Entre a luz e as trevas

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Ela sabia diferenciar o certo do errado, ela sabia o que era o pecado e quem era Jesus, ela sabia que seus pais estavam certos o tempo todo.
Vergonha? Era o que ela mais sentia quando sentou novamente no banco da igreja, os irmãos à olhavam como quem perguntasse "O que aconteceu com você?". O banco se tornava cada vez mais frio, suas mãos tremiam, ela só não entendia o porque de tanto nervosismo, o porque ela estava se sentindo tão indiferente.
O pastor dá início ao culto, ela sente o banco se mover, era uma garota, baixinha, pele negra, olhos grandes como o dela, e um cabelo cacheado que enchia os olhos. Simpática, com um brilho no olhar, estende a mão até Laura:

- A paz do Senhor princesa! - Com um sorriso irradiante.

Imediatamente Laura pensa :

-"Princesa? Eu?!"- O estranhament parece trazer desconfiança.

E responde ainda desconfiada:

- A paz! - Com um leve sorriso nos lábios, em sinal de educação.

Elas não trocam mais nenhuma palavra durante o culto...

Ao término, Laura se levanta e vai em direção a porta principal a procura de seus pais, quando sente alguém segurar sua mão. Era aquela mesma menina, que de cara perguntou:

- Qual o seu nome flor?

E novamente Laura pensa:

-"Flor? Ela mal me conhece!"

Porém responde:

- Me chamo Laura.

E a garota com um sorriso lindo estampado no rosto responde:

- Sou a Júlia! - Enquanto seu braços se abrem.

E como num susto abraça Laura.

" O pecado te distancia de Deus quando você não o busca e não se arrepende, te faz sentir indeferente, Laura estava nessa situação, acabou de retornar a igreja, e sente vergonha do que fez, e isso já é um grande passo, a vergonha que ela sentia perante Deus, era o início de um arrependimento, de um recomeço".

Mesmo assustada, Laura sentiu um aconchego naquele abraço, algo que ela já conhecia, mas não lembrava de onde, aquele abraço significou muito pra ela...

Júlia se recompõe e logo lança um convite:

- Ei! Você quer ir no encontro com Deus?- Ainda esperançosa.

Laura responde ainda confusa:

- Como assim?

Júlia com uma alta empolgação na alma explica:

- É um evento, que a juventude da igreja realiza todo primeiro sábado do mês.

Laura ainda acanhada responde:

- Eu vou pensar e te falo.

Júlia confiante diz:

- Eu sei que você vai!

E assim elas se despedem...

No caminho pra casa Laura não consegue parar de pensar em tudo o que aconteceu, o evento, a Júlia, ela se sentia tão feliz e ao mesmo tempo tão confusa.

Ela chega em casa e tudo está como sempre, ela vai direto á seu quarto, se deita, mas não consegue dormir...

Algum tempo depois ela sente algo diferente, uma vontade de falar com alguém, de desabafar. Mas falar com quem? Seu pais já estavam dormindo.

Como num reflexo ela olha para um criado mudo ao lado do guarda-roupas, e lá vê sua bíblia, toda empoerada, surge uma curiosidade que ela não sentia á um bom tempo.

Ela à abre e lê Salmos 23 como sempre, fecha a bíblia, mas continua com aquela vontade de falar com alguém, então decide se ajoelhar e mesmo com vergonha, fala com Deus:

" Senhor, eu sei que tenho andado errante, mas, eu queria mudar sabe. Eu quebrei muito a cara, o Senhor sabe disso. Eu sei que não sou digna de falar com o Senhor, mas sei lá, me deu muita vontade."

Ela já não sabia explicar o que estava sentindo, era uma paz, se sentia tão completa...

Quando se deitou, mal viu a hora que pegou no sono.

Aquilo era tão bom. A paz que excede todo o entendimento, era Jesus. Ele estava perto, como Ele sempre esperou, que a filha voltasse.

O Chamado de Uma Garota (Em revisão)Where stories live. Discover now