Laço de cetim

By Margarethhale

2.2K 189 38

A história se passa na Inglaterra de 1875 e conta a história de duas famílias intimamente ligadas, os Woody e... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27

Capítulo 24

45 9 2
By Margarethhale

              Sete meses passaram-se desde que Margareth era considerada uma mulher desquitada, uma vergonha para uma sociedade radicalmente rigorosa em seus costumes e pomposidades, mas isto não parecia realmente a tornar menor diante dos fatos. Diego talvez sentisse um pouco da culpa em seus ombros, pois era sua culpa por ter imposto aquele casamento tolo a ela. Não a via também desde sua viajem, e há alguns dias Alicia lhe mandara uma carta dizendo sobre o retorno de Margareth a Inglaterra, a Londres, mas tão pouco ele estava em Londres, e com este novo fato, pensou em não estar por muito mais tempo. Todos os boatos sobre o duque e sua... Bem, tentou esquecer. Não importava mais. Olhou o verde resplandecente dos campos a sua frente, muito longe do tumulto e burburinho da capital e muito longe de sua cidade natal. Respirou fundo.

           Os Griffithis preparavam um grande evento, um baile nas dependências do teatro com direito a uma boa dezena de atores. Dezenas de bebidas chegavam, e empregados bem trajados andavam a todos os lados arrumando o ambiente. Mesas fartas com saborosas frutas eram preparadas com esculturas deliciosas de delicadas. Mariah não podia conter seus ânimos, e corria a todos os lados dando ordens desmedidas, mal podia respirar. Amy a pegou pelos ombros em um momento e a fez conter-se, ao que ela tentou relaxar, é claro sem muito êxito, sua pele sempre tão clara quanto a neve tingiu-se de um vermelho de furor que não havia como disfarçar.

           Algumas belas atrizes cantavam ao som do piano de Margareth, que havia sido convidada pelo belo Nathan que apreciava a tudo muito satisfeito enquanto pessoas dos mais diferentes tipos e das mais diferentes culturas entravam pelas grandes portas do teatro.

          Margareth ria, tendo o braço envolvido ao do Duque, seu rosto, embora fosse um gesto de fórum intimo se escondeu ao paletó do homem, que parecia tão alegre com seus olhos brilhantes quanto ela, presos em algum tipo de bolha absurdamente densa no meio de uma multidão de rostos desconhecidos e alguns familiares. Diego tinha as mãos frias, pois sabia que era inevitável evitar encontros, meses haviam se passado já, mas quando passou pela porta, seguiu pelo salão e virou seu rosto e viu a cena, sua alma petrificou, e por um momento seus olhos tingiram-se de vermelho, e suas mãos se espremeram, planejava socar aquele homem até que desfalecesse no chão como um saco. Respirou fundo, mais do que podia, até seus pulmões doerem, e quando ela olhou, seus olhos tornaram-se mais brancos, até então empedrarem como cristais e saiu, pois, naquele momento se perdia um pouquinho de si.

— Está bem minha cara Margareth? Parece tão pálida. — Questionou o duque com ar preocupado.

— Não, não é nada. Estou bem, acho que foi o vinho, não sei. — Respondeu de modo rápido tentando sorrir a ele. Olhou para os lados vendo pessoas a encara-la, a ela e ao duque. Sentia a atmosfera pesada e densa desde que voltara de Londres e tentava lidar com burburinhos perturbadores sobre ser amante do duque. Colocavam-na como uma imoral, uma mulher sem qualidades e respeito, e era fato que talvez jamais pudesse algum dia voltar a tocar para o público tendo em vista que nem Griffiths a queria contratar, não pela sua reputação, mas por que segundo ele era melhor dar um tempo para a sociedade respirar e refletir, pois mesmo com a melhor recomendação de seu concerto o teatro certamente estaria vazio em sua apresentação. Claro que tudo isto se tratava de uma tremenda injustiça.

— Mulherzinha barata. — Passou uma condessa tossindo fingidamente por ela, e lhe deu um esbarrão fazendo o conteúdo amarelado de sua taça voar até o vestido esverdeado da Mrs. Woody que abriu os lábios surpresa.

— Cuidado. — Pediu o duque.

— Sinto muito. — E um sorriso irônico atravessou o rosto da mulher antes de ela partir.

— Não posso! — Disse Margareth angustiada, antes de rápida partir para longe do seu acompanhante que a seguiu de modo preocupado.

              A um lado estava o casal Woody, Mr. Heath e Mrs. Aurora, com seus rostos tão tipicamente fechados. Aurora mais que o marido, claramente parecia irritada, apesar de muito de sua beleza, seus ares de mau humor a deixavam menos atraente aos olhos. Ao redor deles seguiam conversas muito animadas que muito pouco os comovia.

— Que péssimo ambiente, por que é que insistiu tanto em vir? — Questionou ela aborrecida.

— Por que é que veio Aurora? Aposto que estaria mais feliz em casa. Agora, deixe-me buscar uma bebida, estou com sede. — Disse simplesmente antes de sair rápido.

— Espere. — Pediu ela, porém ele já havia desaparecido em meio a multidão.

             Do lado de fora da festa o som do piano se tornava mais silencioso, as vozes mais distantes, mas o barulho de carruagens era mais intenso, de patas dos cavalos se chocando contra o chão, e algumas criaturas cruzando a rua até o teatro. Do lado de fora Amy de braços cruzados conversava com Nathan, seu vestido de um azul pálido cheio de pequenos pontos brilhantes a destacava em meio ao cenário, e muito combinava ao seu par de tez pálida.

— Estou um pouco cansada Nathan, será que eu poderia descansar um pouco antes de voltar? — Questionou ela, e ele tocou seu rosto.

— Sei que esteve ajudando muito Mariah hoje, e agradeço, mas pretendo assumir a sociedade nosso casamento que se dará em breve, e gostaria que estivesse sempre por perto.

— Eu sei, eu sei Nathan, mas não é deste modo que as coisas são. Entende que se trata de algo completamente descortês esta relação? Estão comentando que moro em sua residência, e eu não suporto mais olhares tortos, e... e meus pais... eles...

— Fique calma, está tudo bem. Deve morar na casa de Alicia F. até nosso casamento.

— Nathan, não.

— Será o melhor.

— Posso entrar daqui a pouco?

— Sabe o quando é perigosa a rua.

— Entrarei logo, não se preocupe. — Confirmou ela e ele lhe beijou o topo da cabeça antes de entrar a deixando ali respirando de modo pesado. Amy começou a caminhar pela calçada lentamente, abraçava-se pelo frio leve da noite, e chegou até a esquina. Sua cabeça mais pesada que o habitual, abaixou o rosto em direção as palmas das mãos frias. Uma mão tocou seu braço o que a fez soltar um barulho alto de susto e olhar com grandes olhos arregalados a figura. Olhos azuis de chumbo pesado adentraram os seus próprios de modo a fazer até seus ossos petrificarem, e ele a puxou pelo braço contra seu corpo, e uniu seus lábios aos dela, adentrando sua língua ferina. Ela gemeu em surpresa, antes de empurra-lo levando as mãos ao peito.

— Heath, o que pensa que está fazendo?

— Desculpe-me, eu sinto muito. Fui apenas impulsivo, imprudente.

— Foste detestável... — Disse simplesmente zangada o que fez ele virar o rosto. — e... Mentiroso. Tratava-se de você na casa de Alicia, como pôde?

— Eu vou entrar. Vamos, a rua é perigosa. — Ele deu as costas a ela. Amy abriu a boca pensando em que palavras usar. Levantou o braço e tocou o dele o fazendo se deter como uma estátua gélida a sua frente.

— Estou cansada de seu silencio. Nunca me responde nada de verdade.

               A sala de estar de Alicia ali, como sempre Margareth a havia lembrado, com o abajur amarelo sobre a mesinha, e o tapete escuro no chão com pequenas formas de flores e adornos, e as cortinas rosadas que flutuavam ao vento a primeira rajada. A anfitriã a olhava com seus grandes olhos inteligentes parada a um canto.

— Não me olhe deste modo Alicia.

— Não estou olhando de modo algum, eu sempre olho assim minha querida.

— Oh, claro.

— Que quer que eu lhe diga? Diego, seu marido esteve brevemente lá, o viu?

— Meu marido? Não, não estamos mais casados.

— Estão sim, nenhum juiz aprovou ou aprovará este divórcio, de modo que Diego ainda é o seu marido ainda que não morem na mesma casa, ainda que não estejam se falando e ainda que você desfile pela sociedade com aquele Duque.

— Alicia estou muito cansada, creio que já devo me retirar.

— Escute. Tens sido uma tola, você e Diego. Tolos, e estou cansada disto sabe. Ele está sofrendo e nunca o vi tão magoado com alguém com exceção do quanto já se magoou em todos aqueles conflitos antigos de queda de braço com o pai. Escute-me minha querida, tem que parar a tolice que está fazendo para não se arrepender no futuro, pois sei que sim, embora não consiga aceitar a ideia, irá se arrepender muito.

— Não estou a fazer tolice alguma, e escute, realmente me sinto exausta e não quero entrar nesta discussão agora, não agora.

— Eu sei, sei que não quer, mas olhe, escute e entenda apenas isso, o que quer que o Diego tenha feito, aquilo está no passado, não pode ficar carregando este peso para sempre. Se seguir com isto, mais cedo ou mais tarde terá de vê-lo seguir em frente, ele não estará para sempre. — Concluiu Alicia e teve de ver a outra lhe dar as costas e partir para o quarto.

               Assim que Margareth atingiu a porta girou a maçaneta apressada e entrou indo se encarar em uma penteadeira com as mãos apoiadas na madeira. O rosto soou aos seus olhos cansado, não poderia negar, sentou-se no banquinho de estofado vermelho, e desfez o penteado deixando o cabelo laranja cair ao redor de seu corpo. O rosto quadrado de Diego tomado de algum tipo de sentimento que não pertencia a ele tomou seu imaginário e circulou sua cabeça como uma maldição. Já fazia tanto tempo, e sinceramente não tinha vontades no momento de voltar a encontra-lo. Olhou para a mancha que agora estava no colo de seu vestido e lembrou do peso que agora carregava, ao que dizia ela, um erro em forma de casamento. Devia admitir agora que a conversa com Alicia a havia deixado profundamente perturbada de um modo estranho. A frase " mais cedo ou mais tarde terá de vê-lo seguir em frente" fez seu estomago embrulhar. Será que ele já não havia feito? Era simplesmente o que pensava com a ideia de ele querer se separar. Sabendo da índole mulherenga dele, não duvidava em nada que ele estivesse já com algum tipo de affaire, alguma tola que havia caído em seus encantos superficiais. Pegou sobre a penteadeira uma escova prateada e passou nos fios fechando os olhos. Algum peso grosseiro caindo sobre seus ombros a empurrando para baixo. Podia ainda sentir o toque dele em seu braço, em sua cintura, podia ver seu sorriso brincalhão, como quando esteve em seu quarto, como quando estragou tudo, e também podia vê-lo beijar a outra, tocar a outra, como a francesa tola da joalheria. Seus olhos queimaram e tacou com força a escova que por sorte não atingiu a parte de vidro da penteadeira e levantou-se apressada arrancando o vestido que usava, quase o rasgando, arfou em busca de ar enquanto tentava se livrar do espartilho, e algumas gotas carregadas rolaram de seus olhos antes de segurar o dossel da cama e abaixar o rosto.

Pela manhã chegou uma carta trazida por algum dos empregados dizia apenas:

Necessito que venha para casa, a aguardamos.

Mamãe e Papai

             Arrumou as malas com urgência, e estava com o coração a pulos, pensando nas imensas possibilidades que aquela carta trazia. Algo estava profundamente errado, disto tinha certeza. Não poderia ser outra coisa. Talvez eles estivessem doentes. Tudo isto fez seu coração dar saltos irregulares. Quando saiu da casa de Alicia, passando pelos misteriosos jardins, deu de cara com o Duque, que tinha seu cabelo escuro o mais perfeitamente arrumado, e descia no momento de sua carruagem. Seu ar de surpresa estampou-se em seu rosto ao vê-la e ao ver um criado levando suas malas a outra carruagem.

— Para onde está indo tão cedo?

— Desculpe-me, eu devo partir imediatamente. Recebi uma carta de meus pais, eles pedem que vá para casa. Lhe enviei um bilhete, pelo visto não teve tempo de recebe-lo.

— Presumo que não. Algo grave? Poderia acompanha-la.

— Não, por favor, seria melhor não. Suponho que meus pais não estejam aceitando muito bem minha atual situação matrimonial.

— Seu divórcio.

— Os conflitos no meu casamento Duque. Não sou de fato uma mulher divorciada, estou mais para mulher abandonada.

— Eu entendo, talvez... Bem... De fato seria uma mulher livre se seu marido estivesse morto. — Disse em tom quase casual, o que fez Margareth sentir os ossos chacoalharem dentro de seu corpo.

— Se Diego... Se Diego estivesse morto... Eu... Eu ainda não seria uma mulher livre. — Suas pálpebras tremeram quando o disse, e com isto apertou a mão junto ao peito voltando a mover-se rumo a carruagem.

             Durante a viajem mal pode pregar os olhos. Quando chegou bateu na porta pesada de madeira maciça fazendo um estrondoso barulho. O mordomo a atendeu.

— Não a aguardávamos assim tão cedo senhorita. Deixe que pegue suas malas e seu casaco.

— Espere, como eles estão?

— Quem?

— Minha mãe e meu pai, é claro?

— Ora, estão lá em cima. — Isto a fez alarmar-se. Subiu as escadas correndo e adentrou o quarto da mãe, não encontrando ninguém lá, saiu ao corredor novamente. Escutou vozes saindo da biblioteca no fim do corredor, seguiu até lá. Um homem alto sentava-se a uma cadeira, e ao seu lado uma mulher de cabelos levemente claros riam um para o outro.

— Mãe, pai. — Disse e seus rostos se viraram sorridentes a encara-la. Sophie levantou-se e a abraçou.— Céus, eu pensei... Eu pensei que estivessem doentes. O que... o que está acontecendo?

— Querida. — Ian Woody aproximou e lhe beijou a testa.

— Me digam o que está acontecendo? — Soou alarmada.

— Amy não a informou? Haverá um jantar de noivado amanhã dela e do seu pretendente o tal dono do teatro. — Informou Sophie com um sorriso.

— Isto, deviam ter dito na carta. Pensei coisas terríveis, sai tão rápido de casa que esqueci de falar com Heath e Aurora. Acontece que eles não estavam de manhã e Alicia disse que qualquer coisa os avisaria.

— Não se preocupe, Céu disse que também enviou uma carta a Aurora. Se eles não viessem seria extremamente descortês.

— Eles virão. — Disse Ian, apertando a mão da esposa. — Depois precisaremos conversar, você entende Margareth Anne? — Seus olhos azuis, pareceram mais escuros e semelhantes ao fundo de um oceano perigoso.

— Eu sei papai, agora eu gostaria de descansar, a viajem foi longa.

— Amanhã então, amanhã.

                 A noite se passou como uma sombra pesada sobre a mente e corpo de Margareth, embora ela quisesse ignorar, havia algo no ar que a jogava para baixo. Levantou no meio da madrugada, e desceu as escadas de muitos degraus da casa, fazendo a madeira gemer a seus pés como se houvessem assombrações, e de fato haviam, mas em sua alma apenas. Correu para fora enquanto sua camisola circulava espalhafatosa o ar. Parou colocando as mãos nos joelhos e arfando, tinha os olhos cuidadosamente fechados. Pensou ter ouvido cascos de cavalo, e se virou assustada com um braço esticado, olhou a sua volta e nada viu, bem, a sua imaginação estava lhe pregando peças afinal. Tinha nos lábios um gosto amargo, e também tentou ignorar isso, tentou ignorar aquela sensação que vinha lhe apossando a alma, mas não pode ignorar as lembranças que a tomaram por completo. Naquele momento foi como reviver o momento em que Diego chegava em sua casa, depois de tanto tempo, com os cascos de Roger Blackwoody, o famoso cavalo dele, a pisotearem o solo com fúria atroz. Podia vê-lo descer do animal e circula-lo com as rédeas nas mãos, e o misterioso em que seu rosto e todo ele pareciam na escuridão da noite, como se ele fosse algum tipo pesado de assombração maligna. Ela sentiu sua respiração cortar, quando andou a passos apresados até a aparição, e quando esta desapareceu diante de seus olhos como se jamais houvesse existido. Pode jurar ter escutado um Margh no ar, mas de certo era apenas o vento.

               Quando os raios solares tocaram seu rosto pela manhã, quis permanecer onde estava, em sua cama, mas forçou-se a levantar e encarar o que vinha logo em seguida. Abriu as portas, e pelo corredor passaram alguns empregados carregando malas pesadas para longe, em poucos instantes viu surgir diante de seus olhos Aurora, com a cara mais apática possível, desta vez parecia pálida e quase doentia.

— Aurora, está bem? — Questionou e viu a moça lhe jogar um olhar pesado.

— Não estou?

— Meu irmão, onde está?

— No inferno, talvez. — E com isto ela se foi rumo a um quarto na outra extremidade do corredor deixando Margareth levemente assustada. Respirou fundo e caminhou até o escritório do pai. Bateu na porta e escutou um sonoro "entre". Girou o trinco, e viu seu pai sentado atrás de uma grande mesa de madeira pesada, as suas costas uma grande janela, caminhou até está e olhou para fora e tocou o vidro gélido e pode ver do lado de uma árvore a sombra de um homem aparentemente olhando o nada.

— Heath. Pobre Heath, o que está acontecendo? — Disse, e o pai levantou-se olhando pela janela com olhos pesados.

— Trata-se de algo que resolverei, depois de tratar algo contigo. Sente-se. — Seu tom era cansado, e quando ela se sentou a sua frente pode perceber que ele de súbito envelhecera uns bons anos e sentiu o coração pesado pensando que talvez também ela tivesse culpa em tudo isto.

— Eu fui um bom pai?

— Não diga isto pai.

— Eu fui?

— O melhor, o melhor pai que alguém poderia ter. Por que me pergunta isto? — E o viu lhe dar um pequeno sorrisinho cansado.

— Eu não sei. Talvez eu devesse ter sido mais severo, em sua criação e na de seu irmão, isto me pouparia boas dores de cabeça.

— Pai!

— Talvez então não tivesse uma filha que traz consigo todo um falatório em cima de nosso sobrenome. Não Margareth, eu não me importo com o que a nossa tola sociedade inglesa fofoca, pois eles sempre estão tentando caçar algum tolo para apedrejar, mas eu me importo quando minha filha deixa seu marido e foge em uma viagem longa com um Duque, aliás sem sequer dar satisfações aos seus pais.

— Pai, eu...

— Não, Margareth.

— Eu sinto muito. — Sussurrou, com a cabeça baixa e sentiu lágrimas correrem por seu rosto. Jamais em sua vida, seu pai lhe havia realmente repreendido daquela forma, jamais usara aquele tom de voz sofrido, ou tivera aqueles olhos velhos e aquelas rugas na testa. Ian levantou-se e se colocou de costas olhando para a janela e parecia que já nada diria a ela, pois seus olhos agora estavam postos em Heath, deste modo levantou-se arrumando o vestido e saiu. Do lado de fora a mãe apertava as mãos com o rosto angustiado, com isto apenas envolveu Margareth com seus braços.

— Ele está apenas magoado, isto vai passar. Eu sei. Só não fuja de novo com um duque está bem? — E riu docemente.

— Oh mãe, desculpe-me, por favor.

— Está tudo bem, querida.

Continue Reading

You'll Also Like

472K 35.8K 149
Ela reencarnou no corpo de "Ancia", a atual esposa do monstruoso príncipe herdeiro, "Blake", em uma novel romântica R-19. Na história original, Ancia...
86K 9.8K 64
[FINALIZADA] Em seu décimo primeiro aniversário, Jennie Kim recebeu uma carta de uma escola que ela nunca havia ouvido falar sobre: Hogwarts. Jennie...
30K 2.4K 30
𝐌𝐚𝐞𝐧𝐲𝐫𝐚 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧, 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐮 𝐧𝐨𝐦𝐞, 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐚 𝐫𝐚𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐀𝐥𝐢𝐜𝐞𝐧𝐭 𝐞 𝐝𝐨 𝐫𝐞𝐢 𝐕𝐢𝐬𝐞𝐫𝐲𝐬...
21.4K 1.3K 8
Onde eu escrevo sobre os pedidos de vocês e minhas ideias doidas.