Na Volta para casa fiquei matutando sobre o que o alfa disse.
Se eu pensei nisso como uma forma de me vingar e deixá-lo sem os suspensores? Claro! Mas eu não era tão miserável a tal ponto, na verdade a situação de jungkook me preocupou um pouco.
Se ele não se satisfizesse o suficiente,isso podia de alguma forma matá-lo, e eu queria realmente que ele vivesse…
Para ver o meu sucesso, é claro.
E é claro que seu desse um jeito de fazer ele parar de tomar, quem iria tomar sou eu, mas em outros lugares… vocês me entenderam…
Assim que cheguei em casa corri para o meu quarto passando pela escrivaninha e percebi que o caderno que ele havia me trazido no dia em que minha mãe o recebeu ainda estava aqui.
Peguei o objeto e mesmo depois desse tempo ele continuava com o cheiro do alfa, nem era necessário aproximar do meu nariz, me pergunto se eu não sentiu falta.
Olho através da janela e observo seu quarto com as luzes apagadas, depois da confusão eu não tinha o visto, e diferentemente dos outros dias a presença dele não estava lá, só pude sentir o cheiro através do caderno, estava com a curiosidade aflorada, não sabia o porque mas a ideia de ir no matadouro vulgo a casa de jungkook não saia da minha cabeça, eu tenho que conhecer o inimigo… pensei.
Fui ao banheiro tirando meu uniforme e fiz minhas higienes, coloquei uma roupa simples e peguei o caderno de jungkook, saindo de casa.
É claro que eu tinha queimado a minha língua ao falar que não iria naquele matadouro nem que me pagassem, mas era por uma boa causa, é como não podia faltar o meu spray de pimenta no bolso direito da calça.
Bati na porta duas vezes é ela logo foi aberta por uma ômega de meia idade com um sorriso gentil.
— Em que posso ajudar Taehyung?— me perguntava como ela sabia o meu nome.
— Jungkook esqueceu o caderno quando foi fazer um trabalho de colégio na minha casa outro dia— sorry quadrado, meio sem jeito para falar a verdade, era constrangedor a situação de um omega visitar um alfa que não tinha uma relação aparente, ainda mais quando se dialogava com a mãe deste, tomara que ela não entenda errado.
—Oh Taehyung, ele não está, na verdade ele não voltou do colégio— sentir um pouco de preocupação na sua voz mas ainda era doce — por favor entre, faz tempo que voce nao vem aqui.— franzir o cenho
—Eu já vim aqui?— eu realmente estava me perguntando isso, só que saiu em voz alta.
—Oh sim— falou ao que ia me dando passagem para entrar e o fiz — quando ainda era muito pequeno Taehyung, não deve se lembrar direito.
—Pode me relembrar? — eu estava realmente muito curioso, é o fato de eu ja ter Ido na casa do meu maior ranço não tava ajudado.
—Sente-se criança eu vou buscar chá para nós— foi em direção a cozinha, eu me permitir olhar em volta e sentir o cheiro que dominava aquela casa, nem o cheiro da senhora Jeon era tão forte quanto a do filho.
—Está sentindo a presença dele? todos sentem… —ela falou me tirando dos devaneios enquanto voltava a sala.
—Desculpe senhora Jeon eu não sei exatamente quando eu vim aqui—eu realmente estava curioso e ela sorriso gentil mais uma vez.
—Entendo você era muito pequeno não devia mesmo se lembrar não tinha nem 3 anos de idade— começou ao que me estendia a xícara de chá — Você costumava vir todos os finais de semana para brincar com Jungkook,nós não deixávamos ele sair muito de casa visto que ele era uma criança meio agressiva por ser um lúpus ainda não sabia controlar bem seu lobo.
Até hoje ele não sabe, mas enfim… pensei.
—No começo ficamos extremamente felizes ao saber que ele era um doce com você, um ômega gentil e esperto que tinha se mudado faz pouco tempo para cá, perto de você ele se tornava uma criança extremamente calma, nem comigo isso acontecia — a ômega riu anasalado da última frase.
Eu me perguntava se minha amizade com Jungkook era tão boa, então porque eu deixei de ir lá?
—Mas começamos a perceber que Jungkook se tornou muito ciumento e não gostava de te ver com outras crianças, e aos dois anos de idade ele inocentemente tentou te marcar. Meu marido viu a cena e o tratou de afastá-lo de você, e quando fez isso ele soube que você era um ômega puro. Estava tudo explicado.— eu prestava atenção em cada palavra que ela dizia, e eu sinceramente não tinha reação alguma no momento.
— Ele iria me marcar? — sussurrei mais para mim mesmo do que para a ômega mas ela pareceu ouvir.
— Sim. Então tomamos a decisão de afastar você dele, não me leve a mal Taehyung, mas você era apenas uma criança, ao brincarem ele podia tentar outra vez, não ele em si mas o seu lobo.
—Entendo...— era muita informação para um dia só, Jimin estava certo afinal.
—Vocês, parecem que ficaram próximos outra vez— ela sorriu
No, no, no!
—Desculpe senhora Jeon, eu tenho que ir…— olhei para a porta desesperado — minha mãe está me esperando— falei ao que me levantava do sofá.
—Tudo bem querido— ela me acompanhou até a porta, entreguei o caderno que só agora percebi que ainda estava em minha mão e sair de lá.
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Eu não podia acreditar que eu e Jungkook já tivemos uma amizade mesmo que fosse de infância.
Concluir que se eu não me lembrava disso ele também não se lembraria, a não ser que a mãe tenha comentado com ele.
“Jungkook deve tomar os supressores por sua causa”
“Jungkook corre perigo…”
Respirei fundo indo em direção a minha casa.
Dois dias se passaram e nada de Jungkook, apresentei Jimin para o meus amigos e agora éramos sete, já que Jimin conquistou o coração rapidamente com sua doçura mesmo sendo um alfa.
Através de lisa eu soube que Jungkook pediu para mudar de sala, ele estava se afastando como da primeira vez e por incrível que pareça eu não estava gostando.
Eu queria minha tão sonhada vingança. Mas essa situação toda não ajudou muito e a minha consciência ficou pesada, e de longe eu pensei em desistir. Mas uma coisa me deteve, eu só queria um pedido de desculpas um pedido sincero vindo do Alfa, mas até lá o meu plano iria continuar em pé e não há nada e ninguém que possa me fazer parar senão ele próprio.
Com a mudança de sala de Jungkook, ficou mais difícil ficar de olho no meu alvo, ele se afastou demais nem ao menos me encarava quando eu passava por ele nos campos do colégio. ou seja, atrasou um pouco os meus planos, era para ser no final do segundo ano mas decidi que seria melhor final do terceiro.
Afinal eu queria um público maior do que eu tive e o baile de formatura seria perfeito para expor o alfa ao ridículo.
Mas o que me afetou mais pelo afastamento de Jungkook foi o fato de que gente não tretava mais, não se ameaçava mais e não provocava um ao outro isso tava fazendo uma falta imensa.
É como se o herói perdesse seu vilão e não tivesse mais o que fazer da vida, mesmo que de longe eu que sempre me senti observado e no fundo no fundo eu sabia que era ele.
O ano passou rápido e assim que o segundo ano do ensino médio acabou, vieram as férias e logo depois o terceiro ano junto com a minha repentina mudança de aparência outra vez.
Dessa vez eu botei um tom mais platinado deixando meu cabelo mais volumoso e ondulado e percebi que quando você pinta o cabelo uma vez se torna um vício incontrolável e cada vez mais você quer testar uma coisa diferente.
Meus cabelos poderiam cair mas eu estava feliz com a nova cor.
Eu e Jimin ficamos mais próximos mas nem ao menos chegava a ser uma amizade colorida o alfa sentia medo de Jungkook, continuava insistindo que eu era a alma gêmea do lúpus e que por isso que não ia se meter entre nós dois e eu sempre revirava os olhos ao seus argumentos dizendo que ele poderia ser internado no manicômio a qualquer dia e não sabia o porquê, então nos tornamos melhores amigos.
Eu confidencio tudo a Jimin, sabia que podia confiar nele mas eu não contei o fato de eu ser amigo de infância do Jungkook e também da tentativa frustrada de ele me marcar mesmo que fosse sem querer, eu não entendia muito bem… mas das vezes que eu estudei sobre isso eu me surpreendi em saber que os caninos de um Alfa lúpus só saíam com a pessoa certa e eu me recuso a acreditar que essa pessoa seja eu.
Cheguei à conclusão que o lobo de Jungkook tem um dedo muito podre para ômegas porque na verdade eu queria matar ele, hipoteticamente falando é claro.
Assim como no segundo ano o terceiro também se passou rápido era quase uma rotina para mim estudar tomar conta do grêmio me reunir com os amigos nas horas vagas ou durante o intervalo das aulas sem a presença de um jungkook.
Já este deixou de se socializar com muitas pessoas, das raras vezes que eu o via ele estava estudando.
Em uma dessas eu resolvi falar com alfa, não que eu tivesse interesse de conversar é claro, mas eu estava curioso e com um papel que pertence a ele nas mãos, e como presidente tinha que entregá-lo pessoalmente, era uma carta de admissão de uma faculdade, e daí eu soube o porquê dele está estudando tanto.
Me direciono ao Jardim encontrando Alfa sentado em meio aos livros grossos, me pergunto quando ele havia mudado tanto…
Por que aqui para nós ele nunca foi de estudar.
Quando cheguei quase perto do banco de madeira na qual ele estava sentado, Jungkook fungou o ar logo direcionando o seu olhar para mim, seus olhos escureceram imediatamente e eu sentir que minha pernas vacilaram, mas continuei caminhando em sua direção sem desviar o olhar as orbes escuras do alfa.
Quando finalmente estava em sua frente estendi o papel murmurando um "Parabéns", Jungkook pegou o papel da minha mão, e voltou aos livros como se eu nunca estivesse ali.
Iria dar um passo a direção oposta uma coisa que era mais forte do que eu me parou.
Minha curiosidade.
—Por que fez aquilo?— perguntei, o alfa não pareceu entender — o vídeo, por que me gravou daquele jeito— revirei os olhos.
—Por que eu quis! Tem motivo maior que isso?— ele deu de ombros e se voltou para os livros, fiquei estático com sua resposta.
—Podia ter me prejudicado, não pensou nisso nem por um segundo?! — minha voz já estava alterada.
Ele comprimiu os lábios fechou o livro o colocando no banco de madeira ao seu lado com calma e olhou para mim.
— Não quero discutir sobre isso Taehyung, já se passaram dois anos e você ainda está nessa, foi um erro, mas não precisa render isso até o final das nossas vidas— falou simplório, eu por dentro já estava bufando de raiva.
—Você diz isso por que não foi você — eu estava furioso — vem cá, o que foi que eu te fiz, em?!— coloquei a mão na cintura — implica comigo desde que eu cheguei aqui.
Ele respirou pesado e se levantou fica no da minha altura e olhando nos meus olhos.
—Você não fez nada além de me odiar, por eu ser um alfa. Me tachou como todos os outros, acha eu não sei sobre o fato de você ter exposto alguns alfas daqui. Depois que se tornou o ômega "todo Poderoso" —fez aspas com as mãos— continuou me botando essa etiqueta de alfa que você tanto odeia só por eu ser um lúpus. então eu pensei, se eu já estou pagando por um crime porque não me divertir o cometendo.
Eu estava estático não conseguia ter reação diante da fala dele.
— Eu te gravei porque por mais que você seja forte e independente você precisa de uma coisa chamada Alfa… — destacou a última palavra — E como você é ao contrário de mim e não admite, eu só precisava mostrar isso para todo mundo inclusive para você.
Ele pegou os livros e saiu como se nada tivesse acontecido me deixando paralisado naquele Jardim, eu só sabia de duas coisas, primeira nunca se arrependeu de ter me gravado e segunda, e eu não me arrependeria de me vingar dele.