Eu vou interceder por você

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- Relatos de Laura

Sté não foi á escola, aquilo me preocupou, meu coração apertou. Assim que acabaram ás aulas corri para a casa dela, em frente havia um carro, parecia ser de alguém muito rico, toco o interfone, a mãe dela atende e logo me pede para entrar. - Com licença Dona Mariana. - Digo já entrando na casa. Olho na sala, lá estavam o pai da Sté que logo me comprimenta e um homem, alto, bem vestido, que também me comprimentou, me olhando de cima á baixo. Fiquei um pouco constrangida. - Suba, a Stella está no quarto. Me diz sua mãe. Eu subo aquelas escadas, mas eu estava me sentindo estranha, como se algo ruim estivesse acontecendo ou acontecido. Entro no quarto, já que havia chamado várias vezes, mas ela não me ouviu. Ela não estava lá, a porta do banheiro estava fechada, naquele momento meu coração gelou, e minhas pernas voltaram a tremer, eu olho para a cama e lá estava...

 Ela não estava lá, a porta do banheiro estava fechada, naquele momento meu coração gelou, e minhas pernas voltaram a tremer, eu olho para a cama e lá estava

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Orei pra que não fosse o que eu temia, tive tanto medo de abrir aquela porta. - Stella,abre aqui, por favor, sou eu, a Laura!- Bato insistentemente á porta. - Laura?- Me responde parecendo ter se espantado. - Sim sou eu, abre aqui, por favor!- Nisso os meus olhos já se encontravam marejados por lágrimas, meu coração batia forte. - Não Laura, vai embora, por favor, é melhor pra você. - Já era percepitível sua voz de choro. - Stella! Abre essa porta agora!- Sim, eu tinha que ser firme. Ela abriu, naquele momento eu me senti a pessoa mais inútil do mundo.

Tinha sangue por todo o banheiro, eu me desespero e a abraço, quando vejo minha blusa está repleta de sangue

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Tinha sangue por todo o banheiro, eu me desespero e a abraço, quando vejo minha blusa está repleta de sangue. - Meu Senhor, eu não aceito isso!- Digo tentando limpar tudo aquilo. - Eu tentei Laura, eu tentei, me perdoa, eu sou uma idiota, fraca, estúpida...- Interrompo a tapando sua boca. - Nunca mais fale isso!- Digo olhando em seus olhos. Procuro entre as gavetas do armário da pia algo que faça com que aquele sangue pare de escorrer pelos seu braços, encontro esparadrapos, lavo os braços dela, e os enrolo naquele curativo.

Ela se acalmou e eu também. - Qual foi o motivo Sté? - Digo já ofegante por lavar o banheiro. - Ele está lá embaixo Laura, me ameaçou de novo e me beijou, eu estou com nojo até agora. - Me responde ela limpando a boca. - Eu não acredito!- Naquele momento a minha vontade era de ir até a sala e acabar com aquele cara. - Não fica nervosa Laura, logo isso passa.- Ela me responde colocando sua mão sobre a minha. Eu não penso duas vezes e a abraço, com cuidado por conta daqueles cortes. - Já sentiu o abraço do Espírito Santo Sté? Você é uma princesa amada. Ele está te abraçando agora. - Respondo chorando, pois sabia que se fosse por mim, não adiantaria nada, mas naquele momento o Espírito me incomodou e eu me deixei ser usada. - Laura, eu senti uma paz tão grande.- Me responde ela sorrindo. - Ele sabia que você precisava disso.- Nos ajoelhamos, eu a abraço pelos ombros e ali eu clamei, sim, clamei pela vida da Sté, pois só assim poderíamos sair daquela situação. Já estávamos dopadas pelo amor do Abba quando escutamos.

"Polícia, polícia, ninguém reage, todo mundo no chão!"

"Temos um mandato de busca e apreensão para Malequias Nogueira Barbosa!"

Descemos as escadas correndo, Sté se assustou tanto que esqueceu de vestir seu moleton, estavámos vendo o pior pesadelo de Stella vivendo o seu pior pesadelo.

"Você está preso por contrabando de cigarros pela fronteira com o Paraguai, se prepara meu irmão, pra mofar na pisão, você deu prejuízo pro governo, e no Brasil isso sim dá cadeia."

Eu e Stella ficamos no alto da escada, eu a abraçava forte e dizia que tudo ia ficar bem. Os pais dela não sabiam se eles se preocupavam com o melhor "amigo" da família ser um bandido e um pedófilo, mas disso eles ainda não tinham conhecimento, ou de ver a filha com os braços enfaixados e sangrando, eles correm e sobem as escadas, abraçam a filha e perguntam o que houve. - Calma, eu já explico á vocês. - Responde ela, naquele momento me senti tão orgulhosa, Sté estava tão forte, sentia o Abba ali a sustentando. O homem foi algemado e levado para a delegacia, Stella veste seu moleton. - Vamos pai, temos que acompanhá-los. - Ela disse cheia de coragem. Eu na hora não entendi, até senti-la segurar forte a minha mão e olhar nos meus olhos. - Eu vou sempre estar do teu lado.- Respondo a encorajando. Entramos  no carro e seguimos a viatura. Já na delegacia o delegado precisa do depoimento dos pais dela, ficamos sentadas no sofá da sala, logo atrás das cadeiras onde eles estavam sentados. - Delegado, preciso fazer uma denúncia!- Diz Stella se levantando. - Diga moça. - Responde o delegado.

- Esse homem além de tudo é pedófilo, eu tenho provas, hoje mesmo o gravei com uma câmera escondida no meu quarto me ameaçando e abusando de mim. - Os pais de Sté ficam chocados e abraçam a filha. - Por que não nos contou isso filha? - Pergunta o pai já chorando. - Ele ameaçava nos matar pai.- O homem se levanta furioso e pede para ver Malequias. - Acalme-se senhor!- Diz o delegado. - Calma pai, a justiça do céu e a da terra já está sendo feita, pai, olha pra mim. - Diz a menina com a mão em seu rosto. - Precisamos perdoá-lo. Eu não conseguia acreditar, sim, seria muito difícil, mas Stella estava certa, precisava perdoá-lo. - Ai filha.- Responde ele á abraçando. - Delegado, ele abusava de mim desde os oito anos de idade, no vídeo eu falo e ele confirma, ás provas são suficientes?- Ela pergunta enquanto o delegado visualiza o vídeo. - São sim, já vamos tomar as devidas providências, fique tranguila.

Na saída da delegacia nos abraçamos e sussurei em seu ouvido. - Em estou morrendo de orgulho de você Sté! Fomos para a casa dela, lá ela conversou com os pais, explicamos á eles sobre os cortes, e Sté começaria a freguentar um psicólogo, mas ela sentia que não precisaria mais daquela lâmina, ela tinha algo que á aliviava muito mais, o nome dele era Jesus. Os pais morriam de orgulho, assim como eu. E quando tudo estava mais calmo Sté recebe uma ligação. Era a filha de Malequias.

O Chamado de Uma Garota (Em revisão)Where stories live. Discover now