O Chamado de Uma Garota (Em revisão)

Escolhi te Esperar

-Relatos de Stella

Eu senti como se toda a minha ajuda não tivesse válido de nada, Laura continuava a dúvidar.

Viajei para casa da minha avó, precisava ficar um tempo sozinha, realmente, não foi uma boa escolha, eu não estava firme o suficiente pra me afastar assim da igreja e de todos. Lá encontrei um amigo de infância, Gabriel conviveu comigo praticamente toda a minha infância, logo veio me receber, como havia bastante tempo que não ia a cidade, ele me levou para passear, fomos ao cinema, assistimos "É fada", rimos muito, eu realmente já estava começando a esquecer todos aqueles conflitos, até estranhei o braço dele estendido sobre a minha poltrona. Assim que o filme acabou fomos para uma praça próxima, conversamos por um bom tempo, eu via os olhos castanhos dele brilharem ao me ver, só que havia algo me incomodando, pra que eu me afastasse, e eu não entendia o porque. Ele se aproximou de mim naquele banco, eu realmente não recusei a proximidade, a cada risada por conversas idiotas ele me abraçava, e em uma dessas vezes me beijou no rosto, algo continuava a me incomodar, mas eu preferi ignorar, até que ele alcançou minha boca, no começo eu compactuei sim, até ouvir uma voz como que sussurrasse em meu ouvido "Espera por mim", eu o empurrei, mas ele não desistiu, parecia decidido a continuar me tocando, mesmo contra a minha vontade, eu estava me sentindo sufocada, angustiada, totalmente errada,e culpada.

O deixei naquela praça, fui correndo para casa de minha avó, entrei, eles já dormiam, fui para o quarto, como eu consegui estragar tudo? Naquele momento o homem ao qual Deus havia separado para mim poderia muito bem estar orando por nós, e o que eu fiz? Estraguei tudo. Estraguei a mágia do "Esperar" por uma fraqueza.

Eu poderia desistir de tudo e voltar a me deleitar na lama, mas isso valeria a pena? Imterpreto como tolice, deixar as nuvens pela lama.

As lâminas, ai aquelas lâminas, fui tomar um banho na intenção de que tudo aquilo passasse, minhas lágrimas se misturavam com aquela água quente do chuveiro, abri o armário da pia, na intenção de encontrar uma escova de cabelo, mas, encontrei uma navalha, aquelas lágrimas pareciam não cessar, me perguntava como poderia ser tão hipócrita e imbecil, como Deus poderia me dar outra chance? Se pra mim, eu não tinha mais solução, falava tudo isso enquanto corria com aquela navalha em meus braços novamente, eu precisava ser forte, mas esqueci que não era, nem um pouco.

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- Relatos de Jesus

Eu estava ali o tempo todo, enquanto ela me cortava, doeu? Sim, mas eu suporto. Assim como suportei todos os pecados dela naquela cruz, mas o que mais me entristecia, era ver aquele rapaz tímido, com cicatrizes no braço, naquele exato momento de joelhos orando...

"Senhor, cuida dela por mim, sei que agora ela pode estar sofrendo, e eu não posso estar aí com ela, eu sinto que ela deve ter entregado seu coração a qualquer um, e se machucado, mas isso não importa, o Senhor sabe que eu escolhi esperá-la. Só quero que ela tome cuidado, oro tanto pra que ela guarde aquele coração, eu espero tanto por ela, mesmo com marcas, com lágrimas, sei que vou me desdobrar pra fazer um sorriso brotar daquele rosto, que já sei, que é lindo!"

Pra que chorar? Eu a perguntava enquanto as mãos da minha princesa tremiam com aquela navalha, eu a abracei, ela não me via, mas eu estava ali, enxugando cada lágrima dela, e a cobrindo com meus braços. Ela largou aquela navalha, e me chamou, eu entrei ali naquele coração, foi uma faxina e tanto, mas depois de limpo, coloquei ali a esperança, coloquei no coração daquele moço a perseverança e coloquei sobre a vida dos dois o meu propósito.