O Chamado de Uma Garota (Em r...

By Natthanya

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Laura, uma garota cristã, aos 16 anos, começa a se deparar com algumas situações na vida um quanto complicada... More

Laura
Entre a luz e as trevas
O encontro
Colisão
Emanuel
Nem tudo são flores
João
O Ide
Conflitos confusos
Deus no controle
Confessar ou não confessar?
Então, espera por mim?
Já orou pela África?
Abba
Eu não queria, mas me alivia
Eu vou interceder por você
70 x 7
"É ela!"
Cicatrizes
O pedido
Medos
Escolhi te Esperar
Fiz uma oração, pra esse dia chegar
Ele se tornou tudo
Feridas
Papai
Esclarecimento

Eu era uma criança

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By Natthanya

- Relatos de Laura

Era uma semana conturbada de provas na escola, e uma aluna nova na classe, eu sabia pouco sobre ela, era tão quieta, falava somente o necessário, mas Deus me incomodava tanto naquela menina. Um dia decidi puxar assunto, ela foi simpática comigo, mas eu não sei o porque, eu via tristeza no olhar de Stella.

Foi organizada uma espécie de trabalho em grupo, formado por cinco colegas, em meu grupo haviam apenas quatro e Stella ainda não havia se encaixado em nenhum, então à convidei, e ela aceitou. Ela ofereceu sua casa para a realização do trabalho, no dia marcado não pude ir no mesmo horário que meus colegas foram, mas ela disse que eu poderia ir depois sem problema algum. Já eram seis da tarde quando cheguei a casa dela, Stella era tão fofa, tinha cabelos longos, seus olhos eram em um tom mel, tinha um sorriso encantador, mas só o via raramemte. Entramos, - Seus pais são uns amores - Disse eu tentando agradecer a ótima recepção que tive. - Eles são sim, que bom que gostou deles - Respondeu-me a menina com um sorriso tímido. Fomos para o seu quarto, era um quarto lindo, logo nos sentamos na cama mesmo, abrimos os cadernos, o tema do trabalho era pedofilia, eu logo perguntei o que Stella achava a respeito do assunto. - Na minha opinião todo pedófilo deveria morrer da pior forma possível. - Realmente eu não esperava por aquela resposta, fiquei alguns segundos olhando nos olhos daquela menina, eles pareciam transparecer raiva, não consigo entender e pergunto o porque. - Porque sim, você não acha que um monstro que se aproveita da inocência de uma criança mereça morrer?. - Fiquei sem resposta, sem reação e sem entender. Perguntei à ela o porque de tanta raiva, já que eu nunca havia visto ela daquela forma. - Não é de sua importância Laura! - Me respondeu Stella chorando e correndo até se trancar no banheiro do quarto. Insisti pra que ela abrisse, mas ela não me atendia, então encostei minhas costas na porta e deslizei até me encontrar com o chão, fiquei sentada ali durante um tempo e podia ouvir os soluços da Stella. Voltei a bater na porta, ela decidiu abrir. Quando a vi não consegui fazer mais nenhuma pergunta, quando vi aqueles olhos amedrontados e cheios de raiva e dor, eu entendi, e a abracei, na intenção de nunca mais soltar. Naquele abraço eu pude entender o porque da minha existência.

Consegui acalmá-la, nos sentamos novamemte na cama, mas dessa vez eu estava com aquela criança/mulher que me disse em meio ao choro. - Laura, eu sei que você já percebeu o porque disso, mas, eu só tinha 8 anos. - E assim várias lágrimas escorreram por aquele rostinho, eu tentando segurar as minhas, enxuguei as dela. - Calma Stella, agora você tem a mim, eu quero muito ajudar você. - Respondi com aquela voz molhada de quem segura o choro. - Eu nunca contei isso a ninguém, eu sinto medo, ele me ameaçava Laura.
- Mas quem é esse cara Stella? - Perguntei aflitamente preocupada. Ela me respondeu de cabeça baixa. - O melhor amigo do meu pai.

Eu não conseguia acreditar, como alguém seria capaz de tamanha monstruosidadade?. - Ele é amigo da família e melhor amigo do meu pai antes mesmo que eu nascesse, meu pai me conta que quando era bem pequena amava brincar com ele, só que tudo isso mudou em um churrasco, lá tinha uma piscina e eu não sabia nadar, meu pai estava cuidando da churrasqueira, e minha mãe estava na cozinha, meus primos jogavam bola, e eu queria muito nadar, então me lembro que falou que me ensinaria, eu tinha 8 aninhos, no começo ele me ensinou sim, mas quando ficamos só eu e ele na piscina ele começou a me tocar, você sabe onde Laura, eu não entendia, queria que ele me soltasse, mas ele me mandava ficar calada, eu sentia os lábios daquele monstro nos meus, aquilo me dava medo e nojo ao mesmo tempo, eu o empurrava, mas, eu era pequena, não tinha força, quando ameacei gritar ele tapou a minha boca e sussurou no meu ouvido que seu eu gritasse ele me mataria ali mesmo afogada e diria que foi um acidente, eu sentia tanto medo, minhas lágrimas escorriam pela mão dele que apertantava o meu rosto, eu não tinha escolha, acenei com a cabeça que sim, não iria gritar, pra que ele me soltasse, eu já estava com dificuldade para respirar, ele me soltou e disse que se eu contasse alguma coisa para os meus pais, ele nos mataria, e isso se repetiu várias vezes, e Laura, até hoje ele me ameaça, você não pode contar isso á ninguém.

Eu não conseguia reagir de forma sã diante tudo aquilo. - Stella, eu e o Abba estamos aqui com você, não precisa ter medo, nós vamos resolver isso. - Respondi em meio as minhas lágrimas também. - Abba? Quem é esse? - Me perguntou enxugando as lágrimas. - Abba significa pai, mas não se trata do meu pai terreno, não, Abba é Deus. - Respondi com aquele sorriso esperançoso e triste ao mesmo segundo. - Entendi, mas olha Laura, eu vou amar a sua ajuda, mas eu não quero ajuda nenhuma de Deus. - Me respondeu Stella com um olhar que transparecia tristeza e magoa. - Mas, por quê? - Perguntei á ela ainda buscando digerir tudo. - Laura, se Deus é o todo poderoso, ele poderia muito bem não ter permitido que aquilo acontecesse comigo, ou seja, ele não me ama, por que se amasse por que permitiria isso? Um pai que ama sua filha permitiria que alguém abusasse dela?. O meu desejo naquele momento era ter respostas pra aquela pergunta, mas eu não conseguia se quer pensar, a única coisa que consegui fazer era abraçá-la e dizer que Deus mostraria a ela o porque de tudo aquilo.

Fui pra casa com o coração apertado, sentia que ela não ficaria bem sozinha, assim que entrei no quarto passei a orar, orar pela Stella, por aquelas feridas, e pedi muito a Deus que mostrasse o propósito de tudo aquilo. E assim já de madrugada dormi, sonhei com a crucificação, com Jesus sendo ali pisoteado, humilhado, cuspido e ferido, mais parecia um pesadelo, por que eu sentia uma angústia tão grande, uma dor, uma tristeza em ver Jesus ali, o qual eu amo tanto. Acordei assustada e angustiada, e o pior de tudo, não entendi o que Deus queria me dizer com aquele sonho/pesadelo. Passei o dia todo o perguntando o mistério de tudo.

Naquele culto de quarta ele me respondeu. Meu pastor pregou justamente sobre a crucificação de Cristo, mas o que ele me moveu a entender foi...

"Imagine um pai entregando o seu filho para morrer? Foi o que Deus fez. Estudiosos apontam que quando Jesus estava ali sendo crucificado, pela dor, como um Pai, Deus deu ás costas a tudo aquilo, ele não suportava ver seu filho ali, sofrendo, mas era preciso."

Ali eu consegui ouvi-lo me dizer

"Laura, agora você consegue imaginar o que eu senti quando tive que permitir que a maldade humana tocasse naquele anjo. Laura, eu quero a Stella, outras crianças precisam dela, esse é o meu propósito, eu não a deixaria passar por tudo aquilo em vão, eu estava lá o tempo todo, enxugando cada lágrima dela e as recolhi para mim, entendeu como eu trabalho?"

Eu ouvi tudo isso como se ele sussurrase no meu ouvido, eu precisava ver a Stella.

No dia seguinte na sala de aula, ela estava lá, fazia tanto calor e ela de moleton, talvez estivesse doente, pensei comigo. A abracei, perguntei se ela estava melhor, ela me disse que sim. Perguntei se poderia ir á tarde para casa dela ou para minha, ela me disse que sim e que poderia ser na dela mesmo, disse também que se quisesse poderia almoçar lá depois da escola, eu logicamentr dissr que seria ótimo além do mais, comida é sempre bem-vinda. O almoço estava ótimo, em seguida fomos para o quarto dela. Eu não sabia nem por onde começar. Até que ouvi. - Laura, eu estou tentando me aproximar de Deus, não sei o porque, mas tipo, minhad mãe e meu pai são cristãos, e ontem eu senti uma vontade enorme de falar com ele, não me pergunte o porque, mas sei lá, aquelas perguntas me sufocam. - Me disse Stella retirando alguns papéis de seu criado-mudo e os jogando no lixo do banheiro. - Stella, senta aqui, ontem eu tive um sonho, onde eu via a crucificação de Jesus, e eu entendi o porque de tudo isso, Stella Jesus é o filho de Deus cara! Como você, e Deus o ama assim como te ama, será que você consegue imaginar como tava o coração de Deus quando viu seu filho ser pregado a uma cruz sem culpa alguma?- Perguntei a ela. - Seria a mesma dor que ele sentiu quando me viu sendo abusada por aquele cara?- Me respondeu Stella buscando entender. - Sim! É isso Stella. - Respondi aliviada. - Mas então por que ele não interrompeu isso Laura? É isso que não entendo.- Me respondeu já com os olhos marejados por lágrimas. - Já pensou se Deus interrompesse a crucificação de Cristo? Do que adiantaria? O propósito não se cumpriria. - Respondi já segurando sua mão. - Mas Jesus veio para nos salvar Laura, ele tinha propósito, e eu? - Me perguntou Stella. - Já parou pra pensar no tanto de crianças que estão passando por isso ou que já passaram? E Deus escolheu você para levar á elas o que ele te trouxe. E eu estou aqui, pra te ajudar.

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