A sociedade Beaumont

Por AutoraBeaLourenco

30.7K 2.5K 986

PLÁGIO É CRIME! (Art. 184 - Código Penal) CONTÉM CONTEÚDO ADULTO [+18] (Cenas de sexo explícito... Más

*Nota da Autora*
Capítulo 1 : Ligeiramente nostálgico
Capítulo 2: Preocupação nunca é demais
Capítulo 3: Melancolia Constante
Capítulo 4: Virtude Inata
Capítulo 5: Todo tempo do mundo
Capítulo 6: Walking on Sunshine
Capítulo 7: Noite no sofá
Capítulo 8: Efeito Eloise
Capítulo 9: Como o diabo foge da cruz
Capítulo 10: Flashes e Nostalgia
Capítulo 11: A que horas devo ir?
Capítulo 12: Regra de Ouro
Capítulo 13: Inquebrável
Capítulo 15: Ardendo em Chamas
Capítulo 16: Um bom vinho e uma boa amizade
Capítulo 17: Montanha-russa
Capítulo 18: Vulnerável
Capítulo 19: O Ranking
Capítulo 20: Absurda e Assustadora
Capítulo 21: Siga o roteiro
Capítulo 22: Cama de Solteiro
Capítulo 23: Terceira Roda
Capítulo 24: Efetivado
Capítulo 25: Um, dois... TRÊS?
Capítulo 26: Querer não é poder
Capítulo 27: Gélido Como Lume
Capítulo 28: M U L H E R
Capítulo 29: Agora você me vê, agora não vê mais
Capítulo 30: Tempos de Diamante
Capítulo 31: Fenomenal Viúva Negra
Capítulo 32: Vinte Minutos
Epílogo | Capítulo 33

Capítulo 14: Maturidade

835 76 18
Por AutoraBeaLourenco

Tinha a mesa do café preparada, mas preferi esperar até que Eloise descesse para poder acompanha-la. Vesti as roupas com que chegara, cumprimentei seus funcionários que encontrei pelo caminho e sentei à mesa, entediado e bravo, tamborilando os dedos no vidro. Parecia estar preparada para malhar, ou algo do tipo. Quando finalmente apareceu, vestia uma regata justa e calças de malha — que ficaram muito sexy nela, à propósito.

— Por que não está comendo? — Eloise sorriu sentando-se à minha frente.

— Quis esperar por você — esperei ver Christopher atrás dela como uma sombra, mas não apareceu. Graças a Deus!

— Bobagem — comentou comendo sua salada de frutas. — Dormiu bem?

— Sim — suspirei. — Suponho que você também.

— Maravilhosamente bem — sorriu.

— Não por minha causa, presumo — murmurei com desdém.

— Perdão, o que disse!? — Tomou um gole de chá me fitando.

— Nada — era melhor assim. — Eu não quero perturbar você, mas — dei um meio sorriso — sou iniciante nessa coisa de encontros. Quando eu sei que acabou?

— Quando estiver na sua casa e eu na minha — piscou para mim. — Deseja ir agora?

— Não! — Quase gritei. — De modo algum.

Eloise sorriu com seu olhar vagamente malicioso e terminou seu café graciosamente, enquanto eu não conseguia parar de secar sua beleza matinal.

— Vou correr agora — arrastou sua cadeira para trás ficando de pé. — Quer me acompanhar?

— Seu assistente também vai? — Perguntei receoso.

— Não, ele precisa trabalhar agora — não escondi minha satisfação por ouvir isso.

— Sendo assim, eu adoraria, — Eloise pareceu estranhar meu comentário — mas camisa social não parece ser indicada pra isso — comentei desanimado.

— O guarda-roupas lá em cima não é um mero enfeite, sabia!? — Riu brevemente.

Em silêncio, Eloise voltou para o hall de acesso à escada e olhou-me por cima do ombro, então levantei rapidamente e a segui para o quarto de hóspedes. Mesmo depois do breve momento de intimidade entre nós, sua presença ainda me intimidava e confundia, sempre cortando qualquer ideia minha para iniciar uma conversa decente com ela.

Sem muito esforço, sentei na cama acanhado enquanto ela se perdia entre todas as portas e gavetas do guarda-roupas — honestamente, parecia mais um closet. Não fui capaz de deixar de notar a variedade de peças dentro dele, inclusive peças femininas. Um pouco curioso no início, mas eu sabia bem o que significava.

— Não se preocupe, — disse de repente decidindo entre duas camisas — são todas novas — tive certeza ao notar as etiquetas penduradas.

Respirei fundo e me despi ali mesmo, vestindo as peças à medida em que entregava para mim. Terminei com uma camisa de mangas longas — um pouco justa, mas realçava o contorno dos músculos sutis que tinha — e uma bermuda de tamanho ajustável.

— Hmm... teria também uns tênis? — Perguntei sem jeito puxando o cabelo da minha nuca.

— Eu tenho tudo o que você precisa, Adam — abriu a gaveta inferior mostrando um universo de calçados variados. Desde mocassins à saltos altos. Sem dúvidas era muito mais do que eu já tive em toda minha vida. — Fique à vontade para escolher.

— Nossa... — esbocei um sorriso e escolhi algo adequado para atividades físicas que servisse em mim calçando-os imediatamente. — Acho que podemos ir agora.

— Já te disseram o quanto você fica atraente com esse tipo de roupa? — Fez seu dedo indicador e médio caminharem sobre meu abdômen.

— V-você acha? — Tive a impressão de que nunca me acostumaria com o poder sedutor de Eloise.

— Sem dúvidas — pôs sua mão em minha nuca me convidando para mais perto.

Tenho certeza que meu rosto corou ao ouvir tal elogio, como se tivesse ganho meu dia. Uma criança bobinha recebendo uma estrela dourada da professora favorita. Seu aroma provocante invadiu meu olfato, então fechei os olhos. O hálito de frutas tropicais, a doçura marcante de seus lábios, parecia que tudo sobre ela era perfeito. Mesmo sabendo que eu não era o único, naquele momento me senti especial e, inevitavelmente, entreguei meu corpo a ela em cada segundo daquele beijo.

— Ual! — Exclamou pouco ofegante. — Seu beijo já mudou — seu sorriso brilhante me fez sorrir também. — Um ponto pra você.

Isso! Era o caminho certo, mas eu pretendia melhorar mais ainda e pensei que minha segunda chance estava prestes a acontecer, só que não. Com pressa para começar sua rotina de exercícios, Eloise me arrastou para fora da sua mansão e me obrigou a alongar com ela no jardim — não foi tão ruim quanto imaginei, pude apreciar umas posições bem interessantes. Então corremos por quase todo o condomínio, parecia um mundo. Óbvio que estou exagerando, mas foi desse jeito que me senti depois de duas horas ininterruptas de exercícios aeróbicos.

— Eu preciso... — tentei recuperar o máximo que consegui do meu fôlego — de água!

— Você não pratica muito, não é? — Apesar de suada, ela parecia ainda muito disposta.

Entramos pela porta da cozinha e uma das senhoras da cozinha nos serviu duas garrafas de água, tive que conter meu desejo de derramar tudo em cima de mim.

— Tem muito tempo que não me exercito — respondi depois de me recompor.

— Dá pra ver — tirou sarro de mim, mas eu até que gostei de conhecer seu lado menos formal.

Conversamos um pouco, sobre exercícios já que ela ainda estava nessa vibe. Não era bem o que eu imaginava fazer, mas foi extremamente agradável e apesar de Eloise ainda não revelar muitos detalhes sobre a sua vida pessoal, eu senti que começava a conhece-la um pouco mais.

— Eloise, — engasguei ao olhar o relógio e lembrar que fora daquele palácio ainda tinha uma vida real me esperando — preciso voltar para minha casa, quero dizer, para a casa da Selly.

— E quanto a mudança? — Tirou a toalha do seu pescoço.

— Por isso tenho que ir — franzi a testa ao lembrar da minha situação com Selena. — Tenho que terminar de empacotar minhas coisas, e não faço a mínima ideia de onde vou morar.

— Bem, logo você vai começar no emprego novo e dinheiro não será mais um problema — deu de ombros. — Já pesquisou apartamentos?

— Não — franzi os lábios. — Eu nem sei por onde começar, onde ir, o que devo fazer...

— Shhh... — pôs um dedo em meu lábio. — Você tem uma ótima arma bem na sua frente. Peça ajuda e eu o ajudarei.

— Mesmo? — Demonstrei entusiasmo, mas ainda certa incerteza. — Eu não quero que tome seu tempo com os meus problemas.

— Por favor, — revirou os olhos sem nenhum pudor — eu resolvo isso com um telefonema. É só dizer "sim".

— Não sei... — bufei — parece que estou me aproveitando de você.

— Você vai pagar pelo aluguel, eu só vou fazer as coisas andarem mais depressa — arqueou a sobrancelha com um meio sorriso nos lábios.

O meu silêncio pareceu dizer tudo para Eloise, que só esperou meu consentimento para começar a "mexer os pauzinhos". Talvez eu não devesse envolve-la, mas recusar uma ajuda como a dela seria loucura, principalmente no estado em que a minha vida pessoal estava.

Voltando para o apartamento da Selena tive uma sensação estranha. Embora nosso status não fosse mais "namorando", parecia que eu havia traído ela, ou sei lá. Sair de lá não era uma opção, mas uma necessidade. Eu precisava começar a viver no meu próprio espaço, me virar sozinho. Hora de mudar e amadurecer.

O poder e influência de Eloise eram singulares. Literalmente em pouquíssimos dias haviam três apartamentos esperando por uma avaliação. Como eu nunca morei sozinho, não entendia muito do que precisava, e como Eloise adorava manter tudo sob seu controle, ela fez questão de avaliar cada um deles.

Um apartamento de solteiro com as mobílias básicas indispensáveis — um ótimo negócio, já que não eu tinha nada além das minhas roupas e um travesseiro. Pequeno, porém, agradável e espaçoso para mim. A localização era ótima — não longe da universidade — parecia perfeito. É impossível negar o quanto fiquei aliviado por não precisar voltar a morar no caos do campus.

Parte de mim sentia falta da Selena. Não a veria mais todos os dias, nem dormiríamos mais juntos, nem mesmo um café em sua companhia. É difícil livrar-se de costumes, principalmente quando sobrevivemos com eles por anos. Tomei a decisão de entregar a cópia da chave pessoalmente, era mais seguro, mas pouco antes de deixar definitivamente seu apartamento, resolvi escrever uma carta breve — explicando sobre minha decisão — enquanto Benjamin descia para guardar as últimas caixas no carro.

— Oi — ouvi a voz doce de Selena entrar em meus ouvidos, foi como um gatilho para a saudade.

Amassei rapidamente o papel com poucas linhas escritas e escondi no bolso, o frio percorreu meu estômago.

— Olá — respondi sem jeito.

Selena estava um pouco mais bronzeada, os cabelos em comprimento menor — o cacheado sutil não existia mais —, bochechas coradas e feição ilegível, mas a brandura do seu ser pareceu-me intacta. De certo modo fiquei feliz por pelo menos aparentar bem-estar.

— Acho que tem alguém se mudando do prédio hoje — arrastou sua mala para dentro e fechou a porta.

— É — limpei a garganta e tirei a chave da minha bolsa. — Eu estou me mudando.

— O que!? — Soltou o puxador perplexa, a mala caiu na madeira fazendo um barulho grave. — Mas eu disse que...

— Acho que vai ser melhor assim.

Abaixei a cabeça despedindo-me mentalmente do local e fui surpreendido por um beijo desesperado e delicado de Selena, não fui capaz de afastá-la, então correspondi tentando lhe dizer adeus entre os lábios e segurando seu rosto.

— Eu senti tanto a sua falta — sussurrou deixando suas mãos percorrerem meu corpo.

— Eu també... — então, Selena tentou tirar sua blusa e quando percebi o que estava acontecendo prendi seus pulsos. — Não faça isso, Selly.

— Por que não? — Franziu a testa — Eu amo você, você me ama... Não é?

— Sim, claro! — Evitei hesitar. — E é porque te amo tanto que não posso fazer isso com você.

— Eu não entendo — pôs a mão junto aos lábios, com a outra pareceu abraçar o corpo e os olhos cheios de lágrimas.

— Não é que eu não queira você desse jeito... — afaguei seus ombros.

Selena olhou profundamente em meus olhos, por algum motivo me senti envergonhado e ponderei sobre a ideia de contar a ela o que realmente aconteceu nos últimos dias, mas não precisei.

— Conheceu alguém — uniu as sobrancelhas dando um passo para trás.

— Não é bem...

— Não, — mostrou-me um sorriso atordoado — isso não foi uma pergunta, Adam.

Nada de mentiras. Não tentei argumentar contra sua afirmativa, então pus a chave em cima da mesa e passei por ela lentamente, parando ao lado do seu corpo enquanto desmanchava-se em lágrimas. Respirei fundo e pensei no que poderia dizer para confortá-la, mas no fundo sabia que qualquer coisa possível de ser dita seria inútil.

— Sinto muito por te magoar — poupei ela de um toque de consolo. — Espero que um dia consiga me perdoar por ter desperdiçado seu tempo comigo.

— Só cai fora daqui, Adam — sinalizou para a porta com o polegar olhando para o lado oposto.

Reprimi os sentimentos do momento e saí fechando a porta lentamente esperando por um último abraço, mas obviamente isso não aconteceu. Segui em frente tentado a olhar para trás. Última página do capítulo Selena da minha vida e apenas uma página para começar a escrever sobre uma nova maturidade.

Seguir leyendo

También te gustarán

44.1K 5.6K 19
Ele tinha em mãos: um papel, uma caneta de ponta fina, e no peito... Um coração machucado. Do ponto de vista masculino, embarcaremos em Cartas Para...
3.3K 232 10
"O nome dele é Fushiguro Megumi." Uraume forneceu, voz baixa e respeitosa. Sukuna internamente ficou impressionado com o nome de seu pavão, que escol...
175K 13K 32
Ela, uma moça simples, sem recursos, nada sofisticada, mas com um coração de ouro. Ele, rico, poderoso, tinha tudo, menos a felicidade de um amor. Do...
129K 11.2K 27
Para fugir dos problemas de casa, Anastásia estaria disposta a tudo; até mesmo a assinar um contrato proposto por um homem que ela mal conhece. Com o...