Capítulo 05

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Anahí tropeçou porta a fora, quase caindo. Precisava ir, porém não podia deixar os outros sozinhos. Ela olhou a porta do quarto, o rosto branco feito gesso, e estava quase tendo um acesso quando mais dois soldados vieram as pressas, atraídos pelos gritos.

Anahí: HEY! – Gritou, e os soldados pararam – Meus filhos estão aqui dentro. É a cabeça de vocês na forca. – Avisou, antes de sair correndo. Não precisou olhar pra trás pra ver os dois pararem de guarda na frente do quarto.

Então ela correu. Correu como a Anahí plebéia correria; afinal, ainda era ela. Os malditos sapatos bonitinhos demais a atrapalhavam, então ela derrapou deles, bem a tempo de ouvir um baque seguido de um novo grito. Lembrava uma porta estourando. O pânico tomou conta dela como algo viscoso, pegajoso, descendo por sua nuca.

Ao chegar na fonte dos gritos, porém, a cena era totalmente contraria a esperada: Havia no mínimo meia dúzia de soldados. A porta do quarto de Suri estava aberta, e dentro do quarto haviam mais três soldados... Acompanhados por Alfonso. A menina não parecia estar em lugar algum.

Anahí: O que houve?! – Perguntou, vendo Alfonso esmurrar a porta do banheiro.

Alfonso: E eu sei?! – Perguntou, lívido – Suri, abra a porta, estou dizendo!

Anahí: Você arrombou a porta dela?! – Perguntou, afoita, olhando a porta torta, solta da parede como se fosse cair a qualquer instante.

Alfonso: Ela está gritando! Pediu socorro! – Apontou, obvio – Só não arrombo essa porque... – Ele apontou a sombra debaixo da porta e Anahí olhou. A sombra estava perto demais; a menina estava no alcance da porta, caso fosse arrombada – SURI, ABRA A PORTA!

- MAMÃE!

Anahí: Querida, eu estou aqui! – Disse, pondo as mãos na porta – Eu estou bem aqui!

Alfonso: Suri, por Deus... – Ele respirou fundo.

- EU QUERO MINHA MÃE!

Anahí: Amor, tem alguém com você ai dentro? – Perguntou, tentando clarear a mente. Demorou alguns instantes até obterem resposta.

- Não. Estou sozinha.

Alfonso: Então abra a porta, você está segura aqui. – Aceitou, parando do lado de Anahí.

- Só a minha mãe! – Exigiu. Alfonso olhou, aturdido.

Anahí: Ok, alteza, fora. – Disse, simples, se virando pra ele, que ergueu as sobrancelhas.

Alfonso: Anahí! – Exclamou, exasperado.

Anahí: O que for, eu dou conta. Rosalie e Chord devem tocando fogo no castelo, eu sai correndo e deixei Nate solto no carpete. Vá. – Alfonso a olhou, desgostoso – Agora! – Insistiu.

Alfonso: Vou estar com as crianças. – Respondeu, de mau gosto.

Anahí: Vai estar me mandando colocar essa porta no lugar. Começando agora. – Sugeriu, e ele ergueu a sobrancelha pra ela. Com os cachos alvoroçados assim ela o lembrou tempos distantes, onde ele a alcançava no escuro em um quarto de criada.

Alfonso saiu e ela fechou a porta como dava. Não fechava direito, pesada que era, mas ela empurrou até que o trinco encaixou. Provavelmente trancou as duas ali dentro, mas não ligou. Respirou fundo, ajeitando o vestido e olhando em volta. Estava tudo normal. A cama desfeita, lareira apagada, tudo no lugar.

- M-mamãe?

Anahí: Amor, estou aqui. Sozinha. – Disse, se aproximando. Houve silencio – São suas pernas, bebê? Você consegue andar?

Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About LoveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora