DELIRIA NERVOSA [• ziam] [✓]

By ziamsfalls

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Numa sociedade utópica e futurista, o amor é considerado uma doença mortal. Prestes a completarem dezoito ano... More

00 - Prologue
01 - Interview
02 - Party
03 - Letter
04 - Patdown
05 - Talk
06 - True
07 - Dinner
08 - Intervention
09 - Believe
10 - Getaway (Season Finale)
Revolution | Book Two
2x00 - Other Side the Fence
2x01 - Invalids
2x02 - Birthday
2x03 - Plan
2x04 - Infiltrated
2x05 - Feel
2x06 - Abduction
2x07 - Prisioners
2x08 - Interrogatory
2x09 - Exposed
2x10 - Sorry
2x11 - Invasion
2x12 - Pandemonium
2x13 - Losses
Requiem | Book Three
3x00 - Reunion (Prologue)
3x01 - Regroup
3x02 - Jungle's law
3x03 - Burned
3x04 - Refugees
3x05 - Trip
3x06 - ILY
3x07 - Affect
3x08 - Breathless
3x09 - Returned
3x10 - Time
3x11 - Cure
3x12 - Always
3x13 - July 4th
3x14 - Fence
3x15 - Portland
3x16 - Love (Epilogue)
xXx - Obrigadooo!!

• Liam [Bonus]

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By ziamsfalls

OLARRRR. Deliria Nervosa - Requiem tá chegando AAAAA SKSKSKSKSK. E, pensando nisso, escrevi esse conto para nos aquecermos para a estreia do livro!! Ele se passa durante os eventos do 2º (mais precisamente, dos três últimos capítulos) e saberemos mais sobre o que Liam enfrentou enquanto estava preso. Espero que vocês gostem!

Dois personagens são introduzidos aqui e veremos um deles no livro 3: Kate e Andrew. Os imagino como a Kate Winslet e o Andrew Lincoln:

Boa leitura!!

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O som de passos se aproximando me tira dos meus pensamentos. Mais uma vez ela está vindo, deduso. É um dos poucos rostos que vejo desde que fui trazido para as Criptas. Quase morri, mas ao verem minha melhora, os membros do Governo tratarem de me manter como uma cobaia. Não sabia da existência desse local e acredito que os Inválidos também não sabem, mas escuto os gritos de outras pessoas, o que me provou que não sou o único aqui.

— Bom dia, Liam. Bem melhor agora? — Kate me cumprimenta, com seu ar superior e aparecendo pela porta de vidro da minha cela.

Mas sei que ela realmente não se importa; sua educação comigo não passa de ironia. Com "bem melhor", ela se refere a minha tentativa de fuga de duas noites passadas. Não sei há quanto tempo - dias, meses - estou preso aqui, mas minha tentativa não passou despercebida e recebi mais uma dose de dores físicas, com choques.

Não que eu já não tenha me acostumado. Desde o primeiro dia sofri agressões do Governo, que tentou arrancar informações dos Inválidos de mim. Choques, socos, cortes... A dor era imensurável, até mesmo números - um código de controle para prisioneiros e doentes, informaram com prazer - foram gravados em minha pele. Mas nada me fez contar o que sei. Nem mesmo quando a dor me tira quase todas as forças.

Porque não posso falhar com ele; não posso deixar Zayn perder a chance de ser feliz e livre. E é a esperança de reencontrá-lo - vou reencontrá-lo, mesmo que demore e pareça impossível, repito diariamente como um mantra - que me fortalece.

— Já disposto a cooperar? — Kate torna a perguntar, entrando em minha cela, mas não respondo. Deixo apenas a fúria do meu olhar encará-la. — Estamos perdendo a paciência. Conrad e os outros membros do Governo já estão cansando. Ou você nos conta o que sabe ou teremos que nos livrarmos de você.

— Já deviam ter feito isso, então. — devolvo, ainda lhe encarando. Tenho medo de que eles realmente o façam, mas não posso deixar transparecer. Mas entre morrer e colocar Zayn e os meus amigos em perigo, prefiro a primeira opção.

Kate dá novamente seu sorriso superior, aproximando-se de mim e apertando um botão na tela de seu tablet. Sei o que significa antes mesmo das ondas de choques que saem das correntes em volta dos meus membros e pescoço me atingirem. Era uma dor alucinante mas já a provei tantas vezes que meu ódio por Kate é maior do que ela. Mas mesmo assim, meu corpo ainda responde e rango os dentes, vendo seu sorriso satisfeito.

— Você teve sua chance. — ela relembra, saindo da minha cela e enquanto sua figura some do meu campo de visão, deixo as lágrimas caírem silenciosamente.

Porque sei que dessa vez não é um blefe. Meu tempo esgotou e morrerei à qualquer momento, sem ver Zayn pessoalmente novamente - pois dos meus pensamentos ele não saiu um segundo sequer.

---

O barulho de celas abrindo me faz abrir os olhos. É o barulho que a porta faz quando é aberta, não tenho dúvidas. Olho em direção à porta da minha e confirmo quando a mesma se abre totalmente.

Segundos depois, as correntes em volta do meu corpo cedeu, caindo aos meus pés. Minha hora chegou, penso, esperando os guardas entrarem e me levarem.

Mas ao invés deles, um homem com barba surge em meu campo de visão. Suas roupas, brancas como a minha, e expressão assustada me dão a dica antes que ele fale.

— Precisamos ir, garoto. — Ele fala, apressado, e me puxando pelo braço. Mas estou assustado demais para responder.

Porque o conheço. É Andrew, amigo dos meus pais.

— Andrew? — minha voz sai em um sussurro.

— Sou eu, garoto. — ele sorri, apesar da pressa. Seu rosto possui as mesmas marcas e um código abaixo do maxilar, similar ao meu, mas é ele. — Não tinha certeza se era mesmo você, mas...

— Como você ainda está vivo? — pergunto. Perdi todos que conhecia na nossa fuga, há anos.

— Da mesma forma que você. — ele responde e é um início. Afinal, também achei que não escaparia.

A breve resposta me dá forças para correr ao seu lado e nos misturarmos ao caos de pessoas tentando fugir. Uma queda de energia deve ter atingido o sistema e logo os guardas prontificam-se para tentar impedir nossa fuga. Eles atiram contra as pessoas e fugimos do pandemônio de tiros e gritos.

Vou revê-lo, vou reencontrar Zayn; a felicidade toma conta de mim mesmo em meio a confusão e isso me impulsa a continuar. Tanto quanto a raiva ao encontrar Kate ali, dando ordens. Seus olhos também me encontram e agora o sorriso convencido não está mais sobre seus lábios, mas sim o medo. Ela prepare-se para correr mas não vai muito longe e a derrubo segundos depois.

Ela começa a gritar para que eu a solte, mas eles logo tornam-se súplicas de piedade quando quebro suas mãos, o som dos ossos estilhaçando atingindo meus ouvidos.

— Solte-a! — dois guardas gritam e ao olhá-los, vejo as armas em minha direção. Mas eles caem atingidos por Andrew antes que tenham a chance de atirar em mim.

— Liam, por favor... — Kate implora, os olhos marejados de dor, mas apenas sorrio.

— Você teve sua chance. — replico suas palavras e pego uma arma caída ali perto, mirando sobre sua têmpora. Mas antes que possa atirar, Andrew me puxa.

— Liam, vamos, eles estão aumentando; precisamos ir. — grita, enquanto me arrasta dali e ainda tento atirar contra Kate, mas ela é mais rápida em desviar e sumir do meu campo de visão, arrastando-se para a coluna lateral, que cobre seu corpo.

Andrew, eu e outros prisioneiros fugimos no meio de tiros e muitos caem, mas os que têm conhecimento de armas e portam uma conseguem escapar, retribuindo os disparos. Segundos depois, estamos fora das Criptas e percebo que ela era um compartimento subterrâneo nos subsolos de Portland.

Portland, estamos em Portland.

— Vamos! — Andrew grita e continuamos seguindo os fugitivos, vendo as Cercas à frente também abertas.

Será que foram os Inválidos que conseguiram derrubar o sistema?, me questiono e sorrio.

Zayn. Vou revê-lo.

— Você está louco! Nós precisamos encontrar abrigo, isso sim. — Andrew rebate, me encarando.

— Eu preciso encontrar o Zayn. — devolvo.

Há dias estamos fugindo pelas florestas mas não há sinal dos Inválidos. Nosso antigo acampamento está destruído e vazio, o que fez o medo do pior me atingir. Mas não posso desistir.

— Ele pode está morto, Liam! Todos eles.

— Eu acreditei que você também estava, mas aqui está você. Eu acreditei que morreria, mas aqui estou! Ele também vai estar vivo.

— Não posso mais, garoto. — ele suspira e o olho. — Não entendo o porquê de você arriscar-se por esse garoto, mas preciso achar um lugar seguro. E irei com ou sem você.

— Espero que você encontre um lugar, então. — falo, mesmo que doa. Mesmo que signifique perdê-lo novamente. — Você sempre foi como um pai para mim, mesmo enquanto o meu ainda estava vivo, Andrew, por isso quero que você consiga. Mas não adiantará nada para mim encontrar um lugar seguro sabendo que o Zayn pode estar correndo perigo. — explico e ele assente.

— Então espero que você encontre-o também. — ele afirma e me puxa para um abraço forte.

Agradeço sua ajuda, mas antes que ele tenha chance de responder, ouço um som de disparo e Andrew engasga. O olho e vejo a camisa branca ficar vermelha aos poucos.

— Liam... — ele força as palavras mas cede o peso sobre o meu corpo, nos levando ao chão.

Mais disparos são lançados e nos arrasto até uma árvore, devolvendo os tiros quando tenho certeza que ele está protegido. São dois guardas, identifico, e alguns disparos depois consigo acertá-los.

— Andrew, Andrew! — volto-me para ele, dando leves tapas em seu rosto para que ele acorde. Mas é em vão e o desespero e lágrimas logo me atingem, ainda abraçado a seu corpo.

Ele está morto.

— Não, não, por favor! — grito, sem me importar com a possibilidade de outros guardas estarem por ali. Não depois de tudo que passamos, não depois dele ter arriscado-se para me salvar...

Cedo o cansaço e caio em um colchão que achei em um dos galpões que nós Inválidos fizemos com mantimentos para situações de fuga. Não sei há quantos dias segui pela floresta em busca de algo, mas a dor física não me deixa escolha.

Observo o local e o fato dele estar totalmente como deixamos me dá mais certeza de que algo ruim possa ter acontecido com meus amigos, mesmo que me doa tal conclusão.

Dor. Ouvi muitos que consideram o amor uma doença dizer que ele causava isso, mas sempre fui ensinado do contrário. Mas agora, sozinho e sendo culpado pela morte de Andrew - afinal podíamos estar em um local seguro, mas ele me acompanhou por dias na minha busca - talvez ele seja mesmo uma loucura e uma doença.

O sono me atinge e fecho os olhos.

Acordo e como um pote de feijão. Sigo esses passos - acordar, comer e pensar - há dias, sem saber se é seguro sair na floresta, ainda mais agora que só tenho duas balas restantes na arma. Meus sonos alternam-se entre sonhos com Zayn e os Inválidos e pesadelos com Andrew.

Minha culpa, minha culpa, minha culpa... Sua morte foi minha culpa.

Após terminar de comer decido que preciso seguir. Preciso sair dali. Mas antes que possa fazer isso, ouço o barulho de um carro parando ali. Merda, merda, xingo mentalmente mas não tenho tempo de ver quem é, apenas me esconder.

Me espremo ao lado da geladeira velha e enferrujada, que não é ligada a nada, com a arma pronta para atirar em quem for. Mas reconheço a voz e uma esperança surge em meu peito.

— Vou olhar lá em cima — é Nathalie, não tenho dúvidas; por isso, saío da escuridão e vejo seus olhos arregalados e os de Marcus enquanto os dois posicionam para atirar.

— Liam? — ele fala e os dois abaixam as armas. Mas antes que eu possa falar algo, os braços de Nathalie envolvem minha nuca e faço o mesmo com sua cintura.

— Meu Deus! — as lágrimas a atingem e se eu não estivesse tão surpreso, as minhas também cederiam.

— O Zayn? — é tudo que consigo dizer.

— Ele está vivo! Está lá fora! — ela responde e não ouço mais nada, apenas corro pela porta.

Ele está vivo e bem. Vou revê-lo, minha mente grita.

Mas pelos buracos da porta vejo uma imagem mais dolorosa que um tiro. Ele sorri para um garoto, abraçado à ele. Um garoto que conheço. Um garoto que é nosso inimigo. Shawn Foster.

— Promete que vamos ficar juntos? — ele questiona. — Você e eu.

— Prometo — Zayn responde e sorri novamente. O mesmo sorriso que ele me deu algumas vezes, durante as poucas horas que passamos juntos após eu lhe contar a verdade.

A dor me atinge e é insuportável ficar ali vendo escondido, por isso escancaro a porta, recebendo a atenção dos dois. E vejo quando seu sorriso se transforma e some.

— Não acredite nele. — falo com os dentes cerrados.

Não acredite nele, pois eu acreditei e fui enganado.

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AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA TADINHO DO LIAM :((

Mais ansiosos para o dia 10? kskskskks tá chegandoo!!! Até lá <3.

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