Fiz uma oração, pra esse dia chegar

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-Relatos de Laura

Eu podia sentir que Stella não estava nem um pouco bem, ligava desesperadamente, ela não atendia, mandava mensagens, ela não me respondia, eu realmente comecei a me preocupar, não crendo que ela estava sozinha, mas porque sei que agora sou o braço direito de Jesus sobre a vida dela, assim como ela da minha.

Seria bem mais confortável colocá-la nas mãos de Jesus e deixar ele cuidar pois sei que ele é capaz, mas eu preferi ajudá-lo, assim como Simão o ajudou a carregar aquela cruz, que tinha em si meus pecados, não que Sté seja uma cruz, mas ela também carrega uma, hoje eu a quero ajudar, mesmo ela ás vezes sendo orgulhosa, sei que também tenho meus defeitos, e ela me suporta com amor, eu decidi ajudar Jesus, e não o deixar trabalhar sozinho, logicamente, respeitando a hora dele de agir, precisava ser sábia, e saber os momentos certos, caso contrário, eu poderia sim, chatear muito a minha melhor amiga.

Insisto em entrar em contato, e ela responde minhas mensagens, me contou o que aconteceu, chorei com ela toda aquela raiva e dor, mesmo ela não tendo deixado claro, eu sentia. Implorei a ela que voltasse no dia seguinte, ela atendeu meu pedido, eu não via a hora de vê-la , e abraçá-la pra nunca mais soltar.

- Stella!- Grito quando a vejo sair do ônibus com uma mochila nas costas, corro e á abraço bem forte. - Oi Lah...- Me responde ela cabisbaixa. - Ei, olha pra mim.- Digo erguendo o seu rosto. - Eu estou aqui, sempre, mesmo você dizendo que não precisa, eu vou estar aqui, mesmo você tendo cometido alguns erros com nosso Jesus, eu também cometo, e estou aqui, você é um ser humano Sté, eu vou te ajudar com essa luta entre a carne e o Espírito, porque eu jamais vou sair daqui, você pode se esconder no buraco mais profundo da terra e dizer que precisa ficar sozinha, eu sei que é o mesmo que você dizer " Fica aqui comigo", menina! Eu já te conheço viu, e nem adianta vim com palhaçada, eu vou ficar aqui!- Digo a abraçando e enxugando suas lágrimas, ali do lado de fora do ônibus mesmo. Até um garoto esbarrar em nós, ele deixa a bíblia cair, Stella loga a apanha, eles se levantam juntos com as mãos naquela bíblia. - O...o... obrigado!- Diz aquele garoto aparentemente tímido e com as bochechas já avermelhadas. - Não foi nada!- Responde Stella focada nos olhos dele. Ele sorri e desliza com a mão sobre seus cabelos escuros e lisos, e assim acena com a mão. - Tchau!- Sté fica pálida. - Que foi Sté?- Pergunto assustada. - Você viu Laura?- Me pergunta. - O que Stella?- Já me deparo com a ansiedade.- Os pulsos dele... estavam cheios de cicatrizes.- Me responde ela com a certeza de algo que eu estava tentando entender. - Não vi, mas o que tem?- Pergunto. - Nada, só senti algo estranho, talvez, familiar.

Passado o episódio do garoto, fomos para minha casa, lá conversamos sobre tudo o que aconteceu, choramos, rimos e oramos, mas oramos muito. Sinceramente, não pedimos o par dela, mas pedimos a Deus que a preparasse para ser o par dele. Assistimos a muitas ministrações, Sté passou a louvar comigo nos cultos, sim, ela passou a congregar na minha igreja, ela não veio por mim, simplesmente pediu a Deus uma direção e essa lhe foi dada, passaram-se alguns dias, e estávamos firmes, sempre cuidando uma da outra e Jesus cuidando de nós.

Haveria outro encontro com Deus, Júlia já estava organizando com a liderança, um dos temas seria "Esperar em Deus", e adivinha quem foi a escolhida para ministrar uma canção durante o evento? Sté escolheu "Escolhi te esperar" da Marcela Taís. Anciosas estávamos para o evento, Sté ensaiou bastante e subiu ao altar com seu violão, e em poucos segundos estavam todos vidrados enquanto ela louvava.

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- Relatos de Stella

Eu estava nervosa, meus olhos não saiam daquela porta de entrada da igreja enquanto cantava. Até ver aquele garoto novamente, com aquela mesma bíblia nas mãos, enquanto procurava um lugar pra se sentar, comprimenta Emanuel e se senta ao lado dele, eu não sei porque, mas meu coração disparou e aquela melodia se fez mais firme em minha voz, eu não parava de o observar, e por incrível que pareça ele fazia o mesmo, mesmo quando ás vezes eu olhava e ele tentava disfarçar a vergonha de estar sorrindo como um bobo. A música acabou, mas aquela sensação continuava ali, Laura e eu voltamos para os acentos, ela me empurra e eu acabo me sentando ao lado dele, desajeitada, com vergonha o olhei e sorri, ele fez o mesmo, era estranho, eu poderia ficar ali horas e horas o observando, parecia que eu o conhecia a um bom tempo, mas, era a segunda vez que eu o via.

A pregação foi uma benção, nosso líder pede que curvemos nossas cabeças e oremos uns pelos outros, e ele parecia orar por mim...

"Sei que o Senhor tomou essas marcas e sei que está me levando a cada dia mais e mais perto dela, eu não sei apontar e dizer é ela, mas sei que o Senhor vai me mostrar..."

Eu confesso que fiquei um tempo boba, coloquei minha cabeça sobre os meus braços que estavam apoiados em minhas pernas, consigo perceber que ele está tenso e certamente observa minhas cicatrizes, posso ouvir um sussuro...

" Senhor, obrigado por me mostrar que as mesmas marcas que estão nela, são as que cravei também em meus pulsos, e foi através delas, que o Senhor me moveu até nós!"

Sinto ele colocar lentamemte um de seus dedos sobre o meu braço, parecia temer, respeitar...

Levanto os meus olhos, olho para os olhos dele com os meus marejados por lágrimas, vejo que as dele já deslizam pelo seu rosto, vejo seus pulsos, ele libera um sorriso bobo

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Levanto os meus olhos, olho para os olhos dele com os meus marejados por lágrimas, vejo que as dele já deslizam pelo seu rosto, vejo seus pulsos, ele libera um sorriso bobo. - Qual seu nome?- Me pergunta segurando uma de minhas mãos.- Stella!- Respondo ainda observando suas cicatrizes. - Me chamo Lyncon.

O Chamado de Uma Garota (Em revisão)Where stories live. Discover now