EM SEUS BRAÇOS - Completo na...

By Nil757

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Ele tentou fugir do que sentia por ela. Ela nunca teve dúvidas do que sentia por ele. Ele foi embora leva... More

O que é um Navy Seal?
Prólogo - Caleb
Capítulo 1 - Caleb
AVISO
Capítulo 2 - Sky
Capítulo 3 - Sky
Capítulo 4 - Caleb
Capítulo 5 - Sky e Caleb
Capítulo 6 - Caleb
Capítulo 7 - Sky
Capítulo 8 - Caleb
Capítulo 9 - Sky e Caleb
Em seus olhos - Grátis na Amazon
Capítulo 11 - Sky
Capítulo 12 - Caleb
Capítulo 13 - Sky
Bônus Alex
Capítulo 14 - Caleb
Capítulo 15 - Sky
Capítulo 16 - Caleb
Capítulo 17 - Caleb e Sky
Capítulo 18 - Caleb e Sky
Capitulo 19 - Sky
Capítulo 20 - Caleb
Capítulo 21 - Sky
Capítulo 22
Em seus Braços na Amazon
Capítulo 23 - Sky
Capítulo 24 - Sky
Capítulo 25 - Caleb e Sky
Aviso de RETIRADA
Capítulo 26 - Caleb
Capítulo 27 - Sky
Capítulo 28 - Caleb
ANTES DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
Capítulo 28 - PARTE 2 - Sky
Capítulo 29 - Caleb
Capítulo 30 - Sky e Gabe
Capítulo 31 - Caleb
EM SEUS BRAÇOS - FINAL
Bônus final - Caleb
EPÍLOGO
Aviso de retirada
EM SEUS BRAÇOS GRATIS NA AMAZON

Capítulo 10 - Sky e Cale

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By Nil757




Sky


Eu mal havia acabado de sair do banho, ainda com a toalha enrolada nos meus cabelos, quando ouço batidas firmes na porta da frente. Solto um longo suspiro. Porque apenas estive durante a ultima uma hora e meia acompanhando o trabalho do pessoal do sistema de vigilância através da casa toda, e eu quase não tive tempo nem de subir com as malas quando toda a baderna começou.

O taxi parou na porta da casa, e eles já estavam aqui. E mal foram embora, porque pelo visto voltaram.

Sim. O céu!

Puxo uma calça jeans e um moletom branco e desço as escadas tirando a toalha molhada dos cabelos. E vou atendê-los assim mesmo, com cabelos revoltos e cara nem um pouco amigável, e Deus os ajude, se voltarem a falar sobre câmeras dentro de casa. Porque, isso? De maneira nenhuma!

Assim que meus pés descalços tocam o chão de carvalho no piso inferior, sinto o aquecedor central fazendo seu trabalho e deixando quente o ambiente que até então estava gelado.

Olho de relance através da porta de vidro, e não identifico quem seja, porque apenas metade de uma pessoa de costas é possível ver, mas não hesito antes de puxá-la aberta.

Grande erro.

Enquanto eu girava a maçaneta algo rugiu no meu interior e eu senti algo diferente, e definitivamente eu deveria ter dado mais atenção a isso, porque nada me preparou para encontrá-lo ali; Os ombros fortes, o cabelo curto, e quando virou na minha direção; o sorriso esmagador nos lábios.

Além da pancada esperada de um coração escravo, eu senti a picada instantânea da raiva subir desde meus pés descalços até o ultimo fio dos meus cabelos molhados e alvoroçados.

Nem fodendo!

É. Palavrão sim... Mas nem pense que ficou apenas no pensamento. Eu disse essas mesmas palavras, absurdamente claras. E altas.

Ele? Ele apenas sorriu ainda mais amplamente. Seus olhos presos em mim, me avaliando preguiçosamente como se tivesse todo o tempo do mundo, e não parado no átrio da casa.

Uma casa, onde ele não deveria estar.

Ele continua sorrindo quando passa por mim e entra na casa. Apenas acompanho seu movimento fluido e tranquilo enquanto estou estática, parada no mesmo lugar detectando o cheiro que ele deixa para trás. E não perco o detalhe de que ele carrega uma mala de roupas sobre o ombro.

― Eu posso saber o que você está fazendo aqui Caleb? ­— Tento soar o mais fria possível, mas isso não o abala; ele dá de ombros, não respondendo. Fecho meus punho com força― Você não vai ficar aqui.

Ele vira seu olhar tranquilo para mim sobre o ombro ― Certo, e por que não?

― Por que eu aluguei essa casa, e eu estou aqui.

Cruzo meus braços e levanto minha cabeça.

― Isso mesmo baby. Mas me diga uma coisa; Quem é o locatário no contrato mesmo?

Estreito meus olhos sobre ele, não sabendo onde ele quer chegar ― O que isso tem a ver?

Ele puxa um jogo de chaves dos jeans e balança antes de guarda-lo novamente. ― Tem a ver que essa casa foi alugada em nome de Campbell Legal Service, e como sou um dos acionistas, acho que estou no lugar certo. Mas como você é a advogada aqui, por favor, me corrija se eu estiver errado.

Trinco meus dentes ainda estática porque não há argumentos sobre suas palavras e eu odeio isso. Mesmo que seja uma carta que ele nunca jogou antes, falando sobre a parte nos negócio que é dele por direito. Caleb nunca fez questão alguma sobre a parte que lhe convém e por anos deixou claro que não o queria. Isso gerou algumas questões, porque ninguém sequer cogitou que fosse diferente e nosso pai, muitas vezes até chegou a ficar chateado com a insistência dele sobre isso... Até que simplesmente ele acabou deixando pra lá, e parou de lutar contra. Mas a mim, nunca passou despercebido, porque sei que todo o dinheiro depositado na conta dele, está intocado, como vem acontecendo a anos.

Ele joga a mala sobre um dos sofás de couro na sala e caminha até a cozinha enquanto seu olhar corre ao redor ― O que? Esgotou sua cota de palavrão do dia? E nem são dez horas da manhã ainda!

Respiro fundo e fecho a porta da frente, caminhando até ele tentando manter a raiva para baixo. ― Não estou afim de gracinhas Caleb, responde logo o que você veio fazer aqui.

Ele abre a geladeira e tira uma garrafa de água dela enquanto me encara. ― Vamos lá Sky, essa casa tem seis quartos, não é como se eu fosse ocupar seu espaço. E sobre sua pergunta, você precisa especificar melhor quando diz "aqui". Onde mais especificamente baby? Norfolk, ou aqui nessa casa? ― ele abre a garrafa d'água e a leva até os lábios enquanto bebe direto dela. O movimento de sua garganta enquanto sorve o liquido me mantém presa e meio perdida por alguns milésimos de segundos, até que eu ative novamente meu antivírus e foque em outra coisa.

― O que raios você veio fazer em Norfolk? Pelo amor de Deus, você não veio...

Ele descarta a garrafa vazia na lixeira ao lado da pia e ergue as duas mãos em rendição ― Hei... Você não acha mesmo que eu vim dirigindo de Connecticut até aqui por sua causa não é? Justamente no mesmo lugar onde existe a maior base naval do mundo? ― Ele pergunta e eu selo meus lábios de repente me sentindo tola. Cruzo meus braços e ele caminha lentamente até onde estou, e eu seguro a reação de me afastar dele, mas minhas pernas quase falham quando ele fica próximo demais a ponto de que eu consiga ver o verde claro de sua Iris, e as machas verdes escuro salpicadas ao redor.

Não respondo e ele bufa uma risada rouca, e eu estremeço por dentro. ― Ah claro que não. Claro que você não pensaria isso Skylar... ― Seu rosto desce um pouco e eu engulo em seco quando ele puxa a respiração próximo demais ao meu pescoço causando um arrepio instantâneo em minha pele, e então se afasta fazendo com que eu solte o fôlego que estava prendendo ― Uma pena mesmo que você não acredite que eu viria aqui por sua causa.

Caleb passa por mim, caminhando até sua mala no sofá a colocando novamente no ombro, deixando clara a parte bordada com o logo da águia, o tridente e a âncora. A insígnia dos Navy Seals que grita os quão letais eles são em toda ou qualquer situação que precise, está bordada no centro dela. E sempre que me pego admirando o bonito símbolo, fico presa entre o orgulho de ele fazer parte de algo tão importante, admirável e seletivo, e o medo de algo ruim acontecer com ele. Medo esse que é meu companheiro de anos a fio.

Ele me pega olhando, e sorri quando começa a subir os degraus que o levam para o andar de cima.

― Seria uma pena mesmo que você presumisse isso ― Pisco confusa e estreito os olhos para ele ― Porque assim, eu não poderia ter o elemento surpresa não é? Perderia toda e qualquer graça quando eu dissesse que vir pra cá é apenas o começo, e que eu iria de joelhos a qualquer lugar do mundo por você. ― Arfo com suas palavras e ele continua seu caminho para cima como se estivesse falando sobre o tempo lá fora. ― Deus me livre se você desconfiasse sobre isso, porque eu ia ficar completamente desinteressante. ― Ele para antes de terminar sua subida e me fuzila com olhos verdes límpidos ― E desinteresse baby, é completamente ao contrário da reação que quero causar em você.

Eu chio de onde estou e ele segue seu caminho me deixando trêmula e com um caroço na garganta.

― Não vem com essa merda Caleb! ― Grito, mas não subo atrás dele ― E onde diabos você conseguiu esse olho roxo?

A única coisa que escuto é sua gargalhada já ao longe. Caminho até a cozinha, porque eu preciso de um novo café.

Um no mínimo forte o suficiente para ligar uma usina nuclear.





Caleb

Termino o banho e ainda com a toalha amarrada em meus quadris caminho até a janela da suíte admirando a vista de fora.

Não chove, mas o tempo é cinza e fechado, e as águas do atlântico estão revoltas e parece mais com o aspecto de final do dia, não como o meio dele.

A casa está silenciosa, mas eu pude sentir o barulho no corredor mais cedo, e a porta do quarto dela se fechando e eu voluntariamente sorri. Eu sabia que ela estaria armada até os dentes quando eu aparecesse, então não foi nada além do que já esperava.

Alongo meus ombros, e puxo uma calça jeans limpa, camiseta e moletom da mala e começo a me vestir pensando sobre o que tenho em mente, em segundo plano sobre essa semana. Sky é sem sombra de dúvidas meu foco principal, e apenas me apresentarei a base, para a burocracia de sempre e os últimos pontos sobre minha decisão.

Visto meias e calço meus tênis e saio porta a fora com as chaves da caminhonete em mãos. O andar de baixo está em silencio, então contorno a lateral da cozinha e pego o acesso até o deque superior. Eu estive analisando a planta da casa por três minutos, e agora eu poderia facilmente andar por ela, com uma venda nos olhos.

Paro em silêncio para analisar ao redor. O ambiente é aconchegante, com várias poltronas confortáveis, e uma lareira, mas a vista é que realmente me tira o fôlego.

E não falo sobre a fachada toda de vidro dando uma visão aberta e incrível do oceano. Falo da mulher que tem sua atenção nas ondas lá fora, e as mãos enroladas em torno de uma xícara.

Os cabelos agora quase secos caem por suas costas, e ela está apenas alheia a minha presença, enquanto eu perco ainda mais do meu coração para ela.

Como se, ele já não fosse dela.

―Sky. ― Chamo suavemente e ela vira na minha direção, com o semblante tenso ― Estou indo até o supermercado para abastecer a dispensa, você quer ir comigo?

Faço a pergunta, porem eu já sabia a resposta bem antes, então quando ela responde, não causa surpresa.

― Não. O que você buscar está ótimo, mas não se preocupe muito comigo, porque vou comer a maioria das vezes fora, na verdade, um taxi vem me buscar em uma hora então não estarei aqui nas refeições.

Sky pegando o atalho para longe.

Até parece.

Siga o fluxo Caleb.

― Okay então. Você comeu alguma coisa?

―  Eu estou bem, tive um grande café da manhã,

Concordo com a cabeça ― Sobre sua ida para o centro todos os dias, você chegou a alugar um carro ou algo assim?

― Não. Eu apenas vou usar o serviço de taxi.

Contenho um sorriso. Ela odeia dirigir, e ainda mais dirigir em um lugar estranho, pior ainda.

― Okay, já volto. Vou manter o sistema de alarme da porta ligado, e você não a abra mais, antes de identificar quem seja Skylar.

Ela me fuzila com olhos gelados ― Era você.

― Sim. Mas antes de abri-la, você sabia?

Ela não responde ― Ponto meu. Agora, mantenha os sensores de porta.

Viro fazendo meu caminho para o interior da casa, até a porta principal. Aciono o alarme e a fecho atrás de mim, indo até a Pick Up quando meu celular apita indicando o recebimento de uma mensagem.

"Em que tom de roxo está seu olho filho da puta?"

Sorrio, ligando o motor e tocando a área escurecida ao redor dos meu olho direito que nem parece tão ruim.

Digito uma mensagem para ele: "Você deveria ter batido com mais força e aproveitado a única oportunidade que teve na vida!"

A resposta não demora nem dez segundos: "Meu ovo!!"

Descarto o celular no banco do passageiro e saio para a estrada, lembrando exatamente de onde esse soco-exatamente-não-tão-ruim, veio;

".....— Agora olhem dentro dos meus olhos e digam pra mim, que nada mudaria, que eu não seria outro através dos olhos de vocês, quando eu falar sobre Sky.

— Como assim Caleb? Como assim sobre Sky? — Dom pergunta visivelmente emocionado também — Você quer dizer que não a ama, é isso?

Nego lentamente com a cabeça na direção de todos. — É exatamente aí que mora toda questão. Amar Skylar. Porque se tem algo que eu faço completa e plenamente na minha vida, é amá-la.

— Caralho Caleb... Onde isso está indo? — Gabriel franze a sobrancelha na minha direção, mas é nítido ver quase um lamento em sua voz.

— Eu a amo como se vivesse de baixo do mar e só pudesse respirar por ela. A amo como se a simples ideia de um mundo sem ela, não fizesse sentido. A amo como um homem ama uma mulher. A amo como um homem que a teve e fugiu por ser covarde em arriscar a perder a família que ama, e acabou perdendo-a no processo. A amo tanto que dói, porque ela é porra da outra metade da minha alma que foi arrancada de mim por minhas próprias mãos.

Olhos arregalados e chocados me encaram, dói, mas me sinto livre.

— Eu amo vocês, e não quero precisar escolher entre um e outro se me for dado essa opção. Porque farei isso se precisar. E será ela.

Sempre será ela.

O silêncio é pesado ao redor. A ingestão de ar que vem de Dom é ruidosa, e escuto Alex praguejar através do vídeo.

— Caralho... Saber é uma coisa, mas ouvir, deixa tudo mais surreal ainda.

Estreito meus olhos para a TV, não entendendo. — Saber? Como assim?

Alex olha dos nossos pais, para mim e uma careta se forma em seus lábios. — Lara já sabia, e quando a ideia começou a se formar na minha cabeça eu estava prestes a descarta-la, quando nossos pais confirmaram.

O choque atravessa meu corpo quando minha cabeça chicoteia na direção dos meus pais, que mantem a mesma postura de antes. Antes de eu despejar que o amor que sinto por alguém que deveria amar como irmã, é completamente outro.

— Como assim confirmaram? Vocês... — Minha voz treme um pouco — Vocês souberam? Quando? Sky...

— Não. Ela nunca contou pra gente se é isso que você está perguntando. — Minha mãe tem as mãos entrelaçadas na de meu pai, e não tira os olhos dos meus — Na verdade nós havíamos percebido sobre a mudança de comportamento entre vocês dois. De como as brigas intermitentes pararam de uma hora para a outra, ao mesmo tempo de quão juntos vocês passaram a estar. Mas não passou por nossa cabeça o quão profunda era essa mudança até os últimos dias antes de você partir.

Meu corpo cai, sem forças na poltrona atrás de mim. — Eu.. Não estou entendendo.

— Mas nós entendemos sim. — Meu pai quem começa a falar e não tiro minha atenção dele, mesmo que meu coração esteja martelando rápido em minhas costelas — Não sabemos o que houve até ser tarde demais para isso, mas um dia você estava sustentando um sorriso em seus lábios e no outro estava fechado. Introspectivo. E dias depois veio com a notícia sobre ter passado na seleção para os Navy Seals, e a partida para o treinamento de seis meses. — Meu pai franze as sobrancelhas — Aquilo foi tão repentino, e você parecia contraditório. Era nítido que ir era o que você queria, mas estava odiando na mesma proporção.

Apoio meus cotovelos nos meus joelhos e minha mãe começa a falar — Então Sky também mudou. Vocês não estavam mais próximos como antes e doía olhar para vocês. Então quando desconfiei, conversei sobre isso com seu pai, e o incrível foi ele me confessar que já sabia.

O aperto esmaga meu peito quando encaro meu pai. O homem honrado que me ensinou tudo nessa vida, desde aquele primeiro encontro na escadaria do orfanato, e que agora me encara com os mesmos e familiares olhos azuis, contendo tanto amor por mim, e aceitação, que eu poderia cair de joelhos envergonhado por sequer chegar a duvidar disso.

— Eu sabia porque notei a maneira como você a olhava Caleb. Você olhava pra ela quando pensava que ninguém estava olhando, e não era com olhos de um irmão. Era com olhos de um homem que descobre a cor pela primeira vez, e não sabe o que fazer se ficar sem ela. Eram olhos de um homem olhando para um mulher que ele declarava ser dele. E quando notei esse mesmo olhar dela sobre você, eu não tive dúvidas.

— Caralho... Caralho... Caralho... ― Dom passa os dedos através dos fios loiros do seu cabelo mas não me olha. Gabriel tem os olhos incrédulos sobre nosso pai, e Alex permanece em silêncio.

Baixo minha cabeça — Desculpe. — O silêncio segue, então continuo falando. — Eu lutei tanto contra. Eu juro. Eu me odiei por isso. Me senti sujo e errado. Me afastei o máximo possível, mas não adiantava. Bastava um olhar dela e eu sentia que era certo. Todos meus argumentos para estar longe, caiam por terra com apenas um sorriso dela, e quando eu a tive...

— Ah merda! — Dom vocifera e levanta da poltrona tirando o casaco de couro que usa, a jogando no chão e caminhando até o bar, e quando fala, sua voz é dura — É da nossa irmã que estamos falando aqui, então é melhor pegar leve Caleb.

— Dom. — Alex pigarreia — Tecnicamente, ela é nossa irmã, não dele. O que nesse caso eu dou graças a Deus por isso, mesmo que eu esteja na merda aqui fazendo essa equação matemática onde ele é nosso irmão, ela é nossa irmã, mas o relacionamento entre eles não é de irmãos. Até porque, isso acabaria de vez com nosso psicológico.

Dominic se serve de uma dose dupla de Whisky e aponta o dedo para a TV — Você parece bem demais sobre isso.

Alex dá de ombros — Talvez eu tenha tido mais tempo para remoer sobre isso, e infelizmente eu não esteja aí agora. E confesso que, se eu não tivesse experimentado o amor, da maneira que eu conheço agora, acredito que a ideia pudesse ser mais chocante do que parece. Mas agora, eu apenas quero saber se, ele realmente a ama, a tanto tempo assim, como ele consegue? Como consegue estar sem ela, e como conseguiu ir embora sem morrer com isso?

As palavras de Alex travam minha garganta, porque ele não tem ideia. — Eu morri por isso. Todos os dias. Deus sabe que ando morrendo mesmo antes de sair por aquela porta.

  ― Quem fez o primeiro movimento?

A pergunta de Dom, feita do outro lado da sala deixa a sala ainda mais tensa. Dou de ombros. ― Isso não importa. Ia acontecer de qualquer maneira.

Ele bufa ― Sky.  Não nego nem confirmo. Ela apenas viu primeiro que eu, o quanto pertencíamos um ao outro. Ela teria sido minha, de qualquer maneira. — Antes de você voltar, faziam cinco anos que havia ido. Quanto tempo antes disso Caleb?

Encaro uma das pessoas mais importantes do mundo pra mim — Dois anos.

Ele respira fundo e seus olhos se abrem como pratos — Dois anos? Vocês mantiveram uma relação escondida por dois malditos anos?

Engulo em seco, sem nunca desviar seu olhar — Sim.

Ele sorve de uma só vez o líquido âmbar no copo — Mas que porra! Porque isso?

Ergo minhas mãos, levantando do sofá — Não sei, talvez por covardia? Eu fui covarde Dominic? Talvez para não encarar o olhar de decepção como esse nos seus olhos?

Nic deposita o copo com força demais no bar, e seus olhos cospem brasas até onde estou — Decepção? Você acertou na mosca porra!

Suas palavras me chutam, e eu paraliso. Já esperava por isso. — Desculpe.

— Caralho Cale — Ele caminha até mim, parando à minha frente. — Eu sou seu irmão, dela também. Eu amo vocês dois da mesma maneira, e isso é uma situação que eu não fazia ideia que existia então me julgue se eu estou decepcionado sim, porque meu irmão escondeu algo desse tamanho de mim, de nós, com medo de uma reação que ele mesmo julgou que teríamos. Que eu teria. — Sua voz é dura, e eu continuo apenas ouvindo — Eu amo aquela garota com cada parte minha, e quero o melhor para ela acima de tudo. Eu ficaria assustado sim, talvez a ideia de vê-los juntos de uma outra maneira demorasse um pouco para se formar na minha cabeça mas eu nunca o julgaria. Eu nunca pensaria errado de você. Se ela o ama, e você a ama, se os dois juntos funcionam e fazem bem um ao outro, onde você me veria indo contra isso Caleb? Será que é essa ideia absurda que você tem de mim?

Fecho meus olhos antes de abri-los, sentindo vergonha — Eu tive medo Dom. Vocês foram a melhor coisa na minha vida, e me senti desmerecedor. Deus! Eu estava tão perdido, eu queria que vocês apenas tivessem a minima ideia do que se passava ou se passa na minha cabeça sobre isso.

— Eu entendo. — Meu pai fala — Talvez tarde demais, mas eu entendi a batalha interna que se passava com você. — Ele olha para minha mãe — Nós vimos. E se você se perguntar agora, o porque nós simplesmente não abrimos o jogo naquele tempo eu apenas vou explicar para você o que pensamos, e penso até hoje sobre isso.

Ninguém fala na sala enquanto meu pai, passa seus olhos por cada um de nós, antes de continuar.

— Você não estava pronto ainda.

Não concordo, balanço a cabeça — Não pai. Eu errei, por covardia, não porque não a amava.

— Eu não disse que não a amava. Você amava nossa menina sim, nada comparado à hoje, porém o medo foi maior. O medo foi seu inimigo filho. Seu pior inimigo até hoje. Nós não impedimos sua ida, não puxamos vocês para nosso colo e dissemos que os amávamos e sabíamos do que estava acontecendo porque não era um papel nosso. Hoje, ainda não é um papel nosso. — Ele me encara — Me responda uma coisa filho, o que mudou? O que você veio buscar aqui, com todos nós ao redor? Você está pedindo algum tipo de permissão ou algo assim?

— Eu preciso de vocês. Eu preciso que saibam o quanto amo e respeito cada um. Mas hoje eu vim como homem, declarar o que sinto sobre ela, e dizer que vou lutar para tê-la novamente.

Meu pai assente — Certo. Então me responda mais uma coisa; Se nossa reação fosse negativa. Se não aceitássemos e proibíssemos irredutivelmente? Se aqui dentro você apenas encontrasse o que você tanto temia? O que você faria então?

O cenário que ele pinta, à minha frente não é algo diferente do que eu mesmo tenha visto toda vez que pensei sobre isso, e as palavras saindo de sua boca, torna a dor ainda mais real.

— Doeria. Eu não saberia ser quem eu sou, sem vocês. Não consigo imaginar um cenário de vida sem que estejam nele. Minha base foi constituída com tudo sobre vocês, e tenho uma parte de cada um sobre quem eu sou. Eu os levaria no meu coração até o fim da minha vida, mas eu não mudaria de ideia. Existir não está sendo suficiente, eu preciso voltar a viver. Eu amo vocês, mas manter meu coração batendo, só será possível com ela.

Eu estava esperando qualquer coisa, mas definitivamente não esperava que meu pai levantasse do sofá e caminhasse até onde eu estava e abrisse um sorriso cheio de calor, enquanto seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas.

— Então agora, acho isso diz que você está pronto filho. — Engulo em seco entendendo sua aceitação — Sinto muito que ambos tenham sofrido e que seus caminhos tenham seguido por lugares diferentes, e que não temos ideia alguma de onde vai dar a partir daqui, e talvez eu e sua mãe, levaremos para sempre a ideia de que, quem sabe pudéssemos ter evitado tudo isso. — Sinto uma lágrima descer por meus olhos, mas não impeço que ela faça seu caminho — Porém, assim como somos seus pais, somos o dela. E precisamos saber que não importa o caminho, os problemas encontrados neles, ela vai estar no topo. Que o homem de sorte que tiver o amor da nossa menina não vai medir esforços por ela. Que não vai desistir dela, nem que pra isso, precise passar por cima de sua família se forem contra.

Puxo meu pai para mim não suportando não ter um abraço dele. Meu pai. O herói da minha infância, o exemplo de homem, de ser humano, ensinando mais uma bela lição para a vida.

— Obrigada pai. — Falo em seus cabelos sentindo seu cheiro. — Desculpe... Desculpe pai.

Ele me solta apenas para olhar em meus olhos — Pelo o que você está se desculpando Caleb?

Não hesito — Por demorar tanto pai.

Ele sorri calorosamente enquanto minha mãe passa os braços por minha cintura — Seu pai tem razão filho — Sua voz suave está chorosa. A aperto ainda mais beijando o topo de sua cabeça que mal chega em meu peito — Você ganhou a batalha que lutou por anos contra o medo. Eu estou tão orgulhosa de você.

— Ah mãe. — A seguro contra mim — E, se for tarde? E se eu a perdi? Deus! E, se eu demorei muito?

Não me importo em ser um cara de 28 anos chorando, porque estou apenas colocando tudo pra fora. O medo de anos, o frio de estar sem ela, o buraco negro que parece aumentar, me sugando aos poucos para dentro dele.

— Ah filho. — Sua mão desliza em meus cabelos curtos, e eu encontro tanto amor em seus olhos castanhos — Eu não posso garantir nada à você. Não sei o que te espera, ou como será seu caminho até lá. Mas uma coisa eu posso garantir; eu estarei rezando por você, e ao seu lado, cada passo do seu caminho.

Ela se afasta ficando ao lado do meu pai, que apenas sorri em minha direção antes de puxá-la e seguirem escada a cima.

Acompanho seus movimentos até que eles não são mais visíveis e viro minha atenção novamente à meus irmãos.

Eu poderia ter dito que não o vi chegando.

Mas eu vi.

Eu senti exatamente o deslocamento de ar, os passos e o vulto por minha visão periférica.

Eu poderia me esquivar como se fosse uma brincadeira, e mudar nossas posições antes que ele se desse conta disso.

Mas fiquei exatamente onde estava, até não estar mais.

O choque do punho em meu rosto foi tão forte que meu corpo saiu do lugar, no mesmo tempo que a dor explodiu no meu olho direito, e tive meu traseiro arremessado pra longe.

— Caralho!

Escuto Alex gritar, e Dom puxar Gabe de cima de mim enquanto me coloco em pé.

Já era de esperar. Gabe se manteve calado durante toda conversa, e eu tenho treinamento mais que suficiente para sentir a energia hostil vindo em minha direção.

— Seu puto do caralho!

O lamento de Alex explode através do sistema de som— Merda, merda... Eu tô perdendo isso!

Eu rolaria meus olhos para Alex se eu pudesse agora, mas estou ocupado, analisando se ele ainda está no lugar.

— Quando você ficou bom no gancho de esquerda? Você é destro!

— Passe um verão com Alex, e você volta o rambo! Me solta Nic! Ele ainda tem um olho bom, e eu preciso mudar isso!

Dominic segurava Gabe, mas eu poderia ver um sorriso em seu rosto. Ele estava amando tudo isso. Bem. Eu merecia, então...

— Solte ele Nic.

— Seu filho da puta! — Gabriel esbraveja se soltando de Nic

— Eu ouvi isso! — Nossa mãe grita do segundo andar.

— Desculpe mãe! — Nós quatro respondemos juntos, mas Gabe ainda mantem os olhos raivosos em mim, mas não mostra sinais de querer vir novamente em minha direção repetir a dose.

Porque ele poderia, fazer se o quisesse. Porém, apenas mais uma vez e  então "bônus over".

— Foi por isso que ela mudou! Você foi o culpado do caralho! Você não viu como ela sofreu porra!

Suas palavra me esmagam severamente, porque eu sei o mal que causei a ela. Causei, a ambos. — Eu sei Gabe. Eu juro que sei, e nada que eu fizer será capaz de mudar isso, porque Deus sabe que se houvesse, eu faria sem pestanejar. Não justifica, mas eu sofri a mesma coisa longe dela. Não pense que, por eu haver causado toda essa merda, tenha ficado isento de toda dor, porque meu irmão... Eu senti dor todos os dias nos últimos anos, e nem sei mais como é acordar sem sem ela.

— Merecido Caleb! Mais que merecido! Ela virou uma chave... Ela simplesmente desligou. Um dia sofria pelos cantos sem nos dizer nada, e no outro apareceu sorridente, alegre, saindo com mais caras que a minha sanidade pudesse contar e eu não sabia porque minha irmã de repente havia mudado tanto assim.

— Porra! — O gosto amargo na boca, ao ouvir que ela saiu com caras depois de mim, fere minha alma de uma maneira ácida. Fecho minhas mãos em punhos. E então? Eu parti seu coração, e fui embora... Ela seguiu com sua vida, era o que eu esperava não era? Então não há o que fazer além de sentir o monstro verde do ciúmes me comer por dentro.

— Sabe o que é pior Caleb? — A voz de Gabriel parece mais baixa agora, e eu o encaro através do meu olho bom — Hoje, você está aqui. falou bonito, abriu o coração, e mesmo eu achando que bati pouco em você por tê-la feito sofrer desnecessariamente, eu ainda amo você e queria te abraçar dentro de uma bolha porque você sofre, eu sofro... Afinal de contas eu sou seu irmão, é pra isso que sirvo; sua dor é a minha! — Seu peito arfa e me sinto pequeno perto do meu irmão caçula. — Mas o que dói irmão, é que por mais que você ame ser quem é, e o que faz, você usou isso para correr para longe, e é exatamente isso que me faz chegar a minha enorme e pior conclusão; Você, idiota do caralho, poderia nem estar aqui para começar tentar a limpar toda essa merda que você fez. Você poderia ter morrido longe, com toda uma vida de possibilidades perdidas, e tantos "talvez" sem terem tido sequer uma chance. Você Cale, morreria e isso nem seria o pior dos problemas — Seus olhos brilham agora, mas ele continua — Todos nós iremos morrer um dia, e temos essa certeza rondando todos os dias do caralho, mas você morreria do outro lado do mundo, infeliz. E se ela ama você como eu imagino, você não morreria sozinho, estaria levando ela junto. E isso Caleb, isso, rasga minha alma cara.

Seu punho se choca fechado no meu ombro, de uma maneira leve antes que ele me puxe para um abraço, o qual vou de bom grado.

— Você vai consertar essa bagunça não vai?

— Eu vou tentar meu melhor Gabe... Eu não consigo mais ficar sem ela.

Alex faz uma voz chorosa — Oh Deus... Eu queria esse momento viadagem também!

Uma gargalhada tímida, mas leve sai de minha garganta e Gabe bufa — Não sei como Lara escolheu essa criatura como marido. Maior borrachinha fraca...

— Sua bunda Gabriel!

— Bem que você queria hein?

Dom me empurra o copo de Whisky novamente cheio enquanto Gabe e Alex trocam ofensas baixas capazes de fazer rir, crianças do jardim de infância.

— Certo. — Dom fala chamando a atenção dos dois — Já que estamos aqui, tendo todo esse momento aberto, e tenso eu preciso apenas perguntar antes de desligar Alex do Facetime, e libera-lo para correr atrás de Lara, e para que eu também, vá atrás da minha ruiva e do meu menino. ­— Ele senta no sofá, esticando suas pernas — Tem mais alguma coisa por hoje, que você queira nos deixar saber?

Dou um pequeno gole na bebida, consciente de que ela precisa sair do meu sistema antes de cair na estrada e encaro meu irmão.

— Bom, já que você perguntou, tem sim.

— Manda bala florzinha.

Sorrio colocando o copo no aparador. — Primeiro, que eu pedi baixa da Marinha, e estou no processo de não ser mais um Navy Seal. — Alex arfa audivelmente e Gabe cai num baque na poltrona. Sorrio encarando Dom, que me olha incrédulo. — E, eu preciso de um advogado.

Seus olhos se abrem mais ainda. — Oh merda! Bro... O que houve?

Coloco minhas mãos nos jeans, e sorrio mais ainda — Sou um Campbell, mas preciso deixar de ser um.


++++++++++++++++++++++++++++++++++

LEIAM ATÉ O FINAL! RECADO IMPORTANTE ABAIXO.

É.

A pedidos, mais um capitulo...

Dai, Ro, Babi, Danda, Clau... Todas que fizeram campanha, aqui temos o desfecho do fatídico olho roxo...

Obrigada a todas que votam e comentam. Eu sou chata e insistente no agradecimento, porque mesmo falhando em responder, eu fico acompanhando um a um... Sem falta... Tanto que vou responder por aqui algumas questões que as lindas perguntaram nos comentários.

Sim, pra quem não sabe, teremos o livro de Dom, Gabe e sim... Aaron... E espero de coração que eu continue conseguindo o feito de agradar a todas com o que escrevo. Isso, é a maior das vitórias.

E ATENÇÃO!

Quem não leu o livro do Alex, ele estará disponível gratuitamente durante dois dias na amazon. Terça e quarta-feira (21/03 e 22/03). Baixem o app do kindle no celular ou computador e mate a saudade do nosso grandão. Apenas peço, por favor, quem ler através do app no celular, avaliar ao final da leitura. Diferente daqui, lá as estrelinhas contam muito, e eu preciso de toda boa ajuda possivel, para colocarmos Alex o mais visível possivel.

Um beijo em cada coração.

Comentem! Quero saber o que acharam!

Fiquem com Deus.

Céia. 19/03/2017

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