Meu Imortal - A Maldição De V...

By LarissaWalters

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HISTÓRIA CONCLUÍDA ✔ 2° lugar em Fantasia no Concurso Atlantis 1° Edição 3° Lugar em Fantasia no Concurso A.E... More

Prólogo
Capítulo I - Rosa Negra
Capítulo II - Pequena confusão
Capítulo III- Misterioso Herói
Capítulo IV- Homem de capuz
Capítulo V- Misterioso V.G
Capítulo VI- Outra vez não!
Capítulo VII - Em apuros
Capítulo VIII- Socorro
Capítulo IX- A Aberração
Capítulo X- Não é ela, Viktor!
Capítulo XI - Fuga
Capítulo XII - Alcateia
BOOK TRAILER OFICIAL (TEMPORÁRIO OU NÃO)
Capítulo XIII - Não há esperanças
Capítulo XIV - Quem sabe um começo.
Papo sério...
Capítulo XV - Lembranças
BOAS NOTÍCIAS!!!
Capítulo XVI - Fio de cabelo
Capítulo XVII - Tentando um recomeço
Capítulo XVIII - Pedido de partida
Capítulo XIX - Lar doce lar
Capítulo XX - A adaga
Capítulo XXII - Pedido inesperado
Capítulo XXIII - O salão de dança
Capítulo XXIV - A Magia de uma valsa
Capítulo XXV - Visita de uma velha inimiga
Capítulo XXVI - Sonhos disformes
SOCORRO!!
Capítulo XVII - Um pouco sobre a maldição
Capítulo XXVIII - Grande confusão
Capítulo XXIX - A voz em sua cabeça
Capítulo XXX - O livro
Capítulo XXXI - As letras se revelam
Capítulo XXXII - A Maldição de Viktor
Capítulo XXXIII - Fuja!
Capítulo XXXIV ­­­- O início da tempestade
Vocês decidem!
Capítulo XXXV - O retorno de Elizabeth (parte I)
Betas
Capítulo XXXV - O retorno de Elizabeth (parte II)
Alguns pontos..
Capítulo XXXVI - A voz no corredor
Capítulo XXXVII - Uma vida por uma vida (Parte I)
Capítulo XXXVII - Uma Vida por uma Vida (Parte II)
Capítulo XXXVII - Uma Vida por uma Vida (PARTE III)
Epílogo - Somente aquela que o amaldiçoou, o libertará (Parte Inicial)
Epílogo - Somente aquela que o amaldiçoou, o libertará (Parte final)
COMUNICADO IMPORTANTE

Capítulo XXI - Misterioso V.G. desvendado

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By LarissaWalters

Boa leitura :D

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      O céu estava cinzento como quase todos os dias ali. Um vento frio soprava forte balançando ao seu sabor os galhos das árvores que cercavam o local. Tudo era muito silencioso. Na varanda de seu quarto alto, Viktor debruçava-se olhando com seus olhos opacos e amarelos a paisagem a sua frente.

Havia dias que Kristen havia partido e voltado para a seu lar e desde então ele evitava ao máximo pensar nela. Não tinha de pensar, de qualquer modo, uma vez que ele mesmo a mandara embora. Ele buscava não se apegar a esse fato para não sentir-se culpado de expulsar a moça quando aparentemente ela só queria desculpar-se com ele. Aparentemente a moça queria permanecer ali com ele, porém ele não podia deixa-la ficar quando tão obviamente ali não era seu lugar.

Ele lembrava-se perfeitamente das vezes em que vira a moça e sequer ele sabia seu verdadeiro nome. Quando viu-a naquele cemitério, os cabelos ruivos e olhos cristalinos, não pôde deixar de se espantar ao vê-la, depois as outras vezes em que ele fora a procura dela naquela taverna ainda na esperança de ser quem achava que era. Ali foi o começo de sua decepção.

Lembrava-se de quando, ainda naquela taverna, tão curiosa ela aproximou-se dele e ele tão tolamente enganado chamou-a de Marie. Obviamente ela não reagira como ele esperava, mas ele fora tolo novamente para acreditar que ela era sim a sua Marie e que a esperança de uma salvação estava próxima.

Tolo, era isso que ele era. Como pudera confundi-la com sua Marie se ele sabia que ela estava morta, que não voltaria para para si nunca mais? Ele lembrava-se quando via-na e que em todas as vezes a maldita esperança pedia para fazer morada em si e que ele ridiculamente permitiu que seu coração inativo se iludisse. Quando ele viu aquela mulher ser atacada por homens e ele nem sequer sabia que era ela ele salvou-a usando de sua maldição para matar. Ele não se orgulhava daquilo mas ele não deixaria qualquer mulher que fosse ser violentada quando ele poderia salva-la.

Mas logo mais tarde quando a mesma o repudiara chamando-o de aberração, sua esperança começou a se dilacerar aos poucos e a fuga dela quando ele só queria que ela se sentisse em casa fora a gota d'água para que qualquer ilusão que ainda mantivesse em si se dissipasse.

Sua Marie jamais voltaria e aquela moça não sendo ela não lhe deixavam motivos para que ele mantivesse aquela criança ali. Ela não queria ficar por ele ou pela casa, ela queria ficar pela culpa de tê-lo repudiado e rejeitado e ele não queria a culpa dela. Ela não tinha de ter qualquer tipo de culpa quanto a ele pois ele não necessitava disso.

— Posso estar errada, — uma voz feminina soou atrás de Viktor, ele girou os calcanhares para encara-la — mas creio que não é somente eu que percebi que o silêncio que aquela moça deixou é bastante incômodo.

— Esse silêncio não é diferente do que sempre esteje aqui — respondeu sem emoções.

— A casa parece bem maior quando se há tão poucos moradores sob seu teto. A menina poderia ter ficado e acabado um pouco com toda essa imensidão de pedras — Viktor saiu da sacada e calmamente passou ao lado de Margareth que estava no meio do ambiente de seu quarto com as mãos cruzadas na frente do corpo.

— Eu não poderia mante-la aqui, Margareth — ele sentou-se na poltrona frente a pintura de Marie — ela é só uma criança, precisa de seu lar.

— Se a mantivesse aqui não seria uma prisão, Viktor — ela apoiou suas mãos na cabeceira da poltrona — Ela queria ficar, seria de livre vontade dela.

— Tem de entender que o lugar dela não é aqui, minha querida — Viktor tinha um olhar vago — Sei que adquiriu um certo afeto por ela, mas eu não poderia mante-la aqui para logo mais tarde ela pedir para ir embora. Ela não queria ficar, ela só queria concertar um erro que acredita que tem.

— E tu a privasse de desculpar-se — no momento seguinte Viktor levantou-se e dando a volta na poltrona ficou de fronte a senhora encarando a mesma com afeto.

— Ela não precisava se desculpar por estar certa sobre mim, minha querida. Eu não passo de uma aberração e ela uma criança que tem uma vida pela frente. Eu não a privaria de viver sua vida mantendo ela em uma mansão sem liberdade.

— Não é uma prisão quando se escolhe — a senhora argumentou doce. Viktor sorriu triste.

— Quando a trouxe aqui sabes bem que eu pensava que ela era minha Marie que de alguma forma havia voltado para me livrar desse tormento. Mas não sendo, eu não tenho motivos para tê-la sob meu teto.

— Tu és cruel com tua pessoa — a senhora suspirou triste abaixando a cabeça — Marie não voltará, é fato,  mas isso não quer que tu tens de se privar de conhecer novas pessoas.

— O que está querendo dizer, Margareth? — Viktor perguntou já imaginando onde a senhora a sua frente queria chegar.

— Devias tentar voltar a viver de algum modo, Viktor — ela o olhou deslizando suas mãos pelo braço coberto de tecido de Viktor — Uma amiga te faria bem. Quem sabe mais que isso, ela poderia aprender a ama-lo.

Ao fim das palavras de Margareth Viktor afastou sutilmente. Ele caminhou vago pelo cômodo se debruçando novamente na varanda de seu quarto.

— Amar-me... — ele disse irônico — Amar uma aberração?

— Menino, — Margareth prostou-se ao seu lado — tu não és uma aberração.

— Então o que sou, Margareth? Diferente? Estranho? Eu não passo de um ser repugnante que perdera tudo que mais amava. Como alguém me amaria?

— Eu o amo — ela tocou seu braço.

— Tu és boa demais, Margareth. Me acolheste como mãe sem sequer repudiar minha figura. Tu és rara, mas nem todos são como tu — ele fitava o longe onde os galhos das árvores que cercavam o local balançavam lentamente.

— Posso ser rara, como dizes, mas não sou única. A menina poderia criar um afeto contigo.

— Ela me amaria e eu a amaria...— ele disse vago, pensativo — mas e depois? Como eu a abraçaria se sequer posso tocá-la sem machuca-la? Como sentiria o gosto de seus lábios se os meus a fariam gritar com o mínimo toque? Como eu a esquentaria nos dias frios se meu corpo é tão frio e sem vida quanto o inverno?

— Machuca-me quando falas assim — ela abaixou a cabeça triste.

— Acredite, isso machuca ainda mais a mim. Mas não minto em minhas palavras — Viktor mantinha seu olhar para o longe, num horizonte que ele nem sequer via direito visto o vago que ocupava seu olhar — Ninguém amaria uma aberração assim como eu seria incapaz de amar alguém se não minha Marie. Não há caminhos para mim, minha querida, meu destino já foi selado. Minha salvação e paz morreram junto a minha Marie.

                               ***

      
       Os archotes nas paredes iluminavam e aqueciam o ambiente já abafado da taverna. As mesas gastas estavam em maioria ocupadas com homens rindo e batendo o copo na mesa a todo instante. De mesa em mesa Elena anotava pedidos levando até o balcão onde Elliot colocava tudo numa bandeja para logo Kristen levar até a respectiva mesa.

— Nem mesmo é noite e já tem tanta gente assim — Kristen suspirou cansada já pegando a bandeja no balcão.

— Tu reclamas demais, raposa — Elliot brincou sorrindo atrás da madeira que os separava.

Após isso, Kristen logo fora levar até a mesa onde o pedido havia sido feito. Ao cumprir o que fora fazer, Kristen passou a mão na testa afim de limpar a fina camada de suor que havia se acumulado ali por causa do ambiente quente.

Ela logo voltara para o balcão logo sentando-se numa cadeira rente ao mesmo.

— Mal vejo a hora de dormir novamente — Kristen disse no meio de um suspiro.

— Mal levantaste e já ansias voltar a deitar? — Elliot riu — Tão preguiçosa.

— Elliot — ela o olhou — seria pedir muito se tu me aliviaste um pouco de minhas obrigações e me deixasse tomar um ar? — Kristen fez cara de gato pidão, sempre funcionava com Elliot.

— Não sei não... — ele fez charme — Tu andas muito preguiçosa esses tempos, não sei se devo incentivar tal bicho preguiça.

— Por favor — ela debruçou-se sobre o balcão aproximando seu rosto ao de Elliot — Tu não queres ver-me sucumbir ao cansaço, queres?

— Tu me enrolas tão bem que as vezes sinto-me tonto — ele falou baixo sorrindo logo em seguida — Vais, preguiça gigante, mas não acostume-se.

Kristen beijou a bochecha de Elliot sorrindo em agradecimento.

— Não me demoro — ela disse antes de levantar-se e logo andar em direção a porta dupla da taverna.

Quando Kristen abriu a porta, um vento frio lhe tocou a pele bagunçando seus cabelos ruivos. Fora uma sensação deliciosa visto que o corpo de Kristen estava quente e o choque térmico lhe causara um arrepio gostoso. Ela fechou os olhos e apreciou o modo como o vento acariciava seu rosto naquele começo de fim de tarde. Mas logo a porta da taverna fora aberta e alguém passou por ela.

— Também não resisti e tive de vir acompanhar-te — uma voz masculina soou ao lado se Kristen que logo abrira seus olhos para encarar Elliot que tinha o rosto erguido e olhos fechados.

— Receio que agora somos duas preguiças — ela disse sorrindo em seguida. Elliot abriu um sorriso — Elena será capaz de cuidar das mesas, pedidos e o balcão sozinha?

— Elena é a mais velha daqui, lembras? Ela sabe fazer tudo sozinha melhor que todos nós juntos. — ele lhe fitou — Além do mais, será só alguns instantes. Só o tempo necessário para que te fales o que disse a ti ontem.

— Oh, sim — ela sorriu — Sou toda ouvidos.

Elliot respirou fundo, fechou os olhos e fitou o céu parecendo não querer encarar Kristen.

— Já há algum tempo venho buscando falar-te isso, mas sempre falta-me coragem.

— É algo grave? Algo sobre a taverna ou Elena? — Kristen adiantou-se em perguntar.

— Por favor Kris, apenas escutes antes que esse fio de coragem resolva abandonar-me.

Kristen ergueu as sombrancelhas com o modo que Elliot havia falado tal frase. Haveria de ser algo grave, pensou, uma vez que ela nunca vira Elliot sério de tal maneira. Ela ficou quieta e Elliot prosseguiu.

— Em todos esse anos vivendo ao teu lado era impossível não nota-la. Sempre espontânea, engraçada, corajosa. Linda por dentro e por fora como ninguém — ele suspirou lentamente sem fita-la — Quando criança olhava-a correndo pela a casa de Marina, brincando com as flores, sorrindo e cantarolando com a sua doce voz infantil... Eu deslumbrava-me com tamanha pureza, parecia um ser encantado.

Kristen franziu o cenho. O que Elliot estava querendo dizer? Ou melhor, onde queria chegar? Kristen temeu pelo que estava por vir mas continuou escutando calada.

— Desde de que Marina a levou para a nossa casa eu me animei muito — ele sorriu saudoso fitando o céu — Finalmente eu tinha uma irmã, alguém para brincar. Mas o tempo passara tão rápido que quando dei-me conta tu já estava uma bela moça.

— Elliot, o que tu... — Kristen tentou falar mas Elliot continuou seu discurso a ignorando totalmente.

— Lembro-me que Marina nos mandara ir até a feira da cidade comprar algumas coisas que faltavam no casebre onde morávamos. Brincamos o caminho todo, é claro, mas também lembro-me que ao deixa-la sozinha um instante enquanto eu fora negociar, um garoto de nossa idade puxara assunto com tu. Eu não gostei e logo tratei de terminar o negócio para tirar-te de lá, de perto dele.

— Lembro-me perfeitamente desse dia — Kristen disse recordando-se — Foste bastante grosseiro quando puxaste-me pelo braço deixando aquele rapaz perdido.

— Aquele dia foi o começo de minha perdição — Elliot suspirou cansado abaixando a cabeça e passando a mão no cabelo.

— Do que estás a falar? — Kristen o olhou interrogativa — Que perdição? — ela tocou o braço dele na esperança de chamar a atenção do olhar dele porém Elliot não a fitou.

— Passei dia após dia pensando naquilo, sobretudo tentando entender que sentimento fora aquele que me tomara quando a vi com aquele garoto — ele respirou fundo — Senti um ciúme, uma posse, senti-me inseguro como alguém que teme ser roubado e privado de seu bem precioso por conta de um ladrão.

— Elliot, — Kristen afastou-se lentamente de Elliot na intenção de entrar na taverna — não estou a gostar do rumo que tuas palavras querem tomar.

Kristen virou-se pronta para abrir a porta de madeira gasta e retornar as suas obrigações, porém Elliot segurara seu braço a forçando a parar.

— Kristen, por favor, me escute, eu preciso falar — o olhar de Elliot sobre si era suplicante assim como o tom de sua voz — A começo acreditei que aquele ciúme era algo de irmão, algo que um familiar sente por outro, eu lutei para que fosse isso, para que eu acreditasse nisso. Mas eu só estava tentando negar pra mim mesmo que eu estava... — Elliot engoliu em seco, parecia nervoso — eu estava me apaixonando por você.

Kristen arregalara os olhos. O que Elliot estava falando? O que dera nele? Kristen puxou seu braço na intenção de soltar-se do aperto de Elliot, porém ele a puxou fazendo seu corpo colar ao dele. Ela se debateu.

— Por favor, Elliot — ela tentava de desvencilhar dele inutilmente — me deixe ir e eu posso fingir que tu não disseste o que acabaste de dizer.

— Kris, por favor, me escuta — ele agarrou os pulsos dela forçando ela a ficar e a fita-lo — Eu juro que tentei negar que isso estava acontecendo, tentei fingir que esse sentimento não existia em mim, mas todas as vezes que eu a via, todas as vezes que você falava esse sentimento se expandia em meu peito, quase sufocava-me.

— Elliot, pelos Deuses, nós somos irmãos! — ela exclamou chocada.

— Não, Kris, não somos irmãos — ele disse balançando a cabeça em movimento negativo — Teu sangue não é o mesmo que corre em minhas veias assim como teus pais não são meus pais.

— Pelos Deuses, tu ouves o que diz? — ela disse chocada — Fomos criados juntos, Elliot, isso nos torna irmãos!

— É tão difícil pra você entender que o que eu mais queria era vê-la como irmã?! — Elliot tinha o semblante suplicante e sua voz saira um tanto mais alta que o normal — Mas o que posso fazer se eu a amo, Kristen, eu a amo como um homem ama uma mulher, a desejo como um homem deseja uma mulher e todos esses sentimentos eu não posso controlar!

— Elliot, por favor, não faça isso — ela suplicou já sentindo seus olhos marejarem. O que Elliot estava fazendo? Pelos Deuses, aquilo era errado — Não destrua meu afeto por você!

— Kris, minha doce Kris, — ele deslizou uma de suas mãos pela bochecha dela enquanto a outra segurava seu pulso — esse sentimento não pudia mais ser contido, eu não tenho mais forças para mantê-lo escondido em mim.

— Elliot... — ela sussurrou sem forças. Uma lágrima desceu por sua face.

— Não chore, meu amor— Elliot deslizou seu polegar pela bochecha dela limpando a lágrima que deslizava ali — Se soubesses o qual belo é o teu sorriso, jamais permitirias que uma lágrima sequer lhe tirasse o brilho de sua face.

No instante seguinte, Elliot empurrou Kristen para a parede da taverna fazendo com que ela ficasse encurralada dentro de seus braços.

— Como eu anseio sentir tua pele na minha — ele deslizara a mão pelo rosto dela logo colocando uma mecha solta atrás da orelha — Como eu anseio sentir o gosto de teus lábios nos meus... — o olhar de Elliot estava sobre os lábios se Kristen e o hálito da boca de Elliot tocavam os dela aquecendo-os — Não sabes o quanto imaginei este momento enquanto repousava em minha cama.

— Por favor... — ela sussurrou suplicante sem forças. No momento seguinte, Elliot entrelaçara seus dedos nos cabelos de Kristen e seus lábios aproximaram-se dos dela. Kristen tentou virar o rosto, mas a mão que estava entre seus cabelos não permitiu êxito em sua ação. No instante seguinte, ela pôde sentir o frio dos lábios de Elliot contra os seus. Ela fechou os olhos com força enquanto Elliot envolveu seu lábio  inferior entre os seus. Eram lábios macios e acolhedores. Elliot aos poucos fora afrouxando o aperto que mantinha sobre o pulso de Kristen deslizando sua mão até envolver a cintura dela. Kristen sentiu seus corpos colarem um ao outro e sentiu o corpo quente de Elliot junto a si.

A respiração de Kristen estava descompassada, sua boca estava entreaberta e seu corpo imóvel sem saber como agir diante daquela situação.

Elliot deslizava seus seus lábios sobre os dela como se acariciassem a maciez de seus lábios. Elliot passou a ponta de sua língua sobre os lábios de Kristen que somente apertou os olhos tentando convencer a si mesma que aquilo não estava acontecendo. Elliot logo puxou o corpo de Kristen para mais perto como se desejasse fazê-la grudar a si e logo seus lábios tomaram os dela com desejo, ansiedade. Porém, ao que a língua dele tentou pedir passagem, Kristen conseguiu espalmar suas mãos no peito de Elliot logo usando disso para afastá-lo sem delicadeza alguma.

Elliot tinha o semblante confuso, mas antes que ele pudesse tentar agarrá-la novamente, Kristen abriu a porta da taverna e entrou apressada sem olhar para trás.

— Kristen, você poderia... — Elena que organizava uma bandeja começou a falar, porém Kristen não parou.

— Irei me recolher, Elena — Kristen passou como um raio já entrando na cozinha e logo dobrando a direita para seu quarto.

Ao chegar no cômodo, ela tratou logo de fechar a porta atrás de si e tranca-la rapidamente. Ela encostou-se na mesma respirando fundo algumas vezes. Aquilo não pudia ter acontecido. Elliot por sua vez fora atrás de si, e logo ela pudera ouvir a voz dela por trás da madeira.

— Kristen por favor, abra a porta! Temos que conversar! — ele batia de modo urgente na madeira velha.

— Saia daqui, Elliot! Eu não quero mais falar nada! — ela disse de fato magoada.

— Não pode fugir, Kristen — a voz dele dissera atrás da madeira — Eu lhe imploro, me deixe explicar-me!

Kristen, no entanto não respondera. Ela mal podia acreditar que aquilo estava acontecendo consigo. Em seguida, no entanto, ela pudera ouvir a voz de Elena, que tentava retirar Elliot dali.

— Está louco, Elliot? — ela dissera baixo em um sussurro urgente — O que fez?

— Kristen, por favor! — ele pedira novamente, mas Elena aparentemente o levou par longe dali uma vez eu instantes depois novamente tudo ficara em silêncio.

Kristen deixou sua cabeça repousar na madeira velha atrás de si como se ela fosse seu apoio, caso contrário desabaria ali mesmo. Lentamente ela andou até sua cama sentando-se na beira e então seus dedos adentraram seus cabelos os puxando lentamente. Ela suspirou pesado, baixou a cabeça e fitou o chão. Ela sentiu uma pontada em seu peito, uma dor aguda causando-lhe um mal estar.

O que havia acontecido? Pelos Deuses, Elliot era seu irmão e a beijara?

Ela não conseguia entender como aquilo havia chegado naquele ponto. Ela se sentia péssima, sentia um peso sobre si, sobretudo se sentia triste. Lágrimas de decepção rolaram seu rosto repousando no chão. Elliot havia confundido as coisas, havia passado dos limites que havia entre eles dois, ele estava fora de si. Como o encararia novamente? Como o fitaria sem lembrar-se disso? Como poderia viver sob o mesmo teto sem ter que manter uma distância segura dele?
Ela tinha os cotovelos apoiados no colo e deixou que suas mãos cobrissem seus olhos na tentativa de conter as outras lágrimas que queriam rolar por sua face pérola. O som de seu choro era contido, mas ela quase se sentia sufocar a cada mínimo instante que se passava.

Tudo agora parecia confuso, Elliot confudira tudo. Kristen erguera a cabeça, seus olhos estavam tristes e sua mente embaralhada. Ela passou o dorso de sua mãos no nariz que escorria e levantou-se devagar andando até a janela do cômodo. A luz fraca daquele começo de noite adentrou um pouco o ambiente escuro de seu quarto. Em seguida ela debruçou-se sobre a janela, olhando a rua que se revelaram a sua frente. Estava pouco movimentada. Ela respirou um pouco do ar fresco, sentindo o frio tocar sua pele e adentrar seus pulmões. Céus, sua cabeça estava um caos!

Não demorara muito para que logo ela desse as costas à janela e fitou o cômodo de seu quarto. Ao passar seus olhos casualmente sobre os poucos móveis, logo ela avistou-o. Ao lado do espelho que havia de fronte a sua cama, em cima do baú onde ficava suas roupas, lá estava estendido o vestido que usara outrora. Vestido esse que viera trazendo da casa de Viktor.

Ela até já o havia esquecido, mas vendo-o ali, ela aproximou-se e chegando lá, tomou-o em mãos. O tecido macio acariciava suas mãos. Quando deu as costas e seus olhos alcançaram a mesa-de-cabeceira, lá estava a adaga. A adaga do misterioso V.G.

Com o vestido em mãos, ela aproximou-se do cômodo onde a adaga jazia e logo uma ideia lhe ocorrera. Por um instante ela mordera os lábios indecisa se deveria mesmo fazer o que sua mente lhe pedia para fazer, mas então a lembrança do clima que ficaria entre ela e Elliot lhe fez tomar a decisão que ela faria de fato o que pensava. Além de sair um pouco, ela precisava dar um fim naquilo.

Rapidamente ela pusera um capuz e pegando o vestido e a adaga na mão ela saiu do quarto. Ela andou rapidamente chegando na cozinha e logo saindo da mesma, deu de cara com Elliot de cabeça baixa apoiada nas mãos, seu semblante era triste enquanto Elena estava ao seu lado com sua mão sobre seu ombro,  parecia querer consolá-lo ou mesmo repreendê-lo.

Kristen, no entanto não parou e dando a volta rapidamente no balcão buscou alcançar a porta do ambiente.

— Irei sair, Elena, não me demoro — ela disse rapidamente sem parar.

— Kristen! — Elliot lhe chamou — Onde vais?

Ela parou rapidamente e com um semblante duro o fitou sem sentimentos.

— Como disse, eu irei sair — seu tom era seco.

— Kris, por favor — Elliot fez menção de dar a volta no balcão — Vamos conversar — antes que Elliot completasse a volta no balcão, Kristen negou alto o forçando a parar.

— Elliot, não! — ele parou onde estava — Já falamos o bastante hoje! — ela gritou mais que esperava  — Não destrua o resto de consideração que tenho por ti! — Kristen rapidamente lhe deu as costas logo abrindo a porta da taverna. Quando ela colocou seus pés  para fora e a porta gasta fechou-se atrás de si, ela pôde ouvir o grito furioso de Elliot seguido por barulho de vidros partindo-se no chão.

Kristen respirou fundo e fechou os olhos. Uma ardência queria fazê-la chorar  novamente e ela ponderou voltar para ver o que havia acontecido, se Elliot se machucara ou machucara alguém, no entanto, a possibilidade de brigar com ele a fez sair dali e seguir seu caminho.

    
                              ***

     O céu estava nublado naquela noite, nuvens escuras privava a lua de brilhar e as aves noturnas cantavam como se anunciassem algo por sobre os muros que cercavam o local. Viktor descia lentamente a escada bifurcada do grande salão deslizando suas mãos pálidas no corrimão. A casa estava silenciosa uma vez que Margareth estava na sala de jantar arrumando a mesa.

Ao fim dos degraus, ele começara a andar lentamente no ambiente, vagando sem rumo certo deslizando seus dedos frios nas superfícies dos móveis. A lareira acesa aquecia e iluminava o ambiente desenhando nas paredes vinho as sombras de suas chamas. Viktor caminhou calmamente em direção a poltrona marrom de fronte a lareira, deslizando suavemente sobre o chão mármore lustrado. Somente o eco dos seus passos e o crepitar da lareira soavam no ambiente.

Ao chegar na mesma, ele fitara o fogo, a dança silenciosa das chamas consumindo a madeira. Ele fechara seus olhos por um instante deliciando-se com o silêncio aconchegante dali. Ele sempre apreciava aquela paz que poucas vezes podia desfruta-la sem lembrar-se da aberração que era. Logo quando abrira os olhos e aproximou-se da poltrona afim de sentar-se e desfrutar um pouco mais daquela paz tão rara para si. Todavia, antes que de fato pudesse se sentar um objeto sobre o móvel o fez parar.

Ele franziu o cenho interrogando como aquilo houvera de ter parado ali. Logo com semblante confuso ele inclinou-se pegando o objeto em mãos. Era uma adaga.

— Sentiu falta da sua adaga, misterioso V.G.? — uma voz feminina soou no ambiente vindo de trás de si a alguns metros.

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4312 palavras

Olá, olá Jubinhas do meu ❤

Cá está mais um capítulo de MI só pra vocês. E então, o que acharam da declaração de Elliot? Nossa a Kris deve estar numa confusão só. E agora que a adaga está com Viktor, o que acham que vai acontecer? Será mesmo que Viktor é o nosso Misterioso Herói/Misterioso V.G.? 😱😱😱😰

Digam tudo e não me escondam nada!! 🎉🎉

Que tal uma ⭐?

DÁ LIKE!

Aguardo ansiosamente manifestações 😍

Até logo ❤❤❤

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