EM SEUS BRAÇOS - Completo na...

By Nil757

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Ele tentou fugir do que sentia por ela. Ela nunca teve dúvidas do que sentia por ele. Ele foi embora leva... More

O que é um Navy Seal?
Prólogo - Caleb
Capítulo 1 - Caleb
AVISO
Capítulo 2 - Sky
Capítulo 3 - Sky
Capítulo 4 - Caleb
Capítulo 5 - Sky e Caleb
Capítulo 6 - Caleb
Capítulo 7 - Sky
Capítulo 8 - Caleb
Capítulo 9 - Sky e Caleb
Capítulo 10 - Sky e Cale
Em seus olhos - Grátis na Amazon
Capítulo 11 - Sky
Capítulo 12 - Caleb
Bônus Alex
Capítulo 14 - Caleb
Capítulo 15 - Sky
Capítulo 16 - Caleb
Capítulo 17 - Caleb e Sky
Capítulo 18 - Caleb e Sky
Capitulo 19 - Sky
Capítulo 20 - Caleb
Capítulo 21 - Sky
Capítulo 22
Em seus Braços na Amazon
Capítulo 23 - Sky
Capítulo 24 - Sky
Capítulo 25 - Caleb e Sky
Aviso de RETIRADA
Capítulo 26 - Caleb
Capítulo 27 - Sky
Capítulo 28 - Caleb
ANTES DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
Capítulo 28 - PARTE 2 - Sky
Capítulo 29 - Caleb
Capítulo 30 - Sky e Gabe
Capítulo 31 - Caleb
EM SEUS BRAÇOS - FINAL
Bônus final - Caleb
EPÍLOGO
Aviso de retirada
EM SEUS BRAÇOS GRATIS NA AMAZON

Capítulo 13 - Sky

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By Nil757



Sky


Recusei a quarta ligação de Shanne, apenas dentro da última meia hora. Eu o atendi hoje no meio da manhã, conversamos mesmo que superficialmente sobre tudo o que houve e eu disse que quando chegar à Connecticut, nós iremos conversar sim, sem dúvidas sobre isso. Porém, eu já deixei claro que entre nós dóis, não havia mais como estarmos juntos.

Mas parece que ele não levou isso na boa.

O grande motivo foi realmente por causa das drogas e o que houve aquele dia. Caindo na real e pensando sobre isso depois da conversa com Gabriel, eu pensei no quanto eu estava arriscando meu nome e minha carreira estando de certa forma envolvida.

Mas é claro, que não foi apenas por isso.

Contra tudo que planejei, busquei e plantei para mim. De todos os muros e estratégias de viver minha vida sem estar afetada por Caleb, agora, eu me sinto retrocedendo numa velocidade desconfortável, porque eu não consigo ter controle algum sobre as barreiras que tão firmemente construí dia após dia.

O fato de estar perto dele, é ao mesmo tempo estranho e fácil. Causam uma bagunça emaranhada ao meu redor, e eu não sei como agir. Meu corpo queima ao mesmo tempo que meu coração se blinda em cada fresta possível, se fechando dentro, e minha mente se mantem em alerta erguendo muros num sinal claro de: Não caia nessa Sky! Não caia!

Mas então, isso dura apenas no primeiro momento.

Porque quando dou por mim, a conversa está fluindo e mesmo no silêncio, estamos confortáveis.

E a proximidade dele.... Oh Deus. Eu não sei lidar com todo esse conflito interno. Eu achei que poderia, mas não é nada assim. Eu não posso lidar com isso de maneira alguma, e essa sensação só vem piorando com o passar dos dias.

Piora porque mesmo enquanto nos movimentamos em torno da cozinha, os olhares roubados que atiro em sua direção encontram sempre informações dadas através de uma porta aberta que é seu olhar. É quente, convidativo, seguro e diz: Eu estou aqui.

Eu estou aqui!

E eu me sinto tentada demais a acreditar no que vejo, tanto que envio a minha própria mensagem silenciosa: Não esteja!

Eu não quero ver o quente, convidativo e seguro. Eu não quero que ele esteja aqui. Não quero!

Mas Deus! — Coloco a mão sobre meu peito — Não consigo ao menos respirar, se eu ouvir dele agora, que mais uma vez, ele estará me deixando.

Eu não consigo, pensar.

Naquele dia, no meu quarto em casa, ele disse que lutaria por mim. Ele foi verdadeiro e honesto comigo, e eu sofri naquela hora. Porque a Sky que enfrentava a mesma batalha diária que vinha lutando a anos a fio, não queria ouvir aquilo, e rejeitou com toda força de vontade que ela pode juntar na hora.

Porém, uma outra parte dessa mesma garota, parou para ouvi-lo. Não que ela tenha feito isso porque acreditou piamente em suas palavras, não foi assim. Ela parou e segurou suas palavras, porque ela queria acreditar.

Ou seja, uma parte minha mesmo duvidando dele, ainda espera que seja suficiente para ele, ao ponto de me fazer ficar. Me fazer acreditar.

Me fazer voltar.

Me jogo de costas na cama, deixando o celular no silencioso ao meu lado analisando tudo o que houve nesses últimos quatro dias.

Depois daquela primeira manhã em que ele dispensou meu taxi, eu sai do prédio em que estava no final da tarde apenas para encontra-lo ali; com as pernas e braços cruzados numa postura ao mesmo tempo relaxada, mas num sinal claro de "não mexa comigo" ao lado da enorme caminhonete cromada dele, e com olhos sérios fixos em um ponto à frente parecendo estar em outro lugar. Olhos que por apenas segundos suficientes mostraram algo que, somente alguém que o conhecia tão bem quanto eu, pudesse realmente ver.

E eu vi.

Vi tormento e confusão, e por alguns segundos segurando esse conhecimento foi suficiente para me fazer plantar meus pés parados no chão, esquecendo completamente o discurso mal educado de o quanto eu não queria ou precisava dele ali, e a negativa irredutível de aceitar novamente sua carona.

Eu fiquei sem fala.

Porque por aqueles míseros e significativos segundos, minha mente trabalhou em velocidade máxima — e ainda não sei como — criou um cenário instantâneo onde esse olhar confuso era sobre mim.

Ele estava desistindo de mim, mais uma vez.

Apenas por alguns dias, sem um único toque, beijo, ou mais que algumas horas no mesmo cômodo, ele virou minha vida do avesso.

E, mesmo sem os beijos, toques, e horas a fio eu já estava novamente arruinada. E se, ele me deixasse agora, como fez a cinco anos, eu não saberia o que fazer.

Não teria forças nem ao menos para tentar. Deus! Eu não poderia sequer tentar.

Eu estava na merda, até o pescoço. Sem saber o que fazer com Caleb de repente na minha vida onde ele não encaixava, ou estar sem ele de qualquer maneira daqui pra frente.

Eu não sei onde isso estava indo, de maneira alguma.

Mas esses pensamentos voaram pra longe quando ele me viu ali. Todo esse drama auto imposto, que foi criado em frações de segundos se desfazem quando seu olhar encontra o meu, e todo aquele peso e confusão que vi em seu rosto a segundos atrás, se vão. Desaparecem totalmente sendo substituídos por algo quente e vivo que apenas se intensifica conforme ele caminha decidido na minha direção, e não para até ter seus braços em minha cintura, me puxando até ele.

De repente eu estava presa por uma montanha de músculos, e seu rosto respirando fundo em meu pescoço, como se tudo o que ele precisasse no mundo, estava encontrando ali.

Timidamente, abracei seus ombros perdida, sem ao menos dizer uma palavra.

Nem quando ele desfez o abraço e segurou minha mão, me puxando com ele até o carro. Algo dentro de mim, entendeu que ele precisava de mim àquela hora, e foi exatamente o que ele teve.

Naquela noite nós jantamos em silêncio, eu poderia sentir que Caleb tinha as engrenagens de sua cabeça trabalhando rápido, e eu não ousei perguntar sobre isso mesmo quando ele perguntou sobre meu dia, e eu respondi, sem devolver a mesma questão a ele; não acho que eu de alguma maneira queria saber o que o estava incomodando, ou se deveria sequer me envolver. Isso claro, se ele me contasse.

O engraçado foi quando nos despedimos ao final do dia. Eu fechei a porta do meu quarto vazia de qualquer argumento simplesmente cansada demais de pensar, e naquela noite, os comprimidos na gaveta da cabeceira não foram ignorados, porque eu precisava mais do que nunca, que o sono me levasse embora.

Nos dia seguinte era outra história; eu estava com carga máxima no quesito "irredutibilidade". Eu fechei a porta principal da casa, o exato momento em que ele pagou ao taxi, e o mesmo se afastou da entrada. Eu gritei, fiquei brava, e ameacei rosnando promessas que eram capazes de fazerem meus irmãos se encolherem. Porque assim como Caleb, eles sabem que elas não são em vão. Se tem alguém pronta para uma briga, mesmo que com um cara; sou eu.

Ele? Apenas caminhou normalmente até a porta do lado do passageiro e a abriu pra mim.

Eu sinceramente me cocei para dar uma de ninja e puxar aquela arma que eu sei, estava presa no coldre em sua cintura; destravá-la e puxar o gatilho.

Eu sabia como manejar uma arma. Ele mesmo se encarregou em me ensinar como. A questão é que eu poderia atirar uma maldita pedra a metros de distância e acertar o alvo. Dominic era prova viva disso. Até hoje ele tem uma pequena marca na nunca entre os cabelos fartos para provar meu ponto. Mas em contra partida, eu fui péssima atirando quando o fiz. Um desastre que mirava no norte e atingia o sul. Porém, eu duvido que dessa distância eu fosse errar se atirasse direto no seu dedão do pé.

Eu tenho uma coisa com dedos dos pés. Acho que são desnecessários.

Mas eu não queria lidar com todo aquele sangue ou com a tentativa falha de primeiramente alcançar a bendita arma. Então, eu apenas estreitei meus olhos, e rumei até o carro.

A partir daí, não houveram ligações, mensagens de texto, combinações, nada... Nada que dissesse que eu estaria saindo com ele, ou que ele estaria me esperando. Nem mesmo uma pergunta sobre a hora.

Eu poderia sair as dezessete horas, ou as dezenove, como aconteceu nos dias seguintes. Não importava; porque ele estava exatamente no mesmo lugar.

Ele fez os jantares, porque Deus sabe o quão inútil sou na cozinha e depois juntos deixávamos tudo limpo.

Onde eu e meus irmãos falávamos pelos cotovelos, Caleb foi sempre o mais calado de todos nós. O mais observador, o ouvinte onde todos queriam falar.

E era essa a sua personalidade, e eu sempre me vi confortável a ela. Moldada. E parece, que ainda hoje, nada mudou.

Meu celular vibra mais uma vez, porém o ignoro após conferir que se trata de Shanne. Confiro as horas e vejo que a pizza que pedimos já deve ter chego, nesse meio tempo desde que subi a mais de uma hora meia.

Depois de um longo banho, estive por cerca de uma hora ainda enrolada em uma toalha, falando primeiro com Lara, e depois com Gabriel e senhor do céu! Meu irmão está acabado. Meu peito se apertou ao ouvi-lo. Gabriel odeia não ter o que fazer sobre algo, principalmente algo tão importante pra ele. Rafael está irredutível e sinto muito dizer que, pelo ponto de vista legal, não discordo dele.

E isso é uma merda tamanho gigante.

Levanto tirando a toalha, pegando um conjunto de calcinha e sutiã, vestindo uma camisa de flanela xadrez na cor vermelho escuro e legging preta. Hoje, por misericórdia da minha podre alma, o dia foi consideravelmente mais quente que os últimos. Ou pelo menos, considero que seja quente uma mudança de 6Cº para 18Cº. Estou definitivamente no céu.

Saio porta a fora e vou sentido as escadas enquanto trabalho meu cabelo em um coque frouxo, e quando chego a o último degrau, estranho o fato de que tudo ali está no escuro com exceção de algumas minúsculas lâmpadas leds no gesso da cozinha. Cozinha essa, que está vazia, o mesmo acontece com a sala e a sala de jantar.

— Caleb? — Chamo enquanto caminho perdida em silencio.

— Hey — Olho na direção da cozinha, e ele está lá na lateral onde leva o caminho para o anexo superior. Os cabelos ainda molhado e uma camiseta de manga curta branca que puta merda, cai perfeitamente por seus ombros e eu apenas titubeio mais ainda quando vejo a tatuagem em seu braço livre de restrição — Eu pensei em comermos lá em cima?

— Claro — Respondo caminhando até ele, que abre caminho para que eu lidere escada acima até uma das áreas mais aconchegantes da casa.

O som toca alguma música num volume baixinho e suave. A lareira daqui também está acesa, já que é a parte mais fria da casa e isso ajuda muito e confesso que mesmo a casa toda sendo linda, foi essa parte dela que me fez decidir na hora — o lugar mais aconchegante da casa— O tapete cinza felpudo em frente a Lareira, rodeado de poltronas e duas chaise longue de cada lado era o tipo de cenário perfeito em que você imagina estar enquanto lê um bom livro, ao lado de uma taça generosa de vinho... Deixa o ambiente quase mágico.

Me aproximo da extensa janela de vidro que vem de uma parede a outra, e quase até o chão, que dá um vislumbre belo do anoitecer. Não é possível ver o mar agora, apenas luzes pequenas num ponto mais à frente.

— Um transatlântico.

Franzo a sobrancelha virando pra ele — Sério?

— Pode apostar. — Ele responde enquanto abre a caixa de pizza na mesa de centro. — Fome?

— Um pouco, mas eu prefiro uma taça desse vinho que você tem ai por enquanto. — Digo enquanto arrasto meu corpo até a poltrona a frente — Essa semana, foi de cão.

Ele dá uma risada rouca que vai direto para minha espinha e eu pego meu celular conferindo o Facebook, apenas para dar uma disfarçada. Ele parecendo lindo como o pecado e cheirando como um, era o tipo de teste sobre controle onde eu nem mesmo me arriscaria a fazer. Caleb fecha a caixa de pizza, abre a garrafa de vinho, serve uma taça e a estende a mim.

— Obrigada — Seguro a taça ainda com os olhos no celular e a levo o aos lábios sorvendo uma boa quantidade, e quase cuspo todo o conteúdo em seguida. Não que eu realmente tenha feito, mas faltou pouco!

— Santa porra do caralho!

— Sky? Tem algo errado?

Olho para Caleb e um riso irrompe em meu peito. — Alex criou uma conta no facebook! — Dou uma gargalhada e estendo o celular pra ele que o pega da minha mão — Olha isso Caleb, ele criou uma conta, colocou uma foto de perfil, e tcharammm, Alexander Campbell está no Facebook.

Me ajeito na poltrona, sentando sobre minhas pernas e puxando uma manta para meu colo enquanto estou rindo igual a uma hiena. — Meu Deus, eu falei dois palavrões na mesma frase! — encosto a mão livre na boca a fechando, para em seguida baixá-la — Mas foi impossível ser diferente... Isso é tão Alex, e me pergunto o que o levou a isso, já que ele é tão contra redes sociais. — Puxo a taça pra mim enquanto Caleb ainda olha para a tela do celular — Aposto com você que ele apenas fez isso para poder amarrar Lara até mesmo aí, na parte do relacionamento. — Dou um gole no vinho — Espie só, o casado com: Lara Campbell! ... Pelo amor de Cristo! Como se colocar aquele pequeno Iceberg no dedo dela não tenha sido suficiente! Que babaca!

Ainda estou rindo e bebendo meu vinho quando olho para Caleb. Ele ainda está na mesma posição, mas seus olhos estão em mim.

As chamas laranjas vindo do canto do anexo lançando brilho em suas íris o deixa quase parecendo uma pintura, de tão lindo. E assim, o sorriso cai do meu rosto. Escorrega aos poucos quando noto que ele também me observa minimamente sem tentar ao menos esconder isso.

E eu, presa em seus olhos. Não desvio.

Ele abre a boca parecendo começar a dizer algo, mas seus olhos franzem quando ele baixa o rosto para a tela do meu celular, que se ilumina em sua mão.

E sua expressão muda completamente; da água para o vinho. — O que ele quer?

Sento ereta na poltrona sabendo exatamente sobre quem era ele.

Estendo a mãos para o celular — Não interessa, me dê.

Ele ignora o que peço — Você falou com ele?

— Caleb, não tem graça. Me dá essa porcaria.

— Sim, ou não? — Ele me fita, a voz saindo entre dentes e ele praticamente rosna.

Lá se vai, a camaradagem duramente construída. Puff! Como mágica!

Não. É. Da. Sua. Conta! — Falo pontuando cada palavra. Graças a Deus o telefone para de vibrar exatamente quando vi sua expressão mudar de "puto" para "Foda-se". E eu tenho certeza de que ele ia atender a ligação.

— Facilite pra mim Sky, você está falando com ele ou não? Você sabe o que ele quer? Você porra, gosta dele? O quanto Sky... — Sua voz sai baixa. — O quanto você gosta desse cara?

Deixo a taça de vinho na mesa de centro, me sentindo completamente afrontada — Por Deus Caleb. Você está se ouvindo? Nós apenas estamos tentando engatinhar num tipo estranho de relacionamento que nem sabemos o que é, e você mete os pés pelas mãos em me questionar assim? Como se tivesse todo o direito de fazê-lo? — Fico em pé, sentindo meu temperamento fervendo — Você acabou de pegar o ônibus e já quer sentar na janela? Mas veja só; Não é bem por aí.

Ele deixa meu celular de lado, ficando em pé também. Não estamos assim tão perto um do outro, mas nossos olhos estão travados. Eu estou descalça, então ele se sobressai uns bons quinze centímetros maior que eu agora, mas não deixo de me esticar em toda minha altura de erguer minha cabeça.

— Ah, vai por mim Skylar, eu sei exatamente sobre não ter direito algum de exigir qualquer coisa de você. A única coisa que eu faço é esperar que venha de bom grado. Qualquer caralho de migalha sua. Um toque, uma aproximação, um jantar compartilhado. Eu estou aqui caralho — Ele esbraveja — Eu estou aqui esperando qualquer dose diária sua, e me perdendo em cada flagrante de sorriso aberto seu, porque eles não são pra mim. Mas eles são seus! E eu os quero... Inferno! Como eu os quero!

— Você por acaso pode me culpar por isso? — Coloco minha mão acima do meu coração, sentindo o bater dele frenético em meu peito, cobrindo toda essa ferida aberta com o máximo de sarcasmo possível cobrindo minha voz . Balanço a cabeça negando e dando um passo pra longe dele — Ah certo. Realmente você está aqui. Agora. — Aponto pra ele — Você está aqui agora. Mexendo comigo, bagunçando minha cabeça — As palavras saem rápidas demais — Fodendo a porra do meu juízo cada vez que me olha com cara de quem quer colar todos os meus pedaços no lugar. Mas pra que isso? — Tem um porquê eu evito a todo custo cair na onda dos palavrões. Quando eu começo eu perco completamente o plumo e abuso no nível máximo. Me aproximo sentindo raiva dele apontando o dedo em seu peito. — Pra que todo esse trabalho, se quando você virar as costas vai me quebrar tudo outra vez? — Eu estou falando bem mais alto agora, e aponto para meu aparelho na mesa de centro — Você está puto com Shanne? Não deveria, porque você nem ao menos o conhece. Ele é uma ótima pessoa, um grande amigo, que acabou fazendo uma grande burrada, e foi sério. Eu sei disso, ele sabe disso. Mas que eu me nego a deixar que isso defina quem ele é. Porque eu sei que ele vai sair dessa, e eu irei ajudar no que ele precisar sem pensar duas vezes, porque Caleb, ele foi o único que chegou perto o suficiente para que eu ao menos deixasse tentar. Então não venha subir no salto comigo. Faça um favor por mim, não empurre. Não insista. Não continue exigindo algo, que você vai deixar pra trás novamente quando ir embora sem nem ao menos duvidar sobre isso. — Engulo em seco sentindo lagrimas se formarem nos cantos dos meus olhos — Porque eu sobrevivi uma vez, mas não vou ser capaz de uma próxima, então nos poupe dessa merda.

Viro de costas para sair dali, precisando criar uma distância entre nós dois quase, de uma maneira desesperada.

— Eu não vou voltar.

Eu estava no processo de tocar no corrimão, mas meu braço congelou no ar.

O ar, congelou em meus pulmões.

Meu coração parou na garganta.

Tudo, ao redor pareceu parar no tempo quando sua voz, baixa e sussurrada chegou até meus ouvidos, e eu estou aqui, sem nem ao menos virar o rosto em sua direção. Imóvel.

— O que você disse?

Se a voz que saiu através dos meus lábios não entregou sobre o choque evidente em que eu estava; nada mais no mundo poderia.

Ele não me respondeu, então girei meu corpo na sua direção. Alguma música country é tocada de fundo vindo do sistema de som mas ela não era suficiente para cortar o silêncio que toma conta do lugar agora. Meu coração mesmo é um exemplo disso, quando nem mesmo ele parece emitir uma batida sequer.

Dou um passo mais para perto — Caleb? — Ele apenas me fita, sem expressão alguma. Os ombros largos, as mãos ao lado do corpo, e expressão resoluta faz com que meu estômago se contorça — O que você disse?

A impressão que eu tenho é que ele não vai me responder novamente, e começo a duvidar de ter ouvido algo. Mas meu engano não dura porque ele varre a confusão para longe.

— Acabou pra mim. Não estou voltando mais para nenhuma incursão.

A respiração sai entrecortada de mim, e pisco rápido — Como assim não está voltando?

Ele desvia os olhos dos meus, fitando o oceano lá fora, agora escondido totalmente no escuro.

— Eu pedi baixa.

Posso sentir todo o sangue sendo drenado do meu rosto — Você pediu... — Mal ouço minha voz — Não. Não... — Balanço a cabeça negando — Você é um Seal Caleb. Um Seal! Você lutou pra isso, esse sempre foi seu sonho... Caramba... Não... Não mesmo... Você não está falando sério sobre isso.

Ele apenas dá de ombros, apoiando o corpo no vidro, e olhando novamente pra mim — Eu apenas fiz.

Passo minhas mãos trêmulas no cabelo, e acabo desfazendo o coque que o mantinha preso, mas não me importa porque no momento eu quero bater com um martelo em sua cabeça. Forte. — Mas porque diabos você faria uma loucura dessas? Você tem apenas vinte e oito anos Caleb. Depois de ter lutado tanto pra chegar onde chegou...

— Não valeu a pena Sky. Não valeu a maldita pena. Eu sabia no exato momento que virei as costas que deveria voltar e mantive essa mesma linha de raciocínio em cada dia nesses últimos cinco anos insistindo no erro. — Sua fala é resoluta e seus olhos cospem determinação — Eu lutei sim, era o que eu queria? Era. Se deu certo? Porra, deu! Deu sim... Eu tenho uma reputação, medalhas de merda, e recordes batidos, mas sabe de uma coisa Skylar? — Seu peito sobe e desce com respirações duras — Não valeu merda nenhuma porque eu perdi você.

Ele castiga os fios de seu cabelo enquanto vira de costas pra mim, caminhando alguns passos ao lado.

— Essa semana eu ouvi que as forças armadas não poderia abrir mão de mim, mesmo que eu tenha todo o direito de fazer isso. — Ele solta uma risada amarga — Porque eu sou um soldado de elite, e fodidamente bom no que faço, e sabe o que é pior? — Ele pergunta e vira na minha direção — Eu não tenho dúvidas nenhuma sobre isso. É só olhar pra você e ver o quão bem eu quebrei o seu coração e chutei sua confiança pra longe. Você me olha como seu esperasse o tempo todo o pior de mim. Que eu vire as costas e apenas caminhe pra longe como se fosse fácil. Como se eu não houvesse sofrido o meu próprio inferno sem você.

Apoio minhas mãos nas costas da poltrona e sussurro — Meu Deus Caleb, eu não posso...

— Claro que não pode. — Ele me corta — Você não pode nem ouvir sobre eu ter deixado a marinha porque eu quero que você confie em mim.

Ele caminha pelo cômodo, parecendo um leão enjaulado.

— Quero que você entenda que eu não vou embora, que não vou abandonar você. Que as promessas que estou fazendo, eu estarei mantendo. Que abrir mão disso, não é um sacrifício, quando eu vejo tão claro como o dia que quando eu abracei minha carreira eu deixei você ir, e isso foi a pior coisa que eu poderia ter feito. Você teve outros caras, se apaixonou, seguiu a vida e eu não tenho mais lugar nela, e se você soubesse a raiva e a dor que isso causa dentro de mim, toda vez que eu penso nisso. Em outro cara te tocando, tendo você. Mesmo que eu não tenha o menor direito para tal, eu quero busca-los em mata-los.

— Você está confundindo tudo. Não culpe sua carreira, pare com isso! — Ergo meu dedo na sua direção — Eu teria esperado por você. Amado você. Rezado por você como fiz durante todos esses anos. Eu teria sofrido com cada ida sua embora, teria esperado eufórica por cada volta, e contaria nos dedos o tempo para cada ligação que fosse. Você diz que eu segui a vida? Vá se foder! VÁ SE FODER Caleb. Você não sabe de nada... Nada. — A ira pinga em minha voz, e tento me controlar falando mais baixo — Não sabe que mesmo depois de entender que nós não existíamos mais, mesmo depois de desistir em esperar. Quando aceitei namorar com Shanne, ou antes quando eu beijei o primeiro cara, quando senti outro toque, quando eu estava tentando e falhando todas as vezes eu não pude tirar você de mim, eu ainda esperava que você aparecesse saído do buraco que estivesse e me tirasse dali! Mas isso não aconteceu! — Sinto as lágrimas caindo livres por meus olhos, e falo com raiva —Não foi a Marinha que quebrou meu coração. Não foram os caras com quem estive que me tiraram de você. Você me deixou Caleb. Você me deixou. Você disse que eu era sua, e então me deixou!

— Você é minha, porra!

Ele praticamente gritou, e eu respondi da mesma maneira fechando meus punhos vestindo uma risada amarga — Não! Eu não sou!

Tive consciência temporal apenas de baixar minhas pálpebras e erguê-las num simples abrir e fechar de olhos. Ele estava a bons cinco passos de mim, e então não havia espaço algum separando nossos corpos, e sua mão quente puxava minha nuca em sua direção aproximando ao ponto de nossas testas se tocarem e eu sentir seu hálito em meu rosto...

— Não o caralho!

Eu estava me sentindo pronta para a briga. Eu estava no ponto de começar uma terceira guerra mundial se ele empurrasse um pouco mais, mas isso já era de se esperar; Caleb e eu mesmo sendo tão opostos em personalidades, onde eu estava em um constante tic-tac louco, como uma bomba prestes a explodir, ele tinha o poder natural em desativá-la. No entanto também tínhamos o mesmo talento nato em criar uma discussão em nível apocalíptico, como tantas vezes no passado.

Mas, isso evaporava exatamente quando ele fazia, o que está fazendo agora; me tocando. Eu sentia seu toque em mim e minha mente se desconectava de tudo ao redor.

Sempre foi assim.

Nem um barulho sequer podia ser ouvido. Até mesmo a música que tocava a pouco terminou. Nós dois respirávamos rápido, não havia uma grama de racionalidade ou controle. A única coisa que piscava em minha mente era meu corpo respondendo alucinadamente a esse pequeno toque dele, e esse luxo eu não poderia me dar.

Eu precisava dele longe.

Agora.

Nesse exato minuto.

Minhas mãos que até então permaneciam ao lado do meu corpo, se levantam na intenção de afastá-lo para mantermos um espaço entre nós. Elas sobem através dos seus braços na intenção de empurra-lo mesmo que levemente, um passo para trás.

Mas então ele rosna em apreciação quando eu o toco, e seus olhos queimam mais que o fogo dançando na Lareira ali perto.

Uma batida forte começa com a introdução de uma nova música, mas eu estou concentrada em acompanhar as nuances de diferentes tons de verdes em seus olhos enquanto minhas mãos deslizam por seus ombros fortes irradiando calor através dos meus dedos. E dos ombros, minhas mãos deslizam até seu pescoço e é como apertar um botão vermelho; Uma batida de coração depois, eu estou me dando exatamente o que quero.

Eu estou puxando ele pra mim, com tudo o que tenho.

Nossas bocas se chocam sem o mínimo de delicadeza. Longe disso. Parecemos como duas pessoas que foram forçadas a caminhar debaixo de um sol quente por dias e foram privados de água.

E acabaram de encontrar uma fonte inesgotável de agua gelada, um no outro.

Tudo me bateu ao mesmo tempo. O suspiro sôfrego que saiu dele, o calor de sua boca quente, o cheiro de sua pele, as mãos pressionadas em torno de mim.

Surpresa, Confusão, necessidade e eletricidade crepitando ao redor de uma maneira densa. Tangível.

E por alguns segundos, permanecemos assim. Apenas nossas bocas se tocando num encostar de lábios firme, nos estudando como se estivéssemos relembrando ou esperando o momento exato em que a realização de que éramos nós dois ali, viesse.

E veio.

O reconhecimento bateu implacável na mesma hora em que eu gemi abrindo minha boca, sentindo meu hálito misturar com o dele.

Rihanna começa a cantar ao nosso redor, a letra da música se misturando com nossas respirações alteradas, e a batida acentuando ainda mais a atmosfera inflamável que se estabelecia ao redor.

And you got me, let go
E você me pegou, me deixou ir

What you want from me?
O que você quer de mim?

What you want from me? 
O que você quer de mim?

Ele me apertou ainda mais nele, quando assumiu o beijo movimentando seus lábios habilmente e empurrando sua língua na minha boca, me fazendo queimar ao seu sentir seu gosto.

Deus! Como eu senti falta desse gosto. Desses lábios, dessas mãos em mim.

I tried to buy your pretty heart, but the price too high
Tentei comprar o seu lindo coração, mas o preço era alto

Eu arqueio contra ele, sentindo meu corpo queimar de uma maneira que fazia apenas com ele. O poder mágico que apenas ele exercia sobre cada poro de pele em meu corpo. Uma maneira que eu apenas revivia em memorias, essas que, pareciam completamente distantes do redemoinho real de sensações comparadas com agora.

Oh, and baby I'm fist fighting with fire
Ah, e baby eu estou lutando de frente com o fogo

Just to get close to you 
Só para chegar perto de você

Can we burn something babe?
Podemos queimar um pouco, amor?

And I run for miles just to get a taste
E eu corro por milhas só para pra te sentir um pouco

Fogo misturado com eletricidade chiava entre nós. Sua boca na minha era possessiva, exigente, quente e transbordando saudade. Tomando em vez de pedir, mas eu não me importava um nada por isso. Eu era uma massa mole em suas mãos, e estava ali de bom grado me apertando ainda mais nele, mergulhando minhas mãos em seu cabelo, passeando em seu corpo, moendo contra e sentindo o quão duro ele estava. Eu queria tudo o que ele pudesse me dar.

Tudo que apenas ele era capaz de dar.

Eu não era dona de mim agora. E nem queria ser. Meu corpo era dele, eu me moldava perfeitamente à ele.

Eu estava perdida.

Mas eu não estava sozinha, ele estava se perdendo ali, exatamente comigo.

Uma de suas mãos sobem por minhas costas e chegam carinhosamente ao meu rosto ao mesmo tempo que separamos nossos lábios em busca de ar, e o sinto sussurrar em minha boca quase como uma oração — Sky, Sky, Sky.

É impossível não notar que suas mãos estão trêmulas enquanto me tocam, mas sem perderem o aperto sobre mim. Elas estão em todos os lugares causando choques por onde passam e me levando à loucura.

Eu esqueci que poderia ser assim.

Eu esqueci, o quão bom éramos juntos.

Sinto suas mãos descerem por minhas pernas e me erguerem por meu quadril, ao mesmo tempo que ele caminha comigo enrolada em sua cintura, me empurrando as cegas para a parede mais próxima, fazendo com que coisas saíssem do caminho, e eu pude ouvir o som de algo caindo no chão.

Mas eu não estava nem aí.

Meu foco todo nele.

O mundo lá fora poderia estar caindo. Dane-se. Eu estava caindo em queda livre bem aqui.

Sem paraquedas algum.

Ia ser uma queda feia, Deus sabia que ia. Mas agora, com ele, eu não me importei.

Eu abri os braços, e voei.

Must be love on the brain
Deve ser amor na cabeça

That's got me feeling this way
Isso que me faz sentir assim

It beats me black and blue but it fucks me so good
Ele me deixa com cicatrizes mas me fode tão bem

And I can't get enough
Must be love on the brain yeah

Must be love on the brain yeah
Deve ser amor na cabeça


*********************************************

Mais uma vez, um pouco mais desses dois malucos que estão por um fio!

Obrigada por cada comentário, mesmo que eu esteja sendo uma vadia em falta sem respondê-los, mas eu leio um por um... Juro de dedinho! As coisas andam meio malucas aqui, e o tempo tá curto, mesmo assim, estou trabalhando em finalizar Caleb logo, porque Dom já está no meu ouvido aqui...

Amo vocês,

E obrigada pelo carinho.

Fiquem com Deus

Céia 07/04/2017

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Lista de imagines envolvendo Bada Lee, cada história terá uma temática diferente das quais serão totalmente fictícias.