Cont. Sayane
— gostou? – Maria perguntou ao Alexandre enquanto mostrava o quarto decorado de cor rosa claro e dois berços de madeira, em cada berço havia um urso e como ainda não tiveram oportunidade de decidir o nome das meninas o quarto não estava decorado com letras.
— sim muito Maria ficou maravilhoso! Nossa! Acredita que ainda não caiu a ficha de que eu realmente serei pai!?
— eu sei como é! Vamos pra o jardim eu faço minha caminhada matinal desde que você viajou
— claro vamos e depois, toma café comigo! Por favor...??
— tá [...]
— minha linda sabe...?.. Tem uma coisa aqui que dói! Que dói muito! – Alexandre falou enquanto ele e Maria caminhavam pelo jardim
— o quê? – Maria perguntou achando estranho toda essa situação
— sei que estava bem melhor sem mim
— eu estava! Muito! Na verdade sempre que tento recomeçar minha vida sozinha eu fico em harmonia comigo mesma! Me sinto independente! Viva!
— não deveria ter voltado!?
— não! Não quis dizer isso, agora eu serei mãe, só Deus sabe o momento que "suas" filhas virão ao mundo e eu me referia antes, quando não estava grávida, nesse tempo que você estava em New York eu precisei de você, não vou dizer que estava triste pois não! A Laura cuidou de mim, do lado dela eu não sofria, assim como nunca sofri, mais doía por saber que não estava completo e acredito que se não tivesse motivos pra ficar com meu sorriso no rosto e prosseguir forte, eu já estaria louca, teria entrado em uma depressão terrível e se eu sou tão forte como o Carlos e a Laura disse eu teria levantado, moraria em uma casa alugada por enquanto não sei eu daria um jeito de recomeçar, de tentar sozinha entende?
— sim, mais por quê estando com duas meninas é diferente?
— não disse que é diferente! Disse? As coisas são assim: fiquei pra escutar seu lado da história, por minhas filhas e só estou aqui por elas! Mais se algo como o que eu achei ter acontecido, acontecer...eu sou capaz de ir, esquecer tudo te deixar e você sabe que pelas meninas eu sou forte o bastante pra trabalhar, cuidar delas e não ser uma mãe ausente, sei que pode tira-las de mim
— jamais farei isso
— eu sei que você é capaz, é uma coisa que me dá medo, confesso, mais você sabe que se eu for embora não volto e que se eu tiver motivos pra ir e afastar você delas você jamais.. Jamais voltará a vê-las
— se você se refere a uma traição, vou considerar suas palavras como "falta de confiança"
— eu no seu lugar consideraria como um "aviso"
— eu sei que você é forte Maria! Sei que seu coração já sofreu de mais, mas aqui está você, lutando por duas crianças, por nossas meninas e que apesar de um idiota como eu te dar motivos pra enlouquecer você prossegue forte!
— faço o máximo por elas, tudo que posso..é tudo por elas
— não vejo a hora dessas minhas princesas lindas nascerem, Maria queria apostar com você
— ah o senhor quer apostar? – Alexandre se sentou numa cadeira de madeira e infelizmente era a única no jardim
— hurrum! Vem senta
— só tem uma cadeira não percebeu? – Maria ironizou e Alexandre pegou a mão dela a puxando devagar pra que a mesma sentasse em suas pernas e assim fez
— o que você quer apostar?
— a cor dos cabelos das meninas, como serão gêmeas idênticas só tem duas opções prováveis: loiras ou morenas. Eu aposto que serão morenas
— você ama apostar não é?
— só com você!
— e o qual o castigo? E o prêmio?
— bom quem perder terá que fazer..não..quem perder vai tirar nudes e mandar pra quem ganhou
— nudes? Quer meu nudes no telefone?
— é idiotice?
— um pouco
— é que nesse tempo que estive viajando precisei de um consolo além das lembranças, pra me ajudar sabe?
— já entendi! Vai precisar já que não me terá do outro lado da cama
— por quê? Continua com isso Maria?
— eu ainda estou confusa tem menos de uma semana que você voltou..meu Deus o que é isso – Maria se levantou e sentiu algo estranho
— o que foi Maria? Meu amor está tudo bem? – Maria colocou a mão na barriga enorme sem acreditar em sua própria hipótese
— Alexandre..a bolsa estourou.. Ai...está doendo..Alexandre preciso ir ai, ai ai ai, ai, au como dói..me leva pra o hospital
— sim, sim claro – Alexandre pegou a Maria no colo e a levou até a garagem
— ai, ai meu Deus Alexandre
— vou chamar o chofer me espera ai!
[..]
— ai porra! Dirigi mais rápido! – Maria gritou com o chofer sentindo dores horríveis
— amor se acalma! – Alexandre falou totalmente nervoso e com um pano molhado na mão enxugando as gotas de suor que desciam pela testa da Maria
— não é em você que está doendo imbecil, ai, ai, por favor vai mais rápido não quero que minhas filhas nasçam dentro de um carro
— dá a volta e vai pra casa da Vitória! – Alexandre informou ao motorista fazendo com que o mesmo saísse daquele tumulto
— ficou louco? Ai, ai ai meu Deus, por favor faz essa dor parar
[...]
— ajude-me a levar a Maria até o terraço lá tem um helicóptero e será mais rápido pra irmos pra o hospital – Alexandre falou ao chofer depois de abrir a porta do carro e se sentir mais nervoso ao ver o estado da Maria
— irmão o que está acontecendo? – Naty viu o irmão e perguntou ao perceber que algo não muito bom acontecia
— é uma longa história mais é que precisamos levar a Maria pra o terraço iremos de helicóptero pra o hospital – Alexandre explicou rapidamente
— e como pretendem leva-la? – Naty voltou a perguntar e antes dele responder correu pra dentro de casa e pegou uma cadeira de rodas da sua vó
— isso vai ajudar muito irmãzinha muito obrigado! Me ajude a coloca-la
[...]
— aiii, amor eu não consigo mais aguentar, minha vista está escurecendo, eu não vou conseguir sozinha se tentar, o que aaaai meu Deus, o que eu faço me ajuda por favor, aaaai eu não vou conseguir sozinha e não aguento mais essa dor, suas...auuu, ai ai..suas filhas vão nascer num helicóptero sobrevoando a Cidade do México
— não! Não pode amor eu não sei, eu não vou conseguir fazer nada – Alexandre falou com muito medo e tensão
— ela não vai conseguir sozinha irmão, ajude-a a trazer suas princesas ao mundo, se acalme está mais nervoso que a Maria – Alexandre tirou a calça de legue que Maria usava e depois sua calcinha
— Maria se concentre na minha voz, quando eu contar até três você empurra – Naty falou enquanto segurava a mão da Maria
— tem certeza que é assim Naty? – Alexandre perguntou vendo a situação pra ele desconhecida
— sim! Confiem em mim, os dois. Escute Maria não importa a dor, não desista, lembre o que esta em jogo, se não aguentar me fala tá?
— tá, ta bom!
— um..dois..."três", empurra Maria com toda força que tiver empurra
— AAAAAAI, AAAAAI, AAIII
— para Maria, para! Precisa respirar e pôr toda força, entendeu? Vamos tentar de novo, um, dois, três..vai Maria empurra com toda sua força
— estou vendo a cabeça – Alexandre falou emocionado
— empurra Maria, empurra!
— AAAAI
— precisa continuar Maria, precisa continuar agora ou sua filha pode não sobreviver, respira..agora
— AAAAAAAAAI
[...]
Em questão de minutos um choro ecoou pelo helicóptero e lágrimas dos pais cairam. Naty se encarregou de ver a hora e quase ao mesmo tempo chegaram e na sala de parto do hospital Maria teve a segunda criança. Os nomes ainda não foram decididos mais havia uma maneira de identificar cada uma das meninas.