Feridas

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Se tratava de uma manhã fria, quando Stella acordou assustada, uma voz sussurava ao seu coração "Deixe-me sarar tuas feridas!". A algum tempo ela vinha se sentindo cansada, e a aflição veio como consequência.

- Rápido Sté! - Gritou Laura da sala de estar.

- Já desço! - Responde Stella, sem muito ânimo.

Ao descer as escadas, Stella sente uma forte tontura, a voz de Laura parece ecoar distante, e em questão de segundos a escuridão tomou conta de sua visão.

- STELLA! STELLA? ACORDA! POR FAVOR! - Grita Laura, com a menina nos braços.

Em instantes sua mãe chega, e desesperada as leva para o hospital mais próximo. Durante o procedimento médico, Stella acorda.

- Laura? - Chama a garota, ainda com dificuldade no falar.

- Estou aqui Sté!

- Ele disse que precisa me curar, pra que eu cure outras pessoas.

- Mas você não está doente, não fale bobagem! - Responde Laura indignada e com lágrimas nos olhos.

- São feridas que existem na minha alma, marcas, histórias que ainda estão vivas em mim.

- Ele vai curar, calma, vamos ter paciência.

O médico entra no quarto, Stella ficaria internada em observação.

- A senhora havia notado essas manchas no corpo da menina? - Pergunta o médico com um ar preocupado a mãe.

- Não doutor, é algo sério?

- Vamos precisar fazer alguns exames, e teremos uma resposta amanhã. Levem a menina. - Diz o médico.

Laura sente sua alma ser espremida, segura forte a mão da melhor amiga.

- Precisamos levá-la. - Diz a enfermeira.

Laura desaba, chora como criança, uma das pessoas que ela mais ama, poderia estar doente.

Passaram a madrugada toda ali, ela avisa Emanuel e Lyncon. Eles vão.

Durante a madrugada Laura se dirige a lanchonete do hospital. Entre os corredores ouve choros, pareciam bebês, ela vai a procura. Até encontrar o berçário.

Anjinhos que acabaram de ver a luz desse mundo, " Não morrerão, enquanto as minhas promessas não se cumprirem, eu estou no controle"

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Anjinhos que acabaram de ver a luz desse mundo, " Não morrerão, enquanto as minhas promessas não se cumprirem, eu estou no controle".

Imploro a uma das enfermeiras para poder segurar por um tempo um dos bebês.

- Só tome cuidado! - Me diz ela, preocupada.

- Qual o nome dela? - pergunto enquanto seguro uma pessoinha minúscula, de grande quantidade capilar, e as bochechas mais mordíveis que já vi.

- Essa é a Hadassa!

- É a bebê mais linda que já vi. - Digo, deslizando minha mão sobre seus cabelos.

Emanuel me encontra no berçário, e mesmo em meio a tanta dor, vejo os olhos dele brilhar ao nos ver. Sim, passei a sonhar com minha família, e também a de Stella, que teríamos uma aliança, por toda a eternidade.

Precisávamos ir, o resultado do exame já estava pronto.

Entramos todos naquela sala, Stella estava no quarto. O médico não parecia ter boas notícias.

- Eu sinto muito em ter que dar essa notícia a vocês. Mas... Stella está enfrentando um princípio de leucemia.

Naquele momento todos perderam o chão. Como dar a notícia a Stella? Como ela reagiria?

Laura saiu da sala e se trancou no banheiro.

- Eu não posso perder a Stella, Deus! Ela não! Por favor, me ajuda a suportar e a passar por tudo ao lado dela. - E os soluços ecoaram naquele pequeno banheiro.

O Espírito Santo veio como um vento, somente para dizer "Vai ficar tudo bem".

O Chamado de Uma Garota (Em revisão)Where stories live. Discover now