente, eu enlouqueci com o ciúme. Minha próxima reação, não tão pensada também, foi entrar em contato imediato com Samantha. Liguei para ela e torci para que ainda estivesse acordada. Anotei o endereço, chamei um Uber, enchi meu bolso de camisinhas e desci as escadas para esperar pelo carro. Ah! Desliguei meu celular e deixei jogado na tigela de chaves ao lado da porta.

Mandei mensagem pra Sam esperando que ela ainda estivesse acordada. Ela me mandou o endereço. A única coisa que peguei foram camisinhas e as chaves de casa. Não era longe dali, peguei um ônibus e fui parar na porta do seu apartamento.

— Não esperava que viesse tão tarde – ela disse com ar de surpresa ao abrir a porta de pijamas de personagens em cartoons.

Eu olhei para ela e depois por cima de seus ombros. Respirei fundo e ao piscar os olhos tudo o que acontecera nas últimas horas passou pela minha cabeça em velocidade ultra. As únicas palavras que saíram da minha boca quando eu finalmente consegui abri-la foram:

— Quer transar comigo?

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