Laço de cetim

By Margarethhale

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A história se passa na Inglaterra de 1875 e conta a história de duas famílias intimamente ligadas, os Woody e... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27

Capítulo 22

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By Margarethhale

            Quando visitou Alicia naquela tarde de domingo, tinha muito mais por dentro do que gostaria de confessar. A desconfiança e quase certeza de que ele a estava traindo era exatamente exagerada, foi o que a quase tia a assegurou.

— Sinto-me muito triste que as coisas tenham chegado a este ponto entre vocês querida.

— Ora Alicia, por favor. Isto... Isto não era para acontecer. Este tolo casamento que todos vocês me empurraram, era o mesmo que estar me jogando para um precipício fundo. Há apenas escuridão lá, uma inacabável escuridão.

— Não seja tão dramática Margareth. Envolveu-se com Diego no passado por livre e espontânea vontade e sabia quais consequências teria que lidar.

— Muito me espanta você Alicia que sempre foi muito liberal me dizer estas coisas.

— Não seja agressiva, tão pouco distorça as coisas. Está atacando apenas para que não toque em seu ponto fraco, bem te conheço. Sei que nutre forte sentimento por Diego, ou nada teria se passado, e sei que ele também por ti.

— Não diga bobagens, tudo não passou de...

— De o que?

— De um flerte.

— Isto foi muito mais longe que um flerte. Chega Margareth, escute... Diego enviou-me uma mensagem dizendo estar tudo bem com ele e que...

— Verdadeiramente não me importo. Agora devo ir Alicia. — Pegou o chapéu para leva-lo a cabeça assim que saiu pela porta.

            Em seu quarto Mrs. Salles preparou-se para dormir estando já com sua camisola branca. Puxou os cobertores da cama até escutar o som claro de madeira rangendo. Pulou do colchão, e por um momento pensou ser alarme falso, mas o barulho retornou mais intenso. Correu até a porta que dava ao outro quarto e encostou o ouvido a madeira e teve certeza, girou a maçaneta, mas esta não se abriu. Chaveada? Pensou em retornar a cama, mas não conseguiria dormir se bem sabia, saiu pela porta que dava ao corredor, deu alguns passos e parou junto a porta dele, bateu. A maçaneta moveu-se e de lá viu a cabeça de Vivian a encarando. Por trás dela, bem ao fundo da cena estava seu tão indelicado marido, começando a desabotoar sua camisa de costas para ela.

— O que deseja senhorita?

— O que desejo? Com licença. — Empurrou a porta fazendo a empregada sair de perto e adentrou muito rápida o aposento que era um pouco menor que o seu, porém tinha uma cama muito maior que a sua.

— O que está fazendo? — Questionou ela a Diego que não parara de desabotoar a camisa de linho branca.

— Não te parece obvio Margareth. Estou indo tomar um banho. — Respondeu bruto, e ela olhou a banheira ao chão, cheia de água.

— Sai-a. — Ordenou a mulher, a empregada que saiu rápida fechando a porta com um risinho. Ela se manteve quieta e pode ver a camisa dele escorregar de seu corpo bem talhado, de suas costas largas e cair ao chão.

— Está sendo tão indelicado. Não pode... — Corou.

— Não? O que quer Margareth? — Virou-se para ela, e ela pode vislumbrar a curva do peitoral dele, pela primeira vez de forma mais clara, e ele definitivamente era ainda mais atraente e másculo do que antes pensara. Deu um passo para trás, mais vermelha que antes. Os lábios entreabriram-se e parecia quase alarmada e esperava seriamente que ele não houvesse se dado conta do medo que crescia em seu interior. Viu ele lentamente descer as mãos até o botão da calça.

— Diego... — Respirou fundo tentando reunir palavras o suficiente. Fechou os olhos por um instante e olhou para os lados. — Como ousa desaparecer por dias e não dizer nada?

— Isto é tão fácil. — Ele retirou as calças, ficando apenas com a roupa de baixo, mostrando as curvas firmes dos músculos das pernas. Ela mordeu os lábios com fúria.

— Onde esteve por tanto tempo? — Gritou.

— Ora, agora está bancando a esposinha ciumenta? Ah por favor, e monsieur le Duque não a tem distraído o suficiente? — Falou um francês doce e falsamente inocente. Ela elevou a mão ao alto pronta a esbofeteá-lo, encarando-o fundo nos olhos, de modo que suas entranhas se chacoalharam ao mergulhar dentro do verde absurdo e obscuro que se escondia ali. Sua mão caiu, e precisou respirar mais fundo. Virou-se de costas para sair, até ter seu braço segurado com firmeza.

— Não pedi para que sai-se. — E ele soltou seu braço fazendo com que ficasse parada onde estava, algumas lágrimas tencionaram cair de seus olhos, mas com força ela as segurou respirando de modo rápido e continuo. Escutou o barulho de água e virou-se vendo-o com o corpo imerso na banheira olhando-a fria e fixamente, com a barba um pouco maior e selvagem do que o habitual. Daquele modo Diego poderia ter seu poder de atratividade aumentado em uns quantos por cento.

— Venha aqui. — Murmurou, mas ela não se moveu, sabia do risco que corria e tinha vontades ainda de mata-lo. — Eu disse, venha aqui. Não foste tu que mandou embora a minha empregada? — Elevou o tom de voz de um modo que a fez se arrepiar e tremer. Moveu-se para perto dele como que envolvida por uma mágica sobrenatural. Ele segurou sua mão e a puxou para baixo para que se ajoelha-se perto da banheira, ao seu lado e entregou-lhe uma esponja. Primeiramente ela quis jogar na cara dele, mas pelas feições de seu rosto não parecia à ideia mais inteligente a se fazer. Lembrou-se do dia de seu casamento onde ele lhe rasgara a saia do vestido negro, e tremeu e temeu outra vez. Ele segurou outra vez sua mão de dedos longos e a levou até a água quente, próximo ao seu corpo. Ela molhou a esponja e tocou seu ombro firme, sem querer encontrando o olhar tão quente e provocativo dele. O queria naquele momento, mais que o sol e as estrelas, e o som das teclas em seu dedo, queria o som dele em seus dedos. Não pode impedir que todo o seu corpo vibra-se por ele, e jogou seus braços ao redor de seu pescoço, pressionando os lábios agora insistentes sobre os dele, podia sentir o frio cortejando seu corpo. Ele a puxou delicadamente de um modo que antes não havia experimentado, e inalou seu perfume doce como o de margaridas para dentro. Pressionando a cabeça dela, a puxou para cima pondo-se de pé, apertou-a em seus braços molhados, fazendo com que um milhão de gotinhas se grudassem a ela, e um milhão mais delas caíssem ao chão, e sobre a água. Mordiscou seus lábios com estrema delicadeza, e se separou de sua boca beijando agora seu rosto, e seu pescoço. Prendendo-a firme com suas mãos, saiu da banheira e conduziu Margareth até a cama, puxando toda a camisola branca para cima não deixando de beija-la nem por um segundo. Duvidava que tivesse sentido mais falta de algo do que daquilo naquele momento. Ela sentiu frio completamente abandonada em seu abraço molhado e a insegurança mordiscando lentamente. Todos os pensamentos tão determinados que mantinha se esvaíram como fumaça pelo toque quente da pele dele a sua, pelo toque de suas mãos firmes e selvagens, pelo gosto que tinha. Por um segundo Diego se afastou para olhar seu rosto, puxando o cabelo para trás de modo ligeiramente bruto, logo se enterrou dentro dela sem pronunciar qualquer palavra, abandonou-se dentro de seus prazeres obscuros com fervor, sendo bruto e nada cortes, a apertava de modo indecente e maldoso, e se movimentava dentro dela sem piedade.

— Diego, o que está fazendo? — Arquejou ela sem fôlego.

Com dentes travados ele atingiu um limite de sensações absurdo, a vendo arquear o corpo contra o seu. Levantou-se de súbito e colocou as mãos na cintura de costas olhando a parede clara.

— Estúpido. — Gritou ela, se enrolando aos lençóis. Sentiu a garganta se inflamar. Ele mantinha-se imóvel. Margareth pulou para fora da cama e andou rápida até dele. — O que há de errado contigo? Diego! — Gritou ela por fim, e ele se virou muito enérgico com uma cara espantosamente zangada o que a fez quase perder o equilíbrio, e não pode deixar de corar ao ver todo ele completamente despido em sua frente com a maior naturalidade do mundo.

— Margareth! Jamais disse que seria doce. — Respondeu de súbito. Ela olhou fixamente para ele, e algo estranho lhe mordeu por dentro.

— Está saindo com aquela francesinha falsa? — Grunhiu e o viu passar as mãos pelo cabelo desajeitadamente.

— E se eu estiver? Que te importa, não te interessa demais o duque, pois que tenhamos direitos iguais, não é? Além do mais não há sentimentos aqui nesta porcaria de casamento, há? Tentemos apenas ser felizes da maneira que quisermos. — Terminou seu discurso com lábios entreabertos. Ela abaixou os olhos olhando o piso e sentindo a cabeça mais pesada que o habitual. Se seu casamento havia sido uma tremenda armadilha, agora era o próprio inferno se abrindo aos seus pés. Queria esbofeteá-lo, e de fato ele esperava esta reação, mas não fez e não disse nada. Estava apenas aturdida e zonza demais para fazê-lo. Caminhou para a saída, e ele a olhou de longe.

— Margareth, espere. Margareth eu não quis dizer... Eu... —

— Eu aceito. — Respondeu ela abrindo a porta que ligava os quartos sem olhar para trás, bateu-a.

— Não, não... Margareth, por favor. — Tentou em vão concertar seu imensurável erro embora soubesse que o que está dito o está e ponto. Girou a maçaneta para entrar no quarto dela, mas estava trancada. Socou a porta com força, raiva lhe cobrindo de vermelho.

          Pela manhã Margareth tomou café da manhã sozinha, não perguntou por Diego, não queria saber naquele momento, não importava. Tão pouco questionou a quantidade insalubre de sentimentos vagueando em seus pensamentos. Por um momento parou a janela observando o pálido inverno cobrindo o que deveria ser uma adorável grama verde, caminhava distraída pelos corredores e gostava de haver tantas janelas que mais pareciam pinturas com longas árvores se erguendo em direção ao céu. Precisava ir a Mr. Ainsworth tocar, pois não suportava a ideia de estar muito tempo ali dentro, não pela casa que devia confessar era adorável, mas por outros inconvenientes. Gostaria de ver algo novo que a retira-se daquela cascata de sensações densas como aço. Chegou a uma das salas um pouco perdida e com pensamentos longínquos. Na poltrona de couro marrom pode ver alguém sentado, lendo alguns papéis bastante compenetrado. Ela preparou-se para sair imediatamente.

— Teve uma boa noite? — Questionou Diego e ainda tinha os papéis nas mãos grandes e continuava sua leitura.

— Maravilhosa, maravilhosa noite. — Ela balançou a cabeça para enfatizar e se adiantava a sair.

— Margareth.

— Sim? — E houve uma longa pausa e suspiros pesados enquanto ele tentava medir palavras. Poderia ser incrivelmente sedutor com Margareth como nos seus jogos de flerte de antigamente, e céus como gostaria de voltar a eles, mas agora tudo se juntava em uma tempestade nada serena, pois desta vez nem o seu charme mais convincente talvez poderia faze-la dissuadir de seu jeito tão frio e absurdo. Queria muito chacoalha-la pelos ombros, joga-la contra a parede e a beijar, e faze-la suplicar por muito mais. Mas naquele momento sentiu que não importava o que fizesse as coisas seriam sempre difíceis, talvez fosse este o mal do casamento e estava certo em querer se livrar dele por um tanto de tempo, e não sabia como agora parecia amarrado a uma garotinha de cabelos de fogo com olhar ferino que mais parecia querer lhe arrancar a garganta.

— Não é nada. — Ela o fitou por mais um momento e se virou de costas disposta a partir o mais rápido possível. — Margareth. Eu... Ainda... Ainda está zangada?

— Pelo que? Por me enganar e se vingar em cima de mim, por rasgar meu vestido e me obrigar a me casar com você ou por agir como um... Cretino?

— Como um cretino? Uhuun. Escute, a vingança, isto já faz muito tempo, e de qualquer modo já lhe expliquei, não se tratava realmente disto. — Ele mordeu o lábio inferior jogando de lado as folhas que antes segurava.

— E de que se tratava, meu querido? — Tinha raiva exalando dos poros dela quando o disse o que fez com que ele se levantasse para estar mais perto.

— Trava-se... Ora raios, eu apenas a queria, queria ter minhas mãos em cima de você, de toda você. Me empenhar para beijar seus lábios, que fosse merecido compreende? — Ele estendeu uma mão tentando tocar o rosto tão corado dela. Ela se afastou.

— Claro Diego, compreendo perfeitamente bem que não pode controlar seus impulsos, bem isto sentiu meu vestido. Como pode ser tão bruto, descortês?

— Margareth isto foi imperdoável de minha parte, eu posso entender. Eu jamais faria isto à outra pessoa...

— E como sou eu você pode...

— Não, não, não estas a me entender. É que... Eu apenas perdi minha cabeça. Vou comprar-lhe outro, comprarei vários. Sabe que pode pedi-los, não há problema.

— Para ti Diego, é tudo tão fácil e simples. Tudo se trata dos teus impulsos tão justificáveis. Esqueça... — Ela moveu-se de novo para a porta.

— Tenho me portado como um canalha ultimamente? — E havia algo lindamente triste em sua voz quase infantil quando o perguntou, poderia querer aninhar aquele menino grande em seus braços. Respirou fundo.

— Talvez eu não durma em casa esta noite, na verdade estarei fora alguns dias.

— Vai visitar o duque hoje?

— Sim irei. — Ela mordeu os lábios sentindo o sangue querer pulsar em suas veias. Longo espaço de tempo e silencio. — Temos um trato afinal de contas, não temos? — As últimas palavras saíram baixas quase sussurradas, ele a fitava duro, e por um momento seus olhos queimaram febril atingindo um tom negro. Pegou-lhe os pulsos finos e a conduziu suavemente até a parede que estava próxima, de um modo dominador. Segurou seu rosto entre as mãos, por seu cabelo tendo a testa muito próxima da sua.

— Tem certeza? — Sentiu a respiração dele queimar sua pele quando o disse, e seus lábios estalaram em cima dos seus com gentileza ele os tocava, acariciando seu cabelo e fazendo-o cair ao longo de sua cintura. Ele deveria admitir que ela parecia um belo pôr do sol. Adentrou mais a fundo em sua boca e lhe deu uma mordidinha doce no queixo beijando em seguida seu pescoço, espremendo os lábios ali fazendo com que um gemido escapasse dela enquanto mantinha os olhos fechados. Diego voltou a grudar a boca a dela, e ousadamente apertava sua cintura deslizando a mão até a coxa, elevou-a em seus braços fazendo com que ela lhe circundasse o pescoço com os braços, e a encaixou agora estando entre suas pernas, a parede gelada. Poderia rasgar aquele vestido? Ela o culparia depois? As perguntas vaguearam por sua cabeça. Espremeu um de seus seios na palma da mão. Um barulho alto veio a suas costas, barulho de metal contra o chão. Parou por um momento com os olhos fechados ainda a segurando firme em seus braços, respirou forte contra o pescoço dela e então a depositou no chão com relutância tomando o cuidado de não desestabiliza-la, pois sabia que ela sempre tinha as pernas um tanto quanto nada firmes depois que a beijava. Adorava isso.

— Eu sinto muito, eu não queria. — Disse a empregada recolhendo a bandeja de prata do chão. Margareth envergonhada passou as mãos pelos longos cabelos e pelo vestido amaçado incapaz de encarar a qualquer um.

— Com licença. — Disse a criatura de fios laranja. Ele se precipitou a pegar suas mãos, com carinho a fechou na sua. Ela por uns segundo se manteve sentindo o calor dele e logo retirou a mãos vagando para bem longe, porque ele sempre seria perigo.

             Quando Margareth Anne apareceu com uma série de malas a casa de Alicia, esta pensou que havia acontecido o que temia. Acolheu-a com rapidez e por um momento relutou contra o próprio desejo de questionar o que ocorria, é claro, não por muito tempo. Na sala de estar quase tomou um bule inteiro de café com bolachinhas.

— Não o fez, não é Margareth, não pediu o desquite? — Questionou de modo rápido o que apenas fez a outra abrir a boca incrédula.

— Ora Alicia, por favor, você mesma já o fez, e não sente qualquer perturbação ou inflamação quanto a isso. Como pode me julgar?

— Circunstancias diferentes, bem o sabe. Meu ex-marido, o qual não interessa mesmo porque já está a muitos palmos abaixo da terra, bom... Não falemos nisso. Era uma situação diferente, ele não via com bons olhos uma mulher de negócios como ele mesmo me chamava, mais isto era parte importante de quem eu sou, eu não podia... Bem... Não falemos mal dos que já se foram, não é? Margareth... Vocês nem estão casados há uma semana ainda, há muito pela frente, coisas que deve pensar e tratar com mais seriedade antes de uma decisão como esta.

— Poupe deste discurso... Sei que tem razão... Eu... Eu ainda não pedi o desquite, mas... Mas tenho sérias intenções de o fazer. — Levantou-se da poltrona dando uma volta ao redor desta e se debruçando em seu encosto, bastante pensativa.

— Por quê?

— Por que o que?

— Quais são os motivos que a levam a isto?

— Seria difícil e constrangedor pôr em palavras. Eu penso que talvez seja o mais acertado no momento.

— Coloque em palavras os seus motivos, irá te ajudar a arejar a cabeça. — A outra socou a parte macia da poltrona e suspirou pesadamente fazendo um biquinho.

— Ele... Eu... Não dará certo... Quero dizer... Já não dá certo.

— O que ele faz?

— Ele... É o que ele fez Alicia. Não poderei perdoa-lo nem em um milhão de anos. Me enganou por vingança. Isto certamente ele não contou, não é? Não contou que me seduziu por vingança porque Heath e Aurora... Esqueça. Ele não é confiável, é um sedutor barato, é vulgar. Tem instintos incontroláveis que só Deus o sabe e jamais, jamais Alicia poderia ser fiel a uma mulher, por que isto é apenas o que ele é. Talvez seja pedir demais um homem fiel não é, a maioria dos homens de nossa época não o é, e tratam as suas amantes com mais respeito do que tem por suas próprias esposas.

— Como sabe que ele não seria um homem fiel? Ele te deu provas disto além do próprio instinto como chama?

— Claro, claro. Ele sumiu por dias, quando apareceu não me quis dizer onde havia ido, não que me importe muito e... E ele fez uma proposta... Queria sofrer muito por isto... E creio que neste momento ele esteja se roendo pelas próprias palavras indecorosas.

— Que proposta?

— Me propôs que tenhamos casos extraconjugais. Pode acreditar? A verdade Alicia é que estou tentada a isto, estou tentada a provar a ele que posso ser exatamente como ele. Pode entender? Oh não, como pudemos chegar a isto? Éramos duas crianças que faziam malcriações uma a outra, agora somos dois adultos fazendo malcriações. Vou me livrar dele antes que também seja como ele, antes que tudo desmorone. Creio que eu deva empreender uma viagem, uma longa viagem. Estive na casa do Duque hoje, antes de estar aqui, e ele me convidou para ser a acompanhante de sua filha nesta viajem, a... A Grécia. Obviamente que ele irá também. Será um bom momento para mim, pois os adoro e poderei refrescar a mente e estar longe do... De ...

— Está certa disto? Realmente certa? — Perguntou Alicia e seus olhos eram docemente triste. Margareth mordeu os lábios e por um momento esteve quieta.

— Não poderia fazer outra coisa. Dê-me tinta e papel, escreverei ao... Ao Diego e ao Duque.

          O jovem diretor do teatro Griffiths estava longe em viajem há muito tempo, pisaria em solo inglês em minutos. Assim que o fez respirou aliviado e cantarolou as palavras "lar doce lar" com ar alegre. Durante todo o caminho seus pensamentos se centraram em uma única pessoa, precisava ver seus olhos contentes ou nada mais o alegraria em sua vida, disto tinha certeza. Adentrou a grande casa de ornamentos orientais com um sorriso gigantesco e viu surgir atrás de uma parede uma menina de cabelos pálidos como a lua que lhe pulou nos braços como uma criança.

— Minha pequena Mariah.

— Oh meu irmão querido, estive com tantas saudades e ademais não creio Ethan Chudderley esteja gerenciando bem os negócios neste últimos mês, ainda bem que foi apenas por este período e que já está de volta. O louco planejava tornar aquela tola da Katherine em estrela principal de todas as peças do teatro. Que insanidade. Quem aguentaria por muito tempo aquela voz esganiçada e aquele tipinho afetado? Cobra manipuladora.

— Tens uma língua ferina minha irmã. — Riu a abraçando uma última vez antes de andar com os olhos de águia pelo lugar.

— Onde ela está?

— Oh não, não está falando de Amy. Você prometeu. Se eu a perder jamais o perdoarei.

— Não se preocupe com isto Mariah. Onde ela está? — Houve silencio e uma careta de Mariah. — Realmente não me irá dizer? Sabe que encontrarei com ela cedo ou tarde, esta casa não pode ser tão imensa assim. Vamos diga, estou com tantas saudades e acredite que minhas intenções são as melhores sempre.

— Ela... Ela está no teatro, na verdade ela deve estar saindo agora, pois disse que iria jantar na casa da tia dela, Alicia, aquela que conheceu. — Nathan arregalou os olhos e estendeu um sorriso agarrando a irmã e beijando o topo de sua cabeça.

— Tão emocional. — Riu ela.

— Espero não estar atrasado. — Disparou pelos corredores.

          Amy esperava do lado de fora do teatro segurando uma pequena bolsinha, usava brincos de pérola, presentes do pai, e já não usava nada de que pudesse ter vindo dos Griffiths, e neste momento se questionava sobre sua estadia, mas sempre que falava em partir Mariah se desesperava. Sentia-se tão mal por isso. Encostou-se a uma árvore alta e abaixou a cabeça cansada. Escutou passos a suas costas e quando se virou, seus olhos tornaram-se vidrados, e sua boca se abriu surpresa.

— Você, você... Mr. Griffiths, não esperava que voltasse por agora.

— Desculpe não haver avisado, achei que seria melhor assim. Eu realmente precisava falar contigo, eu preciso na verdade. Amy, eu agi de modo realmente imperdoável, e peço que me perdoe. — Seus joelhos começaram a se dobrar e ela atônita tentou puxa-lo pelos braços.

— Não faça isto Nathan.

— Preciso demonstrar o quando estou arrependido.

— Não é necessário e ... Eu tenho que ir sabe. — Ela se moveu e ele lhe segurou com delicadeza o braço.

— Por favor, me escute. Eu estive realmente pensando muito durante este tempo. Para você foi apenas 1 mês, mas para mim mais pareceu uma década. Amy, realmente me ouça. Eu estive pensando e... Amy, quero que se case comigo. — As palavras saíram flutuando pelo ar rapidamente, ela sentiu o mundo rodar por um segundo. Não tinha expressão alguma, e então aconteceu. Ele tomou seu rosto nas mãos e beijou docemente seus lábios, assim como outras vezes já havia feito, e toda a pele de sua face queimou em purpura. Não escutou os cascos de cavalo que se detiveram bem ali ao seu lado, tão pouco o som a porta da carruagem se abrindo. Quando Nathan se afastou o que ela pode ver foi apenas o seu rosto chamuscado espelhado nos olhos de Heath. Algo amargo corria pelas ruas, tão indistinguível e obscuro como lama.

— Amy. — Soou uma voz profunda, e era Heath.

— Poderemos continuar esta conversa mais tarde. — Pontuou Griffiths o que fez Woody espremer os lábios em uma linha fina e tremula, como se houvesse engolido lava e todo o seu ser se chacoalhasse em decorrência. A outra preparou para dar a mão ao primo que com um gesto delicado e discreto se afastou. Esperou que ela entrasse sozinha dentro da carruagem e entrou em seguida fechando com força a porta. Tinha um silencio magistral e perturbador, mas era tão típico dele que outra pessoa deixaria passar despercebido o evento e a tensão crescente. 

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Espero que tenham gostado, se sim, deem uma estrelinha e comentem. Aliás vcs são team Heath e Aurora ou team Heath e Amy? Duvida kkk. Beijocas e até a próxima. 

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