EM SEUS BRAÇOS - Completo na...

By Nil757

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Ele tentou fugir do que sentia por ela. Ela nunca teve dúvidas do que sentia por ele. Ele foi embora leva... More

O que é um Navy Seal?
Prólogo - Caleb
Capítulo 1 - Caleb
AVISO
Capítulo 2 - Sky
Capítulo 3 - Sky
Capítulo 4 - Caleb
Capítulo 5 - Sky e Caleb
Capítulo 6 - Caleb
Capítulo 7 - Sky
Capítulo 8 - Caleb
Capítulo 10 - Sky e Cale
Em seus olhos - Grátis na Amazon
Capítulo 11 - Sky
Capítulo 12 - Caleb
Capítulo 13 - Sky
Bônus Alex
Capítulo 14 - Caleb
Capítulo 15 - Sky
Capítulo 16 - Caleb
Capítulo 17 - Caleb e Sky
Capítulo 18 - Caleb e Sky
Capitulo 19 - Sky
Capítulo 20 - Caleb
Capítulo 21 - Sky
Capítulo 22
Em seus Braços na Amazon
Capítulo 23 - Sky
Capítulo 24 - Sky
Capítulo 25 - Caleb e Sky
Aviso de RETIRADA
Capítulo 26 - Caleb
Capítulo 27 - Sky
Capítulo 28 - Caleb
ANTES DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
Capítulo 28 - PARTE 2 - Sky
Capítulo 29 - Caleb
Capítulo 30 - Sky e Gabe
Capítulo 31 - Caleb
EM SEUS BRAÇOS - FINAL
Bônus final - Caleb
EPÍLOGO
Aviso de retirada
EM SEUS BRAÇOS GRATIS NA AMAZON

Capítulo 9 - Sky e Caleb

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By Nil757






Sky


Ajusto minha mala de mão no compartimento de bagagem acima, e sento na poltrona liberando o espaço no corredor para facilitar logo o trafego das demais pessoas dentro do avião.

Afivelo meu cinto, e observo o dia lá fora numa manhã nova Iorquina típica de um inverno rigoroso. A neve que caiu ontem deu uma trégua, mas ainda permanece devido a baixa temperatura.

Uma senhora senta ao meu lado, e dirijo a ela um sorriso educado, que ela retribui antes de mergulhar em sua bolsa, em busca de algo. Confiro meu celular antes de desliga-lo, em busca de alguma chamada ou mensagem, encontro apenas uma de Lara.

Lara:
"Boa viagem, e sinto muito sua falta vadia."

Sorrio enquanto bufo e respondo: "Você está no Hawaii, com sol, mar e meu irmão babando em você inteira... Não vem dizer que sente falta de algo."

Anexo uma imagem que tiro através da visão da minha janela e envio pra ela. O retorno não leva nem meio minuto.

Lara:
"Cacete! Eu amo isso! Não acredito que logo não teremos mais neve! Não estou pronta para deixar o inverno ir!. #InvernoNãoVáEmbora"

Envio um emoji com carinha brava quando o piloto anuncia autorização para Taxiar: "Você definitivamente não bate bem da cabeça. O gelo no chão ainda permanece e estamos sob aviso de uma grande nevasca de 45 cm de neve! Eu apenas queria minha bunda branca numa praia! Preciso desligar o celular. Amo você.".

Desligo o aparelho, o guardando na bolsa e volto meu olhar para fora. O avião taxia e logo ganha os céus e eu permaneço com a cabeça igualmente como a aeronave; dispersa entre as nuvens.

Queria saber em que ponto tudo que antes já era complicado e confuso começou a ficar pior. Porque até então, eu ainda tinha, a sensação mesmo que ilusória de total controle sobre o que se passava comigo. Eu aprendi a não fugir do que sentia, porem aprendi a lidar com isso da melhor maneira existente. Então ele voltou. E levou essa parte confortável para longe.

Não sei dizer ao certo o que senti quando Caleb saiu do meu quarto naquela manhã de domingo após o casamento. O alívio foi instantâneo. Era o que eu queria. Que ele respeitasse minha vontade de seguir em frente sem qualquer interferência dele. Porque a mulher em mim, que passou o inferno todos esses anos, precisava mostrar que não era assim que a banda tocava. Hey! ele me deixou por cinco anos, e assim que eu consigo caminhar sem o fantasma dele me rondando, ele volta e derruba tudo ao meu redor em apenas um dia?

O inferno que não!

Então, ele fez o justo. O certo. O que eu queria. Então, porque diabos eu senti o aperto do desapontamento fechando minha garganta assim que ele saiu por aquela porta?

Eu, uma mulher que se orgulha em não viver em cima do muro. Decidida. Autossuficiente. Dona do próprio nariz, me vi querendo gritar a plenos pulmões em sua orelha, pular em suas costas e bater a merda fora dele? Porque eu queria que ele lutasse por mim?

Alguém por favor poderia clarear as coisas pra mim? Porque eu estou completamente perdida.

Fecho meus olhos e me recosto na poltrona descansando minhas mãos sobre meu colo. Se não bastasse o incrível poder que ele ainda exerce sobre mim, declarado em alto e bom tom na hora que eu relaxei automaticamente quando ele chegou até mim no meio daquele vergonhoso surto, eu ainda caí em exaustão completa em seus braços. Foi como se, eu estivesse na maior merda e com apenas a presença dele, meu corpo e mente se sentissem seguros os suficientes para apagar completamente depois de sair de uma pista de rolagem rápida, diretamente para a função câmera lenta. Mas a partir daí, a consciência clara de que, ele estava ali, então eu poderia ficar tranquila. Tudo ficaria bem.

Esse é o tanto de confiança cega que tenho nele.

Não que isso seja problema. Eu não pensaria meia vez antes de confiar minha vida nas mãos dele. Meu corpo e mente sequer pensam sobre isso. Essa parte de mim saltaria de qualquer altura em queda livre se ele apenas dissesse: Pula!

É com meu coração que a coisa muda drasticamente de figura. É essa parte de mim, que está presa a pilares de sustentação enormes fincados sob a terra, a qual não abro mão, e que me nego a sequer pensar em entregar a ele novamente.

Então, soltar essas amarras, definitivamente não está nos meus planos.

Porem, isso não significa que eu tenha estado imune na manhã seguinte quando acordei no meu quarto, com a leve claridade infiltrando suavemente por entre as persianas, e o perfume dele tomando todo o quarto. A constatação de que ele esteve ali comigo e ainda desligou o alarme do meu celular, foi instantânea, mas o que socou meu estômago foi a rosa azul sobre o travesseiro ao lado.

Quantas vezes eu não acordei da mesma maneira. Com as mesmas rosas azuis.

Mas ele? Havia ido.

Na verdade, foi a melhor coisa que ele poderia ter feito por mim. Eu não estava pronta para lidar com ele assim tão perto e tão rápido, e muito menos com as questões sobre a noite anterior. E foram tantas questões.

Shanne, Caleb, Gabriel... Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas em pensar em Aaron, que eu mal conheço e já deixei uma bela ótima primeira impressão.

Que ótimo.

Deus do céu — Pressiono minha testa— não vamos esquecer Gabe belo e formoso me acompanhando com olhos de águia, em completo silencio enquanto eu bebia meu café. Aqueles silêncios enganadores, porque na verdade eles são apenas uma prévia de tudo que ainda virá? E veio... Veio forte. Zangado, e trilhando de um lado para o outro no tapete da sala. Confesso que a preocupação com Shanne veio forte. Na verdade eu estava aterrorizada com o que Caleb pudesse ter feito com ele, mas Gabriel me tranquilizou dizendo que parou o irmão. Porém não antes que Caleb deixasse seu recado, para em seguida, ele dar o dele próprio. — palavras dele.

Meu coração caiu, na mesma hora que me afundei na cadeira a minha frente. Não conseguia imaginar Gabriel numa briga com Shanne, ou quebrando a amizade deles. Os dois eram amigos desde criança e a Cloud nine foi um sonho de ambos. Foi impossível impedir de chorar ali, sentada na cadeira da cozinha de casa, com meu irmão mantendo um semblante duro quando falava do amigo e batendo na mesma tecla sobre o quão irresponsável eu fui por me permitir estar tão perto da cocaína, e ele pulou, juro que pulou até o gesso do teto, quando eu expliquei que naquela hora eu estava exigindo que ele me entregasse o que tinha em mãos.

Então, eu ouvi mais um quilômetro em ladainhas. O pior? Atipicamente, ouvi calada. Ele estava certo. Estava coberto de razão.

Mas não foi por muito tempo.

Então quando ele despejou toda merda necessária, ele respirou fundo e concentrou seu rosto no meu, e eu vi a exata hora em que ele notou que eu chorava, e isso, se tratando dos meus irmãos cascas duras, era praticamente uma arma nuclear no quesito derrubá-los.

Não que eu tenha usado essa arma em prol de algo próprio enquanto crescia.

Quem faria isso?

Gabriel se aproximou, e vi que seu olhar se suavizava. Ele sentou na cadeira ao lado da minha e deixou o olhar viajar para a fora através do vidro. Então ele explicou que depois que socou duas vezes o amigo, ele puxou Shanne do chão. Fez com que ele sentasse em um dos bancos gelados do terraço e exigiu que ele perdesse contato com qualquer droga dali pra frente, assim como ficar longe de Zach e as más companhias. Disse que, vai estar por perto, de olho e ajudando, principalmente durante a turnê que começa no próximo mês. Porém, Shanne precisa de outro tipo de ajuda e prometeu procura-la.

Gabriel só me deixou ainda mais orgulhosa dele.

E aliviada.

Porque Shanne é importante pra mim, e não suportaria vê-lo sem seu amigo ou a banda. Ele pode estar no caminho errado, mas é uma ótima pessoa.... E vai sair dessa...

Doce Jesus na manjedoura! Que bagunça... Que tremenda bagunça.

Confiro as horas e vejo que faltam menos de vinte minutos para pousarmos em Washington DC. Dominic pediu que eu fizesse essa parada no caminho de Norfolk, porque existe um processo de desapropriação indevida em que ele está de olho, e pediu que eu passasse um tempo analisando enquanto ele volta ainda hoje para Nova York. Ele deve estar me esperando no aeroporto, e aposto que vai apenas despejar todos os documentos no meu colo, e embarcar no próximo voo. E eu, sigo viagem amanhã cedo, no primeiro voo disponível da manhã. E então, uma enorme casa de frente para a praia, e toneladas de trabalho me esperam.

E eu, nunca estive tão feliz por isso.

Assim que pego minhas bagagens na esteira, e caminho para a área de desembarque sorrio. Porque já consigo ver uma cabeça mais alta conhecida ali. Nick se adianta e vem ao meu encontro me abraçando assim que me alcança e beijando forte minha bochecha.

­― Hei boneca.

―Hei lindão... ― Beijo seu rosto e ele puxa minhas malas para si, fazendo uma careta. ― O que?

―Nada... Você por acaso está se mudando pra Virgínia?

Não entendo. ― Claro que não! ― Ele ri. ― Por que você pensou nisso?

Ele dá de ombros ainda sorrindo ― Ah, não sei... Talvez essas duas malas enormes que você carrega, mais a mala de mão e essa enorme bolsa branca, isso para estar apenas uma hora de voo de casa, mas eu devo ter me enganado.

Faço uma careta não vendo lógica alguma ― Deve mesmo, porque eu apenas trouxe o necessário. Nessa mala, vieram as roupas, e nessa ― Aponto para a que ele arrasta pelo lado esquerdo ― São sapatos.

Seus olhos azuis se arregalam ― Cacete Sky! É a mais pesada!

Dou de ombros ― Não seja um bebê chorão. Agora me diz, que horas você parte?

― Em quatro horas tenho uma reunião em CT. ― Fico confusa porque não sabia de nenhum compromisso na sua agenda, mas ele continua a falar e perco a curiosidade. ― Vou levar você para o escritório e você usa o flat acima essa noite ok? E amanhã na parte da manhã terei uma equipe de segurança instalando alarmes e câmeras na casa em Virgínia beach.

Abro a boca para reclamar, mas ele insiste.

― Você sabe que não é lugar mais favorável por lá, mas aceitamos sua escolha sem pestanejarmos, então agora seja uma boa menina e devolva o favor calando a boca.

Mostro a língua enquanto ele guarda minhas malas no porta malas da SUV. ― Abusado.

Ele pisca abrindo a porta do motorista e entrando. ― Sempre. Agora prepare seus ouvidos irmã bebê, vamos falar sobre o porquê preciso de seus olhos nesses documentos e para mostrar o quão grato sou por sua ajuda, prometo enviar comida japonesa para seu jantar.

Suspiro ― Oh Deus! Melhor irmão gêmeo mais velho do mundo todo!

Dom sorri enquanto rola os olhos ― Saída de mestre pão de mel... Mas antes disso, tem outra coisa que precisamos falar não é mesmo?

Seguro a vontade de revirar meus olhos, porque eu sei sobre o que exatamente ele vai falar. Sorrio encarando meu irmão, e ele, para combinar com o figurino que usa; terno e gravata. Veste a melhor cara profissional, e começa.










CALEB



Minhas mãos estão suando ao lado do meu corpo.

Isso, sim, diz muito sobre como estou agora.

Veja bem. Eu passei por um dos piores e mais complexos treinamentos militares em questão de forças especiais do mundo. Entrei e sai de submarinos em movimento, saltei de aviões à mais de dez mil metros do solo, levei meu corpo ao limite no gelo, no ar, no mar, e em terra e nunca estive tão apavorado.

Porque eu nunca tive tanto a perder.

A madeira estala suavemente na lareira branca da sala de estar da casa dos nos meus pais. A casa que acolheu e que sempre pude chamar de lar. A casa que pode ser um divisor de águas eterno daqui pra frente quando me lembrar dela, nesse exato dia. Agora eu estou apavorado, e incrivelmente pronto para lidar com isso.

Minha mãe está em silencio no sofá, apenas encarando meus movimentos. Ela sorri, e Deus! A vontade que tenho de correr para seus braços e pedir perdão é sufocante. E talvez seja exatamente o que eu esteja fazendo ao final dessa noite antes de sair por essa porta. É uma merda de situação, mas ela já deveria ter acontecido anos antes. E eu, já deveria estar arcando com as consequências disso a tempos.

E talvez então, eu ainda a teria ao meu lado.

E nem precisaria correr para longe para me tornar um Seal. Eu teria o melhor dos dois mundos. Apenas se a minha covardia não fosse tão grande.

Mas foi, e agora não há nada que eu possa fazer para voltar no tempo e mudar tudo que fodi. A não ser, tentar fazer do jeito certo a partir de agora.

Mesmo que o "agora" não comece de uma maneira fácil.

Meu pai chega na sala acompanhado de Sam que abana o rabo e vem timidamente em minha direção. Me abaixo e estendo minha mão lentamente em sua direção para que ele conheça meu cheiro e então ele permite que eu acaricie sua cabeça.

― Bom garoto.

― Seus irmãos estão vindo filho. Dom está estacionando e Gabe saiu do banho.

Suspiro acariciando o pelo do cão. ― Obrigado pai. ― Busco o celular no bolso do jeans e envio uma mensagem:

Caleb:
"Você está pronto?"

Alex:
"Sempre"

Caleb:
"Conectando você agora"

Passos ecoam atrás me mim, observo Gabe e Dom surgirem ao mesmo tempo na sala. Viro enquanto conecto meu telefone com a TV da sala.

— Pessoal, eu estou até arrepiado! Nunca é coisa fácil quando todos nós somos chamados para um DR. Da última vez Sky estava querendo enfiar o sapato caro dela no traseiro do Alex e ele levou um soco dela — Ele olha para os lados — Falando nela, porque ela não deveria saber sobre isso? — Gabe pergunta genuinamente confuso, mas ignoro sua pergunta.

O rosto de Alex aparece na tela, e ela está sério quando cumprimenta todos na sala. — Hey Bro, você está bem?

Meu irmão olha diretamente pra mim. Em nenhum momento ele questionou o porquê eu precisava de uma reunião com todos, mesmo que eu estivesse o tirando de sua lua de mel, mesmo que ele entendesse pelo meu tom que egoistamente eu estaria nublando algo que deveria ser apenas dias bons pra ele. Ele apenas está aqui, — da maneira dele — ao meu lado.

Isso é o quanto amo essa família.

Por quem eles são.

Aceno pra ele, e viro minha atenção ao redor da sala. Meu pais estão lado a lado na poltrona maior, e Gabe e Dom em poltronas separadas, porém, lado a lado. E todos estão com olhos em mim.

Não sento. Permaneço em pé, e aproveito para tomar uma boa quantidade de ar.

— Eu estou a sete anos no mínimo atrasado para a o que preciso falar com vocês.

Meus olhos correm até cada um na sala, e incrivelmente apenas Gabriel e Dom parecem preocupados com minhas palavras.

— Cara, você está realmente começando a me deixar preocupado — Nick fala olhando diretamente para mim — Vamos lá Cale, abra o jogo para que possamos consertar o que for.

— Queria que fosse assim fácil Nick.

— Mas é. Não importa o que. Nós temos isso. Nós olhamos suas costas.

— Caralho Caleb, desembucha logo! Você matou alguém? — Gabriel pergunta, mas parece lamentar suas escolhas de palavras ao olhar pra mim. Então ele coça a nuca — É claro que matou, porra! Mas matou o cara errado foi isso? Alguém da sua equipe? Por...

Ergo a mão parando seu raciocínio — Não foi nada disso. Não é sobre meu trabalho. — Fecho meus olhos antes de encará-los — É pessoal.

Dom dá uma risada meio assustada — Você não vai dizer que na verdade nós não somos irmãos não é? E que você talvez seja adotado? Isso quebraria meu coração. — A tentativa fraca de fazer humor acaba me fazendo sentir um discreto sorriso nos lábios ao mesmo tempo que tem um efeito granada em mim.

Apoio meu corpo no braço do sofá, e resolvo começar a falar, sem saber se estou começando do ponto certo.

— Eu sei que vocês todos tem consciência do quão importantes são pra mim. Do quão grato eu sou, e o quanto eu amo com tudo o que sou cada um de vocês. — Passo meus olhos por cada um mais uma vez, deixando claro o quão forte eu quero que isso soe. Porque é verdade. — Eu morreria por vocês sem pensar duas vezes, e vou levar isso comigo até meu último suspiro aqui.

Gabe limpa a garganta e Dom tem os olhos brilhantes, assim como sinto os meus. Meus pais, ambos continuam com semblantes plácidos e é difícil saber o que se passa por suas cabeças, até porque vendo por outro ângulo, eu não estou fazendo sentido algum.

— Quando vocês apareceram juntos aquele dia, foi a primeira vez que eu descobri qual era o sentimento exato que a maioria das pessoas descrevia como "manhã de natal". — Um sorriso curto se curva em meus lábios com a lembrança — Vocês não tem a ideia do que apenas aquelas visitas faziam comigo. Do quão animado eu estava durante a semana em apenas saber que vocês voltariam no domingo, e eu mal podia esperar.

A sala está em silencio. Apenas o barulho sereno vindo da lareira permanece, e um alfinete poderia ser ouvido se caísse ao chão.

— Eu ficava triste quando chegava a hora de vocês irem embora, mas nunca consegui sequer demonstrar isso, ou reclamar sobre. Porque eu era tão grato. Tão grato por tê-los por algumas horas, por vocês saírem do seu caminho apenas para passar um temo com um garoto que não tinha nada a oferecer.

— Você sempre teve o melhor a oferecer meu filho. — Minha mãe interrompe falando pela primeira vez — O que nós apenas queríamos era seu coração, e você nos deu lindamente.

Encaro a mulher que me ensinou sobre todo amor incondicional — Foi tão fácil mãe. Com todos vocês, foi tão natural.

— Porquê de alguma maneira maluca, você sempre pertenceu aqui irmão. Desde o primeiro minuto. — Alex diz chamando minha atenção — Eu nunca vi diferença alguma entre você e os gêmeos. Você é meu irmão de alma. Você diz que morreria por cada um de nós? Então aceite Caleb, que todos nós faríamos o mesmo por você.

Me sinto pequeno perto deles — Eu sei. Mas isso pode mudar. — Balanço a cabeça olhando para baixo — Deus! Vai mudar.

— Caleb — Dom me chama, e ergo meus olhos para os dele — O que tem tatuado em seu peito?

Pressiono minha mão direita sobre a camisa, no exato lugar onde existe a tatuagem de espirais celta em meu peito. A mesma tatuagem que Alex, Dom e Gabe carregam. A mesma que fizemos no mesmo dia. Nossa primeira tatuagem. Não respondo e ele continua;

— Essa tatuagem representa a ligação que temos um com o outro. Que estamos conectados estando a meio metro de distância ou do outro lado do mundo. Eu não sei o que te atormenta Caleb, e quando você contar, eu não posso garantir que vou gostar do que ouvir, mas eu posso prometer para você, que essa tatuagem que levo orgulhosamente por baixo de cada terno que uso, nunca será em vão. — Seus olhos estão estreitos sobre mim — Você.Me.Tem.Porra.

— Seja lá o que for, nós nunca iremos julgar você Leb.

Gabriel diz, e quase sinto o desespero das palavras queimando em minha boca, e me levanto puxando o ar ruidosamente por entre meus dentes serrados, porque definitivamente eles não estão nem começando a entender a profundidade de tudo. Eles não fazem a mínima ideia do quão sério isso é!

— Mesmo que isso afete alguém que vocês amam tanto quanto a mim? Amam compreensivelmente mais que a mim? — Vejo a confusão tomar ainda mais o rosto deles e continuo — Mesmo se eu dissesse agora que fodi com tudo? Que o papel que eu deveria assumir nessa família, em partes serviu como uma maldita luva e outras não encaixou como deveria? Me digam — Olho primeiro pra meus irmãos — Que essa tatuagem vai ter o mesmo significado depois que eu disser que amo vocês, e cada terminação nervosa minha os reconhecem como irmãos — Viro meu rosto para o sofá maior — Eu nunca conseguiria chamar outras pessoas como pai ou mãe que não sejam vocês, é como se não fizesse sentido se fosse diferente.

Limpo o canto do meu olho, quando uma lágrima escapa, mas não perco o fôlego;

— Agora olhem dentro dos meus olhos e digam pra mim, que nada mudaria, que eu não seria outro através dos olhos de vocês, quando eu falar sobre Sky.

— Como assim Caleb? Como assim sobre Sky? — Dom pergunta visivelmente emocionado também — Você quer dizer que não a ama é isso?

Nego lentamente com a cabeça na direção de todos. — É exatamente aí que mora toda questão. Amar Skylar. Porque se tem algo que eu faço completa e plenamente na minha vida, é amá-la.

— Caralho Caleb... Onde isso está indo? — Gabriel franze a sobrancelha na minha direção, mas é nítido ver quase um lamento em sua voz.

— Eu a amo como se vivesse de baixo do mar e só pudesse respirar por ela. A amo como se a simples ideia de um mundo sem ela, não fizesse sentido. A amo como um homem ama uma mulher. A amo como um homem que a teve e fugiu por ser covarde em arriscar a perder a família que ama, e acabou perdendo-a no processo. A amo tanto que dói, porque ela é porra da outra metade da minha alma que foi arrancada de mim por minhas próprias mãos.

Olhos arregalados e chocados me encaram, dói, mas me sinto livre.

— Eu amo vocês, e não quero precisar escolher entre um e outro se me for dado essa opção. Porque farei isso se precisar. E será ela.

Sempre, será ela.

Oito horas depois, um olho roxo e a 422 milhas (680 quilômetros), é metade de uma fria manhã e eu estou estacionando minha caminhonete em frente a uma casa branca, estilo vitoriana com o pé direito alto, e grandes janelas de vidro. O mar e a areia são visíveis desde a entrada já que não existem muros por aqui. Desligo o carro e ajeito meu boné, buscando minha bolsa de viajem no banco de trás e saindo para o frio cortante do lado de fora.

Caminho a passos lentos até a pequena escadaria, e apenas por essa primeira vez, não usarei a chave reserva, muito bem guardada no meu bolso de trás, então eu bato na porta de vidro e viro em direção à rua, analisando as casas a frente e a vizinhança. Não é o lugar que eu teria escolhido por ser tão exposta. O canteiro central da entrada com um pinheiro ao meio nada mais é que um ponto cego. Não há segurança alguma.

Porém é um belo lugar. Bairro simples, mas familiar.

Entendo sua escolha.

Estou concentrado nos pontos onde as câmeras foram instaladas que quase perco o barulho da porta se abrindo e o som de sua respiração arfando num palavrão.

Sorrio, virando na sua direção.

No caminho, enquanto músicas diferentes me distraiam enquanto dirigia, uma em questão chamou minha atenção. Passenger cantava nos meus auto falantes sobre apenas saber que a ama, quando a deixa ir.

Apenas com essa parte eu não posso concordar.

Meu amor por ela, sempre foi a parte mais consciente da minha vida. Nunca houveram dúvidas quanto a isso...

Apenas com a parte sobre deixa-la ir. Eu a deixei ir.

Aqui, olhando dentro de seus belos e familiares olhos azuis, eu realmente me sinto inteiro. Mesmo, que neles estejam apenas refletido agora um misto de surpresa e uma quantidade de inferno em que ela rapidamente está planejando em me dar, mesmo assim eu me sinto em casa.

Agora só preciso que ela me dê uma mínima abertura que seja, e então eu farei meu caminho.

Eu voltei. E voltei pra ficar.

Me deixe ficar baby.

Staring at the ceiling in the dark
Olhando para o teto no escuro

Same old empty feeling in your heart
O mesmo velho sentimento de vazio em seu coração

'Cause love comes slow and it goes so fast
Porque o amor vem devagar e se vai muito rápido

Well, you see her when you fall asleep
Bem, você a vê quando adormce

But never to touch and never to keep
Mas para nunca tocar, e nunca manter

'Cause you loved her too much
Porque você a amava muito

And you dived too deep
E você mergulhou fundo demais


REFRÃO

Only miss the sun when it starts to snow
Só sente falta do sol quando começa a nevar

Only know you love her when you let her go
Só sabe que a ama, quando a deixa ir

Only know you've been high when you're feeling low
Só sente que estava bem, quando está para baixo

Only hate the road when you're missin' home
Só odeia a estrada quando sente falta de casa

Only know you love her when you let her go
Só sabe que a ama, quando a deixa ir

And you let her go
E você a deixou ir.

And you let her go
e você a deixou ir.

Well, you let her go
Bem, você a deixou ir.





Musica na midia e letra: Passenger – Let her go.

++++++++++++++++++++++++++++++

Olá pessoal.

Mais um capítulo, e espero como sempre que vocês tenham gostado. Comentem por favor! Sei que ando uma vadia sem coração em nãorespondê-las, mas eu estou trabalhando e todo meu tempo livre, entre filhos, casa, marido e trabalho, eu corro para escrever.. Mas li, vibrei e agradeci de coração cada e todo comentário e amei toda força que Caleb recebeu de vocês...

Algumas de vocês estarão curiosas sobre o que houve na conversa apos a revelação. Claro que eu não vou deixá-las no escuro sobre isso, até porque é uma parte muito importante, porém não estava programada para vir nesse capitulo, então logo logo, Cale contará o que houve...

Teve questionamentos sobre Aaron e quem seria esse personagem que já amo, e que terá sim um spin off ao final, Aaron nada mais é do que um dos homens mais lindos do mundo... E antes de ir embora vou deixar o avatar dele aqui.

Fiquem com Deus, e até o próximo.

Céia. 16/03/17

Com vocês: Aaron Vaugh - Segundo Comandante - Seal Four Team.

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