Mais Além do 'Felizes Para Se...

By SamilaGrey

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Obra original e completa. Não disponível para download ou adaptações. Todos os direitos reservados. More

Estreia.
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26

Capítulo 13

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By SamilaGrey

O nível de nervosismo da situação piorou em segundos, em um nível catastrófico. Ian, que tinha os olhos varrendo Madison, percebeu ela piscar lentamente, como se anestesiada, apertando o braço. O lenço impecavelmente branco mostrava uma mancha horrível, vermelha escura, grande demais só pra uma breve espetada. Ela viu de relance ele se abaixar, então se viu ser carregada. Anahí falava nervosamente, aparentemente consigo mesma. Tinha os olhos azuis preocupantemente dilatados; isso acontecia em breve episódios onde ela perdia o controle e ficava nervosa demais.


Porém, é valido lembrar, Madison não é uma mulher como as normais. Ela conseguia dividir, dentro do corpo, as coisas que sentia e organizar os pensamentos. Pessoas normais sentiam tudo, acrescendo medo, o que causava pânico e era contraproducente. Ela, por outro lado, via as coisas como ingredientes separados: Alguém deixara uma planta venenosa no ursinho e ela se espetara. Sua mão doía, uma queimação forte que subia pelo braço aos poucos. Seu dedo sangrava até agora, o que não tinha precedente. Ela olhou o dedo envolvido por um instante, alheia a conversa entre Anahí e Ian. A queimação começava da ponta do dedo, debaixo da unha, onde ela se espetara, e conforme o tempo se espalhava, rumando o braço. Ela estava brevemente tonta. Olhando a mão seu olhar bateu de relance na barriga volumosa. Se aquilo continuasse a subir, chegaria no bebê. Isso a trouxe de volta com um baque. Seu bebê não.


E o mais absurdo de tudo: Um homem que não era Christopher e estava carregando.


Madison: Me coloque no chão! – Grasnou, ultrajada, estapeando Ian com a mão boa. Ian se esquivou, incrédulo.


Ian: O que está fazendo, mulher? – Anahí olhava os dois, parecendo em choque.


Madison: Me ponha no chão agora! – Ela começou a bater as pernas, causando um redemoinho de tecido grafite no ar.


Anahí: Coloque ela na poltrona. – Disse, exasperada. Ian se abaixou, colocando Madison sentada na poltrona com cuidado.


Madison: Que absurdo! – Ian ergueu a sobrancelha, pondo uma mão na cintura.


Anahí: Ok, Mad, escuta. Eu vou precisar ir pras cozinhas agora, eu preciso achar umas plantar, tentar fazer algo para cortar o veneno do espinho, Ian vai ficar com você, se qualquer cois... – Interrompida.


Madison: Anahí, shhh. – Anahí a olhou, exasperada – Respire. Agora inspira. Tudo bem, eu estou aqui. Você está histérica. Precisa se acalmar.


Ian: Isso é loucura. – Taxou, os olhos indo de uma pra outra.


Anahí: Você entende que foi envenenada, não é? – Perguntou, lentamente, como se estivesse se questionando sobre a sanidade mental da outra.


Madison: Pronto. Chegamos ao ponto. Envenenada. – Anahí assentiu – A toxina está no meu sangue, certo? – Anahí assentiu de novo, impaciente.


Anahí: E nós estamos perdendo tempo precioso. – Disse, se sentindo dormente de tanto nervoso. Madison negou com o rosto, agora o cenho trincado.


Madison: Ian, tire o cinto. – Pediu, oferecendo a mão. Ian recuou um passo, ultrajado – Oh, por favor, passamos dessa etapa há anos. Não seja tímido.


Anahí: Eu não sei mais o que estamos fazendo aqui, mas dê o cinto a ela. – Ralhou, caindo sentada no chão. Ian suspirou, desgostoso e abriu o cinto, encarando Madison e deu a ela.


Madison apanhou o cinto e amarrou no meio do braço, apertando com tanta força que fez a pele do lugar afundar. O sangramento no dedo piorou e ela apertou com o lenço, antes de tirar. O sangue vinha profusamente de debaixo da unha.


Madison: Mamãe está aqui, meu príncipe. Vou resolver. Relaxa. – Tranquilizou. – Mas papai vai ficar uma arara... – Comentou, distraída, checando o cinto.


Ian: Eu já sou rei e não estou relaxado, Madison. – Disse, ignorado totalmente. Anahí parecia ter perdido a capacidade de falar.


Não foi agradável de ver, mas tinha sua lógica. Madison apanhou a unha com um dente, puxando-a e arrancando-a do dedo (e arrancando um grito de Anahí, que recuou no chão). Ian apertou a têmpora, observando. Piorou depois. A morena mordeu o dedo, bem onde arrancara a unha até ferir feio, causando quatro cortes que sangravam profusamente. Levou o dedo até a boca, visivelmente sugando o que houvesse ali, virando o rosto pro lado e cuspindo o sangue fora (pra fazer companhia a unha caída no chão).


Anahí: Mad... – Tentou, tremula, mas a outra olhava pra frente, como se quisesse sentir algo.


Madison: Ainda não. – Decidiu, levando o dedo até a boca de novo. Ian se largou sentado em uma poltrona do lado, parecendo derrotado.


Madison sugou o dedo com força por um tempo, cuspindo pro lado de novo, e tornou a fazer aquela expressão pensativa. Pro desespero de Anahí, levou o dedo a boca uma terceira vez, logo cuspindo mais sangue. Demorou mais observando dessa vez.


Madison: Pronto. – Disse, satisfeita, então pareceu reparar os dois pares de olhos incrédulos observando-a – Veneno na corrente sanguínea. Eu suguei a toxina e cuspi fora. O gosto do sangue está puro de novo. Dois mais dois são quatro. – Explicou, obvia, enrolando o dedo que parava de sangrar no lenço já sujo de Ian – Vocês iam dizendo? – Perguntou, soltando o torniquete que fizera no braço.


Anahí: Eu vou... Digo... – Madison ergueu a sobrancelha – O que você está sentindo?


Madison: Fome. – Admitiu, e Ian derrubou a cabeça na poltrona – Oh. Nada. A queimação parou... – Ela balançou os dedos – E a tontura também. Estamos bem. Não estamos, querido? – Perguntou, terna – Mas estamos mesmo com fome.


- Tá com você! – Disse a voz risonha. Ian ergueu a cabeça e Anahí arregalou os olhos, murmurando um "não" enquanto tentava se levantar. Madison olhou por cima do ombro, em seguida olhando a pequena poça de sangue com uma unha inteira do lado e soltando um "Oh" alarmado.


Ian: HEEEY! – Chamou, saltando da poltrona bem na hora que os gêmeos, risonhos, chegaram rindo. Anahí conseguiu se levantar.


Rosalie: Tio Ian! – Disse, risonha e abraçou Ian, que apanhou Chord no abraço também.


Ian: Vocês estão enormes! – Disse, prendendo a cabeça das crianças em sua barriga. Olhou pra Anahí por cima do ombro e ela se antecipou.


Anahí: Ei, vocês dois. – Disse, se aproximando dos filhos e os virou pra si, deixando-os de costa pro sangue no chão.


Rosalie: Dinda! – Chamou e Madison, como de costume, sorriu pra ela... Um sorriso vermelho, tanto nos dentes quanto nos lábios.


Ian: Madison, pelo amor de Deus! – Gemeu, se pondo no meio. Mal chegara e já estava exausto.


Rosalie: O que é isso? – Perguntou, tentando olhar de novo, mas Ian estava no meio e Anahí a puxou pra si.


Anahí: Nada, sua tia comeu amoras demais. Certo. Vou pedir, e dar autorização, pra vocês dois fazerem uma coisa que são proibidos de fazer agora. – Isso bastou pra tragar a atenção dos gêmeos – Vocês vão sair correndo e gritando o máximo que puderem.


Chord: Legal! – Aceitou, se animando.


Anahí: Só hoje, Chord. – Cortou, rígida – Vocês vão correr e vão gritar, até alguém aparecer. É uma caçada. – Ela viu os filhos se prepararem pra começar a correr e quis sorrir com a inocência dos dois – Vocês vão me encontrar um empregado e um soldado.


Chord: E o que eu faço quando achar? – Perguntou, comprometido.


Anahí: Vão dar meu recado de que eu preciso deles aqui pra ontem. – Respondeu e o menino assentiu.


Rosalie: Papai disse que falar com as pessoas assim é rude, porque é coisa de adulto e nós somos crianças. – Ian e Madison observavam, interessados, na falta de alternativa melhor.


Anahí: Estamos quebrando regras hoje. Só hoje. Precisam repetir que eu disse isso, e que é urgente. – Os dois assentiram – Em seguida vão atrás de Suri, e vão dizer "água rasa" pra ela.


Chord: Água rasa? – Confirmou e Anahí assentiu, puxando o lenço que ficava no bolso da calça do menino.


Anahí: É. Ela vai passar os próximos passos da brincadeira. – Disse, se levantando e ajeitando os filhos de costas pra sala, de frente pra porta – Em suas posições. Três, dois... Vão!


Os dois saíram correndo e gritando a plenos pulmões, parando pra rir quando a vontade vinha. O som dos gritos sumiu no corredor e Anahí se amparou na porta, suspirando de alivio. Quando se virou, dois olhares divertidos a encaravam.


Ian: "Agua rasa"? – Perguntou, verbalizando o olhar de Madison.


Anahí: Oh, é um código que eu tenho pra Suri saber que precisa segurar os irmãos por um tempo. – Dispensou, com um aceno de mão – Madison?


Madison: Sigo maravilhosa. – Dispensou e Anahí deu o lenço de Chord a ela, que aceitou, dispensando o de Ian. O dedo já não sangrava mais.


Ian: Alguém pode me dizer quem tentaria envenenar você? – Perguntou, se sentando – Não que faltem opções, só estou na duvida. – Madison ergueu a sobrancelha.


Madison: Oh, querido, quando Christopher chegar você vai receber a versão estendida da história. – Garantiu – Isso vai dar uma dor de cabeça...


Anahí: Não é pra menos. – Um soldado entrou na sala, parecendo brevemente exasperado. A gritaria dos gêmeos começara a surtir efeito. O homem se curvou em reverencia.


- Altezas.


Anahí: Vá até a vila e encontre meu marido. – O soldado assentiu, olhando pro chão. Péssima ideia, os olhos vieram pra poça de sangue – Diga... Diga que eu tive um problema e não me senti bem. Estou melhor, mas preciso que ele volte agora e traga Christopher junto.


- Sim, majestade. – E saiu de costas.


Madison: Você está mentindo com a corda toda hoje. – Reparou, divertida. Anahí a fuzilou com os olhos, mas não respondeu. Ian riu. Se falassem que era alguma coisa com Madison; pior, Madison gravida, Christopher tocaria fogo no caminho.


A empregada chegou logo depois, parecendo igualmente perturbada. Anahí pediu que preparasse uma infusão com plantas que Madison não gravou o nome e trouxesse. Ao ser questionada, falou que era algo como um desintoxicante, e fez a outra beber mesmo contra vontade. Empregados vieram, lavando o chão da sala e Madison se retirou, voltando de banho tomado, roupa trocada, o dedo antes ensanguentado agora só apresentando quatro pontinhos cicatrizados e a falta de uma unha na ponta denunciando o ocorrido. Insistiu que estava com fome, e comeu o que bem quis.


Alfonso: Ei! – Chamou, alcançando Anahí no corredor e ela se virou, vendo ele vir, afoito. Ela se lançou, abraçando-o, sem nem calcular – O que houve, carinho? – Perguntou, preocupado, apanhando o rosto dela nas mãos, os olhos checando-a.


Anahí: Nada, comigo nada. Eu estou bem. Senti sua falta. – Ela selou os lábios com os dele, vendo-o se acalmar – Mas temos problemas sérios. Dois deles. – Murmurou e viu o olhar de Alfonso se endurecer. – Qual quer primeiro?


Alfonso: O mais grave. – Pediu, acariciando o cabelo dela.


Anahí: Ian está aqui. – Alfonso suspirou, revirando os olhos e ela riu de leve, selando os lábios dele de novo.


Alfonso: E o outro? – Perguntou, ainda apertando-a firme nos braços, como garantia de que ela estava bem.


Christopher: COMO É QUE É? – O grito veio do corredor, fazendo eco.


Anahí: Esse. – Apontou, e os dois foram na direção.


Ian optou por ficar na frente, pra explicar a situação a Christopher antes que ele se encontrasse com Madison, em uma tentativa de acalmá-lo. Falhou miseravelmente.


Ian: Está tudo bem! – Acenou, enquanto os outros chegavam. Alfonso fora informado da situação e tinha os olhos duros, esperando. – Você conhece sua mulher! Ela quase arrancou a cabeça do dedo e chupou o veneno fora, ela está bem! – Christopher apertou a ponte do nariz.


Christopher: Onde ela está? – Perguntou, a voz cortante.


A procissão partiu dali, seguindo o rastro de Christopher. Madison estava na sala de reuniões e falava com alguém. Christopher esperou, ainda em modo de ataque, mas o tom dela era... Carinhoso.


Madison: Quero dizer, eu sei que você é príncipe e vai ser rei, garoto, mas eu sou sua mãe. – Comentou e Anahí abriu a porta com cuidado, vendo-a sozinha, acariciando a barriga e com um pedaço de figo na mão. Havia um prato de louça com mais pedaços na frente – E mesmo que sua palavra vá ser lei, não é. Além de sua mãe, eu sou a rainha.


Ian: Que diabo ela está fazendo agora? – Perguntou, vendo Christopher recuar um passo, respirando fundo pra se acalmar.


Christopher: Conversando com o menino. Ela faz bastante isso, diz que já está educando-o. – Disse, parecendo lutar muito consigo mesmo para se acalmar... E falhando.


Madison: Você parece escolher as coisas que eu não gosto e pedir só pra me provocar e isso não é legal. – Ela mordeu o pedaço de figo, com um breve gemido de satisfação – Você não está nem ai, não é? – Perguntou, derrotada.


Anahí: Christopher, não! – Rosnou, mas ele desistiu de se controlar, entrando na sala com um rompante.


Christopher: Ei. – Chamou, apanhando o rosto dela entre as mãos.


Madison: Hum... – Gemeu, engolindo o figo e largando o resto no prato – Você demorou. – Comentou, selando os lábios dele.


Christopher: Como estamos? – Perguntou, checando-a. Apanhou a mão dela, vendo o dedo machucado e rosnou.


Madison: Ele está mais mimado a cada dia. Não sei bem se ainda estou no controle. – Se queixou e ele sorriu de canto, selando os lábios dela.


Christopher: Oi, querido. Papai está aqui. – Disse, beijando a barriga dela, procurando se acalmar.


Ian: Com licença! – Chamou, e os dois se sobressaltaram – Estamos aqui!


Alfonso: Se acostume. – Avisou, levando Anahí pra dentro da sala, puxando a cadeira pra ela.


Ian: Deus, como eu queria que Katherine estivesse aqui. – Suspirou, se sentando. A viagem era exaustiva demais para as crianças; o mais novo tinha menos de um ano – Vamos aos fatos.


Tudo foi revisto de novo. Não tinha tanta graça devido ao nível de repetição, mas Christopher e Alfonso quiseram os detalhes de segundos do ocorrido. Contaram tudo, da chegada de Ian, a ida ao quarto de presentes, o urso inocente e o boneco de espinhos, que Ian terminou por ir buscar e largar em cima da mesa. Contaram do momento em que Madison espetou o dedo até a chegada deles, e aquilo terminou se estendendo pela tarde.


Ian: Foi mais emocionante ao vivo, mas é basicamente isso ai. – Concluiu.


Alfonso: Qualquer um pode ter dado o brinquedo, não tem como começar a procurar, não temos nem uma data. – Disse, se recostando. – Você se lembra? – Perguntou, sentado ao lado de Anahí. Madison, que estava satisfeita com o cafuné que ganhava de Christopher, o olhou.


Madison: Não teria como. Pessoas vem todos os dias, oferecer bênçãos. São dezenas por dia. – Alfonso assentiu.


Christopher: Você. – O soldado se aproximou, de prontidão – Pegue essa... Coisa e jogue dentro do quarto. Toque fogo lá dentro e feche a porta. – Ordenou, duro.


Madison: Christopher! – Lamentou.


Alfonso: E ainda falta o que Anahí não está nos dizendo a tarde inteira. – Disse, tranquilo, tamborilando os dedos.


Ian: Ela disse tudo. – Garantiu, vendo o olhar de Anahí pro marido.


Alfonso: Nah, não disse não. – Contrapôs, encarando a mulher por um momento, depois se recostando – Se tem uma coisa que eu aprendi na vida é como saber quando minha mulher está escondendo alguma coisa de mim. Anda.


Anahí: Eu só... Não era pra ela. – Todos a olhavam – O presente foi entregue de modo que você não se machucasse. Estava lá Deus sabe lá desde quando. Esperando. Não era pra você. – A ficha de Ian foi a primeira a cair e ele coçou a sobrancelha, com um suspiro.


Christopher: Esperando o que? – Anahí hesitou, parecendo escolher palavras, mas não havia nenhum modo melhor.


Anahí: Era um ursinho lindo. Inofensivo. Havia uma chance de Madison... Querê-lo. Escolhê-lo. – Ela hesitou. Ian olhava o tampo da mesa, com a expressão de quem espera uma pancada. Alfonso ergueu as sobrancelhas, entendendo – E colocá-lo no berço do bebê. – Concluiu, e viu o semblante da outra se fechar.


Alfonso: Estava esperando... Pelo bebê. – Confirmou e ela assentiu.


Christopher riu. Um riso leve, gelado, que fazia a espinha se arrepiar. Durou pouco e houve um estouro de todo mundo, menos Anahí e Madison, falando ao mesmo tempo. Parecia que uma bomba havia estourado ali. Madison tinha a cara fechada, a mão pousada protetoramente no ventre. Era um afronte enorme. Alfonso estava ultrajado, Ian estava ofendido, Christopher estava... Christopher.


Christopher: NÃO VAI TOCAR FOGO EM NADA! – Rugiu, furioso, e o soldado esperou, a margem.


Madison: Querido, shhh. A energia negativa vindo da sua raiva é deliciosa, mas está alcançando o bebê. – Disse, erguendo o rosto – Conversamos sobre energias perto dele.


Ian: Era só o que me faltava agora. – Exclamou, incrédulo. Christopher assentiu, como se estivesse se controlando.


Christopher: Não vai tocar fogo em nada. Melhorou? – Ela assentiu, se recostando de novo – O reino inteiro vai ser convocado até aqui, pra ir dentro daquele quarto e reconhecer o maldito brinquedo que trouxe. Eu quero a cabeça do responsável. Saia e dê os proclames. Agora. – O soldado assentiu e saiu.


Ian: Anahí rasgou o urso inteiro. – Apontou, se lembrando.


Madison: Achamos outro e colocamos no lugar. – Dispensou.


Anahí: Perda de tempo. – Comentou, tamborilando os dedos. Christopher e Madison a olharam.


Alfonso: Sinceramente, qual a probabilidade de alguém que colocou essa porcaria voltar aqui dentro porque foi chamada? – Perguntou, complementando o pensamento da esposa.


Christopher: A falta de opção entre vir aqui ou morrer se negando? – Perguntou, obvio.


Alfonso: Disse a você que o assunto da flecha não estava encerrado. Você encheu sua cabeça de mariposas por causa dessa gravidez e me ignorou. Isso... – Apontou, os olhos verdes duros – ...Não foi aleatório, como aquilo também não foi.


Ian: Certo, eu odeio interromper mas... Que situação de que flecha? – Perguntou, simpático.


Anahí: Estamos sob ataque há meses agora. Eu disse a você, mas você fala mais com sua barriga que com os outros. – Madison revirou os olhos – Olhe onde quase chegamos.


Madison: Anahí, você ficou neurótica depois da guerra! – Disse, exasperada – Vê sombras onde nem tem luz pra começar, eu tive motivos pra me distrair. – Disse, obvia.


Ian: Eu continuo esperando. – Disse, falsamente cortês.


Chord: Vá pro inferno, mulher! – Dispensou, desbocado, passando pela porta aberta, enquanto Suri o acompanhava. Alfonso, que tinha o rosto nas mãos, ergueu o rosto como se tivesse tomado uma tapa na nuca. Madison gargalhou.


Alfonso: O que... Eu não... Eu vou ficar maluco. – Percebeu, se virando pra olhar o corredor onde o menino continuava dispensando a irmã de um modo... Peculiar – CHORD! – Ian riu de leve, se encostando na cadeira.


Chord: Mas o que é agora? – Alfonso ergueu as sobrancelhas. Christopher teve que rir. Anahí apertou a raiz do cabelo.


Alfonso: AQUI, AGORA! – Chamou, exasperado. Houveram passos do menino voltando.


Chord: O que? – Perguntou, tranquilo.


Alfonso: "O que?" – Repetiu, se levantando – É assim que você responde seu pai, "o que?" – Repetiu.


Anahí: Querido, não. – Alfonso a olhou, aturdido – É culpa minha.


Rosalie: ...E me deixando pra trás, seus babacas. – Alfonso recuou um passo e Anahí se levantou, alarmada – Oi! – Disse, ao chegando até a porta.


Christopher: Seus filhos tem um linguajar peculiar, Alfonso. – Comentou, o rosto corado pelo riso. Madison seguia rindo, deliciada. Ian decididamente tremia de rir.


Alfonso: O que há com vocês dois hoje?! – Perguntou, exasperado.


Suri: Eles começaram com isso sozinhos. – Se isentou, vendo a expressão no rosto do pai.


Anahí: Certo. Certo, Alfonso! – Cortou, barrando-o, e se virou pros filhos, se abaixando – Vocês dois, aqui com a mamãe. Lembra da brincadeira, onde valia tudo? – Os dois assentiram identicamente – Bom, acabou agora.


Chord: Já? – Perguntou, decepcionado.


Anahí: Já. Se tornarem a falar desse jeito ou gritarem, vão conseguir problema. – Alertou, acariciando o cabelo do filho. – Entendidos?


- Sim, mamãe. – Os dois responderam em eco, sobre exame dos olhos perplexos do pai.


Anahí: Chord, querido, eu sei que disse que podia, mas agora preciso que você peça desculpas a sua irmã por ter mandado ela ir pro inferno. É bem feio. – Comentou, ainda acariciando o cabelo do filho.


Chord: Desculpe, Suri. – A menina assentiu.


Anahí: Pronto. – Ela deu um beijo na testa de cada um – Vão com a Ruth agora, peça a ela pra pôr o lanche de vocês. Suri, diga a ela que eu liberei doce hoje. – Os gêmeos sorriram, satisfeitos – Sem correria e sem gritos. Vão.


Alfonso: Eles aprontam e você os recompensa? – Perguntou, irônico.


Anahí: Eu os mandei falar assim. É uma longa história, eu explico depois. – Disse, voltando pra cadeira.


Alfonso: É bom a história ser convincente. – Aceitou, se sentando também.


Anahí: Jesus, esse dia não acaba. – Murmurou – Certo, Ian.


A situação foi inteiramente repassada para o conhecimento de Ian, que concordou que eles foram desleixados em deixar a situação em segundo plano só porque não houve nenhuma nova evidencia nos últimos meses, mas concordou que não havia realmente nada a ser feito na época. Todos saíram da sala horas depois, um mais exausto que o outro, porém todos com uma certeza evidente:


Não estavam em segurança ali.

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